17.3.04






Precisar não precisa, mas...


Quando eu vi os telefonezinhos aí de cima pela primeira vez — sim, é um telefone, não uma câmera digital — pensei imediatamente: “Caramba, que lindo! Quero um desses!” Um pouco antes, passando pela mesa do Tom Leão, vi o novo brinquedinho dele: um Panasonic SV-AV30 AV, gadget miudinho que faz vídeo, foto, toca MP3, passa clipes, beija na boca e faz amor. Um sonho! Como sobrevivemos tanto tempo sem algo assim?

O Marcelo Balbio adora a sua câmera/chaveirinho USB da Philips; já o Xexéo está muito impressionado com a convergência, que está dando a todos os gadgets mil e uma funções com que a gente sequer sonharia há meia dúzia de anos. Graças a ela, aliás, hoje mesmo vou me encontrar com um telefone celular em que dá para assistir à CNN.

Será que nós precisamos mesmo dessas coisas? Meninas precisam mesmo de tantas Barbies? Meninos precisam mesmo de tantos games? As necessidades básicas do ser humano passam ao largo da maior parte do que consumimos; mas nem só de necessidades básicas vive a privilegiada parcela da população mundial para a qual a indústria sonha, noite e dia, novos brinquedinhos.

No mês passado, aliás, o Global Consumer Advisory Board divulgou os resultados de uma pesquisa chamada “Uma teoria da relevância para a adoção de produtos de tecnologia”. Ela define quais são os atributos que tornam um produto de tecnologia relevante o suficiente para convencer o consumidor a comprá-lo. Apoiado em seis atributos identificados em pesquisas anteriores, a pesquisa investiga como esses aspectos se complementam para motivar a adoção do produto: eles são “familiaridade”, “importância do benefício do produto”, “poder de compra”, “conhecimento de onde comprar”, “percepção de facilidade de instalação” e “percepção de facilidade de uso”.

Ao contrário do que muita gente poderia pensar, mas ao encontro do que intui todo amante de gadgets, preço não é tudo...

É um celular? É uma câmera? É um PDA?

Resposta: é tudo ao mesmo tempo! O fato é que têm saído das pranchetas do designers da Sony-Ericsson alguns dos aparelhinhos mais cobiçáveis dos últimos tempos. Dois bons exemplos: o K700 e o S700i (nas fotos acima). Eles são celulares que, não por acaso, têm tudo a ver com o design das Cybershots da Sony, em que foram inspirados. Ambos são GSM, e atendem por “camera phones” na empresa.

O K700, mais simples, trabalha em VGA (640 x 480), grava videoclipes, tem Bluetooth e infravermelho, 32Mb de memória interna (suficientes para armazenar mais de 400 fotos) e, coisa linda! rádio FM. Já a câmera do S700i, que é compatível com Memory Stick Duo de até 128Mb, é recordista da modalidade, com 1,3 megapixel de resolução. Ela divide o seu “espaço” com um perfeito PDA, que aparece quando se trabalha com o aparelho na vertical, e com o telefone, cujas teclas se escondem por baixo da tela deslizante.

Então: a gente não precisa urgentemente deles? O K700 já está chegando ao mercado, embora ainda não tenha preço definido; o seu irmão mais parrudo só estará disponível lá para o fim do ano. Estou contando os dias...


(O Globo, Info etc., 15.3.2004)

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