31.12.02


















A festa pode até ser hoje, mas ontem já estivemos com Iemanjá na Praia Urca, saindo da casa do Ricardo Cravo Albin. A maquininha digital fez o que pode mas, coitada, não esteve à altura da ocasião; e neste computador eu sequer tenho Photoshop para dar aquele trato básico às imagens.

Sim, ainda estou tendo problemas de máquinas e de conexão: o Eudora subiu no telhado, o Blogger está esquisito, o webmail não dá nem pra saída.

Mas tudo bem: no ano que vem a gente resolve isso...






Um especial do Millôr para o internETC!

Na fronteira

Para ser lido entre o último toque de 31.12.2002 e o primeiro toque de 1.1.2003

Fim de um, começo de outro, passado e presente sem contornos, a certeza, mais uma vez, de que o tempo não existe. Só existe o passar do tempo. O que nos falta, entre o ano que termina e o que começa, é um limite de precisão que não o do relógio. Não há tique-taque que meça isso a não ser o, amedrontado, do coração.

Necessitamos saber - e não podemos - se já chegamos ou ainda estamos. Queremos pelo menos uma terra-de-ninguém, que nos dê tempo de respirar, enquanto abandonamos um ano e assumimos outro. Será por isso que procuramos fazer tanto barulho quando o ano acaba? Mas não adianta tocar uma corneta, bater um bumbo, emitir um grito; as ondas se espalham, ainda!, igualmente, num ano e noutro, em círculos perfeitos que estão, ao mesmo tempo, no fundo de 2002, no primeiro degrau de 2003.

Círculos perfeitamente concêntricos de nada. O momento é totalmente vago, fugidio, não tem realidade. Estamos na angústia do que perdemos definitivamente - mais 365 dias que mergulham para sempre no buraco negro do ido - e no fulgor do primeiro minuto que virá, novo, polido, toda uma outra coisa, como nunca foi. É, ainda não chegou, e talvez jamais chegue.

Pois no meio, pavorosamente silenciosa, aquela fímbria, o instante e espaço fim/início.O intervalo invisível, inaudível. Tordesilhas de nossas vidas, linha nem sequer imaginária.

Um gesto de carinho, um copo erguido, um beijo. E o abraço do afeto, o cálice da saudação e os lábios da intimidade estarão de um lado e do outro, num tempo e noutro tempo, no aqui e agora, e no semper et ubique.

Mas é isso aí.

Feliz Ano Lula.

(Millôr Fernandes)





29.12.02




Gatinhos cariocas em busca de um lar

Cut&Paste do blog do Tiago Teixeira:

"Amigos, ajudem a encontrar um lar para essas duas belezinhas da foto. Eles têm dois meses, aproximadamente, e estão vermifugados. São brincalhões e muito doces. A pretinha é fêmea e o tigrado, macho. Aqui quem fala é Juliana, a esposa do Tiago. Nós moramos no Rio, e quem quiser entrar em contato, por favor envie um email para ju@tiagoteixeira.com.br"






TUDO

...e mais alguma coisa: é a edição especial de Natal do Pulso Único que -- pecado! -- só vi agora. Dá pra gente se divertir até o ano que vem. O outro, digo.






TUDO

...e mais alguma coisa: é a edição especial de Natal do Pulso Único, que -- pecado! -- só vi agora.





28.12.02


















Do Bricabraque

"Nome e endereço do autor do lotogipo Tim, por favor.

Precisamos conversar, ele e o meu 38."

Taí. Dô morrrapoio.






Faxina geral

E hoje acabou sendo dia de arrumar as máquinas. O Abel passou aqui à tarde, confirmou o meu diagnóstico e trocou a fonte do computador, que voltou a se comportar comme il faut; aproveitamos e abrimos a máquina da Bia, que está fazendo um barulho estranho há uns tempos, e vimos que lá teremos em breve outro problema de fonte. Antes que aconteça, vamos trocar também aquela fonte e, de quebra, o gabinete.

Me dei de presente de Natal um gravador de CD (o meu computador, espartano, só tinha um DVD player); instalei uma nova impressora, especialmente boa para fotos (Epson 820) e a nova versão do Norton Systemworks, completa, na pequena rede do escritório, que a Bia e eu chamamos de Nossa Redação Particular.

Agora estou limpando arquivos antigos, velhos programas, essas coisas.

A Família Gato, prestativa como sempre, ajudou no que pôde. Mosca já adotou os gatinhos pequenos, brinca com eles, dá lambidas e -- gracinha completa! -- deixa que comam da sua comida. Lucas, mas impaciente, ainda dá, volta e meia, uns safanões nos fracos abusados.

Os outros membros da famiglia, desconfiadíssimos, só agora começam a chegar perto dos pequenos -- mas é lógico que vão acabar vencidos pela curiosidade.






Da caixa postal

Uma mensagem em galego: vejam que linda é esta língua!

"Cora, gracias pola tua amabel mensaxe. Eu tamén che desexo un Bo Nadal e un inmellorabel Aninovo.

Saúdos dende a Galicia do Apóstol, e agora tamén do Fuel-Oil.

Unha aperta

Xosé"

Para quem quiser saber mais sobre a Galícia, vítima do trágico vazamento de óleo do Prestige, aqui vão alguns links -- e um trecho do Hino Nacional, para os que gostam de brincar de detetives de letras, e que pode ser ouvido na íntegra aqui.

Os bos e xenerosos
a nosa voz entenden
e con arroubo atenden
o noso ronco son,
mais sóo os iñorantes
e féridos e duros,
imbéciles e escuros
non nos entenden, non.





27.12.02








Psicologia felina

Quem tem gato vai entender perfeitamente este cartão, na mesma linha de um livrinho que comprei há tempos na Amazon, melhor pelo título do que pelo conteúdo: Everything Here is Mine.

Essas coisas parecem piada mas são a mais pura expressão da verdade.

Na noite de Natal, conversando com mamãe, cheguei à conclusão de que o meu nível de tolerância com os gatos é infinitamente superior ao meu nível de tolerância com as pessoas. Quando é que eu ia aceitar que uma pessoa -- qualquer pessoa -- fizesse o que eles fazem com o sofá?

Por outro lado, como sempre lembro a amigos que sonham em ter gatos *e* sofás bem conservados -- o que é um sofá diante de um gato?!

Curioso que a conversa voltou à tona ontem à tarde: Marina W. e eu tentando convencer Luciana a adotar uns gatinhos. Ia se divertir tanto!

Os pequenos hospedados aqui em casa descobrem uma novidade a cada dia, mas ainda há lacunas muito engraçadas no seu conhecimento. Ainda não sabem, por exemplo, que são carnívoros. Comem farofa, bolo e arroz com o mesmo entusiasmo que dedicam à ração, e entraram em êxtase quando provaram o purê de castanhas da Laura.

Eles também ainda não sabem que o rabo de um gato é parte integrante do seu corpo. Passam um tempão entretidos em correr atrás das próprias caudas; às vezes conseguem capturá-las e ficam tão empolgados que tascam-lhes os dentes. Aí dão um miadinho indignado e olham pra gente com o ar perplexo de quem acaba de sofrer uma injustiça inexplicável do destino.

Horas depois, esquecidos do incidente, recomeçam tudo de novo.





26.12.02



Especial Dilbert


Ano Novo 2002


Natal 2002... ainda em andamento

Há links nas imagens






Por falar em Fórum...

O Cesar Valente deixou essa mensagem lá no Fórum:

"A propósito da árvore de blogs que a Cora achou no Blog do Jean. Sou novo no pedaço (blogueiro há uns três meses) e a cada dia tenho boas surpresas com esse pessoal. Um dia é uma reação solidária e ética a um mal intencionado mal educado (o caso do plagiador spammer), deixando claras as regras - éticas e solidárias - de convivência. Outro dia são comentários generosos de gente que nunca vimos. E de repente a gente se pega também sendo generoso e olhando emocionado para alguma página alheia. E nascem amizades assim, de repente. É um bom lugar para se estar, este. Foi um bom presente de Natal que me dei, fazer o blog e aproximar-me, com ele, de vocês. Obrigado, parabéns, felizes festas para todos."






Fórum

O Fórum sofreu um downgrade: não estranhem. É que quando me inscrevi, eles ofereciam uma semana grátis de modelo VIP, sem anúncios e com algumas firulas extras. Não assinei logo porque não sabia se ia funcionar; mas agora que está testado, vou pagar a assinatura e em breve teremos a versão antiga e mais chique de volta.








Eu acho linda (e muito bem selecionada) essa colagem que o
Matusca fez. Volta e meia eu passava lá, olhava e ficava pensando: "Tenho que roubar isso..."

Hoje não pensei não...

Aliás, a Múmia deu sinais de vida por !







BLOG!







BLOG!







Natal em off

E não é que o computador resolveu fazer forfait justo no Natal?! Primeiro foi o Velox que saiu do ar; depois, apareceu um problema qualquer na fonte (suponho) que simplesmente desliga a máquina sem dizer água vai. Perdi dois posts e as mailboxes do Eudora se embaralharam todas.

Pelo sim pelo não, resolvi rearrumar os fios, mais embolados do que uma macarronada. E, já que estava com a mão na massa, abri a máquina pra dar uma geral; tirei, limpei e recoloquei as placas em seus devidos slots, e dei aquela aspirada básica, já que há sempre mais pelos de gatos dentro das máquinas aqui de casa do que seria recomendável. Como eu já imaginava, não adiantou nada, exceto pelo fato de que pelo menos, agora a confusão de fios, adaptadores e filtros de linha está menos confusa do que antes.

Não é um consolo.

O Velox voltou, e estou digitando essas mal tecladas da máquina da Bia, mas não é a mesma coisa. Estranho a escrivaninha e sinto falta dos meus arquivos. {SIGH}

Meninos, algum de vocês cariocas é técnico em hardware?

Abel, estás na área?





25.12.02















23.12.02


Comentários fora do ar... :-(

...mas podemos usar o Fórum, não esqueçam!







Clique na imagem para ampliá-la

Acabo de chegar do Blog do Jean, onde vi este cartão. Achei lindo -- mas, mais do que isso, fiquei sinceramente comovida com o trabalho deste amigo distante, que, como a maioria dos meus conhecidos de blog, nunca encontrei ao vivo.

A meu ver, o fato de alguém passar boa parte do domingo capturando telas e criando uma imagem tão bonita para fazer um agrado para pessoas que nunca viu resume o que o mundo blog tem de melhor: a troca de idéias e de gentilezas, a vontade de criar (e de manter) laços e amizades, os gestos de atenção e carinho.

