31.1.05
Teste
Teste com uma fotinha feita pelo Samsung Twist. Funcionar funciona, mas entra um monte de lixo na legenda. Em compensação, não fica se repetindo a vida toda...
MPx220: mistura de qualidades e problemas
Para muitos usuários, um telefone como o Motorola MPx220 da foto pode não passar de um belo objeto cheio de funções inúteis: afinal, para que é que alguém precisa de um celular de quase R$ 2.300?!
Bom, se o MPx220, comercializado pela Tim, fosse só um celular, a pergunta teria razão de ser; mas acontece que ele pertence a uma categoria de aparelhos mais aparentados com computadores e com PDAs do que com telefones propriamente ditos, como o Treo 600, o Blackberry ou o Communicator da Nokia.
Com eles se pode ler e responder emails, atualizar a agenda, surfar na web, gerenciar arquivos, usar aplicações especialmente desenvolvidas para determinados ambientes de trabalho. São máquinas inacreditavelmente complexas, que podem, em certos casos, substituir notebooks: numa viagem rápida, um executivo que esteja com um deles não perde o contato com a mailbox, a agenda ou as apresentações. Espaço é o que não falta: o MPx220 tem 64Mb de memória, e vem com slot para mini SD, onde se podem alternar quantas unidades de 128Mb sejam necessárias às necessidades do freguês. Além disso, é um aparelho universal, que funciona em qualquer lugar do mundo onde exista rede GSM, ou seja, em quase todo o planeta.
A diferença do MPx220 em relação aos outros smartphones à venda no país é o Windows Mobile, parecido com o que se encontra habitualmente nos computadores. Não sei se isso chega a ser vantagem. Para quem não gosta de interagir com interfaces diferentes, a familiaridade pode ser um ponto positivo; mas a quantidade de funções, da forma como se apresenta -- mais apropriada a um monitor -- acaba atrapalhando.
A seu favor, ele conta com um dos looks mais bonitos da Motorola; com uma construção sólida e bem acabada, que se ajusta muito bem à palma da mão; com uma tela clara de excelente definição e legibilidade; com excelente sincronia com o Outlook e perfeito entrosamento com o Messenger, o que não é pouco para quem precisa se manter em dia longe do escritório ou de casa.
Apesar de produzir imagens com 1.2 Megapixels, a qualidade das fotos do MPx220, porém, não é das melhores, sobretudo em interiores ou em condições de luz fracas; por outro lado, em boas condições, é capaz de fazer até filmes, limitados apenas pelo tamanho da memória disponível. Para quem pretende usar o celular como câmera digital, este aspecto não pode deixar de ser levado em consideração.
O aparelho que testei, que funcionou às mil maravilhas com dados, tropeçou, paradoxalmente, na sua função primária de telefone: em alguns casos, foi impossível manter a conversa. Parece que a Motorola já cuidou disso mas, ainda assim, recomendo aos interessados que chequem o telefone antes da compra.
(O Globo, Info etc., 31.1.2005)
Sessão Nostalgia
Um dos Telecines está passando Romeu e Julieta, de Zefirelli.Asssisti a este filme quando chegou ao Brasil; tinha uns 13 ou 14 anos, e fiquei muito impressionada. Nunca tinha visto nada mais triste.
Também não tinha visto nada mais lindo do que Leonard Whiting, que fazia Romeu, o que muito contribuía para o impacto da história.
Revendo o filme tantos anos depois, confirmo que me lembrava muito bem da trilha sonora, da beleza de Olivia Hussey e de detalhes de muitas cenas; só não lembrava como o filme é bom.
Tanto que, milagrosamente, sobrevive não só à dublagem, como a uma peça sensacional chamada "Oh Romeo!", de Ephraim Kishon, que o Millôr traduziu há muitos anos.
Nela, Romeu e Julieta, que não morreram, estão casados há 20 anos. Tem filhos aborrecentes e brigam dia e noite -- inclusive com Shakespeare, que volta e meia entra na trama.
A certa altura Julieta cobra:
-- Sinceramente: nós vivemos uma única noite apaixonada de amor, acordamos em circunstâncias trágicas e, ato contínuo, começamos a discutir ornitologia. Você tem coragem de chamar isso de boa dramaturgia?!
Pois com tudo isso o filme de Zefirelli é um encanto.
O homem sabia das coisas: o clima da briga em que Teobaldo mata Mercúcio é perfeito. Apesar dos trajes de época, das espadas, daquela maravilha que é Florença como pano de fundo, o que vem à cabeça é:
-- Ahá, pitboys!
Fica tudo explicado.
Do lado de lá
Vocês se lembram de Raed, o blogueiro de Bagdá? Pois vale a pena ler o que ele e sua família têm a dizer a respeito das eleições no Iraque, em A Family in Baghdad.Muito interessante!
Recomendo também visitar os links listados na barra à esquerda da página.
