É exaustivo (e muito difícil) falar sobre o que está acontecendo na cidade.
A escalada da violência não é de hoje; ninguém precisava de bola de cristal há 20 anos para saber que estaríamos nessa situação hoje se não se fizesse nada, como ninguém precisa de bola de cristal hoje para saber como estaremos no futuro caso as autoridades federais, municipais e estaduais continuem ignorando a gravidade da situação.
Na época em que Beirute era uma praça de guerra, eu me perguntava como as pessoas continuavam a viver na cidade.
Há tempos não me faço essa pergunta; infelizmente, eu já sei.
Amo a minha cidade e não pretendo sair daqui. Acho que tenho o corpo fechado e, com certeza, só vou descobrir que isso não é verdade da pior forma possível.
Até lá, meu lugar é aqui, minha vida é aqui, e a geografia da minha alma e dos meus passos é a desta pobre cidade maravilhosa, odiada pelo presidente, incompreendida pela alienígena que se diz governadora, desprezada pelo pequeno césar que se julga seu proprietário.
Que sejam malditos, todos eles, para todo o sempre; e que sejam malditos também todos os presidentes, governadores, prefeitos e demais funcionários do povo que, em algum momento, ainda poderiam ter feito alguma coisa pela cidade, mas que, por demagogia, incapacidade, corrupção ou desinteresse nada fizeram.
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