31.12.06
30.12.06
FELIZ 2007!
2006 está terminando; meu desktop está igualzinho, mais pra lá do que pra cá. Consegui me conectar mal e porcamente, de modo que aproveito para desejar a todos um 2007 melhor do que este ano que já (quase) passou.Se, no geral, 2006 não vai deixar saudades, para mim, do ponto de vista pessoal, não foi de todo mau. Perdi alguns amigos muito queridos e o meu tio Américo, de quem tanto gostava; à medida em que a gente envelhece, essas perdas, inevitáveis, tornam-se mais freqüentes.
A contabilidade tende a ser cada vez mais negativa se, ao lamentarmos os que se foram, não festejarmos os que ficaram -- e os que se juntaram à tribo. Nunca mais vou ganhar um tio, mas ganhei ótimos amigos; e, sobretudo, vivi grandes momentos com os amigos da vida inteira.
Minha família está unida, bem e feliz.
Meus gatinhos estão contentes e com saúde.
Consegui cumprir a meta mais difícil que estabeleci para mim mesma (emagrecer e manter o peso, e até fazer um pouco de exercício); vivi a experiência fenomenal de cobrir uma Copa do Mundo; publiquei dois livros que ficaram bem simpáticos; ganhei um prêmio que me deixou orgulhosa por ser atribuído pelos meus próprios colegas (o Comunique-se); viajei bastante; o blog foi uma alegria constante; fiz uma exposição de fotos totalmente inesperada; testei uma quantidade de brinquedos fantásticos; e, ontem, dando o cartão do banco numa loja, o vendedor me fez uma pergunta que não tem preço:
-- A senhora é a Cora Rónai das fotos?
Não, não dá para pedir mais.
Queridos,
Que a vida seja boa e generosa com todos nós ao longo do ano; e que as tristezas que não pudermos evitar sejam amenizadas por grandes alegrias e pequenas delicadezas.
Que "Saúde!" não seja só um brinde, e que as contas fechem no fim do mês.
E, desejo por desejo, não custa esperar o milagre do dinheiro de sobra...
Pedir PAZ, a essa altura, já não se encaixa nem na categoria dos milagres; mas que 2007 seja, se possível, um ano menos violento, quem sabe até o ano mágico da virada, em que o nosso Rio sairá da queda livre e, enfim,
29.12.06
28.12.06
Esta coluna não só já foi lida aqui no blog como, na verdade, virou coluna a pedido de alguns leitores.
"Vamos tirar dinheiro comigo, baby?"
História (real) de uma garota, um assaltante e um policial; o final é felizAconteceu semana passada com minha sobrinha Manoela, que mora em Goiânia e veio passar as férias no Rio. Pedi que escrevesse; depois me digam se não é um típico Conto de Natal carioca.
"Sempre me disseram que não era prudente sacar dinheiro depois de um certo horário. Sempre me disseram que os bandidos nunca têm, de fato, cara de bandido. Sempre me disseram muitas coisas sobre como me manter em segurança no Rio de Janeiro: bolsas nunca devem ser levadas nas costas, sentar em ônibus só se for no corredor e todos os cartões de crédito na bolsa? Nunca!
Não é que eu não tenha ouvido os muitos avisos sobre a violência crescente na cidade, mas nunca se acredita que vai acontecer com a gente. Ou simplesmente não se pensa muito no assunto antes de se ser imprudente. O fato é que, apesar de tudo, fui depois de anoitecer ao Banco do Brasil da Praia de Botafogo tirar dinheiro. Não era tão tarde. Ou pelo menos eu pensei isso. Ao entrar no banco um homem segurou a porta para que eu passasse. Não era nem perto o tipo de pessoa de quem você desconfia. Loirinho, nos seus trinta e poucos anos, bonito, bem vestido, sapatos de couro.
