Tenho a maior admiração por este leitor desconhecido, que escreve tão bem, que consegue ser tão objetivo e racional, e que, ao contrário desta vossa escriba, não deixa a emoção atrapalhar o claro fio do seu pensamento:
"O Brasil é como aquele tio alcóolatra que você tem na família. No início, quando ele começou a beber, você ficava triste. Quando ele foi para a clínica de recuperação, você se encheu de esperanças. Até ele sair da clínica, melhorar um pouquinho, recuperar a auto-estima, sentir saudade da bebida e voltar a beber... Ao longo de muitos anos, o ciclo se repetiu: fases de bebedeira e de recuperação, a vida toda gasta nesse esforço inútil .
O álcool do brasileiro é a crença no poder do Estado contra a autonomia dos indivíduos; é a crença na possibilidade de se dar bem na vida sem esforço; é a crença de que todos os pecados serão perdoados e todos os crimes prescritos; é a crença de que nossos problemas estão fora daqui, no tempo e no espaço, nos EUA, na Europa, nos colonizadores portugueses. O problema nunca é o Brasil aqui e agora.
Quem votou no Alckmin como eu, não deve ficar triste porque Lula vai vencer, mas deve olhar para o Brasil como para aquele tio alcóolatra. Com o olhar de quem já viu essa história se repetir inúmeras vezes, sempre com final ruim. O Brasil voltou a beber."
Nenhum comentário:
Postar um comentário