24.1.10
Android: tudo de bom!
A câmera do Milestone funciona bem com objetos inanimados
Infelizmente, com seres semexentes, a história é outra...
Na semana passada, contei que tenho me divertido com dois Motorolas que rodam o Android, sistema da Google: o Dext, oferecido pela Claro, e o Milestone (conhecido como Droid nos Estados Unidos), por enquanto exclusivo da Vivo. Ambos são lindos aparelhos, muito bem construídos, e podem representar uma virada nos destinos da Motorola. O Milestone, que ganhou a láurea de Gadget do Ano da revista “Time”, fez por merecer; tem um design clássico e, para quem tem teclado Qwerty embutido e tela de 3”7, nem é tão grande ou pesado; e embora não seja lá aquelas maravilhas para fotos, é ótimo de vídeo.
Os dois têm o mau hábito de aquecer, como tantos smartphones e notebooks, e têm vida de bateria relativamente curta. O problema é que são muito interessantes e versáteis, e ainda não foi inventado temóvel que resista a uso intenso sem que a bateria vá para o espaço. Este é, a meu ver, o grande paradoxo da indústria: os celulares ficam a dia melhores e mais potentes, mas se utilizarmos tudo o que nos oferecem não poderemos usá-los...
Pelo menos os dois podem ser recarregados via USB, o que facilita a vida de quem passa pelo menos parte do dia perto de um computador ou pode ligá-los no carro. Além disso, o Milestone, como já escrevi, tem uma ótima base multimídia.
Mas o seu grande trunfo é mesmo o Android, que tem tudo para ser o grande sistema operacional de smartphones nos próximos anos. Diante dele, o Symbian (da série N da Nokia, entre outros) ficou subitamente velho. O Windows pode dar adeus e ir embora da área, na qual sequer devia ter entrado. E ao iPhone falta o que sempre faltou para que possa ser considerado um pequeno computador de verdade: multi-processamento e ampla liberdade de configuração, sem precisar jailbreakar o aparelho.
Além de deixar as rédeas na mão do usuário, outra grande vantagem do Android sobre o iPhone é, a meu ver, que ninguém fica obrigado a conectar o Android ao iTunes para transferir arquivos. Arquivos esses, aliás, que podem estar em praticamente qualquer formato, ao contrário dos do iPhone.
Para a maioria dos usuários, sobretudo os de iPhone, nada disso faz muita diferença. O que todos queremos é um aparelho bonito e fácil de usar, e não há como negar essas duas qualidades ao telefonino da Apple que, por enquanto, ainda conta com muito mais aplicativos do que o Android.
Essa diferença deve cair bastante nos próximos meses. O sistema da Google é aberto, e para por seus programinhas no Market (o equivalente Android da Appstore), nenhum desenvolvedor precisa passar pelas idiossincrasias e pela burocracia incompreensível de uma empresa. É só armar a barraca na praça, e esperar pela clientela.
Em tempo: a experiência brasileira com o Market ainda é limitada. Só temos acesso aos aplicativos gratuitos, e seria interessante ver o que há de mais sofisticado sendo oferecido. De qualquer forma, é óbvio que o Android tem espaço de sobra para crescer, em todas as direções, e que vai ser uma festa acompanhar isso.
Também não custa lembrar que, de todos os smartphones da praça, o Milestone é, hoje, a melhor pedida em termos de preço. Com plano 200 minutos e 500Mb de dados (R$ 169 mensais), ele sai a imbatíveis R$ 599.
(O Globo, Revista Digital, 25.01.2009)
Entre nós, aqui no blog (a coluna da RD é muito curtinha): para mim, o Android ainda não é o substituto do Nokia N95, que continua sendo o meu celular principal, mas, pelo menos temporariamente, tomou o lugar do iPhone, que antes frequentava a minha bolsa junto com o N95. A tela é melhor, a navegação de igual para melhor e o tecladinho Qwerty, ainda que pior do que o do Dext, quebra um bom galho. Para não falar do Android em si, de que estou gostando muito.
A câmera do iPhone, por incrível que pareça, é melhor do que a do Milestone, mas isso tanto faz, porque as duas deixam igualmente a desejar.
Essa semana vou passar o meu simcard pro iPhone novamente, para ver como me sinto com ele agora que me familiarizei com o Milestone.
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