30.1.09
A TIM está uma tragédia!
Entre ontem e hoje mandei uma penca de fotos pra cá. Chegaram? Pois; no entanto, o celular lhes dá status de enviadas.
Daqui a três dias vão entrar, em quatro vias cada.
Só pode ser vingança italiana contra a indizível decisão do Tarso Genro de dar guarida ao assassino Battisti.
Ah, falei.
E o pior é que eu nem estava querendo tocar nesse assunto, que me faz ferver o sangue e que me mata de vergonha, como brasileira.
Daqui a três dias vão entrar, em quatro vias cada.
Só pode ser vingança italiana contra a indizível decisão do Tarso Genro de dar guarida ao assassino Battisti.
Ah, falei.
E o pior é que eu nem estava querendo tocar nesse assunto, que me faz ferver o sangue e que me mata de vergonha, como brasileira.
ARGHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!
29.1.09
A edição especial de "o rei e o saltimbanco"
Pelos caminhos do mundo
Na semana passada, falei de Bollywood, uma das minhas taras cinematográficas secretas – isto é, secreta até então, porque agora todo mundo sabe. Mas tenho outras. Volta e meia passo noites e noites na internet, caçando DVDs exóticos -- menos na acepção de esquisitos ou bizarros do que na de estrangeiros, distantes de onde se habita. Às vezes, os dois sentidos se sobrepõem, e de repente me vejo diante de um filme cabeça de kung-fu malaio com legendas em japonês simplificado – mas, felizmente, isso é raro. De modo geral, pode-se confiar na descrição dos fornecedores. Agora mesmo, por exemplo, recebi o islandês “Nói” numa edição tailandesa baratinha, com legendas em chinês e inglês, despachada via Hong Kong. Depois eu conto que tal essa celebração da globalização a domicílio.
(Como é que eu entendo os menus? Não entendo, é claro! Mudo linguagem e subtítulos a partir do controle remoto, onde essas funções têm teclas específicas. Funciona assim no mundo todo, menos, aparentemente, nos Estados Unidos. Basta um passeio rápido pelos fóruns para ver que a maior causa de devolução de DVDs estrangeiros pelos americanos, pouco familiarizados com legendas, é que se enrolam quando saem da zona de conforto “play”, “pause” e “stop”. Um vendedor russo de quem comprei uns filmes vietnamitas até se deu ao trabalho de produzir uma pequena bula de tradução de menus – muito mais complicada, diga-se, do que os atalhos do controle remoto.)
Essas vias tortuosas de compra tem lá seus motivos, o principal sendo que a minha curiosidade é inversamente proporcional à minha conta bancária. Eu poderia ter encomendado “Nói” na amazon.com ou na fnac.fr – mas aí, entre filme, postagem e taxa de importação, acabaria pagando uma pequena fortuna. Nos países asiáticos, com exceção de Coréia e Japão, DVDs de toda origem saem a preços bem razoáveis, frequentemente mais baratos, com postagem e tudo, do que pagariamos aqui. Além disso, me divirto com a busca, altamente instrutiva, que me leva a trocar idéias e filmes com gente do mundo inteiro.
Nos fóruns de maníacos por DVDs, aliás, o Brasil é tido em altíssima conta, sobretudo agora, com a alta do dólar: nossas edições são boas, autênticas e muito baratas para quem vive lá fora. Era essa farra multicultural que as distribuidoras americanas queriam evitar quando dividiram o mundo nas famigeradas regiões para DVDs. No Brasil, região 4, quem não tem player aberto só pode recorrer às Américas Central e do Sul, ao México, à Nova Zelândia e à Austrália; nos Estados Unidos e Canadá funcionam apenas DVDs da região 1; e assim por diante. Em alguns países, como a Nova Zelândia acima citada, essa divisão foi declarada ilegal, por lesiva aos consumidores; mas a verdade é que em nenhum lugar está escrito que a vítima dessa divisão arbitrária é obrigada a manter seu player travadinho, do jeito que os chefões de Hollywood mandaram. O que não falta na internet é receita de liberdade audiovisual: uma busca de 0,14 segundos no Google me trouxe à tona 177.000 entradas para a expressão “destravar DVD”.
Percalço mais complicado é a velha questão dos padrões NTSC e PAL, que impede aparelhos de TV mais antigos de exibir filmes gravados num ou noutro deles. Se você quiser seguir a rota dos DVDs globalizados, certifique-se, antes de sair em campo, se a sua televisão lê os sistemas de cor PAL-M/N e NTSC. Em caso positivo, mande ver: o mundo está à sua espera!