Acho que todos nós que, de uma ou de outra forma, participamos deste mundo tão novo e interessante, concordamos com a mensagem implícita do Jean: nossas vidas seriam menos ricas e divertidas sem os blogs.





22.12.02


Eu, hein...

Flash para ensinar a embrulhar presente. Só podia ser da CNN, mesmo.







Gente, olha que LUA!!!






Multi-uso

O Multi-uso, da Marina W e da Mariana Newlands, já está no ar! Primeiro tema: uma lista com as dez celebridades que a gente chamaria para a ceia de Natal. Eu mandei este email pra Marina:

Bom, meninas, só dez não dá MESMO. Vão cinco de dez áreas que eu adoro discutir. Se vocês acharem que é gente demais, peguem o primeiro nome de cada lista que dá uma mesa de dez muito bacana... Ou o segundo. Ou pesquem ao acaso. Pra muita gente vai ser a mesa mais chata do mundo, mas eu vou me divertir muito.

Gerald Durrell, Jacques Cousteau, George Adamson, Sylvia Earle, Jane Goodall, pra falar de bichos

Yehuda Amichai, Carlos Drummond, Jorge de Sena, W. H. Auden e J. L. Borges, pra falar de poesia

John Julius Norwich, Fernand Braudel, Georges Duby, Philippe Aries e o Peninha, pra falar de História

Woody Allen, Ettore Scola, Louis Malle, Robert Altman e Fellini, pra falar de cinema

Andre Kertesz, Robert Capa, Ansel Adams, Cartier-Bresson e Marie Cosindas (o que era aquela Polaroid?!), pra falar de fotografia

Bach, Mozart, Brahms, Mendelsohn e Schubert, pra falar de música

Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Paulo Cesar Pinheiro e Clara Nunes, pra falar de samba

Tom Paxton, Geraldo Vandré, Violeta Parra, Billy Bragg e Leonard Cohen, pra falar de protesto

Millôr, Jaguar, Aldir Blanc, Noel Rosa e Nássara, pra falar do Rio

John Perry Barlow, Larry Lessig, Dave Touretzky, Ed Felten e Mitch Kapor, pra falar de liberdade e resistência no que realmente importa, onde se pode, de fato, fazer diferença, e por onde seremos todos livres -- ou não.

Richard Stallman fica de fora porque realmente não tem modos à mesa.






Natal







Janelas indiscretas

A turma das janelas, Suely à frente, avisa: o juri oficial já fez sua escolha, e agora precisa da ajuda de um juri popular para o desempate. As eleições estão abertas até o dia 28 no Janelas Indiscretas, mas aviso: vai ser páreo duro! Há umas fotos sensacionais por lá...







21.12.02




Tá fácil? Complica!

Escrito nas estrelas

Ao assistir a “Carga explosiva”, há duas semanas, o Bonequinho chegou à conclusão de que a certos filmes não convém levar a namorada. Ao assistir a “Escrito nas estrelas” (“Serendipity”), na semana passada, ficou torcendo para que ela retribua o favor na mesma medida e não lhe peça para ir junto.

Sara (Kate Beckinsale) e Jonathan (John Cusack) se encontram durante uma liquidação da Bloomingdale’s, disputando um par de luvas pretas — e algo acontece entre eles que transcende a raiva assassina que seria de se esperar entre dois consumidores estressados em véspera de Natal. Os dois saem juntos para uma noite romântica por excelência, em que cumprem todos os clichês do gênero, mas quando Jonathan pede o telefone de Sara, ela decide que a vida não pode ser simples assim.

Para complicá-la além de qualquer medida, e tirar do roteiro qualquer possibilidade de verossimilhança, ela escreve seu telefone num exemplar de “O amor nos tempos do cólera”, de Garcia Marquez, que venderá a um sebo no dia seguinte, pedindo a ele que anote o seu numa nota de cinco dólares que gasta imediatamente. Se um dia o livro chegar às mãos dele e a nota às dela, é que o destino desejava mesmo que ficassem juntos. Então tá.

Anos depois, noivos de outras pessoas, os dois continuam pensando um no outro. Durante esse tempo, livro e nota vão seguindo seus percursos perfeitamente ridículos, enquanto a gente fica se perguntando qual é o sentido daquilo tudo.

Mas esta é, lógico, a pergunta que não deve jamais ser feita numa comédia romântica. A idéia aqui não é ter sentido, mas despertar sentimentos — em geral, irritação com maridos ou namorados que, presos à vida real, jamais conseguirão, coitados, transportar suas amadas ao turbilhão de sonhos prêt-à-porter de uma bobagem dessas. Conformem-se, rapazes. Elas vão sair do cinema achando lindo...







O rap da Cinderela

Pequenos grandes astros

Calvin Cambridge (Lil Bow Wow, carismático e engraçado) é um menino que ninguém quer, abandonado num orfanato que poderia ter saído diretamente de um romance de Dickens, caso não estivesse em Los Angeles.

Um dia, no meio de uma tempestade, tenta pegar um par de tênis velhos pendurados num fio de alta tensão. Neste exato momento, um raio atinge os sapatos, atirando-o longe com o seu troféu — e, a partir daí, claro, nada será como antes. Durante uma partida de basquete, Calvin é sorteado para bater uma bolinha com o grande astro do time local. Graças aos seus tênis mágicos, dá um baile, é contratado para fazer parte do time e consegue levá-lo à primeira divisão. Apesar dos Nikes atômicos, crianças, a verdadeira magia está, aprendam, na vida real: no decorrer da história, Calvin encontra, finalmente, uma família.

Parece bobo, e é bobo mesmo. Mas “Pequenos grandes astros” (“Like Mike”), uma espécie de Cinderela em releitura contemporânea, é um filme que vai agradar muito às crianças e, de quebra, divertir os seus pais. Mágica é isso!






Hóspedes





















Alegrias de blog

Ontem de manhã a Cristina Carriconde me mandou esta colagem que fez no vapt-vupt. Somos amigas de computador, mas nunca havíamos visto fotos uma da outra. Ela me explicou o que aconteceu:

Estava fazendo uma montagem no Photoshop para ver se conseguia colocar uma foto no forum e com algumas "caras" minhas, quando resolvi tirar uma foto da tela do meu computador e dei de cara com você que eu não conhecia em uma foto maravilhosa.

Tive a idéia de fotografar o comentário e a tela do meu computador. Numa linguagem de internet eu mostro para você várias expressões quando estou lendo o seu blog.

Como sempre digo "bom dia", mando ele agora colando nossas imagens e as do instrumento que tem possibilitado a nossa comunicação.

Não repare na montagem porque fiz rápido para mostrar como foi um encontro não planejado...


Pois eu adorei essa colagem! A Cris conseguiu fazer uma coisa que, se alguém me descrevesse, eu ia achar impossível: criar a interpretação visual de um diálogo online. Maravilhoso.

A outra alegria: ver as fotos que a Luciana fez na casa do Paulinho, em Michigan.

Pensem só: eu faço um blog. Uma menina que mora em Michigan faz um blog. Nós lemos os blogs uma da outra. Através desses blogs, ela e o marido ficam amigos do meu filho e da mulher dele, de quem são quase vizinhos. Um dia, começam a aparecer fotos dos meus netos no blog dela. E agora, a Bia, que ainda ontem estava aqui no escritório, escrevendo sobre a noite carioca, me aparece lá também, ao lado do irmão.

Surreal.

Isso eu continuo achando uma espécie de milagre com o qual espero não me acostumar nunca. Certos espantos devem ser preservados, como espécies em via de extinção.






Negro gato



Vocês estão reconhecendo o gato da foto? Pois é, é o Nero, aquele quadrupinho maravilhoso com quem eu fiz questão de ser fotografada. A produção era para essa foto de Getúlio Cortes, autor de uma série de sucessos da Jovem Guarda -- entre eles, claro, Negro Gato...

É a capa do Segundo Caderno, hoje.





20.12.02


Marathon Man

Outra coisa que a gente faz em fim-de-ano, além de listas de melhores issoeaquilos e resoluções que sabe, de antemão, que não vai cumprir, é limpar, na medida do possível, as diversas mailboxes. Nessa revirada vêm à tona lembranças, imagens, amigos.

Um, que acho que nem vi em 2002, mas de quem tenho sempre saudades, é Rodolfo Lucena, editor de informática da Folha. Olhando assim de fora, Rodolfo parece até normal; mas só parece. Na verdade, é louco por corridas. Louco mesmo.

O negócio do Rodolfo não é aquela corridinha básica no Ibirapuera. Imagina...

Não; o que ele quer é viver desafios complicados, em regiões estranhas, nas piores condições possíveis. O frio está de rachar? Ótimo! Além disso chove? Melhor ainda!

E sabem o que é pior? É que quando a gente termina de ler as aventuras dele, acaba achando tudo muito divertido, e morre de pena de não ter estado lá.






Memoblog

A Angela descobriu entre os seus guardados um link que pesquei no ano passado. Eu tinha me esquecido completamente! É um lindo calendário adventício (é assim que se diz?) pro Natal.

Valeu, Angie -- se um dia eu me lembrar de onde deixei a caixinha do remédio pra memória, quero ficar exatamente assim...!






Cena carioca

Bia Badaud escreveu isso aí embaixo, num comentário. Achei lindo e resolvi trazer pra cá:

Estava passando ao lado do campo de Santana ( Sant'Ana? ah, a Praça da República, vai ) quando vejo um homem de terno, de seus quase cinquenta anos, se abaixar. Desviei o olhar pra ver o que tinha caído. Ele estava catando da calçada um filhotinho gatinho.

Parei pra ver o que ele ia fazer.

O homem de terno foi na grade e enfiou o gatinho pra dentro de novo, por um buraco na tela, pra perto de onde havia outros pequenininhos também. Detalhe: o pequeno se enroscou um pouco, e o homem ficou olhando e ainda deu mais um empurrãozinho, só saindo quando teve certeza que o gatinho tinha entrado direito.

E lá seguiu o homem de terno pro seu lado, e eu pro meu.

Hehe, adorei...

Quem disse que homens de terno no centro da cidade só se preocupam com números, cotações e índices econômicos?






SPAM!!!

Recebi a primeira msg há dois dias:

Visitei o seu site e gostei muito.
Também tenho um site que é muito legal.
Dá uma olhada: ***.
Vamos trocar links?

