5.8.05






Socorro: há algum ornitólogo na casa?!

Há coisa de duas semanas, descobri que os quero-queros estavam chocando dois ovinhos. Fix fotos mas fiquei na minha, morrendo de medo que alguém descobrisse.

É que o lugar que eles escolheram é uma tragédia; há tempos acompanho a vidinha do casal, que nunca conseguiu procriar. Acontece que, como é próprio da sua espécie, eles fazem os ninhos no chão; mas uma coisa é um pasto no Sul ou um campo de aviação, e outra, bem diferente, é a Lagoa, cheia de gente, cachorros e movimento.

Inocência minha achar que só eu ia perceber o ninho!

Uns dias depois, uma leitora me escreveu lá para o jornal, preocupadíssima. Tinha fotos melhores do que as minhas, e uma dor de cabeça igualmente grande: como proteger os bichinhos?!

Tenho ido constantemente patrulhar o pedaço; mas isso significa alguns minutos por dia, se tanto. Cheguei à conclusão de que, ao contrário do segredo, a divulgação entre os vizinhos é a melhor saída.

Já mostrei o ninho a vários amigos de confiança e alertei o pessoal do quiosque. Quanto mais gente da área estiver alerta, melhor.

Ainda assim, fico no auge da preocupação.

Hoje no final da tarde passei por lá e fiquei muito mal: nenhum dos dois deu o alerta quando me aproximei, e um estava mancando muito. Me lembrei que, no domingo, tive que enxotar dois meninos que estavam jogando bombinhas de São João neles.

Os ovinhos, pelo menos, continuavam lá; mas os quero-queros estavam tão alheios à minha presença que fiquei com a impressão de que, com o trauma do machucado, haviam abandonado o ninho.

Fiquei desolada num canto, olhando para os meus queridinhos aparentemente apáticos e maltratados. Um senhor que ia passando também foi até o ninho, olhou, e veio desabafar comigo.

Estava tão revoltado quanto eu a respeito da avezinha manca, e também preocupadíssimo em relação aos ovinhos.

Uma pessoa evidentemente do bem. Imaginem que está realizando, junto com o filho, um levantamento dos tipos de beija-flor da cidade. Já conseguiu registrar 24.

Nos despedimos melancólicos e abatidos.

Fiquei na área mais um pouco, fotografei o pôr-do-sol e fui ver o ninho de novo. Nem sinal dos quero-queros.

Quando voltei para casa vim direto para o computador.

Havia feito várias fotos do quero-quero manco e as ampliei, para ver se percebia o que havia de errado. Não consegui notar nada em particular, mas não tenho o olho treinado para isso.

Mergulhei na rede para pesquisar, e vejam o que descobri:
"O quero-quero afasta os intrusos que se aproximam de seu ninho fingindo-se ferido."
Será possível?!

Será que está tudo bem com o meu quero-querido?!

Verdade?!

Ai, que alívio...

Agora resta o Grande Problema: o que fazer para proteger o ninho?

Aceito dicas, sugestões, pitacos, aulas de ornitologia; antecipadamente agradeço.

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