27.2.03


Vida e-pistolar

Vida e-pistolar

From: Miguelita
To: Cora
Subject: Pautas
Date: Thu, 20 Feb 2003 18:02:16 -0300

Prezada Sra. Cora Rónai Sou estudante do 4º período do curso de jornalismo do Centro Universitário e estou fazendo um trabalho sobre como são elaboradas as pautas de um jornal on-line. Gostaria muito de poder contar com colaboração de V.Sas, por isso, venho, por meio deste, solicitar duas pautas já cumpridas e um depoimento de como é tomada a decisão de pauta em um jornal on-line. No aguardo de um retorno,
Atenciosamente

Miguelita

P.S. A data de entrega do trabalho é dia 21/02/2003. Peço desculpas por estar mandando o e-mail em cima da hora, mas só consegui o endereço eletrônico de V.Sas agora.
Não estranhem muito esta mensagem; ela é parecidíssima com dezenas de outras que recebo, com a diferença que, em geral, o pessoal costuma me dar um prazo um pouco maior, de dois ou três dias, para entregar os ?seus? trabalhos. Ainda assim, e apesar da comovente fé em mim depositada pela Miguelita ? que acredita que, numa única noite, eu seria capaz de aprender como se edita um jornal on-line (coisa que nunca fiz na vida) e descrever todo o processo ? vocês não estariam lendo esta pequena amostra da minha vida e-pistolar se, por acaso, eu não a tivesse publicado no blog e isso não desencadeasse uma série de brincadeiras, considerações, ofensas e reflexões.

***

Um blog, vocês sabem, é uma espécie de diário na internet, onde a gente faz anotações de viagem, reclama do governo, comenta os filmes que vê, tricota, põe fotos dos gatos e dos netos e, eventualmente, até dá furos de reportagem ? com amplo espaço para troca de idéias com (e entre) os leitores. Cabe de tudo num blog, inclusive uma mensagem como a da Miguelita. Que reproduzi sem dizer nada, já que fala por si mesma.

Pois. Logo as pessoas começaram a se manifestar. ?Cora, que diabos você está fazendo que não manda o trabalho pronto pra essa menina????, perguntou o Flávio. ?Ela não disse a hora em que deve entregar o trabalho. Vai ver ainda dá tempo de a gente ajudar...? brincou o Cesar. E assim por diante. Até que reapareceu a Miguelita, em pessoa:

? Eu não deixei o meu trabalho para ser feito na última. Eu já havia mandado e-mails para diversos jornais on-line, mas acontece que ninguém me deu um retorno. O e-mail da Cora é que foi enviado em cima da hora, pois eu NÃO tinha o endereço eletrônico dela. Acho que vocês já devem ter sido estudantes e com certeza já precisaram da ajuda de outras pessoas. ?


Digamos que perdeu nova chance de ficar calada. Não só o meu e-mail está permanentemente no Globo On, como também é publicado neste bom e velho jornal de papel às segundas e quintas, chova ou faça sol. A partir daí, contudo, aconteceu um fenômeno curioso no quadro de comentários. Algumas pessoas ficaram indignadas, a maioria continuou brincando, mas outras se ?sensibilizaram? com a causa da Miguelita.

?Desculpe, Cora, não achei de bom tom a divulgação no blog de um e-mail que, num primeiro momento, [ é uma ] comunicação particular. Pra ser mais sincero, foi uma tremenda falta de ética?, disse o Alexandre, dando o tom para outras mensagens contra mim. ?Lamentável a falta de ética em publicar o e-mail?, chocou-se o Victor. ?Já que resolveu publicar o e-mail, Cora, poderia ter excluído o nome da menina. Faltou ética e foi uma atitude muito desrespeitosa?, repreendeu a Lulu. ?A colunista Cora Rónai já ganhou até ?prêmios? de defensora da liberdade de expressão. Deveria agora ganhar uma medalha de grosseria e intolerância?, disparou um anônimo. As mensagens mais virulentas, aliás, são sempre corajosamente anônimas.

***

Fiquei perturbada com o teor dessas críticas, muito piores, a meu ver, do que a mensagem inicial da Miguelita. Não pelo que me ofendem, mas pelo que revelam da mentalidade do que é, afinal, parte da elite intelectual (o melhor!) do país. Tudo pode ser feito, qualquer contravenção é permitida ? desde que fique devidamente oculta. Mereço uma medalha pelas minhas grosseria e intolerância porque, em vez de varrer a letargia mental da Miguelita para baixo do tapete (ou, de preferência, fazer o trabalho por ela), publiquei a sua circular. Fraudar a universidade e mentir deixaram de ser atos condenáveis; pôr a fraude e a mentira em cima da mesa, porém, passou a ser o supra-sumo da falta de ética.

Vocês podem achar que estou fazendo uma tempestade em copo d’água, que esta é apenas uma historinha de blogs e de universitários que não teria por que chegar a um grande jornal. Acontece que é nessas pequenas coisas que se pode tomar o pulso de uma sociedade. A discussão gerada pelo trêfego start da Miguelita resumiu um tipo de moral cada vez mais comum entre nós, em que as fronteiras do que é e do que não é lícito, do que é e do que não é respeito, do que é e do que deixa de ser educação se confundem assustadoramente. No país que está sendo construído por essa moral ?Big Brother?, a regra de ouro é deixar rolar e acobertar a bagunça geral. Pau em quem parar e prestar atenção.

Sinceramente? Diante disso, a Lei de Gerson é um manual de ética.






Coluna

A coluna de hoje do Segundo Caderno esta aqui; enquanto os acentos nao voltarem a entrar nos eixos, e melhor dar um pulinho ate o jornal...


















Amigos...

Estou devendo emails para uma grande quantidade de pessoas. Se voce esta entre elas, mil perdoes! Nao e descaso ou falta de atencao, mas pura falta de tempo, mesmo. Durante o carnaval vou tirar um tempinho pra por a correspondencia em dia, prometo...






50 blogs

Tai: a Folha publicou uma otima lista de blogs. Nao digo isso porque o internETC. esta la, mas porque esta boa mesmo: nao ha um blog mencionado que nao mereca ser pelo menos visitado. Valeu, Alexandre Matias!






@#$%^%!!!
ou
Pintou sujeira

Depois da Era do Gelo, quando eu ja estava achando que tudo com o blog estava, enfim, na santa paz, pronto: sujou geral. Tentei fazer diversas coisas diferentes (republicar posts, mudar parametros, acender velas) mas nada funcionou. Agora acabo de escrever para o pessoal do Blog*spot para que vejam o que esta acontecendo por la. No Blogger, na minha pagina de edicao, tudo sai limpinho, nos conformes; aqui, na pagina que a gente ve, cada acento vira um monte de lixo. Ate que eles descubram o que esta causando isso, o jeito vai ser conviver com a falta de acentuacao.

Tecnologia pode mesmo ser muito irritante. Ontem, alem do estresse com o blog, passei boa parte da tarde com John Perry Barlow tentando resolver uma simples conexao internet. Ele vai passar um mes inteiro no Brasil, vai viajar pelo pais, e precisava de um provedor local. Emprestei minha conexao do ISM, mas ele usa Mac, eu uso PC, e em algum ponto a coisa engasgava; depois matamos a charada, mas vamos combinar que, entre nos dois, temos bastante estrada para -- teoricamente! -- nao precisar mais passar por estes perrengues.

Pois sim.

Os computadores sempre ganham da gente, nao importa ha quanto tempo a gente os conheca.

Millor tem uma frase a respeito disso que nunca me sai da cabeca:
O computador e' uma maquina genial, com tres idiotas em volta perguntando por que nao funciona.
Acho que Barlow e eu levamos tanto tempo apanhando por falta de quorum.







26.2.03


Encruzilhada

Acabo de receber isso do Andre Breitman:
Ta certo que Shakespeare ja disse quase tudo, mas as vezes outra pessoa tambem acerta:

"More than any time in history mankind faces a crossroad. One path leads to despair and utter hopelessness; the other to total extinction. Let us pray that we have the wisdom to choose correctly." -- Woody Allen







Eu, hein...

A acentuacao foi pro espaco: o Blogger ficou maluquinho. Espero que seja um problema temporario...






Direito da internet

Este vai ser um seminario realmente da pesada... A inscricao e cara mas, se voce e advogado e/ou se interessa pelo assunto, vale o investimento.






Duvidas

Alguem sabe o que aconteceu com o Toplinks? E com aquele filmete meigo com a dupla Bush & Blair? Ta tudo fora do ar?! Alias, alguem chegou a salvar o filminho? Em caso afirmativo, faria a gentileza de me mandar uma copia? Eu estou arrasada de ter perdido acesso a ele... Antecipadamente agradeco, de dedos cruzados para que haja por ai gente mais previdente do que eu... Beijos!





25.2.03



O ponto a que chegamos

"Mal o astro-rei fazia esplendecer seus raios f�lgidos na f�mbria dourada do horizonte, j� este escravo da pena e do teclado se preparava com vigor para enfrentar sua prova di�ria nos perigos e desilus�es do cal�ad�o da praia..."

Assim com�a a (sensacional) cr�nica de domingo passado do Jo�o Ubaldo, que este blog orgulhosamente conta entre seus colaboradores mais fi�is. Pois ontem, repetindo a odiss�ia descrita no domingo, o Janj�o bravamente enfrentou as ruas conflagradas do Leblon, de onde me mandou o assombroso flagrante de viol�ncia acima.

Sobre o que foi o dia na cidade n�o h� o que dizer.













Sabe dia em que tudo d� errado? Ent�o.







Criminalizando a rede

Foi apresentado � C�mara dos Deputados na �ltima ter�a-feira o primeiro projeto de lei relativo � internet da nova legislatura � que, sob este aspecto, come�ou mal, muito mal. A deputada Iara Bernardi (PT-SP) pretende, pura e simplesmente, acabar com o anonimato na internet BR, obrigando provedores e hospedeiros a manter registros p�blicos com completa identifica��o de respons�veis por p�ginas e endere�os eletr�nicos, sob pena de multa entre R$ 10 mil e R$ 100 mil. Quer dizer: seremos todos culpados at� prova em contr�rio, obrigados, todos, a ter nossas �digitais� virtuais registradas junto �s autoridades.