Um forte abraço


Fiquei meio desconfiada -- não há, nesta msg, uma só referência pessoal ou indicação de que o indivíduo que a assina esteja se referindo ao blog ou site da pessoa a quem se dirige; além do quê, eu não tenho lista de links. Os meus links acontecem ao acaso, no corpo do blog.

Ainda assim, fui até lá. O blog é um patchwork de posts de outros blogs. Nos comentários, dúzias de pessoas respondendo, inocentes: "olá oi td bem? valeu por entrar no meu blog... vou ler o seu agora hehe beijus byebye volte sempre!"... vocês manjam.

Achei o golpe baixíssimo, mas deixei pra lá: vai que o cara tem uma msg padrão pra todo mundo?

Mas agora recebi a MESMA msg novamente.

Não só spammer, como reincidente...

Que cafajeste.

PS: Por falar em spam cafajeste [*], hoje recebi também o spam de um site pornô que vem (falsamente) assinado por ninguém menos do que... Ivanopulo! Para quem não sabe, o russo Ivanopulo manteve, durante anos, o melhor e mais confiável site de warez da rede. Andou tendo problemas legais com a Macromedia, entrou na encolha e hoje é uma pálida sombra do que costumava ser. Seu nome, porém, fez história.

[*] Sim, é um pleonasmo, todo spammer é cafajeste, mas uns são mais do que outros. Há poucas coisas mais nojentas na rede do que spams que tentam se fazer passar pelo que não são, que assumem ares de cartinhas de amigos. Que gente asquerosa!

Update: Podemos nos queixar ao YahooBR -- onde o biltre tem conta -- a respeito do spam. É só incluir o original e mandar para br-abuse@yahoo-inc.com. E talvez pudessemos nos queixar também ao blogger.com.br, se é que é lá que ele hospeda a sua indigência mental -- agora estou sem tempo de ver isso, tou correndo, como sempre, mas Áurea, Funny, Alê e demais advogados que andam por aqui -- vocês faziam esse favorzinho pra gente? Ler o contrato de adesão do BloggerBR e ver se há alguma cláusula a respeito de spam e/ou plágio? Thanks!






Blog no forno

Marina W. e Mariana Newlands inventaram um blog novo, o Multi-uso. Está pronto pra entrar em ação, e vai servir pra gente ficar fazendo listas, falando do que gosta e do que não gosta, essas coisas. Elas pedem que a gente envie à redação uma listinha das dez celebridades que convidaria para uma mesa de Natal. Eu já enviei a minha.





19.12.02









Desculpem a egotrip, mas não deu para resistir! Hoje à tarde, quando cheguei ao jornal, o Arnaldo Bloch me contou que havia um gato na casa, requisitado pela produção para uma foto com o Getulio Cortes, autor de Negro Gato.

Corri para o estúdio para ver como era o quadrupinho, e lá estava ele, aparentemente muito contente com as atenções recebidas. Chama-se Nero, foi encontrado no Campo de São Bento há cerca de um ano, e ficou abrindo e fechando as patinhas quando o peguei no colo.

Como é que eu ia perder a oportunidade de fazer uma foto com ele? Ainda por cima com o Leonardo Aversa pilotando a máquina?!






Meus dez filmes

É de lei: fim de ano, começam as listas. No meu papel de Bonequinho, tive que fazer uma lista com os dez melhores filmes que estiveram em cartaz em 2002. Esta lista foi somada à dos outros críticos. A lista que vocês vão ver no Globo é o resultado dos votos dos vários Bonequinhos da casa, e foi alvo de muita celeuma entre nós.

Os meus filmes foram estes:

Domingo sangrento, o melhor da temporada

Assassinato em Gosford Park, um páreo duro
Cidade de Deus
Terra de ninguém
Iris
Casamento à indiana
O gosto dos outros
Um grande garoto
O homem que não estava lá
Amelie Poulain, de que não gostei lá muito mas que tem, inegavelmente, a sua personalidade, e é bom de assistir. Esquece: O Closet, que é genial! Última forma: Um amor quase perfeito. Não vi, mas o Tom Taborda garante que é melhor do que O Closet. Como a gente concorda em relação a 99% dos filmes, fica valendo esse.






Zel






18.12.02














Fórum

Bom, parece que o Fórum foi, afinal, uma boa idéia! Ontem, em seu primeiro dia de vida, teve 160 visitas. Já está com 48 mensagens, divididas em 17 tópicos.

Uma zorra, obviamente, mas vamos aprender juntos como se toca este barco direito.

Ah, sim: ele já está num link permanente aí à esquerda, logo abaixo da webcam. Vá lá, registre-se, dê seus pitacos: tá bem legal!






Bonita festa

Ontem fui, pela primeira vez, a uma festa de entrega do Prêmio Esso, um daqueles eventos que tem tudo para ser um grande programa de índio. Ainda bem que deixei o cocar e a borduna em casa porque, acreditem, gostei muito de ter ido. Espantosamente, até a comida estava boa.

Encontrei amigos que não via há tempos e tive a alegria de ver colegas do Globo premiados (Ana Lúcia Azevedo, Chico Otávio e Roberta Jansen, com Planeta Terra, Prêmio Esso de Informação Científica, Tecnológica e Ecológica e, de novo o Chico Otávio, grande vencedor da noite, com Sentenças Suspeitas, que levou o Prêmio Esso de Reportagem).

Como todo mundo, fiquei profundamente emocionada com o belo e digno depoimento de Alessandra, mulher do Tim Lopes. Muita gente não conseguiu segurar o choro. Ainda assim, apesar da tristeza geral, ou talvez até mesmo por causa dela, este foi um belo momento.

E, para acabar de vez com a tese de que jornalista é uma raça dura, entraram, logo em seguida, as imagens das reportagens concorrentes ao prêmio de telejornalismo. A primeira dessas reportagens, Quase o peso de um passarinho, feita por Neide Duarte e Valdir Rodrigues para a TV Cultura, sobre as crianças castigadas pela miséria no sertão, era de cortar o coração -- e quem resistiu à homenagem ao Tim, entregou os pontos de vez.

Afe.

Um prêmio que me deixou particularmente contente foi o de Contribuição à Imprensa, dado ao site Controle Público, feito pelo Fernando Rodrigues para a Folha. Este site é um perfeito exemplo de como a web pode ser útil quando bem aproveitada. Votei nele há alguns meses, quando fiz parte do juri do Prêmio Libero Badaró, e foi legal ver que está sendo reconhecido como o trabalho monumental que é.

O único ponto negativo da noite, para mim, foi a premiação especial de primeira página, à qual concorriam Sérgio Costa, do Dia, com uma capa da prefeitura metralhada, Sandro Vaia, do Estadão, com uma capa do final da Copa e Fábio Salles, do Correio Braziliense, que fez uma capa sensacional para um jogo que ia ao ar de madrugada, e cujo resultado só seria conhecido depois que o jornal estivesse rodado. Solução? Numa metade da página, o cabeçalho e a manchete Glória, dedicada a uma possível vitória brasileira; virando-se o jornal de cabeça para baixo, outro alto de página com a manchete Frustração.

Apesar de aplaudidíssima pelos colegas, que vibraram com a sacada, esta ótima capa perdeu para a do Estadão, que não tinha nada de mais e era, sinceramente, a pior das três. Houve até um começo de vaia; depois acho que o pessoal se tocou e chegou à conclusão de que não era o colega vencedor quem devia ser vaiado, mas sim a comissão julgadora. Ele, coitado, se manifestou surpreso com a própria vitória, disse que achava que a capa do Correio devia ter ganho e saiu do palco rapidinho.

Enfim: a noite foi um autêntico smorgasboard de emoções.

PS: Marinex, em que estrela te escondias com aquele rapaz tão bonito e simpático fazendo as apresentações?!





17.12.02



Thomas D. Mangelsten

Dica de Festas

Bom, bonito e... beneficente!

O meu site favorito de cartões é o Care2, um portal de serviços que congrega 21 organizações não-governamentais dedicadas ao meio-ambiente e a populações carentes do mundo inteiro.

Os cartões, para todas as ocasiões e de todos os tipos -- de fotos como esses ursos folgados a animações em flash -- são grátis e, no geral, bem mais bonitos e criativos do que os que se encontram por aí.

Com um detalhe legal a mais: freqüentando o site e clicando aqui e ali, a gente pode ajudar a uma infinidade de boas causas.






Novo Fórum!

Criei um fórum pro blog, em caráter experimental, pra gente ver se funciona ou não. A minha idéia é -- se ele der certo -- pô-lo no lugar do guestbook, que é complicado pra escrever. O fórum fica

AQUI

Agora eu só preciso de umas cobaias... quem se habilita?






Über-blogs

Dan Bricklin tem um blog.

Ray Ozzie também, mas muito devagar.

Mitch Kapor é um pouco mais assíduo.






BIA...!

E aí, chegou, não chegou...?

Como é que é?

Nem um bilhetinho, nem um telefonema, nem um telegrama...?

Favor entrar em contato com a base!

Gatos nervosos, mãe aflita, avó e tia tensas, irmão confuso, assistente doméstica no auge da preocupação.





16.12.02



Foto de Luiza Bousada

Da série Momentos Inesquecíveis: a governadora eleita Rosinha Garotinho no espetáculo de fim-de-ano da sua academia de ballet. Se vocês acham que é gozação minha, confiram aqui.










Eu já não ia lá há mais de uma semana; afinal, vocês sabem, Portugal é meio longe... assim, só agora é que descobri que a campanha pela volta do Matusca ganhou mundo e chegou ao Bairro Alto.

Diante da pressão geral, o Matusca prometeu que volta. Ao que a Luisa Cortesão prontamente fez um outro gif, ainda mais bonitinho que o primeiro:



Agora, falando sério: onde é que já se viu múmia tirar férias?! Eu, hein...








Fiz esta foto no Rio Amazonas, há uns dois anos. Ela é um presente meu e da Família Gato para a Meg (que está com pneumonia) e vai com os nossos votos de pronto reestabelecimento.

Aliás, pensando bem: votos não, viu, Meg -- ordens.

Fique boa logo, estamos todos com saudades!





15.12.02



Foto Mario AV






GENIAL!

Este link é um presente pro Tom Moore, o gringo mais brasileiro que eu conheço, e que acaba de chegar para passar o Natal e o Ano Novo com a família... :-)






Cut&Paste

Senhor, livrai-me das filas, das idas ao shopping, dos panetones, da lista de presentes, dos envelopinhos dos entregadores de revistas, do livro de ouro dos porteiros, das árvores com neves de algodão, dos presentes que nunca usarei, do peru tender com rodelas de abacaxi. Amém.

