3.8.10

Mamãe, super atleta



Há duas piscinas sendo usadas no Mundial, e um revezamento entre elas: um dia os homens nadam numa e as mulheres na outra, e vice-versa. A Valhala, coberta e super organizada, fica tão perto do hotel que dá para ir a pé; a Lundby, aberta e confusa, fica tão longe que, quando peguei um taxi para ir até lá, achei que estavamos indo para a Dinamarca (o preço da corrida confirmou a impressão).

Natação é muito bom para quem compete, a se crer nos depoimentos da Mamãe e das suas amigas, e a julgar pela própria quantidade de participantes do Mundial. Para quem assiste, porém, é outra história, porque as provas são rapidinhas e muito espaçadas, e entre uma e outra há centenas de provas que não interessam. Daí o taxi; é que abandonei Mamãe e Vera na parte da manhã, e fui pra Lundby à tarde. As duas já conheciam o caminho e foram de bonde -- há bondes aqui para todos os lados.

Quando cheguei Mamãe já tinha capturado a medalha de ouro dos 200 Medley, mas estava contrariada: não fez recorde do campeonato e, portanto, achou a prova um fracasso. Explico. Nenhuma das senhoras da faixa etária dela está encarando as provas que a Mamãe escolheu, de modo que, quando ela cai n'água, está sozinha, embora haja gente em todas as raias. É que as outras são nadadoras das faixas de 80+ e, em alguns casos, como no 400 Medley, até 75+ ou 70+. Isso significa que ela ganharia de qualquer jeito. Quebrando o recorde do campeonato, porém, ela ganha de todo mundo que já nadou as mesmas provas nos últimos 26 anos, que é a idade que tem o Mundial de Masters.

Tirando os 200 Medley sem recorde, Mamãe é a melhor de todos os tempos em 400 Medley, 50 Borboleta e 100 Borboleta (por enquanto!). Amanhã e depois tem mais.

É muito bacana ver a reação das pessoas aos tempos e à garra da Mamãe. Ela é aplaudida e cumprimentada na piscina, e todo mundo quer ser ela quando crescer; até eu queria, mas já joguei a toalha há tempos. É que eu sei o material que precisa e o trabalho que dá.

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