30.1.05
GRRRRRRRRRRRRRR!!!
Que raiva!!! O telefonino está doido. Tiro a foto, envio e ele diz que o envio falhou. Como já sei que a msg é falsa não faço nada de nada... e, ainda assim, lá fica ele, enviando fotos sub-repticiamente.Assim é que, quando voltei da minha volta de bicicleta, encontrei duas todos da bicicleta (que agora tem uma cestinha, repararam?) e OITO de uma das capivaras coloridas do Palaphita.
Assim perco a vontade de mandar fotinhas, sinceramente.
Não brinco mais.
Sensacional
É incrível que tantos iraquianos tenham tido coragem de ir às ruas para votar.E é maravilhoso, também.
Esta era a única resposta possível aos terroristas que prometiam um banho de sangue nas eleições.
Mataram até agora mais de trinta pessoas, é verdade, mas o povo mostrou que não se deixa intimidar.
A BBC, para variar, está fazendo uma grande cobertura. Os seus repórteres no país estão mandando matérias para um blog coletivo.
Viajando na viagem
O Flickr é uma fonte inesgotável de surpresas interessantes.Hoje descobri o álbum de um travel writer, isto é, um autor de livros de viagem, aquela espécie abençoada que ganha dinheiro para viajar.
Ele se chama Carl Parkes, mantém um blog sobre a especialidade e posta fotos sensacionais na sua página do Flickr.
É coisa para horas de entretenimento.
29.1.05
Lagoa
Da seção de cartas do Globo:Cedae na LagoaEnquanto isso, na minha mailbox:
É falsa a versão atribuída a pescadores de que a Cedae despeja esgoto nas águas da Lagoa Rodrigo de Freitas, conforme fez publicar (27/1) Cora Rónai em sua coluna ?Rio: mais abandonado do que a capivara na Reduc?. A fantasiosa história de pescadores, que acusam a Cedae de abrir comportas, de madrugada para despejar esgoto, se desqualifica pelo fato de a empresa não operar qualquer comporta no local. Onze elevatórias de grande porte, ligadas à rede coletora da Cedae, direcionam o esgoto produzido na região para o emissário submarino de Ipanema, que funciona muito bem há 30 anos.
Antônio Cunha
Asessor de Comunicação Social da Cedae
Prezada Cora
Segundo o assessor de imprensa da CEDAE (carta ao leitor de hoje) a versão dos pescadores é fantasiosa!
1 - Já vi inúmeras vezes funcionários da CEDAE operando a comporta da Av. General Gárzon;
2 - Parece que o aspone não sabe da existência do documento que lhe enviei zipado, onde o resumo é que todo o sistema de saneamento da Lagoa estava em pandarecos em 2001.
Enfim, cada um defende seu contra-cheque como pode, uns falando a verdade, outros mentindo.
Infelizmente mais trinta toneladas de peixes mortos em Marapendi. Dá vontade de despejar tudo na porta da CEDAE e do Palácio Guanabara.
Um abraço
Mário Moscatelli
A Cedae que me desculpe, mas continuo preferindo acreditar nos pescadores, no Moscatelli e na evidência que as minhas narinas captaram algumas vezes.
28.1.05
A nova encarnação de Madre Teresa
Bill Gates em Davos, falando para a BBC, diz que o mundo rico tem que ser mais generoso com os pobres.Como é que é?!
Eu só queria entender a lógica do Grande Benfeitor.
O mundo rico tem que ser mais generoso, mas a M$ pode continuar cobrando os preços extorsivos que cobra pelos seus produtos.
O mundo rico tem que ser mais generoso, mas a M$ cobrar mais de três salários mínimos pelo XP Pro ou praticamente seis salários mínimos pelo Office, aqui no Brasil, não tem nada demais.
[....]
Honestamente, e sem qualquer brincadeira: quando a História do nosso tempo for contada sem paixão, daqui a cem ou duzentos anos, as pessoas vão ter dificuldade em compreender como se permitiu a uma única empresa acumular tanto dinheiro, e se portar de forma tão predatória, sem que seus donos fossem para a cadeia.
27.1.05
Deu no NYT Globo
"Olha que coisa mais linda: disposto a provar que nem só garotas cheias de graça balançam a caminho do mar no Rio, o "New York Times" mandou para as areias cariocas seu correspondente, o polêmico Larry Rohter, e o fotógrafo John Maier em busca da epidemia de obesidade que o Brasil estaria enfrentando. Eles encontraram alguns típicos exemplos de mulheres ?cariocas? acima do peso: três tchecas."Manchete do jornal de hoje, esta matéria está o máximo!
Detalhe: as "cariocas" do Rohter são, além de tchecas, boas de briga -- e estão processando o New York Times.
Tomara que ganhem a causa.
