Apaixonado por
Cuba -- ao longe
Vivendo no Canadá e escrevendo em inglês, o cubano José Latour traz da terra distante o cenário e a inspiração para seus romances
Uma das estrelas da 3 Festa Literária de Paraty é José Latour, autor de um dos melhores policiais lançados no Brasil este ano, "Mundos sujos" (Record). No sábado, dia 9, ele conversa sobre literatura policial com o carioca Luiz Alfredo Garcia-Roza e o italiano Marcello Fois. Nascido em Havana há 65 anos, vivendo há três em Toronto com a mulher, os filhos e a nora, Latour deve o sucesso deste seu primeiro romance escrito em inglês a um mix particularmente interessante de ingredientes, em que a uma trama original e movimentada junta-se a observação sensível de dois universos opostos. De um lado, a Havana miserável dos cubanos comuns, sem amigos poderosos, sem comida, sem fé no futuro; de outro, a Miami sem lei e sem privações, em que o consumismo alucinado tenta se impor como uma espécie de felicidade.
O autor, que já lançou mais um livro em inglês, Havana Best Friends, promete, até o fim do ano, a continuação de "Mundos sujos" -- alegria garantida para quem acompanhou as aventuras do professor Elliot Steil. No forno, tem ainda um ensaio sobre os problemas que seu país enfrentará depois do comunismo, e um romance histórico ambientado na Havana do Século XIX.
José Latour, que não consegue se afastar emocionalmente da Cuba natal, escolheu o Canadá para viver por lhe parecer o melhor dos países que conhece -- uma democracia solidamente estabelecida, onde os direitos humanos são respeitados:
-- Não há nações perfeitas -- disse, por email, para esta entrevista. -- Em toda parte há crime, corrupção e outras doenças sociais. A grande questão é descobrir com quanta imperfeição se pode viver.
Para ler a entrevista, clique AQUI
(O Globo, Segundo Caderno, 3.7.2005)
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