(Descaradamente roubado da Marina)






Animais

A situação dos gatinhos do Anhangabaú continua horripilante. Abandonaram lá mais vinte filhotes; dez foram enforcados com linha de cerol, e quatro pretinhos mortos a pedradas, na última sexta-feira. Seis, felizmente, foram recolhidos pela Angela e escaparam dos assassinos.

Gente, esses bichinhos e seus protetores estão precisando muito de ajuda!

A boa notícia é que os dois ruivinhos cujos olhos foram furados acabam de ser adotados pela Magali, do Rio Grande do Sul. Um deles ficou cego de um olho; o outro recuperou totalmente a visão.

Eu fico tão chocada sempre que penso nesses pobres animaizinhos. Como pode?!

Enquanto isso, lá de Pittsburgh, a Luciana Barichello pede um help para um cãozinho abandonado, o Charlie, que é lindinho, bem educado e está em São Paulo, provisoriamente hospedado numa garagem.








Enquanto isso, no Rio...

Olívia Byington se divertia fotografando as orquídeas que brotaram no seu jardim. São 25 flores, uma mais linda do que a outra, convencidas, todas elas, de que estamos em plena primavera.








From Tchernobil with love

O Gravatá foi, como eu disse aqui outro dia, a Tchernobil. O que deu na cabeça dele não sei, mas também não sei o que deu na cabeça dele pra ir a Kiev, na Ucrânia, nessa época deliciosa do ano, em que a temperatura, afinal, ainda é suportável: não chega sequer a 20 graus negativos!

(Está no website oficial do país: The climate of the country is moderate. Na frase seguinte eles dizem que no inverno a temperatura fica em torno dos - 20; para vocês verem como variam as interpretações do termo moderado ao redor do mundo...)

Ainda que eu tivesse ido a Kiev, não sei se teria feito esta viagem. As reais dimensões do acidente em Tchernobil nunca ficaram devidamente esclarecidas, e só Deus sabe o tipo de perigo que ainda pode haver por lá. Mas cada um recarrega as suas baterias como bem entende...

No pior dos casos, resta ao Lula uma extraordinária carreira como abajur. Durante o próximo apagão, ele pode oferecer os seus serviços a preços módicos para iluminar festinhas e reuniões de estudo.

Aqui estão trechos do email que ele me mandou:

Acabo de chegar da Usina de Tchernobil. Consegui autorização especial e visitei não somente a Usina como duas cidades-fantasmas, uma das quais muito grande: tinha 47 mil habitantes! Absolutamente incrível.

Também conversei com uma camponesa sobrevivente do desastre e almocei batatas na casa dela. Somente 37 pessoas moram hoje na zona de exclusão. Elas voltaram há cerca de dois meses. Em suma, fiz mais uma amiga. Viu como tudo tem seu lado positivo?

(....) As fotos que tirei dentro da cidade-fantasma estão impressionantes. Há de uma escola, Cora, que até máscaras há jogadas no chão junto com cadernos de crianças, lápis, tudo abandonado às pressas em 1986.

Beijinhos radioativos do mano

Gravatá






Gatos

Este site aqui é meio confuso e meio feioso, mas é tudibom... E aqui fica o excelente site de um santuário romano que a Barbara e o Roscoe descobriram e que, obviamente, vai ser parada obrigatória da próxima vez que eu for a Roma. É curioso que lá eles fazem a mesma coisa que aqui: cortam a pontinha de uma orelha dos gatos que já foram castrados.





14.12.02




Ontem mesmo, rolando o blog, eu me prometi que ia dar um tempo nas imagens da webcam. Achei que estava ficando repetitivo. Agora, eu pergunto: dá pra gente resistir a uma visão dessas?!

(Hoje bati todos os recordes: estou saindo do jornal agora. Não, mentira. O recorde eu bati na noite em iam fechar o Napster, e eu fiquei ao mesmo tempo escrevendo a matéria e instruindo gente nos chatrooms a ir para os P2P. Naquele dia saí às 8h30. Foi muito deprimente chegar em casa com o dia claro, gente correndo na Lagoa, essas coisas...)






Gravatá, o iluminado

E não é que o diabo do homem foi mesmo parar em Tchernobil?! Recebi email dele contando parte da aventura, com foto e tudo! Depois transcrevo aqui -- ainda estou trabalhando, só fiz um break pra postar umas figurinhas. Tem gente dizendo que não dá mais a mão a ele, mas eu acho um exagero. No próximo apagão, por exemplo, ele pode até ir dormir lá em casa que não me incomodo, pelo contrário.







Clique na foto para ampliá-la

Da série Momentos Inesquecíveis: a governadora eleita Rosinha Garotinho com seus companheiros de viagem na Micro$oft, em Seattle.








Me lembrei demais deste mapinha quando li que, para Steve Ballmer, o Linux é coisa de comunista.





13.12.02


Volta, Matusca!







Deu no Globo

Ufa! Finalmente alguém acordou para o problema...

BRASÍLIA. O presidente em exercício do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Edson Vidigal, defendeu ontem mais agilidade no julgamento de processos que tramitam no órgão contra magistrados. Em nota divulgada no site do STJ, Vidigal disse que é necessário "identificar pontos burocráticos na tramitação para que se tenha mais agilidade, como espera a sociedade".

O ministro recebeu o subprocurador da República Eitel Santiago de Brito, responsável por investigações envolvendo magistrados do Rio de Janeiro, Piauí e Pernambuco. Vidigal explicou que o objetivo do encontro foi identificar processos em curso no STJ e saber porque não há avanços, impedindo que os culpados sejam punidos. Eitel lembrou que existem inquéritos contra desembargadores que não seguem o ritmo desejado.

-- O Judiciário precisa dar uma resposta mais rápida para que a sociedade brasileira não perca a crença nele -- disse o subprocurador.

No encontro, Vidigal e Eitel discutiram a "Lei da Mordaça" e as indenizações milionárias propostas por juízes tomando por base danos morais que teriam sido causados por publicações de reportagens na mídia ou de matérias levadas ao ar em emissoras de televisão. Segundo Vidigal, estas indenizações nada mais são do que "uma mordaça sofisticada".

(...) Para o presidente em exercício do STJ, as indenizações contra jornalistas e grupos de comunicação são uma forma de impedir que denúncias de irregularidades ganhem as páginas dos jornais e revistas ou encontrem espaços nas emissoras de rádio e televisão.

-- No caso específico dos jornalistas e das empresas jornalísticas, vejo isso como forma de intimidação para que estes profissionais esmoreçam na coragem e no dever de informar corretamente. E as ações de dano moral contra as empresas nada mais são que formas de desempregar os jornalistas. É uma mordaça sofisticada. Ou põe o jornalista para fora ou a empresa sofrerá prejuízos.

(O Globo, 14.12.2002)











12.12.02






Esta aqui foi "batida" pelo Raphael Perret






A quem interessa o apartheid digital?

Este é o título de um editorial do Matinas Suzuki, do iG, alertando contra a consulta pública da Anatel:

Às vésperas da posse do presidente da República que simboliza o desejo popular de um país socialmente mais justo, a recente Consulta Pública da Anatel, na contramão da história, coloca o Brasil na zona de risco de um retrocesso na inclusão digital.

Graças ao provimento de acesso gratuito, a internet cresce no Brasil em ritmo exponencial. Os avanços na inclusão digital são palpáveis. O País é pobre e a internet grátis foi a maneira que encontramos de ter números competitivos com os dos países ricos. A Consulta Pública, da forma como está redigida, dá margem para aqueles que lucram com o apartheid digital procurarem estancar o vertiginoso desenvolvimento da internet grátis entre os cidadãos brasileiros.


A íntegra está lá, no iG. Acabo de chegar de SP e ainda não tive tempo de ver isso com calma mas, seja como for, este é um assunto importante.






O scanner do Dudi

A gente vai progredindo e perdendo a graça...






Gostei disso. E disso.







Software livre

Se você é a favor do software livre, clique aqui e assine: é uma mensagem a ser encaminhada ao presidente eleito.

(Valeu, Luis Alberto! Só cheguei lá agora -- para você ver como tua amiga tá atolada...)






2 + 2

Ainda na BBC. Os Estados Unidos vão voltar a fabricar e distribuir vacinas contra a varíola, com medo de ataques biológicos.

A gente sabe bem qual é o problema do Bush com o Iraque mas, independentemente disso, desde o começo dessa busca por armas químicas e biológicas estou com a impressão de que os americanos sabem o que estão procurando simplesmente porque sabem o que venderam.






Hard Talk

Já fui bem fã do Tim Sebastian, da BBC. Agora estou começando a achar o cara um chato, que não tem noção de tom e/ou comedimento. Afinal, uma coisa é entrevistar Slobodan Milosevic, outra o Harrison Ford -- mas ele está me parecendo cada vez mais incapaz de distinguir entre inquisição e bate-papo. É incapaz de fazer uma pergunta sem dar a entender uma agressão, sem querer parecer o durão, o jornalista implacável. Fala alto, interrompe, não deixa os entrevistados terminarem de responder... argh!

Enquanto escrevo, ele está entrevistando um chefe de polícia que teve a ousadia de apontar o óbvio: que não faz sentido o estado sair correndo atrás de maconheiro e que as energias e recursos da polícia deveriam ser usados de forma mais produtiva.

Devo dizer que o chefe de polícia está dando um banho. É um inglês fleumático, extremamente bem preparado e seguro do que diz, que não altera o tom de voz e permanece impassível mesmo diante das constantes (e irritantes) interrupções de Tim Sebastian. Que, aliás, já baixou a bola.

Ah, Larry King, eu era feliz com você e não sabia...





11.12.02


Fotos imperdíveis...









Vida digital

O Paulinho estava escrevendo um email para mim quando a Kelyndra ligou da rua para ele avisando que estava com o Joseph diante de uma webcam. Paulinho clicou, capturou a imagem e me mandou.

Já era para eu estar acostumada com essas coisas, mas ainda não estou não.







Ganhei do J.C. Podia ser mais bonitinho?!






Deu no JB

RIO -- A agência de classificação de risco Standard & Poor’s, uma das três maiores do planeta, fez uma trapalhada hoje ao anunciar que havia retirado suas avaliações de crédito da “Província de Buenos Aires (República Federativa do Brasil)”. Até o fim da noite, o erro grosseiro de geografia estava no texto disponível no site da empresa, assinado pelos analistas Sebastian Briozzo, Jane Eddy e Diana Mondino. A qualidade do trabalho das agências de risco vem sendo criticada desde a crise asiática, em 1997, quando países que foram à lona tinham avaliações extremamente otimistas e outros, como o Brasil, ganhavam notas baixas.