Rio: mais abandonado do que
a capivara na Reduc
Os sapos na fervura pedem instruções:
como é que se faz para sair da panela?
Como todo mundo, eu também gostei muito do artigo escrito por Maria Silvia Bastos Marques para O Globo, na semana passada. Nele, ela dizia que, no Rio, estamos vivendo como sapos na fervura, "nos acostumando, dia após dia, com situações que, olhadas à distância, nos pareceriam inadmissíveis e intoleráveis". Concordo com isso. As barbaridades que hoje passam por "coisas da vida" no Rio de Janeiro também me enojam e me fazem ferver o sangue.
Fico me perguntando até que ponto as autoridades assistirão a tudo o que está acontecendo como se não fosse com elas. Digo autoridades por força de hábito, claro, porque não reconheço, em nenhum dos poderosos, a definição do Aurélio para autoridade: "Aquele que tem por encargo fazer respeitar as leis". Digo autoridades, também, porque o povo, coitado, já está por aqui com a situação.
Concordando no atacado, discordo no varejo. Maria Silvia acha que estamos assistindo passivamente à deterioração acelerada da cidade mas, ao mesmo tempo, faz pouco caso de quem se mobiliza pela volta da Capivara à Lagoa. Ora, como uma das pessoas envolvidas nessa mobilização, esclareço que, vista sem preconceitos, a luta pela volta da Capivara vai um pouco além da localização geográfica de um roedor.
Estamos lutando porque o destino de um bicho que cativou tanta gente, e que deu um charme tão especial à Lagoa, foi decidido, intempestivamente, por um ou dois funcionários do zoo de Niterói, que sequer se preocuparam em saber de onde vinha aquele animal, como vivia e em que condições havia sido criado - embora não lhes faltasse disposição para convocar o Jornal Nacional a acompanhar sua viagem até a Reduc.
Estamos lutando porque esta ação, arbitrária e incompetente, nos deixou indignados.
Estamos lutando para que o estado e a prefeitura tomem providências em relação aos animais com quem dividimos a cidade, e que, no momento, estão abandonados à própria sorte.
Estamos lutando porque queremos que a comunidade seja respeitada, e porque gostaríamos que os usuários de uma região fossem ouvidos em questões pertinentes àquela região -- seja essa região a Lagoa, o Centro ou mesmo a famigerada Reduc.
Pode parecer pouco, mas é um exercício de cidadania como outro qualquer.
Ao mesmo tempo, pelo pouco que é, talvez possa produzir resultados. Se não a volta da nossa Capivara, pelo menos uma discussão a respeito do trato municipal e estadual com os animais, algo importantíssimo numa cidade cravada em plena Mata Atlântica, que recebe, com freqüência, baleias e pingüins desnorteados.
Estou inteiramente de acordo com Maria Silvia quando ela diz que precisamos sair da apatia e reagir -- mas, se a mobilização pela Capivara não vale, eu gostaria muito que ela me dissesse o que fazer, e como.
Estou inteiramente de acordo, também, com a sua idéia de que o Rio precisa ser uma Cidade-Estado -- mas, novamente, gostaria muito de saber o que propõe como ponto de partida para isso, e o que é que o cidadão -- este, que acusa de estar assistindo passivamente à destruição da cidade -- pode fazer em relação ao assunto.
* * *
A verdade é que o carioca está mais abandonado na sua cidade do que a Capivara na Reduc. Os governadores acasalados odeiam o Rio, o prefeito só pensa em ser presidente e o presidente, que detesta a cidade e não suporta os governadores, não está nem aí para nós. No máximo se preocupa em saber se os turistas estão sendo bem tratados, e olhe lá.* * *
Há mais ou menos um mês eu estava conversando com amigos da Colônia de Pescadores da Lagoa, feliz com a quantidade de aves que via, quando um deles fez o alerta:-- É, os pássaros estão uma beleza, mas os peixes vão morrer novamente, logo logo.
Perguntei por quê, e ele me disse que era impossível a sua sobrevivência com a quantidade de esgoto que a Cedae estava despejando na água:
-- Fazem isso de madrugada, para ninguém ver. Abrem as comportas e vem aquele monte de porcaria, direto. De manhã tudo já se misturou e ninguém repara, mas precisa ver o cheiro que fica isso aqui às três da manhã.
Pode até ser que a mortandade desta vez seja devida ao calor, à maré baixa ou a uma conjunção infeliz dos signos do zodíaco, mas o fato é que a Cedae, que deveria estar trabalhando para despoluir a Lagoa, está fazendo justamente o contrário. Se isso não é crime ambiental, não sei o que possa ser.
O mais triste é ver este descaso quando há tanta vida por lá. Os peixinhos da foto ainda estavam bem quando os fotografei, debaixo do deck do Cantagalo, na segunda à tarde: pela sombra projetada na areia, dá para ver como nadavam no raso, procurando ar.
Tadinhos deles.