Assim que passei pela porta ele segurou minha cintura e pôs uma arma entre nós. "Vamos tirar dinheiro comigo baby?". O "baby" me deixou especialmente irritada. Não havia nada que eu pudesse fazer. Pensei em repetir a senha três vezes errado, mas vai que o cara se descontrola? Melhor obedecer e deixá-lo contente. Afinal, ele tinha uma arma apontada para as minhas costas.
Depois de entregar o celular, que ele pediu, começamos verificando o saldo da conta, eu tremendo dos pés à cabeça, tanto que quase não conseguia digitar a senha. Ele me ditando as instruções ao pé do ouvido, aparentemente tranqüilo. Cada segundo se estendendo. Estava tentando me manter atenta às suas características físicas, naquela ilusão de que depois a gente vai à polícia e faz um retrato falado. Acho que só em filme americano mesmo.
Quando chegamos à tela que me perguntava o valor que eu desejava sacar imaginei que não havia mais jeito, eu ia mesmo perder o dinheiro, e não ia ser pouco. Foi aí que a minha história começou a parecer coisa de filme, um bom filme de aventura que peca talvez por ser um pouco surreal demais.
"A mocinha não quer te dar o dinheiro, senhor".
Ouvi isso antes de ver o que estava acontecendo. Não queria me mexer, não queria fazer nada que pudesse ser mal interpretado pelo assaltante. Havia um homem com uma arma apontada para a cabeça do infeliz atrás de mim. "Você quer tirar esse dinheiro, meu bem?". Ele teve que repetir a pergunta e ainda assim não obteve resposta, o nervosismo me impedia de falar qualquer coisa.
Apertar "cancelar", explicar que era policial e mostrar o distintivo não foram tão efetivos para me acalmar como se poderia imaginar. Eu continuava tremendo e sem fala. Foi só depois que a arma do assaltante estava no chão e suas mãos algemadas que comecei, aos poucos, a retomar meus sentidos.
Estava excessivamente nervosa, e esqueci de perguntar ao meu cavaleiro sem cavalo branco qual era seu nome e todas essas coisas que tornariam uma homenagem mais fácil. O que eu sei é que ele esperou que eu tirasse dinheiro, me levou em casa e disse que era simplesmente o trabalho dele quando eu agradeci muitas vezes por tudo.
"Não é todo mundo que faz simplesmente o trabalho que se propôs a fazer, obrigada".
"Tem que começar em algum lugar", ele disse.
E tem mesmo. A gente tem que começar a acreditar que esse país está, sim, indo para frente. Temos que dar mais atenção às histórias bonitas. Temos que ter orgulho de ter nascido aqui.
A minha aventura mostra, é claro, um aspecto ruim desse lugar, que é a violência, mas mostra também que existe gente boa tentando fazer o certo. Tentando dar o máximo de si para fazer com que as coisas melhorem, tentando mudar o que não as agrada.
Tem que começar aqui, na vontade de mudar.
Eu voltei a acreditar na polícia do Brasil.
Estava há muito tempo com uma impressão de que todo policial é corrupto. Não é verdade. Um ladrão foi preso na quinta feira passada para nos provar isso.
Feliz Ano Novo para vocês.
Eu termino esse ano com esperanças renovadas e começo o próximo ainda mais patriota do que já era."
* * *
O policial que frustrou o assalto à Manoela sequer é do Rio; é de Niterói e, curiosamente, observou, enquanto a levava para casa, que, se tivesse juízo, mantinha distância da cidade:"Toda vez que venho aqui tem confusão".
Felizmente, dessa vez, a confusão ficou só nisso. A ele e a todos os seus colegas do bem, que trabalham em condições tão adversas tentando manter um mínimo de ordem no faroeste em que está mergulhada a nossa Muy Leal e Heróica, o agradecimento mais sincero de uma carioca que, como sua sobrinha, ainda não perdeu a esperança.
