"Está acontecendo aqui uma confusão comum entre duas práticas distintas de escrita na rede.
Uma é a estenografia - abreviações, siglas, palavras truncadas para escrever com mais eficiência. Isso existiu desde sempre; confira os manuscritos em latim da Idade Média.
Outra prática muito diferente é o "miguxês" adolescente. Que se baseia em distorcer, amplificar e ornamentar as palavras, distanciando-as da grafia padrão, incorporando no processo algumas das abreviações e também as gírias do momento, explorando os limites da inteligibilidade.
Além das distorções na grafia, agora está na moda substituir letras do alfabeto romano por caracteres estrangeiros, símbolos e outros glifos não-alfabéticos disponíveis nas fontes Unicode, exibidos consistentemente pelos browsers modernos.
Há uma motivação estética e social para todas essas invenções gráficas. Uma coisa que os puristas da língua não entendem é que elas são deliberadas, não fruto de mera ignorância. Para você, o "miguxês" não passa de lixo degenerado; para quem escreveu, é uma variante de expressão pessoal.
Isto não é uma defesa dessa prática. Mas combatê-la em termos de "combate à ignorância" revela falta de compreensão, e é inútil."
11.7.07
A estenografia e o miguxês
Mario Amaya (aka Mario AV) fez uma ótima observação no post sobre a mancada do Ziraldo:
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