Mais um esqueleto no armário
Escreve o Daniel Sasaki, autor do ótimo "Pouso Forçado":Em entrevista à Folha de ontem, o vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar, disse que "há um sentimento nacional em relação à Varig. (...) A Varig foi a companhia que primeiramente começou a voar para Nova York, Tóquio, Londres, Frankfurt, Roma e Paris". Esqueceu-se o senhor ministro que foi a então gigante Panair do Brasil -- essa sim, venerada e celebrada em prosa e verso -- que abriu as primeiras linhas internacionais para o país, em 1946. Esqueceu-se também que em ato ilegal e autoritário, o governo militar cassou sem aviso prévio ou direito de defesa as concessões da Panair em 1965, transferindo-as para a Varig, então coadjuvante no palco da aviação comercial brasileira, que, convenientemente, como já estivesse avisada, assumiu no mesmo dia as rotas européias daquela companhia. Esqueceu-se, por fim, o vice-presidente do fato mais curioso nessa história toda: em cinco dias, o governo decretou a falência da Panair sem que houvesse qualquer título protestado, débito vencido ou atraso nos salários dos empregados. Coisas da História que caem no esquecimento. Triste."Pouso Forçado", publicado pela Editora Record, é a história da Panair, e de como ela foi friamente pilhada e assassinada pelos militares.
A Varig nasceu deste assassinato. O "pioneiro" Ruben Berta, de acordo com o livro de Sasaki, teve pouco de pioneiro e muito de bucaneiro.
Vivendo e aprendendo.
E eu, que amo tanto a Varig...
* suspiro *
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