Uma história do Truda
O Truda escreveu isso num comentário que já está tão lá embaixo, mas tão lá embaixo, que acho que muita gente não viu -- o que seria uma pena.
Aprendi a ler em Caxias do Sul, quando morei na Av. Júlio de Castilhos, defronte à padaria.
Meu pai apresentava concorridíssimos espetáculos de mágicas no cine-teatro da Praça da Matriz. Ele de casaca e cartola, de onde surgiam lenços, leques, pombos e coelhos, e minha mãe, sua partner, fazendo moda com os longos cabelos soltos e um maillot espetacular e eu, aprendiz de feiticeiro, fazia bolas de bilhar desaparecerem das mãos por encanto.
Foi onde vi pela primeira vez o trio de palhaços Carequinha, Fred e Meio-Quilo.
Certa vez burlei a vigilância de minha mãe, atravessei a avenida e comprei dez balas azedinhas na padaria. Na volta, preocupado com que minha mãe desse por falta, não olhei para o lado e um fusca cinza me fez voar uns cinco metros. O motorista, apavorado, desceu do carro e levantou-me do chão perguntando se estava bem e onde morava.
Indignado, saltei do colo dele e reclamei:
-- Tá vendo o que você fez? Cadê as minhas balas? Vai comprar outras!
Ele avisou minha mãe e depois voltou com as balas. Sempre que vou a Porto Alegre, faço questão de viajar pela serra para rever Caxias do Sul e o Morro Reuter.
Muito obrigada, Truda: que delícia!
:-)
Nenhum comentário:
Postar um comentário