Se conseguisse realizar esta proeza � felizmente imposs�vel ou, no m�nimo, contorn�vel � a deputada estaria realizando o sonho de todos os governos totalit�rios do planeta, dos EUA � China. Como todo mundo que pretende controlar a rede, a deputada tamb�m apela para os suspeitos de costume: pedofilia, estelionato, tr�fico de drogas e a nova palavra m�gica das ditaduras em geral: terrorismo.

� Entendemos que um grande passo ser� dado no sentido de coibir a criminalidade no Brasil com a aprova��o do projeto � diz ela. � Outros pa�ses poder�o seguir o exemplo, tornando a rede mundial mais segura para todos.

N�o conhe�o a deputada. Na sua homepage descobri que � professora e que atua nas �reas da educa��o e dos direitos da mulher. Com todo respeito, devia ater-se a elas. Para ficar apenas no �mbito da criminalidade, que tanto a preocupa, acabar com o anonimato na rede � se isso em algum momento fosse poss�vel � equivaleria a tornar o disque-den�ncia ilegal.

Para agir criminosamente ningu�m precisa de anonimato, nem na rede, nem fora dela: para n�o ir muito longe, a� est� o Congresso Nacional que n�o me deixa mentir. Para denunciar crimes e abusos, por�m, o anonimato �, muitas vezes, a �nica sa�da.

Se este projeto insensato for aprovado, n�o ter� efeito nenhum a n�o ser prejudicar os mais inocentes, os mais pobres, os menos escolados. Qualquer pessoa com um m�nimo de conhecimento de ingl�s e de internet abrir� sua p�gina alhures e arranjar� um endere�o l� fora. Simples assim.

Na verdade, deputada, o anonimato �, muitas vezes, a defesa que resta ao indiv�duo diante do governo, da igreja, das corpora��es, da sociedade em geral. Entre num grupo de discuss�o sobre a Aids, por exemplo, e veja se encontra, l�, algu�m apresentando carteira de identidade. Essas pessoas, que precisam demais conversar entre si, precisam igualmente do anonimato como prote��o contra o preconceito.

Outra sugest�o: j� que a senhora � t�o ligada aos direitos da mulher, entre num chat sobre aborto. A deputada acha justo obrigar algu�m ali a se identificar? N�o, n�o precisa responder. Apenas tente se informar melhor antes de apresentar seu pr�ximo projeto.





24.2.03




� hoje, galera: a partir das 19hs, todos os paulistas l�!


Update: A� est� a gALLera reunida!



A Luciana Benatti mandou, em primeira m�o... :-)
Agora s� falta que algu�m da turma apresente, por favor, os colegas paulistas aos cariocas...








O Flavio Fernandes deixou esta imagem no Forum. Achei maravilhosa a apela��o!





23.2.03




Ele n�o mandou, ent�o fui l� buscar. Pronto.






Gil & Barlow

John Perry Barlow est� de malas prontas para voltar ao Brasil: ele se encontrou com Gilberto Gil no m�s passado, em Cannes, durante o Midem, e h� duas semanas recebeu um convite para passar dez dias percorrendo o pa�s com Gil e Jacques Lang, o ex-ministro da cultura franc�s. O relato que faz deste encontro est� aqui.

Ponto para Gil. Barlow, feroz ativista da liberdade no ciberespa�o, colaborador da Wired dos �ureos tempos, letrista do Grateful Dead, fundador da EFF, � uma das vozes mais l�cidas hoje nos Estados Unidos. N�o � levado a s�rio pelo establishment, naturalmente, que volta e meia tenta tascar-lhe o r�tulo de figura folcl�rica -- um velho truque para neutralizar inimigos.

A verdade � que as torres do World Trade Center ainda estavam caindo quando ele previu, com arrepiante clareza, o que estava por vir. A mensagem que enviou aos amigos na tarde daquele fat�dico 11 de setembro chamava-se, bravamente, Remember the Reichstag... e, por causa dela, quase foi crucificado em pra�a p�blica. Entre outras coisas, ele disse o seguinte:
"Within a few hours, we will see beginning the most vigorous efforts to end what remains of freedom in America. Those of us who are willing to sacrifice a little -- largely illusory -- safety in order to maintain our faith in the original ideals of America will have to fight for those ideals just as vigorously. (....) Don't let the terrorists or (their natural allies) the fascists win. Remember that the goal of terrorism is to create increasingly paralytic totalitarianism in the government it attacks. Don't give them the satisfaction.

Fear nothing. Live free.


At� aqui, infelizmente, os fatos s� lhe t�m dado raz�o.





22.2.03




A Teruska fez mais uma tira de gatinho! Ali�s, n�o � s� a tira que � legal l� no blog... Por exemplo:

Todos os cogumelos s�o comest�veis; alguns, apenas uma vez.





21.2.03




Bateu agora na minha mailbox do jornal, e a ficha demorou a cair.

Samba?

Passo a passo?

Com esse cara a�?!

Mas n�o seria melhor com a Luma?

... Ah, OK. Samba. N�o samba.






Ai, n�o � que eu ia esquecendo...?!
Aten��o, PALMS CARIOCAS!

Pessoal,

T� chegando aquela data, onde tudo � festa, ent�o porque n�o
marcarmos uma festinha n�s mesmos!!!
Atendendo a pedidos, estamos marcando um
encontro/chopp/papo/divers�o/comemora��o pr�-carnavalesco!

Anotem em seus Palms:

Dia: 22 de fevereiro de 2003, um s�bado
Hor�rio:17:00hs
Local: Galeria Gourmet - No Shopping Downtown.

Depois mais detalhes!

EDUARDO PSZCZOL
Coordenador do RJPUG
**********************************************
Rio de Janeiro Palm Users Group
Web: http://www.rjpug.com.br/
**********************************************







LOVE STORY

Gente isso aqui � genial!!! A dublagem est� simplesmente perfeita...

Ainda que demore a baixar, n�o deixem de ver!






Daqui e dali

A gente faz assim: quando eu estou sem tempo e/ou assunto, vou l� Fal e roubo alguma coisa. Quando ela est� sem tempo e/ou assunto, rouba alguma coisa daqui. Ontem eu roubei de l�, ela veio, roubou daqui, agora fui l� e roubei mais... �ta n�s. Parece at� pol�tica. Agora, s�rio: ela chamou a aten��o para este texto do Eduardo Almeida Reis, que por sua vez chamou a aten��o para um assunto da maior gravidade:
Quando descia do morro, a menina passava pelo ponto de t�xi pr�ximo aqui do chat� assobradado. O decano dos motoristas, �s vezes, lhe dava um real. Dia desses, o doador comentou com os colegas do ponto: 'Sabem aquela menina que me pede dinheiro? Est� gr�vida...' Todos acharam imposs�vel: t�o pequenina...

E a menina voltou ao ponto de t�xi, barrig�o de oito meses, maior que ela. Cercada pelos motoristas, explicou que tem 12 anos rec�m-completados. Com o atraso de sua quarta menstru��o, comentou com a m�e, que achou a maior gra�a numa poss�vel gravidez. A m�e tem 32 anos e oito filhos, dos muito clarinhos aos muito escurinhos, cada qual de um pai. Duas das irm�s da menina s�o vi�vas: mataram o marido de uma delas com cinco tiros, h� pouco tempo. A outra enviuvou h� tr�s anos, tamb�m de um soldado do tr�fico, que lhe deixou dois filhos. Mas ela j� providenciou a vinda de irm�ozinhos para os �rf�os, dentro do esquema um de cada pai.

(...)

O fen�meno, o problema, ou l� o nome que lhe queiram dar n�o ocorre no Burundi, na Costa do Marfim ou na Nova Guin�, mas aqui mesmo, no centro da cidade de Belo Horizonte, capital de todos os mineiros. Temos leis, impostos, autoridades constitu�das, o dr. Pimentel na Prefeitura, o dr. Neves da Cunha no Pal�cio da Liberdade. Ent�o, como � que fica? � prov�vel que tenha faltado alimenta��o adequada ao feto; � tamb�m poss�vel que falte prote�na ao beb� durante o primeiro ano de vida. S� a�, teremos um brasileirinho com 64% de suas c�lulas cerebrais lesadas. Ainda bem que meu espa�o z� fini...







From: "Michelle"
To: Cora
Subject: Pautas
Date: Thu, 20 Feb 2003 18:02:16 -0300

Prezada Sra. Cora Ronai

Sou estudante do 4� per�odo do curso de jornalismo do Centro Universit�rio de Belo Horizonte e estou fazendo um trabalho sobre como s�o elaboradas as pautas de um jornal on-line.

Gostaria muito de poder contar com colabora��o de V.Sas, por isso, venho por meio deste, solicitar duas pautas j� cumpridas e um depoimento de como � tomada a decis�o de pauta em um jornal on-line.

No aguardo de um retorno,

Atenciosamente

Michelle Florencio de Sousa

P.S. A data de entrega do trabalho � dia 21/02/2003.Pe�o desculpas por estar mandando o e-mail em cima da hora, mas s� consegui o endere�o eletr�nico de V.Sas agora.






Bom dia, Cris!








(Roubei da Fal que roubou da Gi que roubou da Teruska que -- acho -- n�o roubou de ningu�m.)

Emerg�ncia felina!

H� diversos gatinhos passando por maus bocados em Botafogo, aqui no Rio. Alguns volunt�rios j� os est�o ajudando, mas est�o precisando de comida, de rem�dios, de gente com tempo para cuidar dos bichinhos, de gente que possa adot�-los ou apadrinh�-los.

Clique aqui, e veja se voc� pode fazer alguma coisa.






Regras para vira-latas

A Marcia, do Vida escrita � m�o, me mandou estas regras b�sicas: acho todo mundo que j� adotou foi adotado por um vira-lata vai se identificar com elas...






�bvio...

mas bem feitinho!