E coitados de nós.
(O Globo, Segundo Caderno, 27.1.2005)
O horror
Não me lembro de quando chorei vendo televisão; nem sei se já chorei vendo televisão. Talvez nunca -- não choro à toa e quase não vejo televisão.Mas acabo de ver a reportagem da BBC sobre Aceh, um mês depois da tsunami, e não houve valentia que me segurasse as lágrimas.
Nunca vi devastação em tal escala.
Nunca vi desconsolo igual.
Há um ligeiro progresso: o hospital está limpo e tem condições de atender aos que o procuram, e as estradas começam a ficar novamente transitáveis -- mas para onde?
Não há mais nada em lugar algum.
As equipes de resgate continuam trabalhando nas ruínas das ruínas. Passado um mês da catástrofe, elas retiram dos escombros cerca de mil corpos todo santo dia.
Quantos dias ainda pode durar esta missão, ninguém sabe.
Não há palvras para descrever tanta tristeza.
26.1.05
Atenção: este texto foi publicado na segunda-feira. A SPFW já acabaou!
SPFW: o show do Muti
A instalação mais bonita e impressionante dos últimos tempos fica em cartaz até amanhã, na Bienal, em São Paulo. Ela é a embalagem de luxo que Muti Randolph criou para a Fashion Week, dando ao prédio uma nova e singular arquitetura, e ao visitante a sensação de que mergulhou, de corpo inteiro, num mundo mágico de imagens e tecnologia.
Em todas as áreas de circulação, projeções diferentes se alternam, mostrando ora os desfiles, ora os trabalhos da exposição paralela "Olhares brasileiros", ora criações tridimensionais do próprio Muti, ora cenas da cidade de São Paulo, captadas e transmitidas em tempo real.
Algumas chegam a ter mais de 50 metros de largura, mas a gente só percebe isso quando, andando ao longo dos corredores, subitamente dá-se conta de que nunca viu nada igual.
Na verdade, o cenário é mais do que deslumbrante; é milagroso, mesmo. O fato de que tudo aquilo esteja não só tão bem integrado como funcionando tão bem é de tirar o fôlego. Dá vontade de nunca mais sair do prédio e de ficar lá, viajando nas imagens e na sua interação com o edifício e com as pessoas (como eu tive a sorte de ficar, por algumas horas, na quinta passada); dá vontade de aplaudir de pé ou, no mínimo!, de deixar uma mensagem cheia de entusiasmo em algum lugar.
Pois a minha fica aqui: achei o máximo!
* * *
Além do show de tecnologia envolvente do Muti, há outras atrações hi-tech na Fashion Week. No lounge da Motorola, onde se pode ver o Moto Razr, mais lindo e fininho dos celulares, há versões especiais de Alexandre Herchcovitch e de Fause Haten para alguns modelos de telefones, que estarão à venda nas lojas dos estilistas em edições limitadas.E, escondidinho no lounge da FedEx, onde, por acaso, fui ver uns modelos de embalagens especiais para objetos sensíveis, estava uma máquina maravilhosa: o Atigo T, um computador "usável" da Xybernaut.
Crossover de notebook e PDA, ele é um tablet com uma alça plástica que se pode prender ao braço, deixando as mãos livres para outros trabalhos. É um modelo muito usado pelo pessoal da FedEx, por agentes de seguradoras e gente que, de modo geral, precisa de máquinas leves, resistentes e práticas.
Não entendi muito bem o que estava fazendo na Fashion Week, onde parece que vai participar de um desfile, mas gostei de encontrá-lo. É levinho, tem uma tela de 8.4" clara e legível, roda Windows XP num Transmeta Crusoe TM5800 de 1GHz, tem duas saídas USB, slot para Compact Flash e PC Card e, aparentemente, mil e uma utilidades.
Para ver fotos e todos os detalhes técnicos, vá a atigo.not long.com: a maquininha merece a visita.
* * *
Picasa2: tudo de bom!A grande notícia da semana, porém, é que saiu a versão 2.0 do Picasa. O programa, que já era o meu gerenciador de imagens favorito na primeira versão, está ainda melhor e mais poderoso.
A interface está mais ágil e limpa, e dá acesso imediato a um set de ferramentas básicas de edição que, na verdade, supre as necessidades da maioria dos usuários de imagens digitais.
Além delas, há botões para impressão, queima de CDs, envio direto de fotos para blogs, envio por email ou pelo Hello, sistema de mensagem instantânea do Google que permite troca de imagens.
As favoritas podem ser marcadas com uma estrela e reunidas numa busca muito rápida. O melhor é que, com tudo isso, o preço continua o mesmo: grátis! Em www.picasa.com.
