12.3.06

Esqueça a lógica

A DAMA DE HONRA
O romance original é de Ruth Rendell, a direção é de Claude Chabrol e o personagem principal, Philippe, é feito por Benoît Magimel, um ator de primeiríssima linha. Em suma, "La demoiselle d'honneur" (no original) tinha tudo para ser uma obra-prima. Mas, infelizmente, acaba ficando pelo meio do caminho. A ação gira em torno da paixão avassaladora de Philippe, rapaz sério e trabalhador, e Senta (Laura Smet), candidata a atriz que vive no mundo da lua, entre bicos, pequenos papéis e declarações que tanto podem ser verdade quanto mentira.

O problema é que, se já é difícil entender a paixão desvairada de Philippe por Senta, entender a paixão delirante dela por ele é francamente impossível. Sim, a gente sabe que os opostos se atraem, mas até para que este chavão funcione é preciso um certo je ne sais quoi que falta a essa história.

Ainda assim, "A dama de honra" não é um filme de todo ruim. Deixando a lógica em casa, é possível passar duas horas no cinema sem tédio, o que, hoje em dia, não é dizer pouco.

(O Globo, Rio Show, 10.3.2006)

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