20.2.03


O fil�sofo an�nimo de Houston

(Aos de casa: voc�s v�o reconhecer um trecho da coluna de hoje, que saiu daqui. Pulem por cima, mas n�o deixem de ler o final, que � importante)

H� alguns anos peguei um t�xi em Houston, Texas, onde participava de uma confer�ncia. O motorista era chileno � e l� fomos n�s batendo papo em portunhol at� o meu destino. Perguntei por que tinha emigrado, e a resposta foi a de dez entre dez motoristas de t�xi estrangeiros radicados nos EUA: as coisas andavam dif�ceis em casa, precisava ganhar dinheiro. J� morava em Houston h� quase dez anos, adorava a cidade, o clima e o trabalho, estava feliz.

� Ent�o voc� n�o volta mais?

Como n�o? L�gico que voltava! Ali�s, sonhava com isso. Assim que tivesse o suficiente para comprar uma casinha em Santiago, adi�s , Am�rica...

� U�, mas n�o est� tudo t�o bom aqui?

Ah, sim, claro. Ningu�m podia, em s� consci�ncia, se queixar de Houston, do clima ou da grana dispon�vel para quem estivesse decidido a dar duro. O problema eram as pessoas. Perguntei o que havia com as pessoas.

� Lo que passa, se�ora, es que son todos anormales.



OK. � uma generaliza��o, e nenhuma generaliza��o deve ser levada ao p� da letra. Um total exagero. A manifesta��o de um homem incapaz de perceber os matizes e as sutilezas das diferen�as culturais entre os povos. Uma afirma��o leviana que n�o merece qualquer considera��o. Uma injusti�a com os milh�es de americanos que n�o s�o anormales � muito embora h� quem assegure que, visto assim de perto, ningu�m � normal.

Tirando isso, o meu fil�sofo an�nimo de Houston acertou na mosca.

N�o sei quantas vezes, de l� para c�, esta foi a �nica explica��o que consegui encontrar para o comportamento no m�nimo bizarro dos vizinhos l� de cima. Como explicar o processo de impeachment de Bill Clinton? Como explicar que algu�m possa andar com armas � mostra, em pleno dia, mas tenha que esconder latinhas de cerveja em sacos de papel? Como explicar a Cher? Como explicar que, neste momento, dois ter�os da popula��o ap�iem a guerra contra o Iraque?

Ontem mesmo um amigo me repassou isso:

�Refletir sobre a guerra � pensar na mais terr�vel das experi�ncias humanas. Nesta manh� de fevereiro, no instante em que esta Na��o se encontra �s v�speras da batalha, cada americano deveria estar refletindo sobre os horrores da guerra.

Entretanto, esta casa est�, em sua maioria, silenciosa --- inquietante e assombrosamente silenciosa. N�o h� debate, n�o h� discuss�o, n�o h� qualquer tentativa de se mostrar � Na��o os pr�s e os contras desta guerra em particular. N�o h� nada.

Aqui no Senado Federal dos Estados Unidos estamos mudos e impass�veis, paralisados pela nossa pr�pria incerteza, aparentemente atordoados pelo tumulto dos acontecimentos.�

Esta � a abertura de um discurso proferido pelo senador Robert Byrd na pen�ltima quarta-feira, dia 12. A �ntegra, em ingl�s � que merece ser lida � est� aqui. � uma pe�a de orat�ria da melhor qualidade, cheia de brilho, bravura e verdade.

Fui procurar mais informa��es sobre o homem que teve a coragem de dizer palavras t�o justas num momento em que a oposi��o ao governo Bush n�o � vista com bons olhos, e descobri a �nica coisa que atrapalha o discurso: a biografia do autor. Com 85 anos, h� 50 representante democrata de West Virginia, Robert Byrd, decano do Congresso, defensor dos direitos dos animais e um dos mais veementes cr�ticos de George W. Bush, participou ativamente da Ku-Klux-Klan na mocidade e, ao que parece, continua racista at� hoje. A �nica coisa que posso dizer, depois dessa, � que mesmo um rel�gio quebrado est� certo duas vezes por dia.

De resto, para variar, fico com Shakespeare, que previu tudo:

�Desgra�ado do tempo em que os loucos guiam os cegos.�



Enquanto isso, no Brasil, parece que todos ficaram surdos. N�o h�, no mundo da m�sica, quem n�o tenha ouvido falar em Hans Joachim Koellreutter � quem n�o tenha sido seu aluno ou aluno de aluno seu. Os c�rculos conc�ntricos de conhecimento e renova��o que criou ao chegar ao Brasil, em 1937, fugindo do nazismo em sua Alemanha natal, atravessaram d�cadas e gera��es. O nosso ministro da Cultura certamente sabe disso.

Koellreutter ampliou as fronteiras da nossa m�sica e da cabe�a dos nossos m�sicos; de Tom Jobim a Tom Z�, todos se reconheceram seus devedores, num ou noutro momento. Koellreutter foi festejado, recebeu honrarias no Brasil e no mundo e, at� dois anos atr�s, continuava compondo, inventando, dando aulas.

Hoje, aos 88 anos, sofrendo de mal de Alzheimer, vegeta em casa. N�o reconhece ningu�m. N�o fala. N�o consegue sequer alimentar-se sozinho. Est� abandonado, � beira da mis�ria, vivendo do que ganha sua mulher, obrigada a trabalhar para sustent�-lo. N�o tem uma �nica aposentadoria que lhe d� um m�nimo de dignidade.

�A hist�ria deste homem, terminada desta maneira, torna indigna a nossa sobreviv�ncia� � escreveu Rubens Pileggi S�, em Londrina. �N�o se trata de fazer vaquinha entre artistas e produtores culturais. Trata-se de resgatar uma d�vida inalien�vel do pa�s consigo mesmo. Algo que nos orgulhe como cidad�os.�

Ele tem toda a raz�o.

(O GLOBO, Segundo Caderno, 20.02.2003)

Update: Nenem Krieger, mulher do maestro Edino Krieger, informa que a situa��o do Koellreutter n�o � t�o desesperadora quanto reportou o Rubens. Ele tem uma aposentadoria do Instituto Goethe; e os amigos, garante, n�o abandonaram o maestro em momento algum. Menos mal!







Adote um gatinho!

Estes s�o apenas alguns dos bichinhos que voc� encontra nesta nova p�gina...













Sobre a guerra

Paulinho escreveu isso num coment�rio l� embaixo; acho muito importante este depoimento que ele d� a respeito da m�dia americana, que est� se portando de forma absolutamente vergonhosa. Chega a ser humilhante para n�s, jornalistas, saber que aqueles caras s�o nossos colegas.
Infelizmente, o problema � bem mais simples do que parece. A Fran�a s� n�o quer a guerra pois perder� dinheiro na est�ria. As tais reuni�es para se chegar a um acordo s�o, na verdade, discuss�es entre EUA e os outros pa�ses do conselho de seguran�a quanto ao pre�o da ades�o de cada um.

At� a semana passada, a Turquia era contra a guerra. Hoje j� est� discutindo quanto em "financial aid" v�o aceitar para que os americanos usem suas bases.

Outra coisa vale lembrar: a imprensa daqui dos EUA faz parte da corja republicana e tem manipulado, n�o s� as not�cias, mas tamb�m as pesquisas de opini�o. Acreditem: pergunto e discuto com todos que encontro o que acham da amea�a de guerra. NINGU�M at� agora me disse ser a favor. At� a igreja do Bush (First United Methodist Church) lan�ou uma campanha publicit�ria contra a guerra e malhando o cara. A propaganda passa volta e meia aqui em Michigan e, segundo eles, o tempo todo em Washington.

Os organizadores dos protestos do fim-de-semana passado estimam as multid�es em torno dos 3 a 5 milh�es! Os notici�rios daqui dizem 500 a 600 mil!

Aqui em Detroit, os jornais publicaram que um "pequeno grupo de 2 a 3 mil pessoas protestaram contra a guerra..." . N�o sei onde aprenderam a contar, mas eu estava l� e vi. Do Grand Circus Park at� o Cobo Hall, onde acabou a passeata, s�o mais ou menos 2 km. Tinha gente empilhada (e bem empilhada para se proteger do frio!) de um ponto ao outro! Sei que os americanos est�o gordos demais, mas nem tanto...

Beijos e muita paz pra todo mundo!

Ah, sim, para quem n�o sabe: o Paulinho � o meu filho.






Mamma mia...!

Estou assistindo a um debate a respeito da guerra na RAI, a TV italiana. A zorra � tal que, at� agora, ainda n�o consegui descobrir quem est� contra, quem a favor; mas que est� divertido animado, l� isso est�.

Update: Eles falam gritam todos ao mesmo tempo, mas acabo de ouvir, distintamente, um dizendo que n�o � poss�vel discutir um assunto t�o s�rio e delicado nessas condi��es. Ah, bom.

Tirando isso, a frase mais freq�ente �: "Lasciatemi concludere!"





19.2.03


Abel Alves no Info etc!

Chegou quem estava faltando: a partir dessa edi��o [do Info etc.], Abel Alves, amigo de todos n�s e grande fera tecnol�gica, passa a jogar no time do Info etc., dando dicas, tirando as d�vidas dos leitores e nos ajudando a levar uma vida digital mais proveitosa.

Abel � um dos professores de tecnologia mais respeitados do pa�s, colaborador do TCInet (site de tecnologia de informa��o) e respons�vel pela empresa de treinamento Abel Alves Computa��o, onde j� se formaram mais de 2500 alunos. Desde 1994, respondia pela coluna Solucion�tica, do �Jornal do Brasil�, e aqui desempenhar� um papel semelhante: ele vai responder �s cartas dirigidas ao �Prezado Globo� e, eventualmente, escrever sobre assuntos t�cnicos.

Engenheiro eletr�nico formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), com mestrado, tamb�m do IME, em engenharia el�trica e curso de doutorado em telecomunica��es na PUC-RJ, Abel Alves � um consultor independente altamente requisitado, que j� prestou servi�os �s maiores empresas brasileiras, e deu palestras em incont�veis eventos da �rea. Um craque e, acima de tudo, dono de um texto claro e preciso.

