Hoje, pela primeira vez na vida, viajei com um vago sentimento de inquietação. Não chegou a ser medo; gosto demais de aviões para ter medo. Mas não adianta usar o meio de transporte mais seguro que existe se a estrutura cá embaixo é periclitante.
Mais do que inquietação com o avião, fiquei estressada pelos perrengues em terra. Ontem a Bia voltou de Sorocada. Saiu antes das 17hs, e só chegou ao Rio às duas da matina. Ninguém merece.
Aqui, naquelas telas que informam o horário dos vôos, muitos estão atrasados. Os outros têm horários "estimados". Os fragmentos de conversa que escuto são surrealistas: "Tive sorte, atrasou só uma hora!", "Ele esperou três horas no aeroporto, mas o vôo foi bom..."
Depois ainda tem quem ache que o governo é uma maravilha, que a imprensa está batendo por antipatia, etc.
Sinceramente: já estive nos lugares mais estranhos, mas juro que nunca vi vôos com horários estimados, nem passageiros conformados com atrasos desses.
O pior é que não adianta a gente chiar.
O governo vai continuar comemorando com gestos obscenos cada nova tragédia, e condecorando os responsáveis como Heróis da Pátria.
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