Quando menos é mais -- bem mais
Os tempos mudam. Houve época em que todos os gerentes e diretores de TI (que então se chamavam de gerentes e diretores de CPD) corriam para as grandes feiras para se inteirar das novidades. Hoje, as grandes feiras que ainda não morreram agonizam, vítimas da falta de foco e do gigantismo.O modelo que vem fazendo sucesso hoje, tanto com fornecedores quanto com o povo de TI, é a organização de encontros de tamanho médio, bancados pelos fornecedores (como Oracle, SAP, Sybase, Cisco, AMD -- enfim, os gigantes do setor), para o qual são convidados os profissionais que tomam as decisões de compra de equipamento nas grandes empresas.
Semana passada estive num encontro assim, organizado pelo ISF (Instituto Sem Fronteiras) no Costão do Santinho, em Florianópolis. Fui por curiosidade, para ver como funcionaria aquilo, mas com a vaga impressão de que seria uma chatice inominável.
Pois bem: surpresa! O evento foi interessantíssimo, já que cada fornecedor dá o melhor de si -- afinal, está lá para vender seu peixe da melhor forma possível. Conseqüentemente, as apresentações são claras, didáticas, bem feitas.
Todos ganham com isso. Em vez de correr feito baratas tontas entre estandes onde a informação é vaga e seminários dirigidos a um público variado demais, os CIOs (de Chief Information Officer, a designação oficial de quem manda na tecnologia) podem se concentrar no que importa. Achei que encontraria profissionais cheios de segredos, cabreiros em abrir o jogo com seus pares e, ao contrário, encontrei uma turma bem entrosada, que se conhece de outros carnavais, discutindo sem inibição os problemas comuns a todos. Alguns não se fizeram de rogados e apresentaram cases das suas empresas, com as melhores soluções que encontraram.
Para mim foi uma experiência rica e interessante, em que, mais uma vez, constatei como esta indústria é divertida, flexível e criativa.
(O Globo, Info etc., 3.4.2006)
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