26.11.02



Nossos comerciais!

Vejam só o que o Eduardo Almeida Reis, colunista do Hoje em Dia, lá em Minas, escreveu hoje.

Já vou avisando, vai ser difícil me aturar agora...


De blogs e blogueiras

Quando Cora Rónai começou a fazer coluna de informática no Jornal do Brasil, na década de 80, escrevia tão bem, tinha um estilo tão gostoso, que suspeitei dos copidesques. Sabendo que a moça era filha de Paulo Rónai e amiga querida do também extraordinário Millôr Fernandes, supus que seu texto fosse copidescado por um dos dois, ou pelos dois. Com o passar do tempo, descobri que ela é 'tão boa quanto' os dois craques.

Pois muito bem: Cora Rónai tem um 'blog' na internet, além de coluna semanal no caderno de informática do Globo, do qual é editora, e de um caminhão de trabalhos na esfera intelectual, não fosse filha de Paulo Rónai. Por isso, pergunto: que diabo é um 'blog'? A Bookshelf 2.000, da Microsoft, também não sabe. Parece uma espécie de diário que você escreve na WWW, onde pode ter leitores do mundo inteiro, recebe visitas virtuais sem cafezinho e vassoura atrás da porta, troca idéias, briga, concorda, discorda, transcreve coisas interessantes, publica fotos originais, que nem Bom-Bril: tem mil e uma utilidades.

Dia desses, pelas 6h da manhã, antes de ir dormir, Cora escrevia no seu 'blog'. E olhem que tinha 'n' outros serviços por fazer, além de editar o caderno de Informática de seu jornal. Tipo mignon, de óculos, bonita, meiga, inteligente à beça e à bessa, culta, espirituosa, Cora seria perfeita se não gostasse de gatos. Mal de que também padece outra bloguista, a paulistana Fabia, professora, craque em latim, espanhol, inglês, francês e sânscrito, casada com o príncipe dos executivos multinacionais. Escreve bem pra chuchu, é divertida, inteligente, engraçada, tem o 'blog' Drops da Fal e gosta de gatos... Transcrevo de seu delicioso 'blog' a lista de suas neuroses:

'Adoro fazer listas. Eu tenho que fazer listas. O tempo todo. De tudo. Em épocas variadas de minha vida eu rôo unhas. É nojento, mas eu faço. Aí eu paro. Daí eu recomeço. Daí eu paro.

Sabores de sorvete não se misturam. Ou eu tomo sorvete de morango. Ou de chocolate. Ou de pistache. Tudo junto, jamais. Aliás, falando nisso, o arroz não toca na cenoura, que não encosta no feijão, que não rela nas ervilhas. Gosto de minha comida compartimentada. Sou a única pessoa do mundo que come o macarrão num prato e as almôndegas no outro. Menos quando é ovo frito ou purê. A gema do ovo ou o purê tem que se misturar no arroz.

Lata de refrigerante é assim: ou eu bebo de canudinho, ou no copo. Boca na lata nunca, dá agonia só de pensar. Nata: jamais, jamais, jamais. A nata do leite não pode tocar na minha boca. Eu morro. Tenho duas mil peneirinhas para essa finalidade. O edredon combina com o jogo do lençol, combina com as capas de travesseiro, que combinam com todo o resto. A cama tem que combinar.

A roupa do dia seguinte tem que estar separada. Senão, eu não durmo. Nunca compro números ímpares de nada. Ou compro dois, ou compro quatro. Três, jamais. Meus bichos têm que ter nomes que começam com B: Bolivar, Bisteca, Bastião, Baco, Bolero, Bo, Brunhida. Eu não piso nem na risca, nem na parte preta da calçada. Meus livros têm que estar arrumados, por assunto, categoria e autor, virados para o mesmo lado'.

Eduardo Almeida Reis é presunteiro em Poços de Caldas.

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