4.11.06


Um dia sem a Zelite

Uma vez assisti a um filme chamado "Um dia sem mexicanos". A idéia era ótima: um belo dia, os americanos, que vivem reclamando dos "ilegais" que vêm do México, acordam sem nenhum mexicano à vista. Não há mais ninguém para cuidar das crianças, fazer faxina, servir nos restaurantes, tocar as obras e assim por diante.

Infelizmente a execução da idéia, como cinema, não era lá aquelas maravilhas; mas o recado contra o preconceito e a estupidez foi dado com graça e veneno.

Depois de ver a asquerosa postura petista "contra as elites" e a calma do presidente que descansa de barriga pra cima na Bahia, porque afinal prometeu um governo para os pobres e problemas de aeroporto são, como se sabe, coisa de rico (e de quem não tem Aerolula) fiquei imaginando se não estava na hora de alguém fazer um filme parecido: "Um dia sem a Zelite".

Um belo dia, o Brasil acordaria exatamente de acordo com os sonhos do pai do Ronaldinho das Telecomunicações: a elite, que tanto o sabota, teria sumido toda.

Não haveria mais professores nas escolas, médicos nos hospitais, pilotos nos aviões, engenheiros, arquitetos, químicos, físicos. As lojas não abririam. Não haveria previsão do tempo, nem geração de energia, nem internet. Os telefones ficariam mudos. Rádio, televisão e jornais desapareceriam -- tá vendo que beleza, ninguém mais criticando o governo!

Nem preciso dizer que toda e qualquer operação bancária estaria suspensa; e que, em desaparecendo a Zelite, desapareceriam também os impostos.

Aí, finalmente, o Brasil estaria "arrumadinho para crescer", sem ninguém para atrapalhar...

E agora tchau, que a Zelite aqui tem trabalho esperando.

Bom fim-de-semana para todos!

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