Estava assistindo na CNN à confusão armada nos aeroportos de Londres com a suposta descoberta de um plano terrorista para mandar pelos ares (no mau sentido) alguns aviões . E cheguei à conclusão de que, nessa guerra, se é que guerra é a palavra certa, os terroristas sempre ganham.
A questão é que o ato terrista levado a cabo é sempre mais "espetacular" e indiscutível do que a sua prevenção. A Scotland Yard realizou mais de 20 prisões, está tornando a vida dos passageiros dos vôos londrinos um inferno e é possível que, com isso, tenha evitado um mal maior.
Mas, sobretudo depois do assassinato do inocente Jean-Charles -- que aliás já completa um ano -- a credibilidade dos órgãos de segurança sempre pode (e deve) ser posta em questão.
Quando a polícia acerta -- supondo que a Scotland Yard tenha de fato frustrado um atentado de proporções épicas -- toda a evidência vem acompanhada de subjuntivos e pontos de interrogação.
Ao mesmo tempo, o próprio transtorno causado pela prevenção do atentado e a sua repercussão na mídia não deixam de ser uma vitória do terror: imaginem o sentimento de poder de um Osama Bin Laden assistindo pela televisão àquele caos!
Que tempos, os nossos.
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