19.2.11

Fotolog em miniatura




Em outubro do ano passado, foi lançado um pequeno aplicativo fotográfico para o iPhone, o Instagram. Parecia ser apenas mais um entre uma espécie particularmente fértil nos jardins da Apple, a dos filtros que dão um trato às fotos precárias do aparelho. Como o Camera Bag, para ficar num só exemplo, ele também traz um conjunto de filtros capazes de dar um ar retrô e interessante ao produto chinfrim das câmeras que equipavam os iPhones até sua última versão, a 4, de cujos 5 Megapixels ninguém pode se queixar.

Mas o Instagram é muito mais do que um pacote de filtros. Na verdade, eles são só o detalhe por trás do qual se esconde uma ferramenta de compartilhamento e uma vibrante comunidade de fotógrafos: em dezembro o Instagram já havia sido baixado por um milhão de usuários e, agora, está perto de chegar aos dois milhões.

O segredo é a simplicidade da coisa. Tira-se uma foto com o Instagram, ou pega-se uma das que já estão armazenadas no iPhone; escolhe-se um filtro (uma das alternativas é “normal”, ou seja, a imagem segue como nasceu) e clica-se OK. No mesmo instante, ela pode ser visualizada no iPhone de quem quer que tenha o programa instalado e seja seguidor de quem a enviou. Com a mesma velocidade, o Instagram pode subir fotos para Twitter, Facebook, Flickr, Posterous, Tumblr e Foursquare. Quem quiser pode adicionar tags às imagens, o que facilitará a sua integração a grupos semelhantes; por exemplo, #gatos, #Rio de Janeiro, #carnaval.

Uma vez no ar, as fotos podem ser curtidas pelos usuários do sistema e receber comentários. No painel do Instagram podem-se ver as mais populares (um bom meio para descobrir outros fotógrafos e passar a segui-los) e checar a quantas anda a nossa própria produção no gosto dos colegas.

O sistema lembra o antigo Fotolog, primeira comunidade de compartilhamento de fotos a fazer sucesso na internet. Ainda tem o que crescer e o que melhorar, mas isso fatalmente acabará acontecendo, já que os desenvolvedores receberam um bom aporte financeiro para, entre outras coisas, desenvolver uma versão Android.

O Instagram é gratuito e assim pretende permanecer. É possível que, no futuro, passe a cobrar por novos pacotes de filtros, por exemplo, ou algum tipo de funcionalidade extra – uma forma simpática e democrática de, perdão pela palavra, “monetização”.

Se você tem um iPhone e ainda não usa o Instagram, não perca mais tempo. Vá à Appstore, baixe o bichinho e entre na onda mais divertida do seu aparelho.

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Por falar em iPhone: com o carnaval aí na esquina, surgem as apps da temporada. O Pocket Samba, gratuito, traz três instrumentos fundamentais para um bom batuque: caixinha de fósforos, agogô e garrafa de cerveja. Os dois primeiros usam-se batendo dedo, sendo que a caixinha de fósforos também pode ser sacudida, e a garrafa de cerveja tem que ser soprada no microfone, como a nossa velha conhecida Ocarina. Muito legal! Um conjunto de três iPhones bem harmonizados certamente há de produzir um barulhinho bom.

Outra  app, também gratuita, é o Samba Matchbox, caixinha de fósforos com três batidas diferentes e, de quebra, a gravação do samba enredo da Mangueira. O patrocínio é da Unimed.

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Pegou absurdamente mal entre os usuários da Nokia a parceria com a Microsoft. Segundo os analistas mais desapaixonados, a união pode servir para conquistar uma fatia do mercado americano, viciado em Windows; acontece que a base mais fiel da Nokia não está nos Estados Unidos, e sim na Europa, onde a Microsoft é detestada. O Symbian já estava defasado, é verdade, e não sei até que ponto o MeeGo -- sistema que vinha sendo desenvolvido em parceria com a Intel -- poderia salvar a situação, mas a lógica teria sido fechar com Android, um sistema bom, aberto, que cresce a olhos vistos. Para quem argumenta que os europeus são fracos em apps, a mina de ouro dos smartphones, tenho apenas duas palavras: Angry Birds. Os passarinhos furiosos, que foram a sensação de 2010, são tão finlandeses quanto é a Nokia. Ou, melhor dizendo, quanto era a Nokia.


(O Globo, Economia, 19.2.2011)

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