Em todo esse escândalo das passagens, minha única decepção foi com o Gabeira.
Eu achava -- e apesar de tudo continuo achando -- que ele é mais correto e mais decente do que 99,9% dos seus pares, um bando de primitivos sem escrúpulos e sem noção de cidadania.
A questão não é se existiam ou não existiam regras para o uso de passagens no Congresso. A questão é que é óbvio que certas coisas se fazem e certas coisas não se fazem, ponto.
Claro que ter dado passagens da sua cota para terceiros não o põe, automaticamente, no mesmo nível dos demais, nem o transforma, da noite para o dia, no ladrão de galinhas em que os adversários querem transformá-lo.
Ainda vejo uma grande distância entre Gabeira e Inocêncio, Sarney, Camata e a quadrilha em geral; mas que isso é uma mancha na sua biografia, e uma enorme decepção para o seu eleitorado, nem se discute.
Fora a dúvida cruel que agora não se dissipa: o que mais ele não fez e que apenas não veio à tona?
Não tem jeito.
A política brasileira está caindo de podre.
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