O pior é que não consigo deixar de pensar que eles ainda são melhores em geografia do que em economia.






Você já esteve ?







Quem topa dar um help?

A Rossana Fischer, do Wumanity, está escrevendo um livro sobre blogs! O prazo está meio apertado (a editora quer o material até o dia 10 de janeiro) mas mesmo assim ela gostaria de contar com a colaboração da gente para um dos capítulos. Ela faz duas perguntas básicas, e vai selecionar as melhores respostas para o livro.

Esta é a pergunta para os blogueiros:
Por que você bloga?

Esta é a pergunta para os leitores (pode ser leitores que têm blog e leitores que não têm blog):
Por que você lê blogs?

Vocês podem responder lá ou aqui mesmo nos comentários, que depois ela vem e cata, OK?





10.12.02


Desculpem...

Aos amigos -- conhecidos e desconhecidos -- a quem estou devendo emails, telefonemas, respostas, peço desculpas pelo silêncio. A vossa amiga está atolada, verdadeiramente atolada, tanto em trabalho quanto em compromissos sociais: fim de ano é fogo. Mas eu vou responder a todos, prometo.

Scarlett, querida: estou com uma carta pelo meio para você, estou tentando terminar e vou terminar, claro, mas se você passar por aqui antes, quero que saiba que tenho pensando muito em você, com o meu melhor carinho.






Baiano no gelo

O Gravatá está mesmo em Kiev, Ucrânia. Fazendo o quê? Nada! Acontece que ele é amigo do nosso embaixador, Helder de Moraes, que conseguiu convencê-lo de que a Ucrânia não fica assim tão longe e que nem faz tanto frio assim por lá. Quando consegue parar de tremer um pouco ele bate umas fotos.

Ontem disse que está tentando ir a Tchernobil. É uma tarefa quase impossível, burocratica e objetivamente falando e, do ponto de vista geral, o povo não recomenda.

Tudo o que posso dizer é que concordo com o povo.

O Gravatá não identificou as fotos, exceto a da exposição, que é uma mostra do trabalho do Niemeyer.











Os finalmentes

Na mailbox, uma mensagem de Glenn F. Tilton, diretor, presidente e CEO da United Airlines, informando a nós, usuários, que a empresa acaba de pedir concordata. Ele explica em linhas gerais o que acontece quando se apela pro Chapter 11, mas logo vai direto ao que tem, de fato, afligido a todos desde o começo da crise: diz que as nossas milhas continuam lá direitinho, válidas para passagens e upgrades, como sempre.

Ufa!

Agora, pra ficar aliviada mesmo, de verdade, eu só precisava de uma cartinha semelhante da Varig...






A trama se adensa...

Ontem à noite fizemos a festa de fim de ano do Info etc. aqui em casa. Como anfitriã sou suspeita para falar do estrondoso sucesso do evento, mas basta dizer que o Gravatá ligou de Kiev, na Ucrânia, e que os trabalhos foram encerrados com uma apresentação especial do Ragatanga por C@T e Laiz, ao vivo e em cores...

No meio da noite alguém bateu à porta dos fundos. Eu por acaso estava na cozinha e abri; não vi ninguém. No chão, porém, havia um envelope de papel pardo. Peguei, olhei de um lado e do outro, nada: nenhuma palavra escrita. Dentro, uma fita de vídeo.

Esperei a festa acabar.

Depois que todos se foram, rodei a fita. Bem que nosso correspondente especial, Matusalém Matusca -- sim, amigos, ele mesmo! -- havia dito que iria à M$, com sua micro-câmera secreta, para documentar a histórica visita da governadora eleita Little Rose Little Boy a Guilherme Portões. E não é que ele conseguiu mesmo?!

Eu já ia jogando o envelope fora quando notei que havia uma mensagem rabiscada a lápis do lado de dentro. Cortei um lado do envelope cuidadosamente, revirei do avesso e consegui ler o recado, que transcrevo:

"O Matusquinha foi escalado para registrar o encontro da Dama do Ferro com o Cavaleiro XP. Hoje o bichinho já teve um pesadelo. Acordou querendo se mandar pro Pólo Sul. Tive que amarrar o condenado no ventilador de teto. Na roda gigante ele fica mais calmo. Tá lá gritando: Dudi, Dudi, Dudi... "

O filme está aqui. Quanto ao Matusca, continua em paradeiro incerto e ignorado.






9.12.02



Foto Marco Antônio Teixeira

C@T provoca maremoto

Hoje o Info etc. trouxe o primeiro de quatro especiais que vamos publicar ao longo do mês. A idéia é traçar um painel da vida digital dos últimos 20 anos através das experiências dos quatro mais antigos e experientes colaboradores do caderninho: Carlos Alberto Teixeira (o CAT), Ricardo Rangel, Cris De Luca e B. Piropo.

CAT, um original autêntico e uma das pessoas de quem mais gosto na vida, abriu a série com este artigo -- que na web, ainda por cima, ganhou um trato especial do autor, com muitos links e ilustrações interessantes.

Se você ainda não conhece o CAT, não deixe de ler; se conhece, não perca!






CENSURA

A Meg deu o alerta (sempre ela; como sabe das coisas!): o Aldir Blanc foi, aparentemente, demitido do Dia pela Teocracia Estadual vigente!!!

Só não vou dizer que isso é inacreditável porque, da parte dessa gente, pode-se esperar tudo; mas torço, do fundo do coração, para que isso seja um trote.

Update: Não só é verdade, como acabo saber também de uma outra barbaridade. O Aroeira, processado pelo Marcelo Alencar, perdeu, e teve que pagar R$ 30 mil àquele ser inqualificável. O Dia adiantou essa grana (que nem o Aroeira, nem nenhum de nós jornalistas obviamente tem) e vai descontar em três anos -- durante os quais o Aroeira teve que concordar em não ter aumento de salário.

E ainda há pessoas que se dizem jornalistas defendendo essa onda de processos e arbitrariedades contra a categoria! É direito de qualquer um processar qualquer um? É. Governante é qualquer um? Definitivamente, não. Além disso, uma coisa é processo para exigir retratação, outra processo para extorquir dinheiro. Retratação faz parte do jogo; dinheiro não. Esta é a forma mais certa de amordaçar a imprensa.

Se amanhã vocês estiverem lendo um monte de diários oficiais no que antes eram jornais vibrantes, polêmicos, cheios de opiniões interessantes, não estranhem.

A crônica do Aldir Blanc

Eminência marron

O (g)Arrotinho passou da fase oral para anal-porcalhona. Alguns chutes neofreudianos podem nos aproximar das excrementícias declarações sobre desinfetar o palácio para a posse de Rosinha Minha Canoa. Triste que a histórica legenda do PSB tenha aderido, por oportunismo, aos SS: Sacro-Sanitários.

Adolf Hitler tinha obsessão por algumas palavras: envenenar, desratizar, desinfetar, infecção... Todo crime contra os judeus foi baseado numa campanha higiênica, da qual o único contaminado era, paranoicamente, o líder nazista.

Segundo a lenda, os genitais do Adolf teriam sido mutilados por um bode. Faz parte também do anedotário político que o cara sofreria de monorquidismo – em linguagem bem popular, tinha um ovo só.

São incríveis as semelhanças, na sede de poder, entre o Adolfinho e a Eminência Marron do governo Rosinha Minha Canoa: chantagem, corrupção, processos contra jornalistas, por aí. Eu sartei fora da medicina psiquiátrica faz tempo. Não tenho pretensão, como o ilustre Peter Gay, de escrever psicohistória. Agora, gostaria de contribuir, dentro da política carioca do bico pro alto, dizendo o seguinte: vai ser tenebroso, por quatro anos, um governo gerido pela japinha e orquestrado, nos bastidores, por um sujeito moralmente roncolho.






Os Simpsons no Rio

Joaquim, maravilhoso. Como sempre.






Cesta básica

Jantei com a mamãe no B!, na Livraria da Travessa. Acabei saindo de lá com As Barbas do Imperador, de Lilia Moritz Schwarcz, que estava na minha mira há tempos, e O Império do Sol, que é, para mim, um dos melhores filmes do Spielberg, se não o melhor.

Aos poucos vou fazendo a mudança da minha coleção de fitas para DVD; é a segunda vez que passo por isso. Quando apareceram os CDs, eu devia ter uns mil LPs, mais ou menos. Não consegui repor nem a metade, mas o fato é que o que ficou em LP (ao menos nos meus, enquanto estavam aqui em casa; acabei doando todos) ficou em silêncio para sempre.

Por outro lado, desde que apareceu o MP3, descobri mundos de que sequer suspeitava...

Bia, que veio se encontrar com a gente depois, comprou Shaman, do Santana. Não concordo com essa compra, não pelo Santana, que adoro, mas porque me revolta comprar CDs de gravadoras filiadas à RIAA.





8.12.02


YIKES!







Atirando o pau nos gatos

Achei este post no Blog da Bianatriz:

"Dia desses estava recordando a mais popular cantiga de roda do Brasil: "Atirei o pau no Gato". E analisando fria e criticamente fiquei escandalizada com a forma como nós, quando crianças, somos educados a tratar os animais. Analisem comigo:

Atirei o pau no gato...
{eu diria que o negócio já não começou bem.... cadê a mãe dessa criança que deixa ela por aí tacando coisas em animaizinhos??!}

Mas o gato não morreu...
{calmaê minha gente, como é que pode isso, a criança joga o pau no gato e ainda se espanta pelo fato do bichano não ter morrido??!}

Dona Chica admirou-se do berro que o gato deu...
{pra piorar o que já estva prá lá de cruel, o único adulto por perto, uma tal de Dona Chica, que se fosse 'normal' deveria dar uma puta bronca no pirralho,não!!! ela ainda fica admirada porque o pobre do bichano depois de levar uma paulada solta um berro..., fala sério essa mulher só pode ser uma louca varrida!}

MIIAAUUUUUU...
{tadinho do gatinho, imagino a dor... o personagem principal desta terrível história, em sua única fala, sequer tem o direito de expressar sua dor!! quando o faz causa admiração, um absurdo total!!!!}

Por favor, né, gente!!!