* * *
Nisso tudo, um capítulo à parte é a cultura do DVD na Coréia do Sul. Até outro dia, eu tinha uma tremenda má vontade com os filmes coreanos, que achava violentos demais; ignorância minha, porque da virada do milênio para cá o país tem feito maravilhas em todos os gêneros. Inexplicavelmente, tirando um festival aqui ou uma sala de arte ali, este cinema competente e extraordinário não chega aos grandes circuitos de exibição mundiais.Os coreanos tem tudo: diretores para todos os gostos, do personalíssimo Kim Ki-duk, autor do deslumbrante “Primavera, verão, outono, inverno e... primavera”, que pode ser encontrado em algumas locadoras, ao festejado Park Chan-wook, de “Oldboy”, o rei da pancadaria que tanto me estressa; tem comédias românticas e dramas quase latinos, como “My sassy girl”, de Park Chan-wook, e filmes de monstro impressionantes, como “O hospedeiro”, de Joon-ho Bong; tem uma guerra civil que dividiu o país e é material para obras-primas como “A irmandade da guerra” (Taegukgi), de Je-gyu Kang; e um passado que rende épicos como “O rei e o saltimbanco”, de Jun-ik Lee, de contornos quase shakespeareanos. Tem atores fantásticos, técnicos de primeira, uma cinematografia espetacular. Para coroar, tem também os DVDs mais bem produzidos do planeta: em parte alguma se fazem edições especiais tão caprichadas quanto as coreanas, avidamente disputadas por colecionadores. Além de transcrições impecáveis, extras, comentários e making ofs, há CDs com trilha sonora, cartões postais e livrinhos, tudo nas mais lindas embalagens que se possam imaginar. Até a Criterion perde.
Depois de, em menos de 20 anos, desenvolverem uma das mais criativas e avançadas indústrias tecnológicas a partir da clonagem sistemática de aparelhos americanos e japoneses, os coreanos viraram professores: pirataria se combate com preço e qualidade.
(O Globo, Segundo Caderno, 29.1.2009)
28.1.09
Chamando todos os fotógrafos!
No blog do Errol Morris, no NYT, há um ótimo post sobre o, digamos, legado fotográfico da era Bush. Ele pediu aos editores de três agências -- Vincent Amalvy (AFP), Santiago Lyon (AP) e Jim Bourg (Reuters) -- que escolhessem e analisassem as fotos que consideram marcos do período.Muitas se sobrepõem, é óbvio -- como a clássica cena em que Bush, lendo para crianças numa escola primária, fica sabendo do atentado ao WTC -- mas, como o próprio Morris observa, apesar de aparentemente iguais, elas são bem diferentes.
Está em inglês, é meio comprido, mas vale cada minuto da leitura.
Altamente recomendado!
27.1.09
26.1.09
Keaton e a vã instabilidade da matéria
"É, Keaton, são as dualidades ontológicas do Ser, é a não-luz (ainda tem hífen?), é a insustentável leveza de Ser, que despe da vida o sentido...
Enfim, sob uma perspectiva existencialista, há que destruir a cortina, mas como?
A Keaton é adepta da filosofia nietzscheana, sabe que tudo pode decorrer da escolha entre a leveza e o peso, o comprometimento e a liberdade pura, não sentem isso no olhar profundo dela?"
Matilda, claro, quem mais havia de ser?
Adeus, xará!
Como vários de vocês já sabem pelos comentários, minha linda xará do Bosque da Barra, a Cora capivara, foi encontrada morta na terça-feira, dia 20; na sexta anterior, quando a Layla foi visitá-la, estava ótima e contente com a numerosa família.Fiquei arrasada; nunca conheci capivara mais dócil e gentil, e me lembro com muita ternura, e orgulho também, dos encontros que tivemos, em que cheirou com interesse a minha cara, e me deixou acariciar seu focinho.
Conversei muito rápido com a Layla, pelo telefone; estavamos as duas a ponto de cair no choro, e eu sou da escola antiga, que não chora em público, ainda que "em público", no caso, fosse só a minha querida amiga.
Decidi passar o dia fora de casa, em parte para me distrair, em parte para não deixar os gatos aflitos. Eles percebem perfeitamente quando estou triste, e ultimamente a Famiglia já teve motivos de tristeza de sobra.
Desde que cheguei estou ouvindo Mozart, um santo remédio.
