4.1.05



Da mailbox do ministro

Todos os dias, o ministro Márcio Thomaz Bastos vêm recebendo emails de militantes de grupos de defesa animal. Só quero ver até quando vai continuar ignorando a sua (dele) correspondência. Aqui está o que a formidável Ana Maria Pinheiro enviou ontem:
Senhor Ministro,

Hoje é o 13o. dia da Operação Holocausto, que sacrificou as carreiras de quatro bravos policiais federais, que estouraram a rinha de galos Clube Privê Cinco Estrelas. Além de terem prendido entre outros delinqüentes o Sr. Duda Mendonça, a equipe tinha aberto o inquérito Nr. 133/2004, que investigava outros delinqüentes distribuídos por vários pontos do Brasil, envolvidos em maus tratos a animais através desse sangrento, cruel e cafona jogo de apostas, atividade típica de gente do submundo.

Recebemos informações pela imprensa de que V. Exa. foi passar férias em Nova York com seus familiares, retornando apenas no dia 17. Para nós, do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, isto não faz nenhuma diferença, pois sempre haverá um assessor pondo V. Exa. a par da correspondência recebida. Além do mais, automaticamente nossa mensagem dirige-se a quem estiver exercendo interinamente a função de Ministro da Justiça. Quem sabe até o ministro interino não verá com mais preocupação o ato execrável perpetrado pelo seu subordinado, Diretor Geral da Polícia Federal, Dr. Paulo Lacerda.

Portanto, continuamos com nosso envio de mensagens diárias, conforme prometemos, até que a DELEMAPH volte a funcionar com os quatro policiais afastados sem nenhuma justificativa ética.

O importante é que não vamos nos calar enquanto a justiça não for feita. Somos militantes e a esses paciência e perseverança não faltam.

Decidimos no ano de 2005 dedicar nossa atenção à cultura da infração, representada neste caso pela aceitação plácida às rinhas de galo, embora sejam um crime. Até um juiz da 5a. Vara de Recife decidiu há dias permitir o funcionamento de uma rinha local, em sentença esdrúxula, que merecerá uma representação ao MP de Pernambuco.

Lemos também num órgão da imprensa a seguinte notícia:

Soltando penas

Duda Mendonça quer entregar logo à editora o seu livro sobre o episódio de sua prisão numa rinha de galo.

Promete revelações fantásticas envolvendo a ação da Polícia Federal no caso. É briga de galo grande.


A certeza da impunidade de Duda Mendonça, réu confesso, é tão grande, que o galista-mór da República se acha no direito de reforçar sua confissão lançando um livro e ainda ameaça fazer denúncias contra os policiais que o prenderam.

Senhor Ministro, por mais fascinante que a grande obra literária de Duda Mendonça possa ser, não chegará aos pés do Inquérito Nr. 133/2004, bem mais abrangente, que está parado na DELEMAPH porque essa delegacia foi desmantelada.

Esta vergonha tem que acabar.

Ana Maria Pinheiro
Vice-presidente
Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal

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