Pretendo a partir de hoje lançar uma campanha pela "criminalização" da cantiga de horror que é ensinada a todas as nossas crianças."


Pode parecer bobagem, mas a Bianatriz tem toda razão. A "mensagem" dessa cantiga não podia ser mais negativa; para perceber a barbaridade que é, basta ler "meu irmão" onde se lê gato...

Eu também cantava isso em criança, mas felizmente tive pais que sempre me ensinaram a respeitar gente, bichos e plantas, e que me alertaram muito cedo para a maldade dessa canção. Crianças com menos sorte, porém, cantam "Atirei o pau no gato" sem pensar no assunto, e assim a idéia de que é lícito matar gatos a pauladas é transmitida de geração em geração... até descambar no que está acontecendo hoje na PUC, um suposto centro de ensino superior, onde os gatos vêm sendo rotineiramente envenenados sem que as autoridades do campus movam uma palha. E essas são autoridades em tese "cristãs" e educadas!

A crueldade contra animais é um crime que ainda não foi inteiramente percebido pela nossa sociedade. Há legislação a respeito do assunto, mas uma parte da população acha "normal" (ou pelo menos de somenos importância) a matança e a tortura de animais -- sem perceber como é pequena a diferença entre matar e torturar um animal ou uma pessoa.

Update: Conforme se pode ver pelos comentários, uma letra moralmente correta. O Samuca até achou um cartaz com esta letraz:

Não atire o pau no gato-to
porque isso-so
não se faz-faz-faz

O gatinho-nho
é nosso amigo-go
não se deve maltratar
os animais!










Outro WOW!

Este é modelo Caraca! mesmo: foi a Elaine quem indicou, nos comentários do Wow! lá de baixo.






Aliás...

É impressão minha ou caneta saiu de moda em hotel? Ultimamente, só tenho visto lápis nos quartos. Acho chique, adoro lápis, mas apontador que é bom, neca.






Volta, Matusca!







O que eu quero ser quando crescer

Fotógrafa da National Geographic
Arqueóloga (no Egito, obviamente)
Assistente do Gerald Durrell
Jacques Cousteau
George Adamson (apesar de tudo)
Sylvia Earle
Dona de um abrigo para animais (gatos, principalmente mas não só)
Pesquisadora do Projeto Tamar
Correspondente internacional da BBC
Repórter da Condé Nast Traveler

A pergunta foi feita pela Vivianne; já que é pra sonhar, a gente sonha, né?

















Blog-concurso

Começou assim: eu postei aquelas fotos da árvore de Natal. Aí a Suely pôs nos comentários um link pra vista dela, que é outra daquelas maravilhas do Rio. Aí nós começamos a trocar umas figurinhas e bateu a idéia de se fazer um blog coletivo com a vista da janela de cada um.

Aí eu deixei por isso e fiquei pensando na vida.

E aí a Su, que é descoladíssima, foi à luta junto com a Adriana, a Aninha, a Flávia, a Civana e... bom, em resumo, não só fizeram um blog, como estão até fazendo um concurso! Com prêmio e tudo! E está valendo qualquer janela.

Mande sua janela pra lá, está muito legal...

Ah, sim: eu acabei virando madrinha da parada.

Êta turma animada, essa!






E ficamos assim...

Na hora do almoço, o Fernando Pedreira perguntou o que estou pensando em fazer no Natal e no Ano Novo. Ainda não pensei no assunto. Perguntei o que ele e a Monique vão fazer.

-- Vamos pegar um vôo de primeira classe da British e passar duas semanas numa suite do Claridge's.

Eu caí direitinho:

-- Uau!

Eles caíram na gargalhada.

Depois, ficamos pensando em coisas para fazer e cheguei à seguinte conclusão: vôo de primeira classe por vôo de primeira classe, vou de Singapore Airlines, a melhor companhia aérea do mundo. E, se vou pra Singapura, então vou ficar numa suite do Raffles, ora.

E pronto.





7.12.02






Bom fim-de-semana para todos!






WOW!

Clique aí em cima: é uma panorâmica noturna de Tóquio, 360 graus de alta foto digital. A dica é do Hiro, claro...






Yessssssssss!!!

A melhor notícia da semana veio do Rio Grande do Sul, onde a Assembléia Legislativa aprovou o projeto de lei do deputado Elvino Bohn Gass (PT), que dispõe sobre a utilização de software livre por órgãos públicos estaduais. Com isso, o Rio Grande do Sul passa a ser o primeiro estado brasileiro a apoiar oficialmente o software livre, que terá preferência nas licitações de compra.

A economia vai ser grande: em 1998, o estado gastou R$ 3 milhões apenas na atualização de licenças de software proprietário. Adotada em escala nacional, a nova lei gaúcha poderia fazer grande diferença no caixa: em 1999, o governo brasileiro, maior comprador de software no país, gastou R$ 125 milhões em licenças.

Claro que não é tudo isso que o RGS e, espera-se, um dia, o Brasil, deixarão de gastar. “Software livre” não significa necessariamente "software grátis" (e sem suporte técnico, como gostam de pregar seus opositores) e sim software sem caixa preta, sem patentes de propriedade desta ou daquela empresa, que pode ser modificado para melhor se adaptar às necessidades do usuários. Além de muitas outras coisas, "software livre" significa software com concorrentes e, portanto, software a preço justo.

A íntegra do projeto pode ser encontrada no site do deputado.






Stranger in Paradise

Quantas vezes a gente não lê o noticiário, recebe o contracheque (quando tem contracheque), vê as baixarias da televisão e pensa: "Quero ir embora!"? Quantas vezes a gente não se exaspera com o Brasil e pensa em tirar o time, em ir para a França, a Austrália, o Japão -- enfim, um lugar qualquer no mundo civilizado, que seja menos violento e onde a cidadania seja reconhecida?

Um lugar como, digamos, a Suécia?

Pois Maria Fabriani, minha colega e amiga de blog, que não conheço em pessoa mas de quem gosto muito, está exatamente lá, na Suécia. Não se mudou por causa de desagrado com o Brasil, mas porque se apaixonou por um sueco.

Ela escreveu uma carta aberta à ministra da integração de lá, Mona Sahlin, sobre o que é ser estrangeiro na Suécia, conforme me alertou outra brasileirinha que vive por aquelas bandas, a Marina. É uma leitura que dá o que pensar, e que este parágrafo resume muito bem:

"Eu sinto como se estivesse me batendo contra um muro. Eu bato, grito e tento dar a volta, mas não consigo. Minha sensação é que eu preciso ser um dos tijolos para ser aceita, ou todo o meu conhecimento é jogado fora. A pergunta é: será que algum dia conseguirei ser um desses tijolos?"

Em suma: não há lugar perfeito no mundo. Há apenas lugares mais ou menos imperfeitos. E eu cada vez mais me convenço de que, apesar das suas imperfeições -- que não são poucas -- não há melhor lugar no mundo do que o Brasil.





6.12.02


Crash! Pow! *&%#@!

Carga explosiva (The Transporter)

Se o Bonequinho fosse andrógino, teria um grande problema em relação a este filme: seu lado masculino estaria vibrando e soltando exclamações de contentamento na poltrona, enquanto seu lado feminino estaria entediado, pensando na vida e louco para sair do cinema e conferir a liquidação da loja ali em frente.

Frank (Jason Statham, um Bruce Willis versão 2.0) é especialista em transportar cargas e passageiros suspeitos pela Riviera. Tem algumas regras básicas: não perguntar nomes nem olhar a carga. Um dia, a carga, fechada numa sacola dentro do porta-malas, se mexe demais e ele, bondoso, oferece-lhe um suco de laranja. Grave erro!

Até aí, o lado feminino do Bonequinho não só acompanhou o roteiro como até gostou de algumas coisas. A partir daí... Bom, a partir daí não há mais roteiro. Há só uma sucessão de perseguições improváveis e lutas esdrúxulas em que o mocinho sempre escapa, os vilões sempre fazem discursos antes de puxar o gatilho e nenhuma bala acerta quem não deve. O lado masculino do Bonequinho achou a pancadaria criativa, mas recomenda aos meninos que não levem as namoradas para ver este filme.

(O Globo, 6.12.02)







Ante-ontem anoiteceu assim mas eu não reparei. O Raphael Perret, porém -- com quem eu uma vez comecei um projeto de cams que algum dia a gente talvez arranje um tempinho pra terminar -- deu um clique na hora certa, e me mandou a foto.






Elementar, caro Watson

Tem umas pessoas que eu devia visitar mais. O Elesbão é uma delas. Lá, entre muita coisa boa, encontrei isso:

Crime perfeito é aquele que não acontece.

Just so!

Vivo dizendo isso, sempre que alguém me aparece com papos do tipo "O crime não compensa", ou "Não existe crime perfeito".

Como é que se pode afirmar uma coisa dessas se só tomamos conhecimento dos crimes imperfeitos, daqueles que sabemos que foram crimes por descuido ou indiferença dos autores?!

Crime perfeito, já foi diversas vezes demonstrado, existe às pampas; e nunca vamos saber, estatisticamente falando, se o crime compensa ou não.

E agora vou pra casa.






Ping pong

Fal: Quando a gente escolhe não dizer a palavra mais dura, a gente amadureceu? Ou amoleceu? Tenho medo da resposta.

Vera (que, acho, não tem blog): "Fal querida, quando a gente escolhe não dizer a palavra mais dura não é nada disso de amadurecer ou amolecer. É porque a gente quer continuar o jogo. Sabe frescobol? Pro jogo continuar, vc tem que ajeitar a bola pro outro, se esforçar pra alcancar a bola que veio, jogar pra cima pra dar tempo pro outro chegar, abaixar, esticar. Agora, se vc não quer continuar o jogo, vc dá logo uma raquetada e vai embora. Beijos para todos. Vera"






Xerete o Paz na Terra

Bom, a julgar por estes lindos selinhos que ganhei da Suely e do Adilson, pelo menos uma coisa já ficou clara em relação ao internETC.: aqui os gatos mandam na casa...

Valeu, meninos, obrigada!





5.12.02


Eu acredito em Gnomos

Ótima matéria sobre o Mono, resposta do pessoal da Ximian, Miguel de Icaza à frente, ao .Net, da M$.






O Rio é uma festa III


Bia, trabalhando.
Update: A outra moça da foto é Mariah Carey.






Família real

Há muitos anos, passaram aqui pelo Rio Hique Gomez e Nico Nicolaiewsky, dois gaúchos maravilhosos de um país imaginário chamado Sbórnia. Faziam um show genial, o Tangos e Tragédias, no teatro da Galeria Alaska.