(O Globo, Segundo Caderno, 28.12.2006)
Guerra
É exaustivo (e muito difícil) falar sobre o que está acontecendo na cidade.
A escalada da violência não é de hoje; ninguém precisava de bola de cristal há 20 anos para saber que estaríamos nessa situação hoje se não se fizesse nada, como ninguém precisa de bola de cristal hoje para saber como estaremos no futuro caso as autoridades federais, municipais e estaduais continuem ignorando a gravidade da situação.
Na época em que Beirute era uma praça de guerra, eu me perguntava como as pessoas continuavam a viver na cidade.
Há tempos não me faço essa pergunta; infelizmente, eu já sei.
Amo a minha cidade e não pretendo sair daqui. Acho que tenho o corpo fechado e, com certeza, só vou descobrir que isso não é verdade da pior forma possível.
Até lá, meu lugar é aqui, minha vida é aqui, e a geografia da minha alma e dos meus passos é a desta pobre cidade maravilhosa, odiada pelo presidente, incompreendida pela alienígena que se diz governadora, desprezada pelo pequeno césar que se julga seu proprietário.
Que sejam malditos, todos eles, para todo o sempre; e que sejam malditos também todos os presidentes, governadores, prefeitos e demais funcionários do povo que, em algum momento, ainda poderiam ter feito alguma coisa pela cidade, mas que, por demagogia, incapacidade, corrupção ou desinteresse nada fizeram.
A escalada da violência não é de hoje; ninguém precisava de bola de cristal há 20 anos para saber que estaríamos nessa situação hoje se não se fizesse nada, como ninguém precisa de bola de cristal hoje para saber como estaremos no futuro caso as autoridades federais, municipais e estaduais continuem ignorando a gravidade da situação.
Na época em que Beirute era uma praça de guerra, eu me perguntava como as pessoas continuavam a viver na cidade.
Há tempos não me faço essa pergunta; infelizmente, eu já sei.
Amo a minha cidade e não pretendo sair daqui. Acho que tenho o corpo fechado e, com certeza, só vou descobrir que isso não é verdade da pior forma possível.
Até lá, meu lugar é aqui, minha vida é aqui, e a geografia da minha alma e dos meus passos é a desta pobre cidade maravilhosa, odiada pelo presidente, incompreendida pela alienígena que se diz governadora, desprezada pelo pequeno césar que se julga seu proprietário.
Que sejam malditos, todos eles, para todo o sempre; e que sejam malditos também todos os presidentes, governadores, prefeitos e demais funcionários do povo que, em algum momento, ainda poderiam ter feito alguma coisa pela cidade, mas que, por demagogia, incapacidade, corrupção ou desinteresse nada fizeram.
O understatement do ano
Redação. Aqui ao lado, a Celeste fala no telefone:
-- Filhinho, quando sair do cinema vai direto pra casa, que a cidade está um pouco violenta hoje.
Gargalhada geral.
-- Um pouco?! Onde é que tu tava, muié, em Bagdá?!
-- Filhinho, quando sair do cinema vai direto pra casa, que a cidade está um pouco violenta hoje.
Gargalhada geral.
-- Um pouco?! Onde é que tu tava, muié, em Bagdá?!
27.12.06
AQUI tem uma série de fotos do sítio que podem ser vistas como slide show.
A maioria, por incrível que pareça, foi feita com câmeras, e não com celulares...
A maioria, por incrível que pareça, foi feita com câmeras, e não com celulares...
Agora que o Natal já passou...
Eugenio Vilar me escreveu, mas eu não quis aborrecer ninguém no Natal:filhosdaputa nobres deputados a nossa opinião sincera a respeito disso.
"Procurei saber mais detalhes sobre a mutreta da verba indenizatória e achei esse link para a câmara com informações precisas, mensais, de cada deputado.Podíamos começar utilizando o Galera, praticíssimo software desenvolvido por ele, Eugenio, para dar aos
A mesada de 12 mil, se não totalmente gasta, acumula para o próximo mês! Pelo que tenho visto, a cambada gosta mesmo de torrar no item genérico de "divulgação da atividade parlamentar". Muita gente boa anda mamando nessa.