Tenho certeza de que quem conhece o trabalho do Abel est� vibrando junto com a gente; quem n�o conhece vai ficar muito agradavelmente surpreso. Para uma provinha maior do que o �Prezado Globo� de hoje, d� um pulo at� abelalves.tk para conferir o trabalho do rapaz; mas cuidado, porque, se voc� gosta de tecnologia, corre o risco de ficar preso por l� por muuuuuuuiiiito tempo...

Bem-vindo, Abel!

Impress�es

Outro site onde se pode perder um tempo enorme � o da HP, que p�s no ar uma s�rie de m�scaras para o carnaval (algumas das quais voc� v� espalhadas nesta [quer dizer, naquela -- do jornal!] p�gina). � s� escolher a sua favorita, imprimir, fazer dois furinhos, prender com um el�stico e se divertir.

Este site, ali�s, � um primor. Tem mil dicas de como aproveitar a sua impressora para fazer brinquedos, cart�es, calend�rios e lembrancinhas, e pode ser uma m�o na roda para distrair as crian�as num dia de chuva.

� claro que, por tr�s das boas inten��es de divertir usu�rios, est� a id�ia de faz�-lo gastar mais tinta, j� que os fabricantes de impressoras hoje lucram mais com a venda de cartuchos do que com qualquer outra coisa; mas a vida � curta, mais vale um gosto do que seis vint�ns e brincar com impressora �, indiscutivelmente, uma das grandes alegrias da vida digital.

Eu mesma ando me esbaldando com uma Epson Stylus Photo 820, que trabalha com seis cores e � capaz de fazer fotos sem margem realmente incr�veis, sobretudo se a gente levar em conta que esta � uma impressora relativamente barata (R$ 600). Na verdade, � imposs�vel distinguir uma foto em alta resolu��o impressa por ela em papel fotogr�fico de uma foto feita em bureau de impress�o, onde as impressoras ainda andam na casa dos milhares de reais ou d�lares, a menos que se olhe com lupa. O �nico problema �, como sempre, o pre�o dos cartuchos, que vai a mais de R$ 200 o casal cor e preto.

Em suma: a brincadeira � �tima, mas ainda est� longe de ser barata...

Cores e imagens

Era para ser s� um trabalho de gradua��o, mas Ana Fucs, aluna de Noni Geiger, acabou criando um site muito bom para quem comprou uma c�mera e quer, agora, se aprofundar em cores e imagens digitais. Em Cor e Imagem Digital ela troca em mi�dos conceitos como resolu��o, dithering, espa�os de cor, compress�o, formatos e todos aqueles detalhes aos quais a gente em geral n�o d� muita aten��o, mas que acabam fazendo diferen�a no resultado final.

(O GLOBO, Info etc., 17.02.2003)





18.2.03


Um sil�ncio aterrador

"Refletir sobre a guerra � pensar nas mais terr�vel das experi�ncias humanas. Nesta manh� de fevereiro, no instante em que esta Na��o se encontra �s v�speras da batalha, cada americano deveria estar refletindo sobre os horrores da guerra.

Entretanto, esta casa est�, em sua maioria, silenciosa --- inquietante e assombrosamente silenciosa. N�o h� debate, n�o h� discuss�o, n�o h� qualquer tentativa de se mostrar � Na��o os pr�s e os contras desta guerra em particular. N�o h� nada.

Aqui no Senado Federal dos Estados Unidos estamos mudos e impass�veis, paralizados pela nossa pr�pria incerteza, aparentemente atordoados pelo tumulto dos acontecimentos."

Esta � a abertura de um discurso proferido pelo senador Robert Byrd na �ltima quarta-feira, dia 12. N�o tenho tempo para traduz�-lo todo, mas a �ntegra -- que merece ser lida -- est� aqui. � uma pe�a de orat�ria da melhor qualidade, cheia de brilho, bravura e verdade.

Fui procurar mais informa��es sobre o homem que teve a coragem de dizer palavras t�o justas e corajosas num momento em que a oposi��o n�o est� sendo vista propriamente com bons olhos l� em cima, e descobri a �nica coisa que atrapalha o discurso: a biografia do autor. Com 85 anos, h� 50 representante democrata de West Virginia, Robert Byrd, decano do Congresso, defensor dos direitos dos animais e um dos mais veementes cr�ticos de George W. Bush, participou ativamente da Ku-Klux-Klan na mocidade e, ao que parece, continua racista at� hoje.

A �nica coisa que posso dizer � que mesmo um rel�gio quebrado tem raz�o duas vezes por dia.

De resto, para variar, fico com Shakespeare, que previu tudo:

"Desgra�ado do tempo em que os loucos guiam os cegos."





17.2.03


(Reuters) -- Washington, DC -- United States of America -- A tragic and sad fire has destroyed the personal library of President George W. Bush. -- Both of his books have been lost. The president is reportedly devastated -- apparently, he had not finished colouring in the second one.








Google & Blogger


Se o Google j� sabe tudo o que a gente procura, agora com o Blogger ficar� sabendo tudo o que a gente acha. (Cesar Valente, nos coment�rios abaixo)

Passei o dia longe da m�quina; quando abri a mailbox, um email da Rosana Fischer -- oops: Hermann! (mil perd�es, cometi um erro essencial de Ros[s]anas!), do Querido Leitor, me deu a grande not�cia: o Blogger foi comprado pelo Google! Quem deu o furo foi Dan Gilmor, do San Jos� Mercury News, um dos jornais mais interessantes dos Estados Unidos: quase Di�rio Oficial do Vale do S�licio, o Mercury tem sempre uma vis�o bastante peculiar do mundo -- para dizer pouco. � o jornal dos sonhos de qualquer jornalista de inform�tica, o �nico em que tecnologia d� manchete de primeira p�gina em corpo 72 acima da dobra.

Mas divago. Voltando � uni�o Google & Blogger -- a essa altura, naturalmente, todo mundo j� sabe da aquisi��o, e discute se isso � bom, mau ou muito antes pelo contr�rio. E eu n�o resisto a cair nessa tamb�m.

� primeira vista, acho muito bom. Embora o Ev diga que eles estavam muito bem, a galera da Pyra (cinco pessoas, ao todo) estava dando n� em pingo d'�gua para manter o Blog*spot nos trilhos. Quando meu blog congelou, andei conversando via email com Jason Shellen e deu pra perceber que as coisas estavam confusas por l�. Os blogs se multiplicaram a uma velocidade inesperada, e a transfer�ncia do Blog*spot para os servidores do Google -- que �, possivelmente, a empresa que mais entende de tr�fego pesado na rede -- significa mais estabilidade e melhor qualidade na hospedagem dos blogs.

Para o Google, que h� tempos comprou a Deja.com, que mantinha os arquivos da Usenet, faz o maior sentido comprar ferramentas de blogs, praticamente suced�neos dos antigos grupos de discuss�o.

Neste momento, h� uma certa paran�ia em rela��o ao Google no ar. Um site chamado Google Watch, que denuncia o Google como Big Brother do ano, est� sendo linkado furiosamente pela rede afora. Li as suas acusa��es e me pareceram fracas. Basicamente, a gritaria � motivada pelos cookies do Google (que registram as p�ginas visitadas pelo internauta), pelo fato do Google ter contratado um engenheiro que trabalhou na National Security Agency (uma ag�ncia de intelig�ncia do governo americano), de sua barra de ferramentas ser spyware e assim por diante.

Bom, como eu j� escrevi nos coment�rios aqui embaixo h� alguns dias: quem ainda acredita em privacidade na rede est� delirando. J� tive a minha fase de preocupa��o com cookies, mas joguei a toalha h� tempos. � justamente a vigil�ncia do Google dos nossos movimentos que faz dele a tremenda ferramenta de busca que �; o fato de que saiba ou n�o o IP da minha m�quina me �, sinceramente, indiferente -- e olhem que eu tenho um IP fixo.

Uma empresa de marketing ou um governo mal intencionado que resolvam monitorar minhas atividades na rede tem "n" meios de faz�-lo sem precisar recorrer ao Google; al�m do qu�, baixa a barra de ferramentas do Google quem quer -- ao contr�rio dos usu�rios dos grandes provedores nacionais de internet, por exemplo, que plantam suas barras no browser da clientela na maior sem-cerim�nia.

Quanto ao fato de l� trabalhar um engenheiro que j� trabalhou para a NSA -- sinceramente? Acho um fact�ide, perfeito para quem � adepto da Teoria Conspirat�ria da Hist�ria. Mil vezes pior e mais daninho � minha sa�de � ter o Sarney dando as cartas novamente no Congresso Nacional ou -- horror dos horrores, realmente! -- o Roberto Amaral no Minist�rio da Ci�ncia e Tecnologia. Isso para n�o falar no Bush na presid�ncia dos Estados Unidos.

Sei que esta pode parecer uma atitude contradit�ria em rela��o � minha bronca com a M$, mas na verdade estamos falando de coisas totalmente diferentes. O Google � a melhor, mas n�o �nica, ferramenta de busca na rede; eu posso evitar cookies se quiser; e posso surfar anonimamente se assim o desejar. Um dia, se for o caso, posso at� viver sem ferramentas de busca -- ainda tenho meus livros de refer�ncia, meus dicion�rios e enciclop�dias. N�o estou de p�s e m�os atados nas garras do Google -- que ainda por cima, ao que eu saiba, nunca trucidou a concorr�ncia atrav�s de amea�as, boatos e baixarias de todo o tipo, nem nos empurrou goela abaixo um produto de qualidade duvidosa.

O grande problema do Google �, paradoxalmente, a sua compet�ncia. Com ele, passou a ser f�cil demais descobrir tudo a respeito de todos. Ningu�m conseguir� mais, por exemplo, se livrar dos maus versos que cometeu na juventude, ou -- e isso � mais s�rio -- de um passado com deslizes que tenham resultado em esc�ndalo e/ou cadeia.

Mas isso � outra discuss�o, para quando eu estiver com menos sono.





16.2.03


Protestantes



Em�lia, Joseph e Kelyndra: o meu povinho protesta contra a guerra em Detroit, a uma temperatura de -5, amplificada para -21 pelo vento. Bravo, meninos! Estou orgulhosa de voc�s!


Emilia e Joseph protestam em Detroit, enquanto a av� coruja baba no Rio.
Fam�lia globalizada � assim...

