3.6.06



Vida celular

Olá, povo! Desculpem a falta de notícias de ontem, mas vivi o que já vem se tornando rotina nas minhas viagens: um dia às voltas com os celulares.

O mundo definitivamente ainda não está preparado para o MMS, ou seja, essas fotinhas que subo pra cá sem precisar de computador.

Cada vez que a gente troca de operadora, deve reconfigurar o telefone, porque cada uma usa os seus próprios servidores de internet e MMS. Esta reconfiguração, em tese, não é nenhum bicho de sete cabeças: na Itália, por exemplo, a Tim te manda um torpedo, você aceita e o programinha embutido dá conta de tudo.

Aí no Rio mesmo, dependendo do modelo do celular, a Claro faz isso automaticamente, ou seja, põe-se o chip, ele pergunta se você quer baixar as atualizações da operadora e pronto.

E, aqui na Alemanha, a Vodafone -- pronuncia-se, apropriadamente, "Fodafon" -- também poderia fazer... mas não faz.

Tá. Uma visitinha à loja, e está resolvido, certo? Errado.

Aproveitando que estava em Könisberg com o Luis Fernando Veríssimo e a Lucinha, deixei os dois almoçando e fui para a Vodafone mais próxima. Comprei dois SIMcards para os telefones, o rapaz ligou para a central e pediu o tal torpedo -- que chegou, mas não resolveu nada.

Duas horas depois, fui para outra cidade, onde numa segunda Vodafone um segundo rapaz pelejou por mais uma hora com os aparelhos. Por incrível que pareça, aqui não há uma loja de celular em cada esquina; também não há mais farmácias do que habitantes. País estranho, ¿verdad?

Comecei a ficar impaciente: era óbvio, mesmo em alemão, que ele não tinha a menor idéia do que estava fazendo.

Finalmente ele me recomendou ir a uma terceira Vodafone, ironicamente a mais próxima do hotel (apenas a oito euros de taxi daqui), onde, em tese, haveria "máquinas para instalar o software da Vodafone".

Máquinas?! Nunca vi precisar disso, mas como as coisas aqui são diferentes, obedeci.

Lá, afinal, encontrei um terceiro atendente que tinha a manha. Em dois tempos, sem máquina alguma, pegou o torpedo certo e pôs o W800 para funcionar. Pelejou muito com o Nokia 6681, que está mandando torpedos (mas que não tem entrada para "assunto", ou seja, essas legendinhas das fotos -- único defeito deste grande aparelho) mas não consegue mandar email, que para mim é fundamental.

-- Você deve ir a Frankfurt, -- explicou o moço. -- Sabe uma praça que tem uma fonte?

TODA praça alemã tem uma fonte, mas eu estava cansada demais para descobri QUAL praça com fonte.

-- Sei.

-- Lá há uma Vodafone onde há técnicos da Nokia e da Sony-Ericsson de plantão. Eles poderão resolver isso.

"Isso" incluindo também a minha pequena maravilha, o K790 (que desconfio seja um K800i, já que é assim que se identifica ao Bluetooth), que não houve santo que pusesse para funcionar.

Em tempo: quaqndo digo funcionar quero dizer tirar fotos, enviá-las e ter acesso à internet. Falar, que é o básico, todos falam sem qualquer problema.

Mas quem quer um telefone sópara falar?!

* * *

Peço perdão se o papo aí de cima foi chato, mas fiz só um resumo. Imaginem como foi o meu dia...!

Neste momento estou sozinha na redação, esperando a bateria da FZ20 carregar. Esqueci as baterias extra em casa e o carregador é um bloquinho cujos pinos não se casam com os meus adaptadores locais.

As tomadas aqui têm dois pinos redondos, mas eles ficam numa reentrância. Depois fotografo para vocês verem como é; o carregador da Nokia se adapta perfeitamente, o do notebook, o da Sony e o do W800 também, mas os do FZ20 e telefone mundial da Motorola não.

Life on the fast lane.

O resto do pesoal está por aí, correndo atrás de matéria; que é o que eu vou fazer assim que os meus aparelhos estiverem carregados.

* * *

Continua frio paca, mas logo deve esquentar: é que ontem à noite aproveitei uma liquidação e comprei uma blusa de frio e um casaquinho.

* * *

A Jussara perguntou onde estou.

De verdade? No meio do nada. Xexéo escreveu uma ótima coluna sobre isso para amanhã. Estou num lugar chamado Sulzbach, e não há como chegar ou sair do hotel a não ser de carro. Há umas estradinhas que podem ser usadas como ciclovias, mas no máximo permitirão belos passeios pelo campo, quando esquentar.

Meus planos para hoje começam com a ida à Frankfurt, a ver se descubro a que praça com fonte se referia o cara da Vodafone. Depois vou pensar; mais provavelmente volto para o hotel para trabalhar um pouco.

Mas agora que o W800 está funcionando, vocês acompanharão cada passo da minha emocionante aventura tedesca.

Tschüs!

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