Algo estranho está acontecendo no Bosque da Barra, onde várias capivaras tem aparecido mortas de uma hora para a outra, sem que aparentassem manifestar qualquer tipo de doença. Não acredito que tenham sido mortas por pessoas, primeiro porque o Bosque é bem policiado, e depois, porque, se assim fosse, teriam sido levadas para virar churrasco.
Layla me disse que há jararacas por lá. É uma possibilidade, mas cobras tem medo de bichos maiores do que elas, e mordem para se defender; elas preferem ficar quietas, em lugares escondidos. Não me parece provável um ninho de cobras justamente no caminho das capivaras.
Por outro lado, a vida dos bichos silvestres tem tantos mistérios...
Aqui está parte do que a Layla escreveu:
"Hoje, cheguei no bosque às oito da manhã, para ter certeza. Gostaria tanto que não fosse verdade. Chamei e logo vieram uma Corinha, uma Corita e as quatro caçulinhas (pois uma partiu também); eram cinco, lembram? Vieram correndo ao meu encontro, mas a maior era a Corinha, e não a Cora, e ela assumiu o papel da mãe cuidando das irmãzinhas menores.
Estava com um machucado (parece um corte) grande no lombo e com bicheira. Coloquei um comprimido de capstar na banana e ela comeu na minha mão. Acho que vai acabar se chegando como a mãe dela. Uma das bebezinhas mamou nela. Não sei se ela foi estimulada a produzir leite, ou se a pequena estava só mamando sem conseguir nada, mas fotografei isso.
Vou continuar dando atenção às filhas da Cora-capi como sempre cuidei dela. Também consegui jogar povidine no machucado dela (felizmente acertei a pontaria, pois dei o jato de longe e foi direto dentro do corte). Espero que quando eu for lá na terça-feira, este ferimento esteja secando...
Não sei mais o que dizer... só agradeço a Deus a oportunidade de ter conseguido esta amizade tão bonita com a Cora-capi... e a continuidade com suas crias. Terei imensa saudade dela sempre."
Há muitas e muitas fotos da Cora e de sua família, uma mais linda que a outra, no Flickr da Layla.
Terabytes de bolso
Todos nós temos algumas empresas de estimação, digamos assim, que gostamos de acompanhar. Uma das minhas favoritas é, estranhamente, a EMC. Digo estranhamente porque poucas empresas poderiam ter perfil mais corporativo do que a gigante dos sistemas de armazenamento de dados, e o mundo corporativo está longe de ser atraente para quem, como eu, curte gadgets e ferramentas para usuários finais; por outro lado, poucas coisas são mais emocionantes no mundo da tecnologia do que a armazenagem de dados, sem a qual nada do que estamos vivendo hoje seria possível. Para mim, pois, sempre foi motivo de frustração ver a EMC tão longe da temática do velho Info etc.; mas isso mudou em junho passado, quando ela comprou a Iomega, fabricante de discos externos.Essa compra fez muito sentido. Antigamente, a maior massa de dados era produzida por pessoas jurídicas; hoje, com a quantidade de fotos digitais, filmes, arquivos de música e outros devoradores de megabytes, ninguém produz nem armazena tantos dados quanto os usuários finais, responsáveis por estonteantes 70% do volume total do planeta. É para eles, pois, que a EMC volta as suas atenções.
Na última terça-feira, Joel Schwartz, vice-presidente mundial da EMC, encontrou-se com a imprensa, em São Paulo, para falar sobre algumas mudanças de estratégia no Brasil, que ainda não é um grande consumidor de discos externos. A questão é menos cultural do que logística e financeira. Schwartz a atribui aos preços, quatro vezes mais caros do que nos Estados Unidos, em parte por causa de uma cadeia de distribuição ineficiente. É aí que a EMC pretende mexer uns pauzinhos, eventualmente fabricando alguma coisa Iomega aqui, mas, sobretudo, fazendo acordos diretos com as grandes redes de varejo. Com isso, os preços devem cair entre 25% e 45% nos próximos três, quatro meses.
Conversando com o simpático vice-presidente na hora do almoço, descobri alguns fatos interessantes:
-- Você conhece a Lei de Moore, não conhece? – perguntou ele, referindo-se ao axioma de Gordon Moore, segundo o qual o poder de processamento dos chips dobraria a cada dois anos. – Ela se aplica, em certa proporção, ao mundo da armazenagem de dados, onde a cada ano se produzem 60% a mais de dados, armazenados a um custo 35% menor. Isso tem sido uma constante na indústria. O resultado é que, hoje, prevemos que, em cinco anos, uma residência média terá cerca de 10 Terabytes armazenados. Isso é mais do que os maiores bancos tinham há cinco anos!