Fomos assistir, aprendemos a dançar o Copérnico em plena Avenida Atlântica e saímos para jantar. Foi uma noite deliciosa, inesquecível. Bebemos, comemos, cantamos, conversamos sobre os nossos gatos. Ficamos amigos para sempre. Nunca mais nos vimos.

Ontem recebi um email do Hique.

Ele é pai da Clarah Averbuck.







Da esquerda para a direita, Laura, Claudio, Sula, Alexandre, Carol e Caio. O cravista-gatinho João não está na foto porque está substituindo a Sula, que fissurou o pulso (Foto do Leonardo Aversa)

O Rio é uma festa II

Para quem perdeu o melhor concerto da temporada -- que teve, infelizmente, o mau gosto existencial de ir ao ar ao meio-dia, e ainda por cima no Centro! -- repeteco civilizado logo mais hoje à noite, às 20hs, na Sala Villa Lobos, da Unirio, na Urca. Grátis!

Em cena o trio de flautas barrocas Alexandre Bittencourt, Claudio Frydman e Laura Rónai (sim, por acaso é minha irmã he he he), a maravilhosa Carol McDavit, o celista Caio Benevolo e, juntando-se à turma de feras, o cravista João Rival. Que, além de ser garoto prodígio (tem 19 aninhos) é um gato.

A Laura avisa que eles vão tocar duas peças raríssimas de se ouvir por aqui: um trio de Boismortier para flautas barrocas (tentem encontrar três flautistas barrocos na mesma cidade -- Nova York não vale!) e um quarteto de Telemann para duas flautas transversas e uma doce. O detalhe aqui é -- novamente segundo a Laura, que entende dessas coisas -- que, quando a flauta transversa começou a pintar nas paradas, a flauta doce já era um animal em extinção. Em todo o repertório mundial conhecido, apenas quatro peças juntam esses dois instrumentos.

PS I: O grupo está precisando de um nome e pede sugestões. Como são músicos barrocos, não serve nada do gênero Banana com Canela, Os Arcanjos da Motoserra ou mesmo The Cool Cats, OK? O vencedor ganha ingressos pros próximos concertos. Que costumam ser gratuitos, mas nunca se sabe...

PS II: O grupo avisa que pode ser contratado para concertos de fim de ano a preços módicos. Contatos através do Mostly Music.





4.12.02


Jubaldo rides again

Repasso:

Para verdes como tudo é uma questão de estilo do narrador. Ligai o som. Abraços e beijos (faz algum tempo que não vos pentelho) do vosso

João Ubaldo.

(Cliquem aqui)








BLOG!









Este é só meu, há: ninguém tasca!
Ganhei da Flávia...
Detalhe importante: zero calorias. Merci!







Foto de Arnaldo Pappalardo,1988






O Rio é uma festa

Estou chegando do lançamento do livro do Noblat. Estou chegando também à conclusão de que mais jornalistas deveriam escrever livros, para que a gente pudesse rever os amigos de quem tanto gosta e que tão pouco encontra, ou que até encontra bastante, mas sempre às pressas.

Hoje estava todo mundo lá: Luis Fernando Veríssimo com Lucinha (e Fernanda e Mariana!), Jaguar e Célia, Jânio de Freitas, Marcito, Ruy Castro, Heloisa Seixas, Helena Celestino, Ascânio, Gloria Alvarez, Regina Zappa, Eliana -- ué, não vi o Chico -- devia estar ensaiando no Mistura Fina, o LFV estava com o sax -- Gazzaneo, Marona, Marcelo Auler, Boechat, Joaquim (que ontem, por acaso, entrevistou mamãe -- assim a nível de atleta, enquanto nadadora, entendem? -- para a revista Trip), Rodolfo, Fritz Utzeri, Sergio Rezende, João Luis Albuquerque, quem mais? céus, um monte de gente que estou esquecendo, porque, como diz o Millôr, ando perdendo demais a... uh... ahn... como é que se chama mesmo aquela coisa que a gente vive perdendo...?

A melhor parte da festa, porém, foi a moça que chegou perto de mim e se apresentou, bonita, magra (ó inveja!), chique feito o lindíssimo blog que ela faz: Marina, YESSS!!!, a minha queridíssima amiga do Blowg, a quem eu quero tanto e que ainda não conhecia.

Muito, muito bom!

Coincidência curiosa: enquanto Marinex e eu estávamos lá afinal nos conhecendo ao vivo e em cor, todas contentes, a Angela escrevia exatamente sobre isso, sobre a amizade entre blogs:

"Engraçado, entrei na blogosfera por volta das sete e meia e senti um silêncio... Então lembrei: lançamento do livro do Ricardo Noblat na Travessa e claro, deve estar todo mundo por lá agora. Com certeza a Cora, a Marina, a Bia, o pessoal do Rio..."

Leiam o resto aqui.





3.12.02


Volta, Matusca!!!







Ricardo Noblat, hoje!

Programa do dia: lançamento de A arte de fazer um jornal diário, do Ricardo Noblat, na Livraria da Travessa (Rua Visconde de Pirajá 572, Ipanema), a partir das 19h30.

Todo mundo lá!






Chapa Branca

Leiam a versão oficial da festa da Oi.

Rir. Rir. Rir.

Update, no ato: Eu acabei de escrever isso aí. Mas assim que conferi o post, me dei conta de que não há nada de engraçado nisso. Não é porque a notícia é frívola que o jornalismo pode faltar com a verdade; não se pode vender para o leitor como uma festa de extraordinário sucesso uma muvuca grotesca e desorganizada sob todos os aspectos, da superlotação dos catamarãs à presença de bicheiros armados.

Nesta zorra total, nesse mafuá de amadores, só não aconteceu um desastre sério por pura sorte. É este tipo de irresponsabilidade, tanto dos "organizadores" quanto da imprensa, que diz que está bem o que obviamente não está -- sinto, galera, mas é isso mesmo -- que acaba levando aos Bateaux Mouches da vida.

Nota zero. Tanto para a festa, quanto para essa cobertura aí.






Como conquistar o mercado

Há uma historinha edificante no Register, contada pelo gerente de tecnologia de uma empresa de um país em desenvolvimento que preferiu -- compreensivelmente -- permanecer no anonimato. Ele está implantando um sistema em software livre no que era antes uma companhia 100% Micro$oft.

Quando os representantes locais da M$ souberam disso, foram procurá-lo para saber por que estava trocando o seu excelente produto por uma combinação de FreeBSD, Apache, mySQL+PostgreSQL e Perl+PHP (à qual. aliás, só conseguiam chamar de Linux). Ele explicou: tinha quatro razões básicas. Cortar os custos das licenças de software para os servidores; poder modificar o software à vontade, para ajustá-lo às suas necessidades; segurança e estabilidade; e, finalmente, redução de despesas com hardware.

Os da M$ tentaram provar o impossível, isto é, que, diante dessas razões, era mais jogo continuar com o software deles. Não conseguiram, obviamente. O que propuseram, então? Dar as licenças para os servidores de graça. Não só naquele momento, aliás, mas para o futuro, por todo o tempo em que a empresa continuasse usando M$. Eram dez licenças, a U$ 400 cada.

Se deram mal, porque encontraram um Herói da Resistência. Mas eu -- e a essa altura todos os leitores do Register -- fico me indagando quantos gerentes de TI terão resistido ao canto da sereia? Dez (ou vinte, ou trinta, ou quantas forem) licenças de software grátis, mais, quem sabe? um iPaq de presente para consolidar a amizade...






Nós

Neste fim-de-semana realizaram-se as provas do vestibular da Universidade Católica de Salvador. Havia duas frases-tema para a redação:

"Todo homem nasce original e morre plágio" (Millôr Fernandes)

"Toda pessoa, sem dúvida, é um exemplar único, um acontecimento que não se repete" (Paulo Rónai)

Uma amiga de lá me mandou a notícia, achando que eu ia gostar de saber disso. Não é que adivinhou? Valeu, Menina!





2.12.02


PROCURA-SE!

Deu no Globo

Moradores do Edifício Revel, na Avenida Epitácio Pessoa 2.990, na Lagoa, cotizaram-se para oferecer uma recompensa de R$ 2 mil para quem denunciar o responsável pela matança de 48 gatos e animais silvestres ocorrida no playground do prédio na tarde do último dia 21. (O resto está AQUI)







Hoje amanheceu assim






When the day is done
Down to earth then sinks the sun
Along with everything that was lost and won
When the day is done.

Day is Done, Nick Drake






Rosângela em Redmond

Hoje, quando vocês estiverem lendo estas mal-tecladas, dona Rosângela Matheus estará na sede da Micro$oft, em Redmond, perto da aprazível cidade de Seattle. A M$ fica numa vasta área verde pontilhada de prédios feios e funcionais, carros de luxo e nerds entediados e arrogantes. Está longe de ser um parque de diversões como o antigo Bell Labs ou o MIT, ou um local sagrado de peregrinação tecnológica como o Xerox PARC.

A idéia, segundo um fax enviado à redação, é mostrar à diretoria da empresa que “o Estado do Rio de Janeiro pode abrigar um centro de geração de softwares”. Além de gerar softwares, “o objetivo da governadora eleita é gerar empregos e aumentar a arrecadação estadual”.

— No meu governo, a tecnologia da informação será instrumento de modernização da gestão, — diz dona Rosângela. — Além disso, vamos atrair empresas do setor para também alavancar o desenvolvimento do estado. Por isso queremos trazer para o Rio o centro de geração de softwares da Microsoft que vai gerar muitos empregos.

Ah, tá, então é isso.

Bom, dona Rosângela que me perdoe mas, com todo o respeito, o que esta visita mais pode gerar é controvérsias e piadas de mau gosto. A M$ só gera softwares nos Estados Unidos e, até aqui, o que mais tem gerado entre as várias gerações de cientistas de seus laboratórios na China e na Inglaterra é frustração. Generalizada.

Acompanhada do presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, do prefeito de Petrópolis, Rubem Bomtempo, da futura presidente do Centro de Processamento de Dados do Estado do Rio de Janeiro (Proderj),Teresa Porto, e do futuro secretário de Desenvolvimento e Turismo, Tito Ryff, a governadora eleita vai apresentar à diretoria da M$ o projeto Petrópolis Tecnópolis, criado durante a gestão do seu marido. Tenho certeza de que a diretoria da M$ vai ficar muito impressionada. Bill Gates, se estiver na área, talvez até apareça para umas fotos.

