19.2.06



Copacabana on the rocks

Estou super cansada para escrever qualquer coisa que faça sentido, mas só para complementar as fotos: o show foi sensacional, especialmente quando os Stones cantaram as músicas mais conhecidas. Satisfaction levou a galera ao êxtase, teve gente chorando, gritando e eu mesma fiquei toda arrepiada (e acho que amanhã vou acordar rouca).

Os dinossauros estão em grande forma. Não sei o que eles tomam, mas a energia dos véinhos é simplesmente espantosa, sobretudo a de Mick Jagger. 64 anos com um corpinho de 30 e uma energia de 15; é de deixar qualquer garoto humilhado.

Claro que ele não é Mick Jagger só por causa da energia, ou qualquer maratonista poderia fazer um show igual. O carisma, o domínio de palco, a provocação, o rebolado, a voz, a expressão: ele é mesmo o cara.

Também adoro Keith Richards, que cantou uma música nova linda, linda: um baladão meio folk, chamado, se bem me lembro, This is empty without you.

Este está, indiscutivelmente, entre os melhores shows internacionais que assisti, junto com Paul McCartney no Maracanã, Neil Young no Rock'in Rio, Roger Waters no Morumbi. Teve também um show do Grateful Dead em São Francisco, numa outra encarnação, mas desse a minha lembrança é totalmente impressionista.

* * *

Fiquei na área vip que, apesar de lotada, estava muito civilizada; e a impressão que tive depois, passeando pela praia, foi a de que tudo correu bem. Muita gente pra lá de Bagdá, claro, mas um clima geral de tranqüila euforia, apesar do cheiro: cerveja demais para banheiro de menos dá nisso.

* * *

Apesar de ter adorado o show e de ainda estar na adrenalina de ter ouvido ao vivo músicas que me acompanham a vida inteira, acho um absurdo que a cidade páre por causa disso. A praia de Copacabana definitivamente não tem infra para receber tanta gente, e os moradores do bairro não merecem ser penalizados porque a prefeitura decidiu fazer um show dessas dimensões.

Para quem curtiu o show, tudo estava lindo: a praia, a lua, o tempo firme; para quem mora em Copacabana e não gosta de rock, a muvuca foi insuportável. Às duas e tanto, enquanto eu vinha caminhando atrás de um taxi, ainda havia gente fazendo festa. Todos os barzinhos estavam abertos, o trânsito não transitava, gente mais nervosa buzinava, enfim: absoluto caos.

Como parte da galera que curtiu demais o show, peço minha parcela de desculpas ao pessoal de Copa que não estava a fim de ver Rolling Stones, e cuja vida virou um inferno nas últimas horas.

Se serve de consolo, saibam que muita, mas muita gente gente mesmo viveu uma noite inesquecível.

E com isso encerro as transmissões por hoje.

Bom domingo para todos!

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