29.12.08


(Nikon D60)



(Nokia N95)

Algumas dicas para fotografar o Réveillon

E, novamente, chegamos àquele momento crítico do ano: levo ou não levo a câmera para o Réveillon? Fotografo os fogos ou mergulho de cabeça na festa? As dúvidas são muitas, atrozes e justificadas. Não é todo dia que a gente tem um foguetório feito o do Ano Novo para fotografar; também é verdade que não é todo dia que a gente tem uma festa como a do Ano Novo para curtir.

A questão, como sempre, é de foro íntimo. Mas o que não dá é deixar a festa pra lá, se concentrar na fotografia... e só conseguir borrões indignos do espetáculo. Aqui vão, portanto, algumas regras básicas e simples para obter boas fotos dos fogos.

O local: sem um bom ponto de vista, o resto é inútil. Portanto vá um pouco mais cedo para a praia, para a casa do tio que tem aquela vista linda ou para onde quer que você decida passar a virada, para poder ter o privilégio de escolher bem o seu cantinho. Este será um passo decisivo para o resultado das suas fotos.

O tripé: eu sei, é uma chatice passar o Ano Novo ao lado daquele trambolho, mas, infelizmente, sem um bom tripé, é praticamente impossível fotografar fogos decentemente. Qualquer tripé estável quebra o galho. Em última instância, se você não tiver tripé ou não quiser levá-lo consigo, garanta pelo menos um bom ponto de apoio para a câmera – uma mureta, uma mesa, qualquer superfície sólida e firme. Se nem isso estiver ao seu alcance, apele, e fotografe a multidão olhando os fogos. Sempre haverá um brilho lá atrás e, com sorte, alguma cena legal ali em frente.

A foto maior desta página, por sinal, foi feita assim, com uma Nikon D60; a menor, já publicada no Segundo Caderno, foi feita com o Nokia N95. A queima de fogos na inauguração da árvore da Lagoa, este ano, pegou muita gente no susto, eu inclusive. Felizmente a cerca funcionou como um apoio razoável e tive a sorte de ter, em primeiro plano, um casal amoroso e lindo.)

A exposição: as recomendações acima são necessárias porque fogos de artifício devem ser fotografados em exposições longas, entre um e três segundos (há quem recomende até quatro). O ideal é usar o ISO mais baixo possível, para garantir a nitidez; mas, vocês sabem, quanto mais baixo for o ISO, maior deve ser a exposição. A maioria das câmeras digitais compactas tem, no menu, uma opção específica para fotografar fogos. Se este for o caso da sua, você já está com meio caminho andado.

O foco: esqueça o auto-foco e ponha a câmera em infinito ou, se ela não oferecer essa opção, em paisagem, que dá na mesma.

O equilíbrio de branco: nunca experimentei essa opção, mas vários fotógrafos experientes recomendam que se escolha tungstênio. Isso evitaria a predominância do vermelho.

Clicar fogos com câmeras de celulares é um jogo de azar: só Deus sabe o que vai sair. Se o seu aparelho permite filmar, use essa alternativa. Na minha experiência, os filmes de queimas de fogos feitos em celulares saem sempre melhores do que as fotos. Caso contrário, ponha no automático e mande ver. O que importa mesmo é torcer para que 2009 seja um grande ano para todos nós.

Até lá!


(O Globo, Revista Digital, 29.12.2008)

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