Na última segunda-feira, dia 27 de novembro, o meu gato Lóki entrou dentro de um carro de um vizinho em Botafogo. Este vizinho saiu com o carro para fazer um trabalho no Círculo Militar, na Praia Vermelha, à tarde. Quando voltou para o carro e andou por uns duzentos metros ouviu barulho na parte da frente do carro e parou para verificar. O gato estava assustado e machucado. Ele o cutucou com o celular, e ele saiu correndo para dentro de uma lanchonete.
O gato estava ferido e agressivo. Ele correu por toda a lanchonete, por cima do balcão, derrubando coisas e assustando funcionários e clientes. O gerente ligou para 193 solicitando ajuda. Para isso forneceu seu nome, endereço e telefone.
Meia-hora mais tarde, por volta das 17h, chega uma viatura da Defesa Civil com dois bombeiros, sendo um deles um sargento. Ninguém da lanchonete se lembra dos nomes ou do número da viatura. Estes bombeiros dominaram o gatinho, o colocaram numa caixa apropriada para animais e partiram. Desde então, o gato não foi visto novamente.
No dia seguinte, terça-feira à tarde, depois de ver um dos cartazes que espalhamos pela vizinhança, o nosso vizinho veio nos contar da história com o gato. Na mesma hora, fomos à Praia Vermelha. Procuramos por todo lado e acabamos na lanchonete onde todos se lembravam do ocorrido e narraram para nós o episódio.
Desde então, ligamos para o quartel do Humaitá -- que atende prioritariamente o bairro da Urca --, Catete e Copacabana. No Humaitá e Catete, informaram que não há nenhum registro de ocorrência. O de Copacabana se recusou a fornecer qualquer informação. Em várias destas ligações para os quartéis e centros de comandos ouvimos risos e ironias.
Um deles perguntou se era trote.
Nesta quarta-feira, ligamos para a Central de Operações. Novamente a mesma resposta: nenhuma ocorrência na Praia Vermelha foi registrada pelo Corpo de Bombeiros. Fomos pessoalmente ao quartel do Humaitá onde obtivemos a promessa de que todos os registros, que são em papel, seriam verificados. Deveríamos ligar para lá até as 17hs para ter uma resposta. Às 16h45, ninguém mais atendia na Seção de Operações do quartel do Humaitá.
Durante todo o dia, ligamos para a Suipa, para o Instituto Municipal Veterinário Jorge Vaistman e para a Sozed. Nenhuma desta instituições recebeu o gato com as descrições dadas. Sempre que ligamos para o telefone do Controle de Zoonoses fornecido pelo 102 não conseguimos que a ligação seja completada.
A essa altura, não temos mais esperanças que o gato esteja vivo. Queremos saber como um animal, sob custódia da Defesa Civil, foi retirado de um lugar e levado para um não-definido e ninguém sabe informar nada. Não há registros de nada.
Este fato isolado é deprimente, mas devemos pensar na Corporação como um todo. Os processos estão falhos? A população pode sofrer mais com isso? Será que a vida de alguém já foi posta em perigo por causa destes processos?
Uma foto do Lóki pode ser vista aqui.
Ele foi abandonado quando filhote no Campo de Santanna. Adotamos ele com três meses e o amamos muito por dois anos e meio. Torço para ninguém mais sinta o que sentimos agora.
Obrigada, e boa sorte para todos nós.
Simone Villas Boas
30.11.06
Denúncia sobre a Defesa Civil do Rio de Janeiro
Recebi por email. É uma história triste e muito revoltante pelo descaso com que os animais continuam sendo tratados na nossa cidade:
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