Ontem foi um longo dia. Havia muita coisa para assimilar, fazer, decidir; a principal de todas era saber o destino que o jornal daria ao caderno da Copa. Era certo que ele continuaria até o fim dos jogos -- afinal, não é o caderno da seleção -- mas quais seriam as novas diretrizes em tempos de derrota?
Pois ficou assim: obviamente, o caderno será reduzido. Com isso, dançaram as colunas "não-futebol", ou seja, a minha e a do Xexéo; e a cobertura ao vivo, daqui, cai pela metade.
Aos que ficaram soltos, foi dada a opção de continuar na Alemanha até o fim da Copa. Faltam poucos dias para a final, e os hotéis estão todos pagos até lá. Uns, que já tinham acerto com familiares para encontros depois do dia 10, toparam; outros, loucos para voltar para casa, estão agora na batalha das passagens. Os vôos estão lotados.
Xexéo foi ontem mesmo para Berlim; eu continuei em Frankfurt com o grupo, inclusive porque uma das coisas mais tristes desta final é abandonar o cotidiano com os colegas.
Até isso foi novidade para mim, viajante habitualmente solitária. Nunca viajei em excursão e, mesmo a trabalho, quando faço parte de algum grupo de jornalistas, é sempre gente da área de tecnologia, para eventos-relâmpago. Os grupos são uma mistureba de nacionalidades, e viagens que duram mais de três dias são consideradas quase exílio. Mal temos tempo para respirar, comer ou conversar uns com os outros.
Pois aqui convivi durante um mês com o grupo mais legal, simpático e solidário de amigos. Todo mundo mantendo o bom humor apesar dos horários bizarros e das condições de trabalho nem sempre ideais, fazendo o possível e o impossível para superar dificuldades, na maior afinação com o time de heróis do Toninho que, diariamente, fechava, no Rio, o material que a gente mandava daqui.
Se a seleção foi uma decepção geral, a nossa seleção particular de jornalistas foi, para mim, motivo de constante admiração e orgulho. Eu amo esta profissão, amo esses colegas que me fazem sentir parte de um time de craques.
Sem falsa modéstia: se a seleção, aquela, jogasse com metade do brio e do entrosamento que todos demonstraram, dos garotos mais novos aos veteranos como o Antonio Maria, que já cobriu nove Copas, ou o Verissimo, constantemente assediado pelos fãs, a taça teria sido nossa.
Ainda assim, para o bem de todos e felicidade geral da Nação, é preferível que eles continuem jogando bola e a gente escrevendo e fotografando...
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