A mutreta foi instituída quando Aécio Neves era presidente da câmara por um Ato da Mesa.
Me pergunto por que não abortamos essa mutreta no ato, como felizmente fizemos agora com a mais recente. Ambas foram instituídas por um pequeno bando de notáveis. Acho que nós os sem-culotes podemos também acabar essa aberração, mesmo que tardiamente.
Isso sem falar no ano de 15 meses de faturamento.
Agradeço ao democrático site da câmara por divulgar esses fatos sobre certas atividades parlamentares e ainda por cima, de graça."
Ladeira Mestre Oswaldo
26.12.06
25.12.06
Livin' la vida à toa
Quando venho para o sítio praticamente não saio dos limites da casa.
Fico no jardim, brinco com a Nega e com os cachorros, dou alô para as tartarugas, observo os pássaros, leio, fotografo.
Os cachorros são cães de serviço, ou seja, foram treinados para defender a casa. São ferocíssimos com estranhos, mas carinhosos até demais com a gente, o que é um problema, considerando-se que não são exatamente pequenos, e que normalmente andam com as patas todas sujas de terra.
Em geral ponho roupa de cachorro para brincar com eles, leia-se camisetas e bermudas velhas que, depois de uma tarde de brincadeira, podem ir pro lixo.
Hoje subimos juntos pela floresta até o topo do terreno.
Os dois são ótimos companheiros: Xarope dispara na frente, mas a Mala fica sempre suficientemente perto para não me perder de vista.
Quando voltamos para casa ela atirou-se no laguinho, para desespero da Mamãe, que está lutando com todas as forças para dar à casa um aspecto civilizado a despeito dos maus hábitos domésticos dos cães: Mala adora cavar e o hobby do Xarope é atacar plantas.
Esse ano o pátio passou por uma grande reforma. No lugar dos canteiros destruídos foram construídos uns montinhos de cimento que, em breve, estarão cobertos de limo. Neles, foram estrategicamente arranjadas plantas à prova de pastor alemão, como cactos e outras coisas pontudas.
Mas Xarope é brasileiro e não desiste nunca.
No momento está fazendo um meticuloso estudo das plantas aquáticas do laguinho, que tira da água, uma por uma, com grande zelo e alegria.
Fico no jardim, brinco com a Nega e com os cachorros, dou alô para as tartarugas, observo os pássaros, leio, fotografo.
Os cachorros são cães de serviço, ou seja, foram treinados para defender a casa. São ferocíssimos com estranhos, mas carinhosos até demais com a gente, o que é um problema, considerando-se que não são exatamente pequenos, e que normalmente andam com as patas todas sujas de terra.
Em geral ponho roupa de cachorro para brincar com eles, leia-se camisetas e bermudas velhas que, depois de uma tarde de brincadeira, podem ir pro lixo.
Hoje subimos juntos pela floresta até o topo do terreno.
Os dois são ótimos companheiros: Xarope dispara na frente, mas a Mala fica sempre suficientemente perto para não me perder de vista.
Quando voltamos para casa ela atirou-se no laguinho, para desespero da Mamãe, que está lutando com todas as forças para dar à casa um aspecto civilizado a despeito dos maus hábitos domésticos dos cães: Mala adora cavar e o hobby do Xarope é atacar plantas.
Esse ano o pátio passou por uma grande reforma. No lugar dos canteiros destruídos foram construídos uns montinhos de cimento que, em breve, estarão cobertos de limo. Neles, foram estrategicamente arranjadas plantas à prova de pastor alemão, como cactos e outras coisas pontudas.
Mas Xarope é brasileiro e não desiste nunca.
