"Aproveitando o título deste post:Concordo no atacado, que é plausível e assustador; mas discordo no varejo, porque não é a imprensa quem está contra o Lula, e sim o próprio Lula.
Mas o pior
é que a imprensa, em sua sanha assassina contra O Eleito, pode estar contribuindo para criar um monstro, que já começa a se sentir O Iluminado:
"Quando tirarem minhas pernas, andarei com as pernas do povo. Se eles tirarem meus braços, gesticularei com os braços do povo. Se tirarem meu coração, amarei com o coração do povo. Se tirarem minha cabeça, pensarei com a cabeça de vocês. Porque não adianta esquartejar e salgar a carne como fizeram com Tiradentes. A carne você mata. Mas as idéias sobrevivem", disse Lula no comício desta tarde em Belo Horizonte, segundo o blogueiro Noblat. E o povo adora, delira, acredita.
Pior ainda
é que acredita com toda a razão. Há quem veja na popularidade dO Eleito traços de um Chavez ou de um Garotinho. Mas a diferença entre eles é que Chavez é um militar de alta patente, um homem, digamos, estudado. Garotinho chegou até a publicar livro. Mas só quando se olham no espelho, conseguem tirar a máscara do escroque que carregam, por isso não a vêem. Ele não. Ele é povão mesmo, olha-se com a mesma cara com que nos encara. E quanto mais apanha, mais percebe que está no seu caminho. Porque as chicotadas que recebe não o atingem só. Doem mais no lombo dos que o elegeram. Não se trata do pai dos pobres, como querem seus detratores. É, na verdade, seu filho, a quem consideram O Unigênito que, por isso mesmo, tem o direito filial de fazer o que quiser. E a cada lambada mais incorpora o papel, a cada lambada mais mãos sujas, de graxa, poeira, gordura, cutículas, cocô de cachorro, essas coisas tão comuns nas mãos calejadas e de pele grossa, surgem em seu apoio. E não há como afastá-las porque seria preciso ir até lá, atravessar aquele oceano de perfume barato misturado com cc e chulé para aniquilar o monstro. E sucumbir com ele, ninguém se habilita.
Um olhar superficial nas pesquisas mostra claramente: vivemos, na verdade, uma luta de classes. É o que a esquerda de Ipanema não contava em sua cruzada democrática. O povo jamais votará no Vinícius de Moraes."
Uma vez o Millôr escreveu que um executivo que se cerca de assessores mais inteligentes do que ele é mais inteligente do que eles. Substituam inteligência por cinismo ou desonestidade e a frase funciona do mesmo jeito.
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