10.12.04



Leia amanhã, no Globo


Nada como um final feliz, mas...
Por favor, devolvam a nossa capivara!


A aventura da capivara tinha tudo para terminar em tragédia: um quadrúpede apavorado, uma praia cheia de pedras, uma multidão bem-intencionada mas equivocada. Felizmente, ela é resistente, tem santo forte e conseguiu escapar viva de mais uma tentativa de salvamento.

A primeira, igualmente malsucedida, foi a que a separou da outra capivara com que chegou à Lagoa.

Assim como a Luma e a torcida do Flamengo, eu também adoro os bombeiros, mas peço encarecidamente que não tentem mais resgatar bichos selvagens sem antes conversar com veterinários. Com todo o respeito, o que se viu de manhã em Ipanema foi uma perfeita lição em como não resgatar uma capivara.

Nossa heroína é a que eu chamo de "capivasca", porque morava em frente ao Vasco. É sem dúvida melhor que vá para uma reserva ambiental do que para o zoológico mas, como moradora da área e observadora das capivaras de longa data, acho que o ideal seria que fosse devolvida à Lagoa.

De preferência ali na área do Cantagalo, onde há muito espaço e pouca gente e onde, agora, resta um pobre macho solitário, cheio de amor para dar.

(O Globo, Rio, 11.12.2004)

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