(O Globo, Info etc., 24.1.2005)
25.1.05
Coitados desses filhotes! Estavam fugindo das águas mais fundas na Lagoa, hoje, para escapar da mortandade de peixes causada pela poluição. O papo de calor que estão tentando vender para a população é mentira. Há mais de um mês a Cedae vem abrindo as comportas de esgoto na madrugada, para ninguém perceber; os pescadores me cantaram essa pedra no Natal e avisaram: os peixes vão morrer. Não deu outra... :-(
24.1.05
Deu no The Boston Globe
Há tempos, mais exatamente desde que a Capivara apareceu, eu me perguntava por onde andavam os correspondentes estrangeiros que não viam que grande matéria estava dando sopa na Lagoa.Ali estavam vários ingredientes para uma excelente reportagem dominical: um mistério, um exótico bicho silvestre em plena área urbana e um lindo exemplo de respeito à natureza numa cidade que, bem ou mal, freqüenta o imaginário do mundo.
Se o monstro do Lago Ness, que nem existe, e fica naquele fim de mundo, já deu tanto o que falar...!
Pois enquanto o New York Times se preocupava com besteira, o Boston Globe fez a coisa certa: correu atrás e, ontem, publicou uma ótima matéria sobre a Capivara, assinada pelo correspondente Paulo Prada -- que, apesar do nome, é americano.
O material já está devidamente clipado e arquivado em The Capybara Page, site inteiramente dedicado às capivaras, e referência mundial no assunto.
O pessoal do Novo Itamaraty, mais uma vez, nem precisa se dar ao trabalho de ir até lá.
O Duda Mendonça do futebol
Estou chocada com a entrevista do Maradona!É tudo tão revoltante: a falta de espírito esportivo, a falta de caráter, a falta de escrúpulos, a falta de um mínimo de decência que acenda uma luzinha vermelha lá num canto qualquer daquela cabeça doente e avise, "Olha, isso é uma indignidade, isso não se faz!"
Não se faz, não se conta, não se acha engraçado.
E aquelas outras pessoas todas achando aquilo hilariante.
No mínimo, no mínimo, a Argentina tinha que ser suspensa da próxima Copa.
23.1.05
Vivendo e aprendendo
Descobri lá no Flickr o jeito mais complicado de multiplicar números. Usam-se os dedos como referências.Qualquer calculadora resolve a questão em dois tempos; o pessoal das antigas, que ainda aprendeu tabuada, sabe de cor.
Mas o curioso é que funciona, e é muito interessante como idéia.
Eu só queria saber quem inventa essas coisas...
Ah, sim: o pessoal do Novo Itamaraty não precisa nem se dar ao trabalho de clicar. Está em inglês e não estou com nenhuma disposição para traduzir.
Ontem, é claro, foi dia de brincar com a câmera nova. Ela é muito fácil de usar, mas, como toda máquina, tem macetinhos que a gente só aprende com prática. O zoom continua sendo o que eu mais estou gostando: este vizinho estava na calçada, lá embaixo (moro no quinto andar!). Há mais fotos no imagens.
21.1.05
Caos, ou: lar, doce lar
Estou dormindo no escritório, num colchonete.O meu quarto está sendo pintado.
As minhas coisas estão todas embaralhadas, cobertas com panos e plásticos, escondidas pelos cantos, sumidas.
Há uma camada de poeira insidiosa pela casa inteira.
O cheiro de tinta está insuportável.
Os gatos estão histéricos.
O desktop pifou e não entra no ar nem por decreto.
Estou cansada demais para tentar matar a charada, mas acho que ele também está se ressentindo das obras.
O notebook vai bem obrigado e me permite trabalhar um pouco, mas o wi-fi foi pro espaço junto com o desktop.
Para que é que eu fui mexer com este bendito quarto?!
Se arrependimento matasse...
Família globalizada: não bom
Ter filho morando longe é muito complicado!No dia a dia a gente até consegue empurrar a distância prum cantinho afastado do cérebro e vai tocando a vida, falando pelo telefone, mandando uns emails pra cá e pra lá; mas, quando a gente se vê, a saudade, ao contrário de diminuir, aumenta muito.
Na segunda, o Paulinho, que mora em Austin, chegou ao Brasil em viagem de negócios. Foi direto para São Paulo. Na quarta à noite fui me encontrar com ele que, na quinta de manhã, voou pra Brasília. De lá, hoje mesmo, volta para os Estados Unidos.
Adorei ver o meu bípede gringo, e fiquei muito orgulhosa do software que ele desenvolveu com os colegas -- mas agora estou morrendo de saudade, sentindo toda a falta que ele me faz.
Vejo as fotos dos miudinhos, e me dá muita tristeza não ter uma relação próxima e real com os meus netinhos -- que, objetivamente, mal conheço.
O pior é que, com o cretino do Bush no poder, os Estados Unidos ficaram longe demais, em todos os sentidos.
