2.12.08

Férias inesquecíveis


Foto La Stampa

Eu ri da imagem desses dois, que achei no La Stampa, mas a acqua alta que pegou Veneza de surpresa não tem nada de engraçado. A cidade está de fato submergindo aos poucos: o nível da água subiu 23 centímetros de 1900 para cá.

Ela não vai desaparecer na nossa geração, e é possível que no futuro se encontre uma forma de conter as águas, mas imaginar que um dia Veneza pode não existir mais me deixa muito triste.

Sempre que vou lá converso com pessoas que estudam a situação. Há uma série de fatores conspirando contra a cidade, do aquecimento global que está elevando o nível dos mares ao afundamento provocado pelo consumo gradativo do lençol freático (por incrível que pareça, Veneza também tem lençol freático).

Outras ameaças são o esvaziamento da cidade, onde cada vez mais milionários compram palácios que visitam uma vez por ano, se tanto, e cada vez menos venezianos conseguem pagar os aluguéis e preços estratosféricos; ao mesmo tempo, há toda uma geração que prefere morar na terra firma, onde se pode ter carro e há maiores e mais variadas ofertas de emprego.

Mesmo os barcos com motor, que parecem inocentes aos turistas, causam estragos terríveis, porque levantam marolas nunca imaginadas na época do remo. Vocês sabem: água mole em pedra em pedra dura... O fato é que o bater contínuo das marolas contra as fundações dos edifícios é, hoje, um dos grandes problemas desta cidade de problemas enormes.

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