Luciana Bordallo Misura, do Colagem, foi ao protesto em Detroit, fez boas fotos e um �timo post. Apesar do frio, havia uma pequena multid�o agitando.

Por acaso, ela se encontrou com a Kelyndra e com as crian�as que, como voc�s podem ver, est�o sendo muito bem educadas.

Acho important�ssimo que cres�am assim, sabendo que devem protestar contra a prepot�ncia do mando e a insanidade do estado.

Ser�o b�pedes antenados e cidad�os conscientes, atentos aos seus semelhantes e ao mundo que os cerca.





15.2.03



N�O � GUERRA

Hoje � dia de passeata contra a guerra em mais de 600 cidades ao redor do mundo. Aqui no Rio, a concentra��o � no Leme, em frente ao M�ridien, �s 15h. T� um neg�cio meio solto, me parece, mas pode colar. Andei olhando os blogs e sites convocando a galera e fiquei impressionada com a baita organiza��o do movimento nos EUA -- que, c� entre n�s, � onde importa mesmo a manifesta��o, j� que Bush & Co. (assim como a imensa maioria dos americanos pr�-guerra) est�o pouco se lixando pro resto do mundo






Dando bandeira






14.2.03


Acenda uma vela pela PAZ









Paulinho, olha que legal! A Fl�via fez de presente para voc�...







Perca tempo J�!

Eu estava passeando pelo Caf� Preto quando encontrei isso: um simulador de v�o de avi�zinho de papel! � perfeito para quem tem algum trabalho urgente, j� est� atrasado para algum compromisso ou est� com um assado para vigiar no forno.
















Hoje � anivers�rio do Paulinho, o meu filho que mora l� longe, em Michigan e, ainda por cima, n�o tem blog.

Tirando isso, acreditem, ele � um bom menino, e um �timo papo.

Parab�ns, Paulinho!













Espelho, espelho meu...

Ta� um projeto interessante: juntar auto-retratos refletidos em superf�cies brilhantes, n�o necessariamente espelhos. Gostei da id�ia!





13.2.03




Descobri no Pulso �nico: um gerador autom�tico de ASCII Art! O pior � que este website faz a gente perder horas, tem muita coisa divertida... supondo, claro, que voc� consiga sair do Pulso �nico em primeiro lugar.






Sobre imagem









E este ganhei do Waldir Leite :-)








Ganhei do Andr� Kenji!







Jos� Lewgoy, Harry Potter e outros personagens

Olhando assim de longe � ali�s, de perto tamb�m � ningu�m podia ser mais mal-humorado do que Jos� Lewgoy. A diferen�a � que, de perto, a gente podia apreciar o que se escondia por tr�s daquele (falso) jeit�o de poucos amigos: um homem de cultura com um senso de humor extremamente sofisticado, uma hist�ria de vida que parecia (e era) coisa de cinema, uma curiosidade insaci�vel e um prazer quase infantil em descobrir novidades. Sobretudo, em descobri-las antes dos outros.

Em mais de 20 anos de conviv�ncia, n�o me lembro de ter visto mais do que dois ou tr�s filmes antes que ele, que � sempre que a agenda de grava��es permitia � fazia quest�o de assistir � sess�o de estr�ia do que quer que entrasse em cartaz, de fitas em preto-e-branco de diretores alternativos do Quirguist�o a megaporcarias de Hollywood.

Conversar sobre cinema com ele era uma das boas coisas da vida, n�o s� por causa do seu conhecimento enciclop�dico e das suas observa��es freq�entemente demolidoras, mas tamb�m porque ele pertencia � esp�cie mais radical de cin�filo, aquela que gosta at� (eu quase diria sobretudo) de filme ruim.

Claro: imaginem quantas oportunidades de justa indigna��o n�o oferece uma bomba como, digamos, �Pearl Harbor�?! N�o, Lewgoy n�o perdia um filme ruim por nada nesse mundo. Por outro lado, descobria pequenas j�ias a que jamais assistir�amos sem a sua insistente recomenda��o. Ele gostava genuinamente de compartilhar maravilhas, e o fazia com a mesma disposi��o com que trucidava material de quinta.


Com livros era, compreensivelmente, mais seletivo, mas igualmente curioso e antenado. Sua �ltima paix�o liter�ria foi �Harry Potter� � uma das poucas coisas, ali�s, que consegui descobrir antes dele. Comecei a ler a s�rie assim que o primeiro volume foi publicado nos Estados Unidos, e fiquei no maior entusiasmo: aquilo era muito bom! Comentei o assunto num dos nossos almo�os de s�bado, e ningu�m se interessou muito. Imagina, um best-seller infantil, que id�ia...!

Mas, na semana seguinte, o contingente de ap�stolos de �Harry Potter� ganhou a ades�o do Jos� Lewgoy, que leu o livro de uma sentada s� e estava louco para ler a continua��o. A partir da� fomos lendo os outros volumes mais ou menos ao mesmo tempo, igualmente encantados. Ele � claro! � viu o filme bem antes de mim. Gostou muito. E ficou no auge da felicidade quando o amigo Gravat� lhe trouxe de Kiev, no ano passado, o DVD do filme em ucraniano, que, junto com o �diche, era a l�ngua dos seus pais. Falava as duas, al�m de ingl�s, franc�s, italiano, russo e alem�o.

Quando morreu, o livro que estava na mesinha de cabeceira a seu lado, no hospital, era a edi��o inglesa de �Harry Potter� IV, o melhor de todos, que estava relendo.


Os porteiros do Edif�cio Princesa da Lagoa, onde, do apartamento 303, Lewgoy tinha a gloriosa vista da foto acima (que fiz da sua sala, h� alguns meses), est�o inconsol�veis. N�o s� perderam o mais c�lebre morador do pr�dio, mas � principalmente � o mais generoso, que, apesar de ter l� as suas manias e esquisitices, retribu�a em grande estilo aos pequenos servi�os do cotidiano, do t�xi capturado em alta velocidade na Curva do Calombo �s l�mpadas trocadas no hall.


Em quase tudo o que foi publicado, exibido e dito a seu respeito nos �ltimos dias, foi ressaltada, � exaust�o, a imagem de Eterno Vil�o do Cinema Nacional, heran�a dos velhos tempos das chanchadas. Isso me perturbou muito. N�o por causa da imagem de vil�o, de que ele at� gostava, mas por causa da extrema simplifica��o embutida neste r�tulo. A verdade � que Jos� Lewgoy tinha uma densidade at�mica infinitamente maior do que qualquer personagem que jamais lhe deram para interpretar.

Com todas as honras e homenagens que recebeu, n�o consigo me livrar da melanc�lica sensa��o de que ele foi mais um dos gigantes que o Brasil n�o soube, n�o quis ou n�o p�de aproveitar. O que o p�blico viu de Jos� Lewgoy, em quase 60 anos de carreira, foi apenas a ponta de um iceberg de conhecimento, sensibilidade e talento.

Repetindo um velho clich�, o Brasil ficou mais pobre com a sua morte; mas o que desperdi�ou ainda durante a sua longa vida ningu�m poder� jamais aquilatar.


Por coincid�ncia, no mesmo dia da morte do Lewgoy, recebi um apelo de amigos pedindo socorro para a Polytheama, locadora de v�deo do cora��o de 11 entre dez amantes de cinema cariocas, que est� prestes a fechar por falta de recursos. J�lio C�sar Miranda e sua mulher, L�cia, cuidam sozinhos do precioso acervo de cinco mil t�tulos (onde podem ser encontrados aqueles filmes que a gente n�o acha em nenhum outro lugar), n�o t�m dinheiro para publicidade e est�o perdendo a guerra contra as blockbusters da vida. Eles atendem pela internet ou pelo telefone 2554-8017; os filmes s�o entregues em domic�lio, em toda a Zona Sul.

(O GLOBO, Segundo Caderno, 10.02.2003)






Gangues de Nova York

Assisti hoje � noite; n�o como Bonequinho do Globo, mas como, uh... pessoa f�sica. Nada que um Shakespeare de algibeira n�o resolva: "Muito barulho por nada" ou, se voc�s preferirem, "Um filme cheio de som e f�ria, significando nada".

Claro que h� �timas cenas, l�gico que a fotografia � deslumbrante e �bvio que os atores s�o bons. Scorsese, mesmo quando � ruim, � bom. Acontece que eu n�o tenho mais paci�ncia para este tipo de filme, para este esquem�o americano de super produ��o miliard�ria cheia de pancadaria e sotaques ex�ticos.

Hoje eu quero mais de um filme -- ou seja, menos.

Eu quero imagens e/ou palavras que me toquem, e que n�o acabem assim que rolam os cr�ditos. Que fiquem na minha cabe�a, dando o que pensar, como os dois contr�rios mais contr�rios deste Gangues que me ocorrem agora: Kaos, dos irm�os Taviani (que entra em qualquer lista de dez melhores filmes que eu fa�a: "Colloquio con la madre", um dos cinco epis�dios, talvez seja o cinema mais tocante que j� vi), ou My Dinner with Andr�, do Louis Malle, que n�o � grande cinematografia mas � muito bom. Os dois s�o totalmente diferentes entre si, mas barat�ssimos, franciscanamente simples e perturbadores ao extremo.

Em suma, acho que n�o quero mais passar tr�s horas no cinema para sair de cabe�a abanando, por mais bem realizado que seja o filme.







Melhorando o sil�ncio


Before you speak, ask yourself:
is it kind,
is it necessary,
is it true,
does it improve on the silence?


Achei isso de uma extraordin�ria beleza e sabedoria. Em portugu�s, seria mais ou menos assim:

Antes de falar, pergunte a si mesmo:
� do bem,
� necess�rio,
� verdadeiro,
melhora o sil�ncio?


Como pessoa que encontra certa dificuldade em permanecer calada, digamos que, em mim, essas palavras calaram fundo (com ou sem trocadilho, voc� decide) -- embora eu tenha consci�ncia de que, se todos as levassem ao p� da letra, o sil�ncio seria ensurdecedor.