No momento está fazendo um meticuloso estudo das plantas aquáticas do laguinho, que tira da água, uma por uma, com grande zelo e alegria.
24.12.06
Nada de cavalo branco,
a onda agora é salvar com viatura!
Aconteceu com a minha sobrinha Manoela, de 17 anos. Pedi que escrevesse; depois me digam se não é um típico conto de Natal carioca..."Sempre me disseram que não era prudente sacar dinheiro depois de um certo horário. Sempre me disseram que os bandidos nunca têm, de fato, cara de bandido. Sempre me disseram muitas coisas sobre como me manter em segurança no Rio de Janeiro: bolsas nunca devem ser levadas nas costas, sentar em ônibus só se for no corredor e todos os cartões de crédito na bolsa? Nunca!
Não é que eu não tenha ouvido os muitos avisos sobre a violência crescente na cidade, mas nunca se acredita que vai acontecer com a gente. Ou simplesmente não se pensa muito no assunto antes de ser imprudente. O fato é que, apesar de tudo, fui depois de anoitecer ao Banco do Brasil tirar dinheiro. Não era tão tarde. Ou pelo menos eu pensei isso. Ao entrar no banco um homem segurou a porta para que eu passasse. Não era nem perto o tipo de pessoa de quem você desconfia. Loirinho, nos seus trinta e poucos anos, bonito e bem vestido.
Assim que passei pela porta ele segurou minha cintura e pôs uma arma entre nós. "Vamo tirar dinheiro comigo baby?". O "baby" me deixou especialmente irritada. Não havia nada que eu pudesse fazer. Pensei em repetir a senha três vezes errado, mas vai que o cara se descontrola? Melhor obedecer e deixar ele contente, afinal, ele tinha uma arma apontada para as minhas costas.
Depois de entregar o celular, que ele pediu, começamos verificando o saldo da conta, eu tremendo dos pés à cabeça, tanto que quase não conseguia digitar a senha. Ele me ditando as instruções ao pé do ouvido, aparentemente tranqüilo. Cada segundo se estendendo. Estava tentando me manter atenta às suas características físicas, naquela ilusão de que depois a gente vai à polícia e faz um retrato falado. Acho que só em filme americano mesmo.
Quando chegamos à tela que me perguntava o valor que eu desejava sacar imaginei que não havia mais jeito, eu ia mesmo perder o dinheiro, e não ia ser pouco. Foi aí que a minha história começou a parecer coisa de filme, um bom filme de aventura que peca talvez por ser um pouco surreal demais.
"A mocinha não quer te dar o dinheiro, senhor".
Ouvi isso antes de ver o que estava acontecendo. Não queria me mexer, não queria fazer nada que pudesse ser mal interpretado pelo assaltante. Havia um homem com uma arma apontada para a cabeça do infeliz atrás de mim. "Você quer tirar esse dinheiro, meu bem?". Ele teve que repetir a pergunta e ainda assim não obteve resposta, o nervosismo me impedia de falar qualquer coisa.
Apertar "cancelar", explicar que era policial e mostrar o distintivo não foram tão efetivos para me acalmar como se poderia imaginar. Eu continuava tremendo e sem fala. Foi só depois que a arma do assaltante estava no chão e suas mãos algemadas que eu comecei, aos poucos, a retomar meus sentidos.
Estava excessivamente nervosa, e esqueci de perguntar ao meu cavaleiro sem cavalo branco qual era seu nome e todas essas coisas que tornariam uma homenagem mais fácil. O que eu sei é que ele esperou que eu tirasse dinheiro, me levou em casa e disse que era simplesmente o trabalho dele quando eu agradeci muitas vezes por tudo.
"Não é todo mundo que faz simplesmente o trabalho que se propôs a fazer, obrigada".
"Tem que começar em algum lugar", ele disse.
E tem mesmo. A gente tem que começar a acreditar que esse país está, sim, indo para frente. Temos que dar mais atenção as histórias bonitas. Temos que ter orgulho de ter nascido aqui.
