14.9.09

iPhone 3GS e Nokia N97




Pouco tempo depois do lançamento do N95 tive, em Manaus, uma rápida conversa com Olli-Pekka Kallasvuo. Uma das perguntas que lhe fiz dizia respeito, justamente, àquele aparelho:

-- E agora? Como é que vocês vão fazer um celular melhor do que esse?

O CEO da Nokia deu uma discreta risada. Não se esqueçam que ele é finlandês; se fosse italiano, tinha dado uma gargalhada. Conseguir fazer o melhor celular do momento é o sonho de todos os fabricantes, e ele tinha, consequentemente, todos os motivos para estar feliz. Tinha também bons motivos de preocupação, porque a excelência cria um nível de expectativa muito alto no mercado.

Olli-Pekka olhou o telefone que levava, virou-o um pouco para um lado e para o outro e observou que o N95 podia, talvez, ficar um pouco mais fino, um pouco mais rápido e, eventualmente, ter maior vida de bateria. Nas variações seguintes, o N95 ficou de fato mais rápido, e ganhou uma traseira vagamente modificada para incorporar uma bateria maior e mais duradoura. Torná-lo mais fino era só um sonho, não uma possibilidade.

Acho que a Nokia ainda está por apresentar sucessor à altura do que é, para mim, o melhor celular jamais fabricado. O N96 foi uma decepção. Mas na semana passada chegou ao Brasil, afinal, o N97. Conheci-o no lançamento, em São Paulo, e, à primeira vista, fiquei muito bem impressionada. É possível que venha a ser o aparelho que vai aposentar o meu N95; mas isso só vou saber depois de conhecê-lo melhor.

Ao contrário dos antecessores, que abrem na vertical, ele é um slide lateral. Na parte de baixo, tem um excelente teclado qwerty, mas a tela touch-screen permite que se trabalhe com ele também fechado. A câmera me pareceu muito boa. Espero escrever em breve a seu respeito com mais conhecimento de causa.

Até lá, o que posso dizer é que a pergunta que mais me tem sido feita – Nokia N97 ou iPhone 3GS? – não tem resposta. Os dois são animais nitidamente distintos, feitos para públicos e necessidades diferentes. O N97, como o N95 antes dele, é, de fato, um smartphone; o iPhone, com todo o hype, não é -- embora seja, disparado, a melhor ferramenta de bolso de acesso à internet. Repito que não testei nenhum dos dois, mas é óbvio que a escolha entre esses aparelhos é, no fundo, uma questão pessoal, que só pode ser respondida individualmente.


(O Globo, Revista Digital, 14.9.2009)

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