�nico problema: o nome do autor, Sai Baba. Nunca consegui levar este swami a s�rio, e agora descubro, gra�as ao Mario AV, que � poss�vel que eu esteja perdendo �timas coisas.

Depois a gente fica se perguntando porque as grandes empresas gastam tantos milh�es para encontrar marcas igualmente atraentes, ou pelo menos palat�veis, em todas as partes do mundo...






Virou blog! :-)



Ali�s, por falar nisso, vejam que post caprichado o Edney fez pra gente divulgar a causa:








Sopa de letrinhas

Se voc� j� empacou diante de arquivos com extens�es como .$$S, .~MN ou .01B e ficou imaginando o que diabos elas representam, aqui est� um site para resolver os seus problemas: o filext.com tem uma cole��o completa de extens�es, arrumadas em ordem alfab�tica e explicadinhas uma a uma, para acabar com a sua ang�stia digital. Este vale a pena bookmarcar!





12.2.03


BBC chamando todos os fot�grafos...

A BBC online deu um grande passo em termos de interatividade com seus leitores: est� convocando pessoas em �reas espec�ficas para mandarem para l� as fotos que fizerem com c�meras digitais, celulares e/ou PDAs com c�meras embutidas.

Por enquanto, valem fotos das manifesta��es contra a guerra no Iraque e um problema local londrino que ainda n�o tive tempo de descobrir o que �...

Confiram, � uma grande id�ia!






COMO SER� A GUERRA

Segundo o autor, esta � a proje��o mais confi�vel das conseq��ncias de uma guerra contra o Iraque. Diz ele:
"Usei sofisticados algorritmos temporais e an�lise hist�rica semi�tica para chegar a uma margem de acerto de 99,9999%"

Depois de observar minuciosamente o desenrolar dos acontecimentos neste �timo flash, acho que ele tem raz�o. A margem pode at� n�o ser bem de 99,9999%, mas fica nas redondezas...






Help!

Galera, temos um problema! A filha da Suely quer saber como se escreve 9.000 em algarismos romanos. Algu�m sabe? Tom, voc� est� na �rea...?






Spam 1 X Internet 0

O Museu do Spam saiu do ar.

Perdemos essa.






Cut&Paste

Desta vez, do Observat�rio da Imprensa:

CENSURA TOGADA

Morda�a em voc�

Alberto Dines



� isso mesmo: a nova incurs�o da censura n�o foi contra os leitores da revista Voc� S/A, n�o foi contra a Editora Abril e seus jornalistas,foi contra voc�, n�s, todos os cidad�os que imaginam viver num Estado de Direito, republicano, democr�tico e justo.

H� tr�s anos assistimos inermes e ap�ticos a uma escalada da viol�ncia judici�ria, pseudamente legal. Alguns casos provocam alguma resposta da imprensa, outros quase nenhuma.

O cidad�o brasileiro acredita piamente que a censura foi banida formalmente com a Constitui��o de 1988. Est� redondamente enganado. Esta caricatura forense chamada liminar est� comprometendo a confian�a da sociedade brasileira no Poder Judici�rio, o poder dos poderes, aquele que deveria legitimar-se pelo uso da raz�o.

Ao inv�s de defender uma cl�usula p�trea da Constitui��o � a liberdade de informa��o � alguns magistrados enredam-se em formalidades processuais ignorando que desta forma superficial aceitam o m�rito de que a censura � justificada.

A imprensa, como institui��o, n�o tem sabido reagir a esta homeopatia cens�rea que est� minando nossa capacidade de resistir. Se a rea��o fosse forte, coletiva, determinada, os magistrados afoitos pensariam duas vezes antes de nos inocular com nova dose autorit�ria.

Na Alemanha, 1933, quando os nazistas tiraram os disfarces e come�aram a escalada de terror, os poupados diziam "n�o � comigo, � com os outros". Esta resigna��o e esta incapacidade de enxergar as grandes amea�as fazem parte de um fen�meno chamado "n�o-me-importismo". Enquanto n�o s�o v�timas todos seguem suas vidas. Depois � tarde demais.

Prova da progress�o da perversa terapia s�o as duas �ltimas incurs�es da censura togada. No Correio Braziliense, ano passado, o magistrado determinou que o advogado de uma parte fizesse a censura pr�via do jornal escolhendo o que poderia ser publicado. Agora, outro magistrado d� um passo � frente: determinou como a mat�ria deve ser editada.

Como este Observat�rio j� disse mais de uma vez: breve teremos nas reda��es no lugar de redatores e editores, advogados e ju�zes.

Quem pagar� por isto? Voc�.


Magister dixit.






Xex�o, sobre Lewgoy






11.2.03












Adeus, amigo







desGraziano!

E, por falar nele -- Jo�o Ubaldo, um nordestino, diz tudo o que eu queria dizer a respeito do ministro da Seguran�a Alimentar: um sujeito que acha que "temos" -- quer dizer, eles, o governo -- de dar trabalho e condi��es de vida a "eles" -- quer dizer, os nordestinos -- l�, caso contr�rio "eles" vir�o para c� e "n�s" -- que dizer, eles, o governo -- "vamos continuar tendo que andar em carro blindado".

O n�vel de estupidez e preconceito desta declara��o � estarrecedor.

N�o adianta o senhor ministro depois tentar dar o dito por n�o dito: este tipo de coisa ningu�m diz por acaso.






Vamos salvar uma locadora?

Recebi este email do Jo�o Ubaldo, que o recebeu do Domingos de Oliveira.
Repasso a todos os amigos cariocas:

A melhor, mais pr�tica e econ�mica locadora de video e DVD para quem gosta realmente de cinema e procura filmes que n�o se encontram nas Blockbusters da vida est� prestes a fechar.

A Polytheama, citada por Domingos Oliveira no filme "Separa��es", vai encerrar suas atividades caso n�o consiga pelo menos mais 20 novos clientes, pois os custos de manuten��o est�o levando a isso.

VEJA ALGUMAS DAS VANTAGENS DE SER S�CIO DA POLYTHEAMA

-- Voc� paga R$ 5 por UMA SEMANA de loca��o do DVD ou VHS. Este valor inclui entrega e busca em domic�lio! Ou seja, voc� consulta o cat�logo na internet ou em disquete, telefona e encomenda os filmes, que s�o entregues na sua casa e buscados uma semana depois, com toda a comodidade.

-- Entre os mais de 5.000 t�tulos do acervo, encontram-se quase todos os filmes nacionais j� lan�ados, europeus raros jamais lan�ados em video no Brasil, muitos com legendas em ingl�s, al�m de obras quase completas de todos os grandes nomes da hist�ria do cinema. Em que outra locadora � poss�vel encontrar os filmes de Leni Riefenstahl, por exemplo, ou 15 filmes de John Cassavetes? Isso sem falar nos Truffaut, De Palma, Scorsese, Welles, etc.

Enfim, o casal Julio Cesar Miranda e Lucia, que tocam sozinhos essa empreitada, n�o t�m verba para publicidade, s� para adquirir mais filmes. Por isso estou dando essa for�a e torcendo, como usu�rio ass�duo da Polytheama, para que ela n�o feche as portas e deixe os cin�filos na m�o.

Ligue para 2554-8017 ou 2551-6612, fale com Julio ou Lucia, e diga que fui eu quem indiquei. E repasse esse e-mail para quantas pessoas voc� achar que tamb�m v�o querer ser s�cios de uma locadora em que voc� paga R$ 5 e fica uma semana com o filme, entregue na sua casa. Vale muito a pena.

Sauda��es cin�filas,

Marcelo Janot





10.2.03


Soulseek vive!

Ao contr�rio do que andou correndo por a�, o Soulseek, sucessor do Audiogalaxy de saudosa mem�ria, n�o foi detonado pela RIAA. Ele foi apenas despejado da Verio, seu antigo provedor, depois que uma artista de nome Sapphirecut (algu�m conhece?), brandindo o DMCA, se queixou de que suas m�sicas (algu�m j� ouviu?) estavam circulando por l�.

Felizmente, j� foi encontrado um novo provedor. Falando em nome de Nir and Rosalind Arbel, fundadores do servi�o, Sean Nelson, aka Proteus93, explicou, s�bado passado, que, neste momento, tudo o que falta para o Soulseek voltar ao ar � completar a papelada legal.

At� l�, ele pede a todos que segurem a barra e n�o fa�am nada contra a tal Sapphirecut e/ou sua gravadora, j� que isso prejudicar� o Soulseek.

O comunicado oficial est� aqui.

Dica importante para angloparlantes:

N�o deixem de conferir o chillingeffects.org, linkado l� em cima no DMCA (Digital Millenium Copyright Act). Este projeto, desenvolvido pela Electronic Frontier Foundation em conjunto com os departamentos de direito das universidades de Harvard, Stanford, Berkeley, S�o Francisco e Maine, tem como objetivo explicar a todos os seus direitos online, traduzir correspond�ncia recebida em linguagem legal para l�ngua de gente, documentar o maior n�mero poss�vel de casos relativos ao direito online e, entre outras coisas igualmente indispens�veis, monitorar as condi��es clim�ticas para atividade na rede.






Ainda o caso UOL

Os pequenos e m�dios provedores de acesso descartados pelo UOL est�o se mobilizando atrav�s da Abraafi, Associa��o brasileira dos provedores de acesso e afiliados, para ir � luta. Muitos escreveram para o jornal na semana passada, a respeito da nota que publiquei; suas hist�rias s�o, previsivelmente, bastante parecidas, e falam de empresas que nasceram em fundos de quintal e quartos de empregada, �s custas de muito trabalho conquistaram a sua clientela, cresceram, tornaram-se cobi��veis, assinaram contrato � e agora t�m que recome�ar do zero.
�E n�s que pens�vamos que a for�a do projeto Afiliados UOL tinha um grande peso de consci�ncia social por parte de quem o criou!� diz um deles, do interior. �Que terr�vel nossa agonia! Faz dez dias que n�o consigo fechar os olhos!�

Mas os ex-afiliados do UOL n�o est�o sozinhos. Hoje, com a �internet gr�tis� oferecida por provedores pertencentes a empresas de telefonia, a maioria dos independentes est� com a corda no pesco�o.

