9.8.05

O lado mundano do blog






Enfim, a legenda: Ontem à noite, quando saí do jornal -- seriam 23h30, por aí -- resolvi passar na festa da Playboy, ali ao lado, no MAM. Achei que talvez desse uma boa crônica mas, além de me encontrar com vários morangos com chocolate e com alguns amigos, tudo o que consegui foram umas fotos genéricas, que me serão muito úteis para ilustrar qualquer coisa que venha a escrever a respeito de celebridades.

A festa não estava suficiente bizarra, como eu achei que estaria, para render uma boa crônica. Era apenas mais uma festa paulista, luxuosamente produzida.

A rampa estava enfeitada com slides enormes de fotos e um painel com frases pinçadas das entrevistas. Adorei as frases, e achei muito eloqüentes as fotinhas que as acompanhavam -- sobretudo as do vosso presidente, em tempos de Sapo Barbudo, e as da Xuxa, absolutamente irreconhecível, mostrando o poder do arsenal de que dispõe o mulherio com grana, determinação e, digamos, um mínimo de material de trabalho.

As fotos dos "grandes momentos" eram outra história. De modo geral eram lindos nus comportados que só faziam bem ao ego das fotografadas mas, aqui e ali, havia algumas daquelas poses constrangedoras -- ao lado das quais, curiosamente, as moças posavam bem descontraídas.

Eu, que sou do século passado, achei um mico.

Também fiquei com uma certa pena das moças que obviamente estavam lá na esperança de conseguir alcançar O Grande Objetivo da Mulher Famosa: posar pra Playboy. A noite estava fria e elas lá, indo e vindo, com sainhas de renda microscópicas sem nada por baixo, decotes vertiginosos e cara de quem topa tudo -- e não está nem aí para o frio.

Millôr, aliás, está convencido de que mulher bonita não sente frio.

A Leilane (Neubarth) fez uma observação interessante: há muito não se via uma festa com tantos homens heterossexuais dando sopa. Verdade. A noite carioca é essencialmente gay, e a fauna desta festa era completamente diferente do habitual.

-- Uma amiga minha acaba de desenvolver uma teoria, -- disse ela. -- É a cadeia alimentar. Eles vêm atrás delas.

Além das moças bonitas de profissão indefinida, atrás de quem supostamente viriam os caras, a festa devia estar cheia também de celebridades, mas como sou péssima fisionomista, certamente passei batida por muito outdoor. Tudo o que sei é que estava numa festa de criaturas vindas de um planeta diferente do meu, onde ninguém usa cabelo curto ou pesa mais de 50 quilos, onde usa-se muito silicone e pouquíssima roupa, e onde as mais baixinhas têm, no mínimo, 1m70 -- mas quase não há baixinhas!

Pouco depois da meia-noite, contente com as fotos que consegui, com os morangos e com o papo com os amigos, voltei para casa, onde gatos e gatas de outro tipo me esperavam.

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