A minha aventura mostra, é claro, um aspecto ruim desse lugar, que é a violência, mas mostra também que existe gente boa tentando fazer o certo. Tentando dar o máximo de si para fazer com que as coisas melhorem, tentando mudar o que não as agrada.
Tem que começar aqui, na vontade de mudar.
Eu voltei a acreditar na polícia do Brasil.
Estava há muito tempo com uma impressão de que todo policial é corrupto. Não é verdade. Um ladrão foi preso na quinta feira passada para nos provar isso.
Feliz Natal para vocês.
Eu termino esse ano com esperanças renovadas e começo o próximo ainda mais patriota do que já era." (Manoela Rónai Porto)
23.12.06
Chegamos!
Depois de enfrentar uma estrada ligeiramente engarrafada, chegamos sãs e salvas ao sítio, que está LINDO -- vocês vão ver amanhã.
Mamãe e os cachorros nos receberam com uma festa e tanto!
Agora há um pequeno banquete na mesa.
Com licença que eu vou jantar... :-)
Mamãe e os cachorros nos receberam com uma festa e tanto!
Agora há um pequeno banquete na mesa.
Com licença que eu vou jantar... :-)
22.12.06
BOAS FESTAS!
Viajo logo mais pro sítio, para passar o Natal com a Laura, as meninas e a Sábia Coruja das Highlands.O dia promete ser tumultuado, e tenho mil coisas para fazer; com certeza vou postar algumas fotinhas, mas não sei se vai dar para me despedir direito antes de viajar, assim como não sei se vai dar pra me conectar direito de lá.
Ficam aqui, então, ainda que um tiquinho adiantados, os meus votos de Boas Festas -- para os que já encontrei, os que conheço dos comentários, os que não comentam mas aparecem todos os dias, as visitas eventuais.
A presença de vocês por aqui é o meu melhor presente ao longo do ano. Acreditem: este blog não teria graça nenhuma se não fosse tão bem frequentado.
Desejo a todos, do fundo do coração, um ótimo Natal, cheio de paz e carinho.
Oração de Natal
Esta prece, que funciona lindamente como um resumo do ano, foi escrita pelo arquiteto Hugo Hamann, sem maiores pretensões. Ele a enviou para alguns amigos, que enviaram para outros amigos, que por sua vez...
Enfim: caiu na rede, onde circula, por enquanto, como texto anônimo. O próprio Hamann já a recebeu em diversas variantes na sua mailbox.
Pelo que a gente sabe da web, já já ganha a assinatura do Jabor ou do Veríssimo...
Enfim: caiu na rede, onde circula, por enquanto, como texto anônimo. O próprio Hamann já a recebeu em diversas variantes na sua mailbox.
Pelo que a gente sabe da web, já já ganha a assinatura do Jabor ou do Veríssimo...
