9.8.07

Não tem perdão

Se eu acreditasse em Castigo Divino, estaria mais feliz imaginando que, um dia, em algum lugar, Lula teria de prestar contas pelo seqüestro (há versões conflitantes) pela devolução a Fidel dos dois boxeadores cubanos, assim como Getúlio já teria pago por ter entregue Olga Benário aos nazistas.

Num país onde boa parte da população é de imigrantes, onde tanta gente encontrou pouso seguro fugindo de ditaduras e, sobretudo, onde tanta gente se beneficiou da decência dos países para onde correu durante a ditadura daqui, entregar em tempo recorde dois homens inofensivos e indefesos a um país onde a tortura e a pena de morte são moeda corrente devia ser crime hediondo.

E se não é, na lei, é sim, do ponto de vista moral.

No outro dia ainda eu escrevi aqui nos comentários que não tinha problemas em me relacionar com quem defende Lula.

Fui precipitada.

Não há defesa possível quando o suposto dirigente de um país teoricamente livre como o Brasil presta vassalagem a um ditador, sacrificando inocentes em nome de meia dúzia de caixas de charutos personalizados.

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