Fico genuinamente sensibilizada com o esforço, mas sou de opinião que governo algum, municipal, estadual ou federal, deveria se imiscuir com uma empresa que está sendo processada em seu próprio país por práticas de negócios malsãs (sim, ainda está, apesar dos cuidados da Cia. Bush: pelo estado de Massachusetts).

Dona Rosângela & equipe fariam bem mais pela tecnologia no estado se ficassem em casa, e investissem em software livre.

(O Globo, 2.12.02)






Seu micro pode ligar para o exterior. Sem você saber.

Estamos dando um alerta imporante no Info etc., essa semana; reportagem da Elis.

Denúncias e explicações não pararam de chegar desde que o caderninho resolveu investigar, há três semanas, o estranho caso de ligações não-autorizadas feitas para o exterior via internet. A primeira reportagem já trazia um suspeito: um arquivo ActiveX, capaz de não só discar para hot lines de provedores internacionais como cortar o áudio do micro para que o internauta não ouça o barulho do modem. Todos os caminhos percorridos durante as investigações levaram ao tal “arquivo discador”. Consultores ouvidos pelo Info etc e especialistas que vêm estudando o caso deram explicações semelhantes. Conclusão: todos nós, usuários de dial-up ou banda larga, estamos expostos à ação de quadrilhas internacionais.

O resto está AQUI





1.12.02


Cut&Paste

Amanhece, em Copacabana, e estamos todos cansados. Todos, no mesmo banco de praia. Todos , que somos eu, meus olhos, meus braços e minhas pernas, meu pensamento e minha vontade. O coração, se não está vazio, sobra lugar que não acaba mais. Ah, que coisa insuportável, a lucidez das pessoas fatigadas! Mil vezes a obscuridade dos que amam, dos que cegam de ciúmes, dos que sentem falta e saudade. Nós somos um imenso vácuo, que o pensamento ocupa friamente. E, isso, no amanhecer de Copacabana.
(Antonio Maria)

ai...

Achei aqui.








Não vale só linkar; é preciso pensar no assunto, também.

Converse com a garotada, esclareça as dúvidas, cuide-se -- e, acima de tudo, não discrimine.

Clique no banner, e veja que trabalho legal fez o Claudio!






Animais, quem?

RIO: "Os moradores do prédio 2.990 da Avenida Epitácio Pessoa, na Lagoa, fizeram uma “vaquinha” e estão oferecendo recompensa de R$ 2 mil para quem entregar um certo “assassino”. Na quinta-feira passada, um vizinho deles deu veneno para os micos, gambás e gatos que costumavam ser alimentados pelos moradores numa área externa do prédio. Morreram 48 animais. A turma decidiu dar queixa na delegacia e punir o culpado." (Ancelmo Góis, ontem)

SP: "Os dois amarelinhos foram resgatados em situação crítica. Estão na casa de uma protetora. Correm o risco de ficarem cegos. Tiveram os olhos perfurados pelo que a veterinária deduz que fosse uma caneta esferográfica. Estavam também anêmicos, cheios de vermes e pulgas. O menor deles recuperou a visão mas o maior já perdeu um olho e corre o risco de perder o outro. (...) Conversei com a protetora Angela. Soube que de uma ninhada de cinco pretinhos, três foram mortos... um espetado, outro teve a cabeça esmagada, o terceiro ela não sabe porque o corpinho dele já tinha sido retirado. Essa é a rotina dos gatinhos do Anhangabaú: serem torturados e mortos por vagabundos." (Do SOS Gatinhos)

Desculpem estragar o domingo de vocês com um post desses, mas simplesmente não estou conseguindo pensar em outra coisa. Notícias desse tipo me dão uma profunda vergonha de ser humana.

Não acredito que haja nada nos esperando após a morte, mas às vezes imagino que, se houvesse um tipo de Juízo Final em igualdade de condições entre as espécies, eu não teria coragem de olhar nos olhos de nenhum animal.

O que ainda nos redime são pessoas como a Leila, a Vicky, a Jan, a Neuci e a Lila, que acabaram de criar o SOS Gatinhos, lá em Sampa (onde já participam, algumas delas, do grupo que cuida dos Gatinhos da Liberdade), o abnegado e dedicado pessoal da Suipa, aquela turma maravilhosa do Causa Felina e tantos outros espalhados por aí: gente que dá o seu tempo e o seu carinho, que são as coisas mais preciosas de que dispomos, para recolher e cuidar desses pobres bichinhos.

Ajudem essas pessoas a ajudarem os animais: façam doações, comprem em suas lojinhas, criem links pros seus sites.

No fundo, elas estão nos salvando de nós mesmos, nos permitindo ver alguma esperança ao nos olharmos no espelho.






Oi? Tchau! ou
Down no High Society

(Para dar uma levantada depois da tristeza lá de cima)





Cenas do empurra-empurra


Elba propõe a retirada das tropas; ah, e reparem na bolsa da Fafá, modelito Lábaro Estrelado


Fafá, Preta, Elba: irritação geral

Bem que a Bia se deu ao trabalho de me ligar de Búzios, onde está cobrindo o Festival de Cinema, para avisar:

-- Mãe! Você vai mesmo a essa festa da Oi?! Andei conversando com a galera e tá com cara de ser a maior roubada!

Detalhe: a Bia é jornalista da Caras. A galera dela entende disso pacas. Mas a mãe é meio teimosa, sabem como é? falava-se numa ilha e, na minha cabeça viajante, fiquei imaginando uma coisa meio Paquetá, muito bucólica e espaçosa. Uma coisa legal.

Comecei a sondar os amigos. Gravatá tirou o corpo fora. Está indo para Kiev (of all places!) na segunda e cheio de problemas de última hora. Tony e Marcelo fizeram que iam, mas não foram (sábios, eles). Laura resolveu morrer de sono. Chico e Eliana estavam em outra. Sobramos mesmo a Fafá e eu, as duas românticas do Caribe, acreditando que a Oi saberia fazer uma festa.

O convite dizia que tínhamos que estar na Praça 15 entre 20hs e 24hs; destino surpresa, "diferente de tudo o que você já viu".

Indeed.

Imaginem: à meia-noite, uma fila monstruosa de gente tentando entrar por um corredor minúsculo às cotoveladas -- literalmente. Uma área de embarque mais cheia ainda, onde era quase impossível conseguir alguma bebida e onde restavam, numa mesa, umas salsinhas e outros despojos de comestíveis há muito extintos. "Organizadores" incapazes de informar a que horas apareceria a barca para nos levar ou, pelo menos, o tempo de travessia (15 minutos, segundo um dos "organizadores"; 25, segundo um dos garçons; 40, segundo um amigo em que esbarramos e que já tinha ido e voltado; revoltado). Um calor de bode.

Roubada? A Bia não sabia da missa a metade. Quando apareceu a barca, não à meia-noite mas à 1h30, já havia umas 500 pessoas espremidas num curralzinho de embarque para uma embarcação na qual cabiam 400 -- mas a turma não parava de pular a grade que separava este curral do resto da área. E aquele calor de bode.

Claro que Fafá e eu, duas pessoas razoavelmente bem comportadas, acabamos ficando para trás no estouro da boiada, junto com a Elba Ramalho e a Preta Gil, preocupada com um pequeno detalhe: haveria um show do Gil na ilha, e umas letras de que ele ia precisar estavam com ela. Mas vocês acham que havia algum organizador sabendo disso?

Eu disse "organizador"? Perdão.

Felizmente o comandante da barca era um homem de bom senso. Disse que não saía lotado daquele jeito e pronto. Impasse. Quem estava na barca não queria sair. Discussões intermináveis, alusões ao Bateau Mouche e, àquela altura, já umas duzentas pessoas num pier onde caberiam umas cem.

Resolvemos bater em retirada, mas aí -- ahá, surprise! -- surgiram do nada os tais "organizadores" e nos seguraram. Como, Fafá e Elba indo embora?! Pelamordedeus, nem pensar...!

-- Vem outro barco aí, o presidente da Oi faz questão da sua presença blah blah blah.

Àquela altura, a coisa toda já estava tão trash, mas tão trash, que estava até divertida. E eu até teria ficado para ver o final da história se não tivesse me ocorrido a idéia de que, se para ir, a zorra já era tal, para voltar, então... Corríamos o risco de ficar literalmente ilhadas e, o que é pior, com aquele serviço de quinta.

No way.

Dei tchau pras moças famosas, aproveitei as vantagens do anonimato e fugi correndo. Nunca, mas nunca mesmo, vi uma festa (se é que se pode dar esse nome àquela muvuca) tão mal organizada, tão... é, a palavra certa é essa: grosseira. No caminho de volta, curtindo o conforto do taxi, fiquei pensando o que leva uma empresa afinal simpática a gastar tanto dinheiro para queimar o filme com tanta gente.

Cheguei em casa pra lá das duas, com aquela árvore linda ali em frente e meus gatinhos me esperando; liguei o ar refrigerado, fucei a geladeira, peguei um melão estupidamente gelado e fiz a minha festa particular, espichada no sofá, com as patas em cima da mesa, olhando para a árvore que mostrava todos os seus truques.


Lar Doce Lar (com árvore!)

Update:

Observações da Fafá, que chegou a ir até a ilha e ainda pegou o show do Gil: O lugar é lindo, havia uma casa espaçosa, comida e bebida. A duração da travessia era mesmo 40 minutos. A volta só não foi um desastre completo como a ida porque um dos "organizadores" a pegou literalmente pela mão e a pôs no barco; mas vamos mudar de assunto?

Observações de cocheira, colhidas em outras fontes: A festa foi bancada basicamente pelos fabricantes de celulares (Siemens, Motorola, principalmente Sony Ericsson -- menos Nokia, que se recusou a entrar com os R$ 100 mil que lhe foram pedidos). Houve uma invasão de 700 "modelos", supostamente promovida pelo pai de um dos "organizadores" -- que é, de novo supostamente, dono de uma agência de modelos. Se por "modelos" estão se referindo ao tipo de gente que vi por lá, no meu tempo essa profissão atendia por outro nome. Só para dar uma idéia do nível dos convidados, saiu tiro na volta de um dos barcos, aí pelas seis: um bicheiro (sim, meninos, a Oi considera bicheiros personagens VIP), revoltado porque não o estavam deixando embarcar, sacou da arma e disparou para o alto.

Observação da Bia: Mãe, não quero falar sobre esse assunto. Prêmio Darwin para você.