Pessoas queridas, muito obrigada pela força!
Ser detida por esses biltres foi uma experiência MUITO ESTRESSANTE sob todos os aspectos -- fui levada para um tal Orange Level, só para vocês saberem com que pessoa de alta periculosidade estão lidando -- não me deixavam usar nem o notebook nem os celulares, e eu obedeci muito, mas muito, muito muito p*&$#uta da vida, porque manda quem pode, obedece quem tem juízo e, sinceramente, entre o assaltante do Rio e esses burocratas menores de arma na cintura, sou mais o assaltante.
Dessa vez, nem o meu mantra invencível, "Vai dar uma ótima crônica!", funcionou.
Não havia nada errado nem com o passaporte, nem com o visto, muito menos comigo -- eu não estava usando touca ninja, burca ou uniforme de homem bomba. Assim como tiraram, devolveram ("just checking"), mas tendo o cuidado de cronometrar a ação para que eu perdesse duas boas conexões para San Francisco.
Fiz anotações sobre o tal Orange Level, depois transcrevo.
Na vinda para cá, fiz uma cabana com o cobertor, na poltrona, e fiquei escondida, ouvindo Haydn e Schubert no N95, sempre um bom antídoto.
Gosto muito de São Francisco e o hotel é ótimo, ancora bene; amanhã vou conhecer o laboratório de pesquisa da Nokia, em Palo Alto. Como vocês vêem, havia uma razão importante na ponta do perrengue.
Agora vou dormir: num quarto lindo, com edredon de pluma de ganso húngaro, lençol egípcio de 600 fios, toiletries da l'Occitane e todos os confortos da civilização. Enquanto isso, os boçais que me prenderam estão dormindo no tipo de tugúrio onde se abriga essa espécie.
Que se f%$#@&odam.
Living well -- e no Brasil -- is the best revenge.
(É, ainda estou com muita raiva sim. Uma situação dessas não dá para levar na esportiva sob nenhum aspecto; estados totalitários são sempre monstruosos.)
Boa noite e, mais uma vez, obrigada pela companhia!
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