18.1.10

Dois Motorolas tentadores







Quando os primeiros smartphones rodando o Android foram apresentados no Brasil, eu já estava em pleno clima de viagem, e minha única preocupação em relação a celulares era se conseguiria ou não me conectar da Índia (a resposta é sim; e a custos muito baixos, mas isso já é outra coluna). De modo que sou provavelmente a última da minha espécie a me encontrar com o sistema da Google.

Estou há uma semana com dois irmãos, o Dext, que roda a versão 1.5, e é exclusivo da Claro, e o Milestone, trunfo da Vivo com a versão 2.0, o mais avançado dos Androids -- com exceção, claro, do Nexus One, da própria Google, que roda 2.1 e já pode ser encontrado no Mercado Livre por R$ 2 mil, embora ainda não esteja oficialmente à venda no país.

Fato: há tempos eu não via dois Motorolas tão tentadores. Depois do lançamento do Razr, um dos designs mais limpos e bem sucedidos da indústria, a Motorola entrou no desvio e não acertou mais a mão no high end. Seus novos filhotes, porém, fazem um bonito, e incorporam teclados Qwerty por baixo das impecáveis telas touch-screen.

O Milestone é um topo de linha com toda a cara de topo de linha, feito sob medida para balançar corações corporativos; o Dext, que pesa menos no bolso, em todos os sentidos, tem um look mais descontraído. O Milestone tem uma tela enorme e irresistível; o Dext tem um teclado melhor. O Milestone fica lindo em cima da mesa, numa estação multimídia que, entre outras coisas, permite seu uso como moldura para as fotos da galeria, e é ótima para ver filmes; o Dext tem uma pegada agradável com a textura ondulada do casco.

Ponto negativo: até hoje a Motorola não sabe fazer câmeras para celulares. Não adianta oferecer cinco megapixels sem lente ou tratamento de imagem à altura. Nos dois aparelhos as câmeras têm um atraso considerável entre o momento em que se aperta o disparador e aquele em que a foto é efetivamente gravada. Servem para fotografar objetos, paisagens e adultos pacientes em dias claros. Crianças e bichos que se mexem, ou qualquer coisa em condições de luz menos do que ideais, esqueçam.

Por outro lado, a Motorola continua ótima de som, e tanto o Dext quanto o Milestone são perfeitos nisso, com vantagem para o Milestone, que tira um som respeitável da base multimídia que o conecta direto ao computador. Ele também é melhor como telefone – lembram, não? aquele aparelho que se usava antigamente para falar e, muito importante!, ouvir.

E o Android? Fica para a semana que vem, junto com duas ou três coisinhas a mais sobre os formosos aparelhos em que me foi apresentado.


(O Globo, Revista Digital, 18.01.2010)

Há um pequeno álbum com fotos feitas pelo Dext AQUI.

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