20.7.03





Esta é especial para um amigo querido que pediu mais fotos antigas: eu com papai e mamãe, em 1969, na sala do nosso apartamento da Rua Décio Vilares 168. O prédio não existe mais. Com as obras de duplicação do Túnel Velho, teve um problema nas fundações, passou anos adernando e, no fim, a prefeitura nos obrigou a sair de lá -- preocupada, imagino, que se repetisse o que aconteceu com o edifício São Luiz, em frente à praça, que ruiu.

Nos últimos tempos, a diferença entre a frente e os fundos era tão acentuada que se a gente soltasse uma bolinha de gude na sala ela ia sozinha até um dos quartos. As estantes tinham que ser reaprumadas regularmente, para que os livros não caíssem -- mas a essa altura, os da foto já estavam todos a salvo em Friburgo, na biblioteca (ou "brilhoteca", como dizia... oops, seria a Bia ou o Paulinho? acho que foi a Bia... um se saiu com isso, o outro com "ar-condicionário") do papai, e eu tinha tomado posse do bateau ivre.

Da janela da sala eu podia dar tchauzinho pro Xexéo, que morava (e ainda mora) do outro lado da rua. Às vezes íamos ou voltávamos juntos do Jornal do Brasil, e no Ano Novo íamos juntos pra praia.

Foi em parte inspirado nesse esquisitíssimo fenômeno geológico-arquitetônico que o Millôr escreveu a peça "Duas Tábuas e uma Paixão", em (se não me engano; o livro está entre os "raptados"da Bia, que já foi dormir e assim não posso conferir agora) 1983.

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