�Os provedores, pequenos e m�dios, t�m sofrido um verdadeiro massacre das teles e t�m convivido com situa��es surrealistas como essa do UOL e de seus ex-afiliados, e o que � pior, sem nenhum respaldo efetivo da Anatel ou de qualquer institui��o governamental�, escreveu T�nia Eberhart, da Annex Inform�tica, que escolhi como �porta-voz� pela concis�o da mensagem.

�Sou diretora de um pequeno provedor no interior do RS e tenho como principais fornecedores os meus maiores concorrentes, que n�o t�m interesse em nossa perman�ncia no mercado. Quando fazemos den�ncias, temos como conseq��ncia as retalia��es mal disfar�adas que se d�o atrav�s de �problemas� nos servi�os que nos s�o prestados � pelos quais pagamos pre�os acima do valor real de mercado, e que s�o essenciais ao nosso funcionamento � e um suporte moroso, o que invariavelmente compromete nossa imagem junto aos clientes. � uma competi��o completamente predat�ria, em todos os sentidos.

� uma l�stima que se permita o que est� acontecendo com esses 255 provedores, ex-afiliados da UOL; mas todos os demais tamb�m v�m padecendo, de uma ou de outra forma, convivendo com as disparidades que mencionei. Precisamos, e muito, que a imprensa especializada fale sobre isso e desperte tanto o cidad�o como aqueles que t�m responsabilidade de regulamentar o mercado.�


Alguns usu�rios escreveram tamb�m. Uns indignados com a situa��o, leais aos pequenos provedores locais; outros queixando-se da rasteira, porque foram diretamente afetados pela a��o do UOL. O �porta-voz� que escolhi entre eles � o Martinho Santos, de Miguel Pereira (que, no fim da mensagem, me disse que foi colega de planador do Paulinho, meu filho, na �poca em que morava em Bras�lia; um abra�o grande, Martinho!):

�Li sua coluna de hoje e acrescento a informa��o que a UOL, com sua inopinada atitude, est� causando outras v�timas, usu�rios que, como eu, acessavam a internet atrav�s de DDD para cidades mais pr�ximas, no caso Vassouras e Barra do Pirai, pois resido em Miguel Pereira.

Com o novo n�mero de acesso, tornou-se imposs�vel discar para essas cidades, j� que a �nica alternativa oferecida pelo UOL � acessar pelo Rio de Janeiro. Isso, obviamente, inviabiliza o nosso acesso, por causa do elevado valor da tarifa.

J� enviei �quele provedor in�meros emails e fiz v�rios contatos telef�nicos, sem qualquer �xito, sendo que agora nem respondem mais aos meus emails, ou sequer confirmam, automaticamente, seu recebimento. Tenho uma assinatura anual do UOL, inteiramente paga, vigorando at� o pr�ximo dia dez de agosto. Apesar disso, estaria sem acesso � internet se n�o tivesse entrado em funcionamento nesta cidade, no m�s passado, um provedor local (MPlink), de que passei a ser cliente em emerg�ncia.

Estou pr�ximo a apelar para o Procon e para a Anatel, pois minha paci�ncia est� no fim. Ser� que seriam os �rg�os adequados? O que me aconselha a fazer para que adotem conduta de gente s�ria e honesta?�


O Procon e a Anatel s�o, sim, os �rg�os adequados; infelizmente, nenhum tem demonstrado suficiente agilidade neste caso. N�o posso fazer nada para que empresa alguma mude de conduta. A �nica coisa que posso aconselhar, ao Martinho e a todos, �, al�m de se armar de muita paci�ncia, reclamar, reclamar, reclamar.

Um dia, talvez, algu�m ou�a o barulho.

(O GLOBO, 10.02.2003)






Aten��o: no-breaks defeituosos!

A APC informa que, por uma quest�o de seguran�a, est� fazendo o recall de dois dos seus modelos de no-breaks Back-UPS� CS. A opera��o � referente a dois modelos espec�ficos, o 350 e o 500, em 120V e 230V, produzidos entre novembro de 2000 e dezembro de 2002. O problema? Superaquecimento, e conseq�ente risco de inc�ndio. Se voc� tem um desses no-breaks, veja maiores detalhes no site da APC.

(O GLOBO, 10.02.2003)






Como � que eu vivia antes?

Admito: sou Palm-dependente h� alguns anos. Uso a agenda de telefones, a m�quina de calcular, alguns programas sensacionais para quem viaja (do Sabre, que traz todas as informa��es sobre os v�os a pequenos utilit�rios que fazem convers�o de pesos, medidas e moedas), j� usei uma dieta (mas nem dieta hi-tech funciona comigo), leio o notici�rio via Avantgo, escolho filmes e eventualmente restaurantes via Hands, carrego os sonetos de Shakespeare (que podem ser lidos e relidos mil vezes sem que a gente se canse deles) para me distra�rem em filas e engarrafamentos, rabisco alguns emails r�pidos e, uma vez, escrevi uma coluna inteira usando o Grafitti, a escrita do Palm OS. Viver sem Palm � poss�vel, mas bem mais complicado, sobretudo para quem j� sabe o quanto um PDA facilita a vida.

Vale, contudo, fazer uma advert�ncia; cuidado com os games. Alguns s�o extremamente viciantes � e, como todo v�cio, pegam a gente pela amostra gr�tis. Foi o caso do �Bejeweled�, uma variante bonitinha do �Tetris� que veio no Cli�, e que me deixou obcecada durante meses. Depois algu�m me deu o �Bounce Out�, da mesma Astraware, que passo horas jogando. O pre�o dos dois � o mesmo, U$ 15, mas eles podem ser baixados para teste gratuitamente. Se voc� n�o tem cart�o de cr�dito internacional, estenda o per�odo de teste voltando � tela inicial do Palm e, de l�, pulando para o joguinho.

(O GLOBO, 10.02.2003)






9.2.03


{[(-_-)(-_-)]}

A� est�o dois emoticons japoneses dormindo juntos. H� uma lista completa de japinhas aqui.






Rel�gio digital -- literalmente


















8.2.03


Grav�ssimo!!!

Troquei a data pra trazer aqui pra cima de novo; este assunto n�o pode ficar l� embaixo.





7.2.03


Leil�o legal!

O Dudi doou esta aquarela para um blog-leil�o beneficente. A id�ia � arrecadar recursos para uma fam�lia carente que a Rossana, do Wumanity, est� ajudando.

Vamos nessa?








Ooops!

Caramba, que cabe�a, a minha! A essa altura todos j� est�o sabendo do Rep�rter X, n�o? O �timo concurso bolado pela Suely e pela Civana? Bom, se algu�m ainda n�o sabe, por favor, saiba: � uma id�ia e tanto! Sou madrinha, mas como ele nasceu quando o blog estava congelado, o batismo aqui no internETC. acabou atrasado...

Desculpem, meninas!






Wotzik viu a week

Meu amigo Eduardo Wotzik � homem de teatro mas, volta e meia, escreve um artigo -- e escreve muito bem. Hoje, por causa da coluna do Segundo Caderno, me mandou um texto que escreveu quando viveu a sua (dele) experi�ncia fashion. Vejam que �timo:
"Uma vez fui assistir a um desfile desses, de moda e beleza, um Fashion Rio. Ent�o, estacionei. Um evento. Sentei. Outro evento. Apagaram-se as luzes. E o que vi: Minha gente, o que era aquilo?! Achei que ia ter um pesadelo. Aquelas mulheres daquele jeito, andando daquele jeito, sob um som alucinante, uma ap�s outra, de biquini e salto alto, desfilando, definhando, ali na minha frente, sem parar. Eu estava sentado bem na ponta da passarela, e elas vindo na minha dire��o, como um ex�rcito. Meu Deus, que susto! Eu n�o gosto mais de mulher. Quem que mandou elas andarem daquele jeito?! E de biquini. Se elas forem a praia andando daquele jeito, de sapato alto, ser�o abatidas a tiros. Daquele jeito � que vende? N�o � possivel. Elas devem estar de castigo. Alguma coisa elas fizeram durante a semana pra colocarem elas ali com aquela luz branca e chapada que mostrava toda as dobras das pernas, todas as marcas dos pancakes, todas as deforma��es, coitadas. E a sem gracice que ostentavam? T� certo que elas fotografam lindo, que filmam melhor ainda, para lentes s�o deusas, mas ali ao vivo foi das coisas mais feias e assustadoras que j� vi em vida. Ideal de beleza? Gente, ali ao vivo. Elas s�o deformadas. Deformadas no rosto, deformadas no peito, deformadas nas pernas, nas n�o bundas, deformadas e reformadas, j� n�o sei a diferen�a. Aquilo � doen�a! E deformadas na cabe�a tamb�m, pelo que andam declarando por a�. Algu�m tem de dizer que isso n�o � ideal de beleza. Que isso � nada. Vazio. Magreza. Falta de tudo. Ode ao cabide. � a maior demonstra��o de falta de alimento em todos os sentidos. Enfim, se � pra falar de beleza: Viva T�nia Carrero!" (Eduardo Wotzik)






FRAUDE!!!

Aten��o, ALL: o Mario AV do Fotolog n�o � o Mario AV de verdade!
"Hoje recebi pelo mail v�rias mensagens falando do meu "Fotolog" -- um blog s� de imagens, exibindo as minhas fotos mais recentes, essas mesmas que aparecem a� pra baixo. S� que tem uma coisa: eu N�O botei no ar essa p�gina. Algu�m criou um usu�rio e uma senha e deu uma de "curador" por mim. Seria suficientemente bizarro, n�o fosse por dois coment�rios postados aqui, respectivamente �s 18:23 e 18:25 de hoje (ter�a), com dois apelidos diferentes ("Marcelo" e "Aguilar"), a partir do mesmo n�mero IP - 200.241.212.27. Os dois coment�rios falam do Fotolog, que nem fora linkado aqui. Isso j� � o mesmo que spam. Mario AV"

Na verdade, � bem pior: parece que o falso Mario AV anda postando por a�, divulgando o Fotolog. Por favor espalhem este post do Mario AV (o verdadeiro) -- e n�o linkem um servi�o que se utiliza de expedientes t�o rasteiros para se promover.

