18.5.07

Desculpem o atraso na publicação! Sempre que escrevo na redação e me esqueço de enviar o texto para mim mesma fico dependendo do arquivo. Isso não seria problema se, a essa dependência, não estivesse condicionada uma outra: a da minha memória. Assim é que venho e vou e acabo me esquecendo de pescar os textos já publicados...


Carta às mães (de celular novo)

Se a publicidade de alta voltagem das operadoras e revendedores em geral funcionou, hoje você, mãe, é a feliz proprietária de um aparelho celular novinho em folha. Em muitos casos ele pode ser, mesmo, a resposta aos seus sonhos; em outros, pode ser um estranho com o qual você, que já se sentia tão confortável com o bom e velho aparelho antiguinho, terá que aprender a conviver.

Às mães do primeiro caso, que estão exultantes com seus aparelhos e já destrincharam todas as novas funções, dou meus parabéns mais sinceros e digo, sem fingimento, que sei absolutamente o que vocês estão sentindo: não há nada de que eu goste mais na sociedade de consumo do que de um celular novo.

Às mães do segundo caso, também dou sinceros parabéns. Celular novo é tudo de bom, ainda que, nesse momento, vocês ainda não estejam inteiramente convencidas disso. Explico: a tecnologia avança tanto que, mesmo que vocês só usem o celular para receber ligações dos filhos, o novo aparelho terá vantagens sobre o antigo. No mínimo, no mínimo, terá uma tela mais legível -- e será bem mais bonitinho.

O primeiro passo para se habituar ao recém-chegado é transferir os dados da agenda do aparelho antigo. Se vocês não fizerem isso, provavelmente continuarão usando o celular velho e deixando o novo na gaveta. Não é preciso digitar tudo novamente. As operadoras podem fazer essa transferência na maioria dos casos.

O segundo passo é brincar bastante com o brinquedo novo. Celulares dificilmente quebram, não têm nenhum botão que apaga todo o conteúdo sem dizer água vai e, de modo geral, vêm preparados para facilitar ao máximo a vida de quem não os entende. Em última instância, eles vêm com manuais que podem (e devem) ser consultados quando surgirem dúvidas.

Sempre que uso um aparelho novo (coisa que acontece com relativa freqüência) ando com o manual na bolsa. Não sou a favor de se ler o manual de cabo a rabo, como se fosse um livro, mas sim de consultá-lo diante de dificuldades; ainda que uma lida rápida, de primeira, seja útil para revelar todos os recursos disponíveis.

Muita gente se desaponta com a qualidade das fotos dos celulares. Lembrem-se, porém, de que a foto que se vê na tela, sobretudo nos modelos de menor resolução, é bem inferior à imagem que chegará ao computador, ou a um celular com tela de melhor resolução.

Há poucos dias brinquei com um Gradiente GC300, baratinho e tão pequeno que parece um chaveirinho. Fiz meia dúzia de fotos que não me entusiasmaram nada na telinha miudinha, mas que me deixaram verdadeiramente encantada no computador.

Duas dicas básicas para obter uma boa foto de celular: não tire fotos de longe, nem em ambientes mal iluminados.

Tentem aprender o T9, aquela forma de digitação rápida nas teclinhas para envio de torpedos. O segredo: não olhem para a palavra que estão escrevendo, só para as teclas que têm as letras. Depois, eventualmente, escolham a opção certa. A combinação das teclas 2667, por exemplo, pode produzir as palavras amor, bons, amos e anos. Insista, não desista! O T9 é aflitivo para marinheiros de primeira viagem mas é um barato para quem descobre o pulo do gato.

Finalmente, se nada disso der certo, chamem seus filhos para que lhes dêem aulas sobre o telefone novo. É uma ótima chance para se divertirem juntos!


(O Globo, Infoetc., 14.5.2007)

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