* grande, grande suspiro *
20.1.05
Sampa na linha
Catamilho essas mal tecladas da sala de imprensa da Fashion Week, em São Paulo.Ontem à noite me encontrei com o Paulinho, que veio ao Brasil num pé e volta no outro, e que trouxe uma Panasonic Lumix FZ20 para a pobre e velha mãe doente; hoje resolvi aproveitar o feriado para ver as modas por aqui e, sobretudo, estrear a câmera -- que é, mesmo, tudo de bom.
Daqui a pouco volto pra casa.
Alguém quer comprar uma Kodak DX6490?
Nerds e fashionistas: tudo a ver!
Houve um tempo, entre os anos 80 e 90, em que Las Vegas era, com todo o respeito, ateologicamente (!), muito parecida com Meca. Durante uma semana, gente dos quatro cantos da Terra se dirigia para lá, enfrentando toda a sorte de percalços, formando uma multidão suarenta e compacta, que andava horas a fio, em filas intermináveis, em busca do mesmo objetivo.
A diferença é que Meca, sagrada, recebe os peregrinos muçulmanos do hajj, ao passo que Las Vegas, profana, recebia os nerds da Comdex -- uma feira de informática de proporções épicas, cuja importância é quase impossível explicar no mundo universalmente conectado de hoje. Ir ou não ir a Las Vegas era o divisor de águas entre as pessoas que estavam por dentro e as que não estavam; as que tinham alguma noção dos rumos do planeta e as que dependiam de relatos terceirizados para projetar seu futuro.
Resultado: quem pretendesse ser alguém no mundo da informática, ou seja, o mundo todo, ia obrigatoriamente a Las Vegas, cumprir o rito anual -- ajoelhar-se nos estandes de novidades, benzer-se diante dos Gates da vida e, naturalmente, ir a algumas festas.
Nos estandes viam-se protótipos de equipamentos sagrados e programas que ainda não eram sacralizados. Era assim, duvidem o que quiserem os ímpios. Nas conferências, os cardeais expunham seus novos evangelhos e ditavam princípios, que, hoje vemos, transformaram o mundo. Logo depois, nas festas, ficávamos todos de pé, cansados demais para mudar de lugar ou de posição, bebendo cerveja em copos de plástico, mas ainda discutindo sem cessar os novos mandamentos.
Eu, que não bebo, perdia de cara a metade da farra; mas isso não tinha nenhuma importância, já que a verdadeira diversão da Comdex era a caça aos brindes.
* * *
Não havia expositor, por pequeno que fosse, que não distribuísse bobagens aos participantes. Chaveiros, bonequinhos, canetas, canivetes, bolas, chaves de fenda, frisbees: havia de tudo no alegre festival das quinquilharias. Os mais fáceis, em geral bonés, eram freqüentemente atirados sobre os passantes; mas aí, claro, perdiam a graça. Como sói acontecer, todos queriam os difíceis.Houve um ano em que o troféu dos troféus era a camiseta da campanha de um processador de texto. Para obtê-la, era preciso assistir à demonstração do software, que durava 15 minutos, e depois responder a algumas perguntas feitas pelos apresentadores. Ganhava-se no grito, literalmente.
Pois o grandalhão ao meu lado tanto fez e berrou que conseguiu uma delas, que saiu agitando em triunfo pelos corredores. Era Philippe Kahn, fundador e CEO da Borland, dono de uma das mentes mais brilhantes da indústria e de vários milhões de dólares, naquele momento mais invejado por ter descolado uma camiseta de dois tostões do que por ter revolucionado o mercado.
* * *
Me lembrei muito desta cena durante a Fashion Rio. Apesar de ser o oposto exato de uma feira de computador, nela também um dos grandes baratos é correr atrás das sacolas, bolsinhas, nécessaires e outras bugigangas distribuídas nos estandes, digo, lounges . A única coisa que muda é a natureza dos brindes: os indefectíveis bonés e chaves de fenda da Comdex, evento essencialmente masculino, dão lugar -- para minha indizível felicidade e imenso alívio: enfim, coisas fofas! -- às pulseirinhas e echarpes da feminíssima Fashion Rio.No mais, nerds e fashionistas comportam-se exatamente da mesma forma, e têm a mesmíssima disposição para enfrentar as filas e tumultos que levam aos troféus mais disputados. O fato de já terem (termos!) incontáveis itens iguaizinhos em casa é detalhe à toa, de somenos importância.
Dignidade, o que é isso mesmo?
Perdão: não é indignidade. É volta à infância. À pessoal e à coletiva. Pois a verdade é que o tempo todo fingimos que somos altaneiros caras-pálidas, enquanto continuamos peles-vermelhas, dançando e cantando o primitivo. Não resistimos a espelhinhos e miçangas. Queremos apito.