(O Globo, Revista Digital, 26.1.2009)
Subi um álbum com fotos de alguns modelos dos drives Iomega; está AQUI.
25.1.09
24.1.09
23.1.09
Pessoas, acabei me rendendo finalmente ao Facebook, que por enquanto me parece bem mais interessante do que o Orkut, e estou testando alguns dos seus features.
Quem já estiver no Facebook pode, segundo entendi, acompanhar o blog por lá; não sei ainda como funciona isso, se é que funciona. Por isso, peço ajuda a quem já faz parte da comunidade: vocês me ajudam a testar a coisa?
É só clicar em "Venha para a rede!" no quadradinho abaixo, e em "Follow" na próxima janela.
Antecipadamente agradeço.
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22.1.09
Uma Cora na Índia
Tenho uma xará blogueira em Mumbai, que conta, com muita graça e muitas fotos, as aventuras do seu dia-a-dia. Confiram!
Que máximo, né?
O outro caminho para as Índias
De todos os países que não conheço, a Índia é, disparado, o que mais me fascina; há anos faço planos mirabolantes, traço roteiros e imagino por onde começar e terminar a viagem dos meus sonhos. Da parede em frente à escrivaninha um enorme Ganesh em cores estrepitosas, cercado de flores e pontilhado de lantejoulas douradas, faz as honras do escritório, dando a falsa sensação de que o mundo é pequeno e cabe no bolso. “Não no seu, Cora Rónai!”, chia o talão de cheques de dentro da gaveta. Como o Ganesh é gentil e silencioso, e o talão de cheques é dado a violentos ataques de nervos que precisam ser apaziguados, os planos acabam adiados, e a Índia continua onde sempre esteve: no mundo dos sonhos.
“A miséria é assustadora”, alerta um amigo mais viajado. “O trânsito é incompreensível”, diz outro. “O sistema de castas é uma barbaridade”, avisa um terceiro. Sim, sim, já li o suficiente sobre o país para saber disso tudo; e, convenhamos, o nosso Brasil também não chega a ser exatamente um paraíso de igualdade de onde o viajante volte de alma leve. Em contrapartida, a Índia tem uma constelação de cientistas, matemáticos e escritores de primeira grandeza, um passado riquíssimo e uma arte que, para todos nós que vivemos os anos 70, faz parte de um imaginário de paz e felicidade.
Além disso, ela é o único país que, ao que eu saiba, conseguiu desenvolver uma linguagem cinematográfica única e original, sem paralelos no resto do mundo. O que sai de Bollywood pode parecer cafona, exagerado e sem sentido à maioria dos espectadores ocidentais, mas, uma vez ultrapassada a estranheza inicial, abre-se à nossa frente uma janela para um universo em permanente encanto, tão rico em contrastes quanto em sons e cores.
Bollywood, como a essa altura sabem até as poltronas do UCI, é um rótulo para o cinema indiano feito em Mumbai, a antiga Bombaim, misturando o nome da cidade e o de Hollywood. Ele se aplica ainda ao principal gênero produzido na região, que mistura canto, dança e melodrama. Os filmes costumam ter umas três horas de duração, os roteiros nem sempre são lá aquelas maravilhas e, para quem olha de fora, é difícil explicar a escalação de certos atores para determinados papéis – assim como, imagino, deve ser difícil para o público que não vive no Brasil entender como alguns de nossos astros e estrelas continuam em papéis românticos que já deveriam ter abandonado há anos.
“Realismo” e “Bollywood” são palavras que não podem ser usadas na mesma frase – e nem precisam. Os filmes de Mumbai preocupam-se, sobretudo, em agradar à platéia, cuja idéia de um bom espetáculo é bastante filme, momentos de alegria e tristeza, dança e canto à vontade. Nem é necessário que os atores cantem; para que o fariam, se há cantores que dão conta do recado melhor? De modo que, para os nossos ouvidos ocidentais, há um choque inicial quando o ator que acabamos de ouvir num diálogo abre a boca e começa a cantar com voz totalmente diferente; mas logo nos acostumamos, até porque, em muitos casos, a música é o ponto alto dos filmes. Dois detalhes que me chamam a atenção: como os trajes tradicionais convivem com roupas ocidentais, até nas mesmas cenas, e como o inglês é tranquilamente misturado ao híndi. Tudo é muito família e muito romântico: não há cenas de nudez, sexo ou violência explícitos. Para quem não agüenta mais a invariável dieta de pancadaria, tiroteios e perseguições da maioria dos filmes americanos, como a vossa cronista, Bollywood é uma mudança de paisagem das mais agradáveis.
