14.11.05



No mundo fascinante dos vídeos

Fãs de câmeras digitais, e já acostumados a brincar com suas fotos em programas de edição como o Photo Painter ou o Photoshop, os consumidores brasileiros são igualmente entusiasmandos com as possibilidades de modificação das figurinhas em movimento. Principal produtora de software de manipulação de vídeos domésticos, a Pinnacle acaba de fazer uma pesquisa que comprova isso: dos quase três mil usuários de filmadoras entrevistados, 80% já editam, 16% pretendem começar em breve e quase 60% sonham com novas placas. Explica-se: quando se fala em manipulação de vídeo, placas gráficas podem ser mais importantes do que o próprio computador em que estão instaladas. Caso contrário, o processo se torna tão lento e enervante que acaba com a disposição até do mais empolgado dos videomakers.

De acordo com a pesquisa da Pinnacle, o que mais falta faz aos usuários é, justamente, velocidade de execução e de renderização. Já o que eles mais esperam das novas placas é facilidade de instalação e uso e compatibilidade com os diferentes formatos de vídeo existentes. No quesito software, nenhuma surpresa: tudo o que os usuários querem é facilidade de uso, boas interfaces e, lógico, compatibilidade entre os formatos dos vídeos capturados por suas câmeras e os programas utilizados para manipulá-los.

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A Pinnacle apresentou os resultados da pesquisa na esteira do lançamento do Studio 10, nova versão do seu popularíssimo software de edição. O Studio 10 passou por turbulências no lançamento americano: no mesmo dia em que era anunciado, era anunciado também um patch para corrigir vários bugs. Isso, porém, foi há mais de um mês. A leva que chega ao Brasil já vem estabilizada de fábrica, digamos assim.

A nova versão do Studio, esperada com ansiedade há algum tempo, tem muitas novidades, sobretudo na área de som e de efeitos especiais, além de já trabalhar em HD (High Definition). Uma das ferramentas, por exemplo, acrescenta trilhas sonoras automaticamente aos filmes, casando o tempo de execução da música com o das imagens.

Outra é velha conhecida de profissionais, o Chroma Key, aquele fundo monocromático, em geral azul, que permite que se sobreponham diferentes cenas.

Em qualquer programa de telejornalismo, por exemplo, as imagens inseridas por trás dos apresentadores entram no ar graças a essa técnica.

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Mas nem só de imagens nascidas em movimento vive o Studio 10. Na verdade, ele permite que o usuário use praticamente qualquer imagem ou som para a criação do seu filme, de imagens capturadas por câmeras de vídeo analógicas a fotos JPG. Uma vez separados os elementos a serem utilizados, podem ser aplicados a eles efeitos de diversos tipos. A operação é fácil e muito intuitiva, mas haja máquina: para aproveitar todos os recursos do Studio 10, os requisitos mínimos são Win XP, processador de 2GHz (ideal 2.8GHz HT), no mínimo 512Mb de RAM, placa de vídeo AGP de 64Mb e um espaço de uns 80Gb em disco.

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Com tudo isso, o processo ainda está longe de ser instantâneo. Renderizar continua sendo uma tarefa exasperante, sobretudo agora, que estamos acostumados a resultados imediatos do que fazemos no computador.

Os progressos da área, no entanto, são absolutamente incríveis. Há poucos anos, fazer uma edição digital das mais simples em casa já era uma vitória; hoje, com um mínimo de dedicação -- e de bom gosto -- pode-se chegar a resultados dignos de MTV.

Em suma: o limite passou a ser a imaginação (e a paciência) do usuário, e não mais a limitação das máquinas.

(O Globo, Info etc., 14.11.2005)

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