* * *
A discussão sobre o gênero da palavra tsunami rendeu tantas mensagens que, a rigor, podíamos começar tudo de novo, desta vez discutindo se, uma vez aportuguesada, tsunami leva ou não circunflexo. De acordo com o Caldas Aulete, que injustamente esqueci de mencionar, leva; e é substantivo masculino.Graças à leitora Suely Furokawa, no entanto, descobri o porquê desta preferência aparentemente incompreensível dos dicionários:
"Os substantivos são neutros em japonês, porém levam artigo masculino. Agora vocês podem entender por que japonês faz a maior confusão com artigos, aqui no Brasil!"
(O Globo, Segundo Caderno, 19.1.2005)
19.1.05
Iuhuuuuuuuuuuuu!!!
Estou BESTA com o novo Picasa! É muito, muito, MUITO bom; preenche uns 90% das minhas necessidades gráficas e, provavelmente, 100% das necessidades de 90% das pessoas.Os meus 10% ficam por conta de pequenos detalhes em que o Photoshop ainda é imbatível.
Só para brincar um pouco, peguei umas fotos a esmo e editei com ele. Endireitei, cortei, corrigi luz e tonalidade.
Uma sopa.
Criei um blog separado para essas fotos, porque ele tem uma ferramenta de postagem direta simplíssima de usar. A quem interessar, está aqui; mas, antes de ir até lá, baixem o Picasa.
Continua grátis, por um desses mistérios insondáveis da web.
Suponho que esperam que as pessoas encomendem cópias, mas mesmo assim é esmola demais.
Valeu a dica, Camilo, muito obrigada!
...
Às 14 horas de hoje, o Museu dos Rios Brasileiros, conhecido popularmente pela designação de a Casa dos Vidros de Água, localizado no que antigamente foi o Largo do Arouche, recebeu uma afluência fora do comum. De repente, para espanto dos vigilantes, centenas de pessoas começaram a entrar e a se espalhar. Aparentemente, queriam apenas olhar os milhares de litros que continham as águas dos rios, riachos, ribeirões, nascentes, lagos, lagoas, fontes e olhos d'água de todo o Brasil.
A Casa dos Vidros de Água foi o mais completo e admirado museu hidrográfico do mundo, apreciado 'por especialistas do universo inteiro que ali sempre fizeram suas pesquisas hídricas. Organizado na década de oitenta por cientistas da Universidade de São Paulo, do Rio Grande do Sul, do Espírito Santo e da Paraíba, teve a colaboração de pesquisadores de todo o país. A cooperação popular foi grande. Levou-se doze anos para se atingir a perfeição atual.
Em dezenas de salas, cada uma abrangendo uma região, podia-se ver os litros, de colorações diferentes, além de gravuras, fotos, mapas, gráficos, legendas. A biblioteca e a filmoteca completavam o conjunto. A discoteca guardava relíquias, como o ruído das cachoeiras, principalmente da Foz do Iguaçu, o som da extinta pororoca, o murmúrio de regatos.
Quando os vigilantes se despreocuparam, relaxando a fiscalização, tudo aconteceu. Em questão de minutos. Sem que houvesse qualquer chance de impedir. As pessoas passaram a abrir os vidros e a beber a água. Bebiam e se molhavam. Saíam com as roupas ensopadas. Quando os Civiltares chegaram, minutos depois, sobrava um só vidro fechado. A maioria dos depredadores fugiu, arrebentando portas e janelas. Alguns foram presos. Suspeita-se que tenham sido aliciados por alguma organização. Sabe-se que no começo da tarde espalhou-se o boato de que a Casa dos Vidros de Água estava sem corpo de guarda. E que havia muita água estocada lá dentro.
Li isso há tanto tempo que esqueci.
Hoje, passeando pelo Pacato Cidadão, excelente blog da Deize, me reencontrei com o texto do Ignácio de Loyola Brandão, extraído de Não verás país nenhum, passado num futuro em que tudo o que resta dos rios brasileiros está no museu destruído.
É uma viagem, mas a gente que não se cuide...
Afinal, houve um tempo em que 1984 também era só ficção.
Grande lembrança, Deize!
18.1.05
"Uma onda gigantesca dirigia-se à América do Sul, a mais de 400 milhas por hora..."
"Há quase sessenta anos, Will Eisner (com assistência de Jack Spranger) fez o desenho anexo, ocupando 3/4 de página ("Tidal Wave", The Spirit no. 314, 02/06/1946, pág.6).Esta quem mandou foi o Carlos Martins.
Notar, na legenda, a velocidade que ele atribui à onda - e isso, repito, há quase sessenta anos!
Gênio é gênio."
Valeu, archivista!
17.1.05
GMail!
Pessoas, há alguns leitores do blog com convites para o GMail sobrando. Quem quer?Povo que tem convite, por favor repitam os seus nomes e emails aqui para que os que querem possam fazer contato, OK? Valeu!
Update: O GMail é o sistema de e-mail do Google, que oferece 1Gb de espaço grátis para o usuário. Isso significa que dificilmente a sua caixa postal vai estourar...