É curioso observar como, apesar da sua aparente inconseqüência, os filmes indianos conseguem, tantas vezes, ter um forte conteúdo social. Para ficar num exemplo recente: há alguns dias assisti a “Baabul”, que, na maioria dos fóruns bollywoodianos que freqüento na internet, não é sequer considerado um grande filme (ao contrário de "Baghban", do mesmo diretor). Pois não é que, ao cabo dos seus 169 minutos (é um filme curtinho pelos padrões locais) eu estava me desmanchando em lágrimas, tocada pela sorte das viúvas indianas? Se já não queimadas nas piras de seus defuntos maridos, como antigamente, as coitadas continuam sendo discriminadas até por suas próprias famílias: muito triste! O fato é que Bollywood conhece bem a força da dramaturgia como ferramenta de inclusão social e arma contra preconceitos, e a vem usando com maestria.
Onde encontrar esse mundo tão diferente aqui no Brasil? Para quem fala inglês, nada mais simples: a internet é uma fonte inesgotável, já que as legendas são praticamente universais. No site de leilões e-Bay, muito confiável, os preços são razoáveis: entre filme e postagem, gasta-se coisa de dez dólares, às vezes menos. No Mercado Livre, site de leilões brasileiros, aparecem de vez em quando exemplares com legendas em português. Há até um ou outro lançamento brasileiro, como “Saawariya” (Apaixonados), disponível em lojas e locadoras.
Com a estréia de “Caminho das Índias”, porém, aposto que, em breve, teremos uma boa seleção de filmes de Bollywood no mercado.
Deixem-se conquistar: vale à pena.
(O Globo, Segundo Caderno, 22.1.2009)
21.1.09
Um dos modelos de bolsas Havaianas
Nem preciso dizer por que essas são as minhas favoritas, né?
Duas Melissas bonitinhas, chiques e usáveis
Volver a los 37, ou
Mudou São Paulo ou mudei eu?
Antigamente, eu ia para São Paulo de manhã, encaixava duas coletivas, duas exclusivas e um jantar com amigos, corria para Guarulhos para pegar um avião que vinha não sei de onde e saía pro Rio a uma da matina, e chegava no Galeão suficientemente inteira para, em casa, copiar pro computador os principais trechos das matérias.É verdade que, naquele tempo, tanto o trânsito quanto o meu joelho eram melhores.
Agora, é essa tristeza: fui a um único evento de tecnologia, decidi de última hora dar uma voltinha pela Fashion Week e cheguei exausta em casa.
É verdade que a SPFW é imensa e cheia de rampas e/ou escadas; mas, ainda assim...
O Lucas, a Francesca Romana, o Lula Rodrigues e mais meia dúzia de amigos ficaram me tentando a passar a noite por lá e assistir aos desfiles de hoje, mas quando viajo com a intenção de ir e vir no mesmo dia é como se eu setasse o meu computador interno: mudar os switches é quase impossível.
Na próxima FW, vou me programar especialmente para o evento. É impressionante como as feiras do Rio e de São Paulo são diferentes, como as pessoas se vestem mais lá, como o dinheiro é perceptivelmente maior em tudo, dos lounges aos desfiles; em compensação, há um jeito relax na nossa Fashion Rio que eu acho muito mais simpático.
Há diferenças de propósito também. A SPFW é agressivamente profissional em relação aos desfiles, mas a nossa Fashion Rio tem um lado que aparece pouco na mídia e, ainda assim, é da maior importância: o Fashion Business.
Enfim, para quem está de passagem, como eu sempre estou, as duas são divertidas, cada qual à sua maneira.
A única coisa constrangedora é que, no meio de todas aquelas roupas e invenções, o que eu gosto mesmo de ver, como sempre, são os novos modelos de Havaianas. Também gosto das Melissas, e fico boba com a quantidade de cores e formas que se podem dar a sapatos de plástico; mas como elas em geral me machucam, fico, literalmente, de pé atrás com os modelos mais esdrúxulos.
Pedi fotos das duas coleções para as assessorias de imprensa e subi dois álbuns para vocês verem as novidades (Havaianas / Melissa). A Havaianas, que inaugura hoje uma loja conceito na Oscar Freire, agora tem também uma linha de bolsas práticas e bonitas.
20.1.09
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