12.11.09

Anotações de viagem

  • Ando gastando feito uma oriental. Gosto de tudo o que vejo e o pessoal é bonzinho comigo, me cobra só três ou quatro vezes o que cobraria da Laura ou da Bia. Os valores acabam, assim, iguais aos do Rio, mas a experiência de ser explorada em hindi não tem preço.

  • Os comerciantes não escondem o apreço (vale o termo!) que têm por mim, e insistem, de forma comovente, para que eu não deixe de voltar ao seu estabelecimento ou vá, sem falta, visitar os dos seus irmãos, primos e amigos. Todos prometem rezar para que eu viva cem anos e para o meu breve regresso à Índia.

  • A neura da água é tão ridícula que parece que todo turista vem, de fábrica, com dois litros de água mineral pendurados no cangote. É meio patético ver os firangs tão desconfiados.

  • Os japoneses e os alemães carregam umas espécies de meias com solinhas que calçam quando precisam tirar os sapatos nos templos ou em algumas lojas. Isso é mais patético ainda.

  • Apesar do calor, não se sua nesse semi-árido. É esquisito. A pele, porém, fica salgada: quando se vai conversar com cachorros ou bezerros, a primeira coisa que fazem é lamber a gente. Quanto às vacas, trato-as com todo respeito: as da roça estranham pessoas que não conhecem, e as daqui, ainda por cima, sabem que são sagradas. Uma menina dinamarquesa, que sabe de vacas, me contou que levou uma corrida daquelas quando foi se meter a intima: mais um pouco e chegava a Copenhagem.

    Fiz as anotações acima ontem e mandei pelo celular, antes da chuva e do frio. Aconteceu um trelele nas comunicações e chegou tudo truncado.

  • Decidi fazer o percurso Johdpur-Jaipur de trem, para viver A Real Experiencia Ferroviaria Indiana. O trem saia às cinco e tanto e tive de acordar às quatro e tal. O vagão era confortável, não estava muito cheio, e um chai wallah comparecia de tempos em tempos; a paisagem lá fora era interessante. Mas, tudo somado, ninguém precisa viver A Real Experiência Ferroviaria Indiana.

  • Quando os primeiros pingos da chuva começaram a cair em Jaipur, onde tinha acabado de chegar, o cheiro da terra, seca durante tanto tempo e subitamente molhada, foi dos mais espetaculares que ja senti. Não é à toa que as monções mexem tanto com esse povo.

    Faltam varios acentos (estou no computador do hotel). Acerto depois!
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