Tem uma interface limpa e agradável e funciona muito bem.
Como eles estão fazendo um crescimento controlado do sistema, só se pode abrir conta tendo um convite.
Beleza sem justa causa
Na semana passada publiquei, na coluna do Info etc., uma seleção de fotos das agências internacionais.Pelo jornal passam, diariamente, umas 2.500 imagens: em geral celebridades da hora, políticos, eventos esportivos, guerras, miséria e toda a sorte de infelicidade.
No meio deste mix habitual encontram-se, aqui e ali, momentos de beleza sem justa causa, ou seja: lindas não-notícias de um mundo que também tem o seu lado bom.
Pois achei que ver um pouco disso seria ótimo para começar a semana.
Nem me ocorreu trazer a coluna para cá: era coisa para papel impresso mesmo. O problema é que as fotos não foram publicadas na edição online do jornal, cujos leitores ficaram -- metaforicamente -- a ver navios...
Mais não notícias
Com exceção de dois leitores que escreveram indignados, irritadíssimos com as fotos bonitas, e dos leitores online, que ainda não podem vê-las (o sistema não permite a sua inclusão), a coluna da semana passada foi um sucesso: houve até quem sugerisse uma página diária com o melhor do mundo, isto é, do... globo, ora! Sou a favor, claro. Acho uma pena que os bons momentos do planeta fiquem confinados às coleções das agências internacionais e ao nosso arquivo.
Faço um repeteco do formato hoje, excepcionalmente, mas na semana que vem volto à vida digital -- antes que os leitores indignados tenham um ataque de nervos. Aos leitores online: há um link para as fotos no meu blog.
Desta vez, os instantâneos mostram, no sentido horário, pescadores em Bucareste, meninos em Dakar e em Kabul, o barquinho de pesca em Sri Lanka, um cisne em Sarajevo, a cegonha negra coroada de um zoo espanhol, um macaquinho curioso em Buenos Aires, um gatinho na Jordânia e uma família colorida e enregelada no zoológico de Berlim.
Para quem gosta de ver fotos bonitas, fica a dica: PBase, ponto de convergência de bons fotógrafos do mundo todo.
Confiram -- e participem.
(O Globo, Info etc., 17.1.2005)
16.1.05
Tsunami (Jap. / tsunâmi) sm. Geog. Onda gigantesca ou sucessão de ondas oceânicas que se deslocam em alta velocidade (podendo atingir mais de 700km/h), decorrentes de maremoto, erupções vulcânicas etc., e que têm grande poder destrutivo quando alcançam a região costeira.Do Caldas Aulete, em nova e caprichada edição da Nova Fronteira.
"Os substantivos são neutros em japonês, porém levam artigo masculino. Agora vocês podem entender porque japonês faz maior confusão com artigos, aqui no Brasil! Sugiro ser democráticos e aceitar as duas opções. Masculino quando se refere a maremoto e feminno quando é ondona."Da Suely Furukawa, aqui nos comentários.
"Se a pronúncia da palavra é com acento tônico na penúltima sílaba (na), pelo inciso XII, Regra 3.ª, do Formulário Ortográfico elaborado pela Academia Brasileira de Letras, em vigor há mais de 60 anos, "Os vocábulos paroxítonos finalizados em "i" ou "u", seguidos, ou não, de "s", marcam-se... com acento circunflexo quando nela figuram "e", "o" fechados ou "a", "e", "o" seguidos de "m" ou "n"..." Logo, se "tsunami" se pronuncia "tsunâmi", com o timbre fechado na penúltima sílaba, em que figura o "a" fechado, terminando o vocábulo em "i", seguido de "s", não resta a menor dúvida de que, em português, a grafia correta é "tsunâmi" ou "tsunâmis".Do Sonilton Campos, também nos comentários.
Assim, suponho, está tudo esclarecido!
Os dois dicionários (Houaiss + Caldas Aulete) obviamente deram a palavra por substantivo masculino por causa do gênero no Japão, conforme explicado pela Suely.
Como fica claro no verbete do Caldas Aulete, tsunâmi não é sinônimo de maremoto, mas sim fenômeno decorrente de maremoto (e "erupções vulcânicas etc." -- muito embora eu nem goste de iumaginar que misteriosos
E, naturalmente, seguindo o que está no dicionário e na cuidadosa explicação do Sonilton, confirmando desconfiança antes manifestada pelo José Luiz Fernandes, tem circunflexo no a.
Este blog fecha com o indiscutível circunflexo, mas continua discordando do gênero atribuído pelo dicionário. Em português onda, ainda que avassaladora, é substantivo feminino, assim como uma "sucessão de ondas".
Para mim faz todo o sentido importar e aportuguesar este estrangeirismo tão específico, mas não faz sentido nenhum manter o gênero que tem no Japão.
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