Pelo projeto político do deputado Clodovil
Pelo "espetáculo do crescimento" que até hoje ninguém viu
Pelas explicações sucintas do ministro Gilberto Gil
Senhor, tende piedade de nós
Pelo jeitinho brejeiro da nossa juíza
Pelo perigo constante quando Lula improvisa
Pelas toneladas de botox da Dona Marisa
Senhor, tende piedade de nós
Pelo Marcos Valério e o Banco Rural
Pela casa de praia do Sérgio Cabral
Pelo dia em que Lula usará o plural
Senhor, tende piedade de nós
Pelo nosso Delúbio e Vandomiro Diniz
Pelo "nunca antes nesse país"
Pelo povo brasileiro que acabou pedindo bis
Senhor, tende piedade de nós
Pela Cicarelli na praia namorando sem vergonha
Pela Dilma Rousseff sempre tão risonha
Pelo Gabeira que jurou que não fuma mais maconha
Senhor, tende piedade de nós
Pela importante missão do astronauta brasileiro
Pelos tempos que Lorenzetti era só marca de chuveiro
Pelo Freud que "não explica" a origem do dinheiro
Senhor, tende piedade de nós
Pelo casal Garotinho e sua cria
Pelos pijamas de seda do "nosso guia"
Pela desculpa de que "o presidente não sabia"
Senhor, tende piedade de nós
Pela jogada milionária do Lulinha com a Telemar
Pelo espírito pacato e conciliador do Itamar
Pelo dia em que finalmente Dona Marisa vai falar
Senhor, tende piedade de nós
Pela "queima do arquivo" Celso Daniel
Pela compra do dossiê no quarto de hotel
Pelos "hermanos compañeros" Evo, Chaves e Fidel
Senhor, tende piedade de nós
Pelas opiniões sensatas do prefeito César Maia
Pela turma de Ribeirão que caía na gandaia
Pela primeira dama catando conchinha na praia
Senhor, tende piedade de nós
Pelo escândalo na compra de ambulâncias da Planam
Pelos aplausos "roubados" do Kofi Annan
Pelo lindo amor do "sapo barbudo" por sua "rã"
Senhor, tende piedade de nós
Pela Heloisa Helena nua em pêlo
Pela Jandira Feghali e seu cabelo
Pelo charme irresistível do Aldo Rebelo
Senhor, tende piedade de nós
Pela greve de fome que engordou o Garotinho
Pela Denise Frossard de colar e terninho
Pelas aulas de subtração do professor Luizinho
Senhor, tende piedade de nós
Pela volta triunfal do "caçador de marajás"
Pelo Duda Mendonça e os paraísos fiscais
Pelo Galvão Bueno que ninguém agüenta mais
Senhor, tende piedade de nós
Pela eterna farra dos nossos banqueiros
Pela quebra do sigilo do pobre caseiro
Pelo Jader Barbalho que virou "conselheiro"
Senhor, tende piedade de nós
Pela máfia dos vampiros e sanguessugas
Pelas malas de dinheiro do Suassuna
Pelo Lula na praia com sua sunga
Senhor, tende piedade de nós
Pelos "meninos aloprados" envolvidos na lambança
Pelo plenário do Congresso que virou pista de dança
Pelo compadre Okamotto que empresta sem cobrança
Senhor, tende piedade de nós
Pela família Maluf e suas contas secretas
Pelo dólar na cueca e pela máfia da Loteca
Pela mãe do presidente que nasceu analfabeta
Senhor, tende piedade de nós
Pela invejável cultura da Adriana Galisteu
Pelo "picolé de xuxu" que esquentou e derreteu
Pela infinita bondade do comandante Zé Dirceu
Senhor, tende piedade de nós
Pela eterna desculpa da "herança maldita"
Pela fama do "chefe" abusar da birita
Pelo novo penteado da companheira Benedita
Senhor, tende piedade de nós
Pela refinaria brasileira que hoje é boliviana
Pelo "compañero" Evo Morales que nos deu uma banana
Pela mulher do presidente que virou italiana
Senhor, tende piedade de nós
Pelo MST e pela volta da Sudene
Pelo filho do prefeito e pelo neto do ACM
Pelo político brasileiro que coloca a mão na "m"
Senhor, tende piedade de nós
Pelo Ali Babá e sua quadrilha
Pelo Gushiken e sua cartilha
Pelo Zé Sarney e sua filha
Senhor, tende piedade de nós
Pelas balas perdidas na Linha Amarela
Pela conta bancária do bispo Crivella
Pela cafetina de Brasília e sua clientela
Senhor, tende piedade de nós
Pelo crescimento do PIB igual do Haití
Pelo Doutor Enéas e pela senhorita Suely
Pela décima plástica da Marta Suplicy
Senhor, tende piedade de nós
Por fim
Para que possamos festejar juntos os próximos natais
Senhor, dai-nos a Paz.
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