MPx220: mistura de qualidades e problemas
Para muitos usuários, um telefone como o Motorola MPx220 da foto pode não passar de um belo objeto cheio de funções inúteis: afinal, para que é que alguém precisa de um celular de quase R$ 2.300?!
Bom, se o MPx220, comercializado pela Tim, fosse só um celular, a pergunta teria razão de ser; mas acontece que ele pertence a uma categoria de aparelhos mais aparentados com computadores e com PDAs do que com telefones propriamente ditos, como o Treo 600, o Blackberry ou o Communicator da Nokia.
Com eles se pode ler e responder emails, atualizar a agenda, surfar na web, gerenciar arquivos, usar aplicações especialmente desenvolvidas para determinados ambientes de trabalho. São máquinas inacreditavelmente complexas, que podem, em certos casos, substituir notebooks: numa viagem rápida, um executivo que esteja com um deles não perde o contato com a mailbox, a agenda ou as apresentações. Espaço é o que não falta: o MPx220 tem 64Mb de memória, e vem com slot para mini SD, onde se podem alternar quantas unidades de 128Mb sejam necessárias às necessidades do freguês. Além disso, é um aparelho universal, que funciona em qualquer lugar do mundo onde exista rede GSM, ou seja, em quase todo o planeta.
A diferença do MPx220 em relação aos outros smartphones à venda no país é o Windows Mobile, parecido com o que se encontra habitualmente nos computadores. Não sei se isso chega a ser vantagem. Para quem não gosta de interagir com interfaces diferentes, a familiaridade pode ser um ponto positivo; mas a quantidade de funções, da forma como se apresenta -- mais apropriada a um monitor -- acaba atrapalhando.
A seu favor, ele conta com um dos looks mais bonitos da Motorola; com uma construção sólida e bem acabada, que se ajusta muito bem à palma da mão; com uma tela clara de excelente definição e legibilidade; com excelente sincronia com o Outlook e perfeito entrosamento com o Messenger, o que não é pouco para quem precisa se manter em dia longe do escritório ou de casa.
Apesar de produzir imagens com 1.2 Megapixels, a qualidade das fotos do MPx220, porém, não é das melhores, sobretudo em interiores ou em condições de luz fracas; por outro lado, em boas condições, é capaz de fazer até filmes, limitados apenas pelo tamanho da memória disponível. Para quem pretende usar o celular como câmera digital, este aspecto não pode deixar de ser levado em consideração.
O aparelho que testei, que funcionou às mil maravilhas com dados, tropeçou, paradoxalmente, na sua função primária de telefone: em alguns casos, foi impossível manter a conversa. Parece que a Motorola já cuidou disso mas, ainda assim, recomendo aos interessados que chequem o telefone antes da compra.
(O Globo, Info etc., 31.1.2005)
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