6.1.07

Boa romaria faz...

Sim, crianças, às vezes até eu apelo para este velho adágio.

Viajar para os Estados Unidos é um esporte cada vez mais radical, um teste contínuo para os seus nervos, a sua resistência e a sua paciência, com obstáculos de toda a sorte pelo caminho.

A primeira etapa, depois de uma saída pontual e sem problemas do Brasil, foi passar duas horas -- duas horas mesmo, 120 minutos -- na fila da immigration. Isso porque, para uns cinco ou seis aviões que chegaram simultaneamente, havia oito inspetores: cinco para a fila de cdadãos americanos, que andava rapidinho, e três para aquela coisa vaga conhecida como "resto do mundo". Sendo que um americano gasta a metade do tempo de um estrangeiro na inspeção porque, para começo de conversa, entende perfeitamente o que diz a autoridade mal humorada e de língua presa e, depois, não precisa responder por que está aqui, para onde vai e quanto tempo pretende ficar.

Antigamente, eu achava essas perguntas invasivas e desnecessárias. Hoje acho fundamentais: qualquer pessoa que venha para cá de livre e espontânea vontade, tendo o mundo inteiro à disposição, só pode mesmo ser doida.

Como resultado da ineficiência da aduana, praticamente todos os passageiros perderam suas conexões. Não fui excessão. Ia pegar um vôo direto para Las Vegas às 8h25 (huahuahuahuhauhauhauha!) e o melhor que consegui foi um que sai às 12h50... com troca de avião em Chicago.

E troca de avião aqui não é só sair de um e entrar no outro, é toda aquela palhaçada de tirar sapato, tirar notebook da mala, etc. etc. etc.

MA CHI ME LO FA FARE?!

Talvez ao chegar a Vegas eu fique menos irritada, mas agora, sinceramente, estou cuspindo marimbondo: este país enlouqueceu completamente.

Alguém tem que fechar isso aqui e jogar a chave fora, com a máxima urgência.

ARGHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!

Neste momento, escrevo da sala vip da United. Como o aeroporto é uma porcaria, a sala não fica atrás. Aquela ducha bacana de São Paulo, nem pensar. Há uns pacotinhos de amendoim, umas bananas e maçãs, uma máquina de café e uma cáfila de refrigerantes, mas não há um jornal ou uma revista, exceto a Hemispheres, que é a Ícaro cá deles.

Há wi-fi (que estou usando) mas é pago.

Calma, Cora, calma...

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