Era s� o que faltava...






Ser� poss�vel?!

Algu�m n�o identificado -- p�, gente, o que custa? -- deixou este coment�rio no post abaixo:
Cora Urgente!
O relat�rio da Inteligencia Britanica, elogiado por Collin Powell, que provava a existencia de um Arsenal Iraquiano � PLAGIO de um trabalho de gradua��o de 1991. A historia foi exposta pelo channel 4, confere AQUI. O link oficial do relat�rio da Intelig�ncia Brit�nica e o link do trabalho de gradua��o plagiado.

N�o tenho tempo de ir mais fundo nisso agora, mas, contestando o meu pr�prio t�tulo, depois que Bush & Co. tomaram o poder na marra, tudo � poss�vel. La Fontaine j� escreveu sobre isso numa f�bula chamada "O lobo e o cordeiro", muito embora chamar Saddam de cordeiro seja t�o inapropriado quanto chamar o Silveirinha de ing�nuo.

A moral, por�m, permanece incontest�vel: contra a for�a n�o h� argumento.






Fora do ar

Este blog informa que, por falta do Velox -- que hoje n�o deu as caras -- e lentid�o insuport�vel da conex�o discada, vai aproveitar para ir domir cedo.

Boa noite a todos!






Enquanto isso, em Pittsburgh...



A verdadeira moda de inverno!

Isso n�o � goza��o n�o, gente, � frio mesmo! A Luciana Barichello me mandou. Saiu no jornal local, o Post-Gazette. A legenda � triste:

Ralph Thompson, de Brookline, encapotado para combater os ventos fortes e a queda brusca de temperatura desta manh�, andando na Quinta Avenida. A frente fria causou um apag�o em parte de North Hills.

E n�s aqui nos queixando do calor, hein, Lu? que ingratos somos...





6.2.03





























A moda no Rio, ou:
S�o Paulo n�o � aqui

As duas s�o fashion, mas a week de l� � completamente diferente da nossa

O que � mais instrutivo para um b�pede desantenado do que uma Fashion Week? Ora, duas Fashion Weeks seguidas, naturalmente! De modo que, depois da minha primeira experi�ncia com o mundo da moda paulista, resolvi repetir a dose e ir � Fashion Rio, que est� indo ao ar logo ali na esquina, no MAM, e termina hoje � noite. Curiosamente, n�o havia nenhum telefone celular sendo lan�ado; mas, mais curiosamente ainda, havia todo um estande � perd�o, lounge � da Bombril.

Eu sou a primeira a reconhecer que a minha experi�ncia na �rea � zero, mas mesmo profissionais tarimbados tiveram grande dificuldade em me explicar o sentido de um lounge da Bombril num evento assim. Para come�o de conversa, no mundo da moda, pelo que vi at� agora, as pessoas mal e mal tocam nos pratos; mas lavar panelas?! Com aquelas unhas compridas perfeitamente manicuradas?! Ah, me poupem...

Por outro lado, depois dessas duas �ltimas semanas, desisti de encontrar explica��es e/ou l�gica no planeta moda � a come�ar pela pr�pria moda, para mim incompreens�vel, de trocar moda, esta palavra t�o pr�tica e familiar, por fashion . Ningu�m conseguiu me explicar, tamb�m, por que semana, uma palavra t�o sinuosa e sensata, tem que ser substitu�da por week, t�o dura e angulosa.



Descontando a perplexidade causada por essas bizarras incongru�ncias, achei, mais uma vez, muito divertido interagir com a tribo fashion (o termo � deles, n�o meu). Escolada pela semana paulista, arranjei uma blusa de linho preta bem legal; e tirei do arm�rio o meu salto plataforma mais alto, n�o para sequer me aproximar das altitudes freq�entadas por modelos & similares mas para, pelo menos, n�o me sentir t�o irremediavelmente liliputiana.

Acontece que o mundo fashion carioca � completamente diferente do paulista. Com exce��o da Constanza Pascolato (que veio de S�o Paulo) e das recepcionistas de uma ou outra grife, ningu�m estava de preto. E agora posso garantir que subir as rampas do MAM de salto n�o � tarefa para amadores.

Mas tudo bem, eu aprendo r�pido. D�em-me mais umas cinco ou seis temporadas e eu talvez consiga tapear com razo�vel efici�ncia a mo�a do cafezinho.



Por falar nisso, estava eu neste exato ponto da cr�nica, �s 22h30m da �ltima ter�a-feira, quando fui tomar caf�. Na cantina encontrei o Gustavo Villela, da Economia, que me perguntou o que eu tinha achado da feira de moda. Estranhei o interesse, mas o motivo era plenamente justificado:

� � que estamos dando mat�ria sobre isso amanh�. Parece que h� uma guerra de esponjas de a�o que acabou indo parar l�.

Ah! Explicado o mist�rio. Quem leu o jornal de ontem, portanto, j� sabe o que a Bombril estava fazendo no MAM: au�, puro e simples. Tudo porque a Assolan (de que eu nunca tinha ouvido falar; como voc�s v�em, a minha ignor�ncia n�o se restringe a cosm�ticos) det�m hoje 14% do mercado carioca de esponjas de a�o, onde a Bombril reinava soberana at� outro dia. Gra�as a esse au�, a Economia j� falou no assunto, eu estou falando no assunto, e todos voc�s, que achavam que as esponjas de a�o viviam na santa paz do Senhor, agora sabem que h� uma guerra de foice no setor. Vivendo e aprendendo.

Outra coisa que aprendi: porque as modelos fazem, sempre, aquela cara emburrada. Confesso que isso sempre me intrigou. Afinal, elas s�o jovens, bonitas, freq�entemente ganham caminh�es de dinheiro � e, ainda assim, cismam em olhar para o mundo como se ele as estivesse tratando pessimamente.

� Gra�as a esse ar � que elas sempre saem bem nas fotos � me explicou a Iesa Rodrigues. � Antes de entrar na passarela, elas �congelam� o rosto; � uma quest�o de encontrar a pr�pria cara e ir em frente. � por isso que desfile com gente comum nunca d� certo, � sempre pat�tico.

T�. Faz sentido.

Ainda continuo sem saber o porqu� de fashion e de week , mas, de resto, acho que fiz progressos not�veis na �rea.

No ano que vem, volto ao assunto.



Um bocado de gente me mandou e-mail por causa da cr�nica da semana passada:

�O que mais amei nesta reportagem foi o sapato�, resumiu a Helenice. �Preciso desse sapato maravilhoso!�, exclamou a Angela. �Por favor, diga-me onde existe. Mesmo que n�o fique confort�vel nos meus p�s, n�o haja meu n�mero, vai servir como objeto de adorno, qui�� de culto!� �Parab�ns pelos seus sapatos�, disse a Ellen.� �Por favor, onde voc� comprou essa babouche linda?� perguntou a Sandra. �Na edi��o de hoje, 30 de janeiro de 2003, Segundo Caderno, p�gina 10, est� uma foto de um par de sand�lias que minha esposa gostaria muito de obter�, explicou o Nilton. �Gostaria de saber onde ela pode comprar, por favor, n�o deixe de me atender.�

Puxa. � emocionante mexer com os sentimentos de tanta gente mas, infelizmente, aqueles sapatos � comprados h� uns tr�s ou quatro anos na Anthropologie, em Los Angeles � j� sa�ram de cartaz h� tempos.

Eu avisei, pessoal: n�o ando na �ltima moda.

(O GLOBO, Segundo Caderno, 6.01.2003)





5.2.03



O visual do MAM: imbat�vel! Reparem na Igreja da Gl�ria, l� no fundo, entre dois coqueiros.


Mais MAM...


Os desfiles s�o transmitidos em v�rios pontos do pr�dio.


Tropa de choque: Igor Fidalgo, Mara Caballero, Patr�cia Veiga.


A plat�ia do desfile.


Desfile...


...e mais desfile.


O pessoal do lounge da L'Or�al bola um new look pra mim.


Aqui est�! By Duda Molinos.
Mas acho que vai ficar como est�...
J� essa pl�stica que eles fizeram no Photoshop, bem... quem sabe... Bia Badaud, voc� que entende disso, o que acha? De qualquer forma, eu me estranho demais sem �culos.






Rio Fashion

Daqui a pouco vou ser a criatura mais fashion do peda�o: hoje passei o dia no MAM, na Rio Fashion. Dessa vez, vi at� um desfile, o do Carlos Tufvesson (� assim? vou checar) e fiz muitas fotos. Quando eu chegar em casa posto algumas.

Continuo sem saber o que o povo de moda tem contra a palavra moda, e no que week, que para mim � uma palavra dura e angular, � superior a semana, t�o sinuosa.





4.2.03


Cursos do Abel!

Dica para cariocas que estejam querendo ficar espertos em Windows XP e hardware de PC: o meu amigo Abel Alves est� abrindo duas turmas novas. Ele � uma fera no assunto: na verdade, voc�s s� est�o lendo este blog porque ele p�s a minha m�quina nos eixos...






Amor filial

Achei na �urea (Gouvea!):

Um velho vivia sozinho numa cidadezinha perdida no fim do mundo. Um dia, passado o inverno, quis revirar a terra para replantar o jardim, mas descobriu que o trabalho ficara muito pesado para ele. Seu �nico filho, que poderia ajud�-lo, estava na pris�o. O velho, no auge da tristeza, escreveu-lhe uma carta:

"Querido filho,

Estou triste demais porque, pela primeira vez, n�o vou poder replantar o jardim. Voc� n�o imagina como isso me d�i...! Sua santa m�e, que Deus a tenha, gostava tanto deste jardim! Acabo de descobrir, por�m, que estou velho demais para revirar a terra. Ah, filho querido, se voc� estivesse aqui, este seria um problema a menos na minha vida...

Que falta voc� me faz!"

Pouco depois o velho recebeu um telegrama:

"PAI NAO ESCAVE JARDIM PT CORPOS ENTERRADOS LAH PT SAUDADES"

� primeira hora da manh� seguinte, um helic�ptero desceu ao lado da casa do velho. Dele desembarcaram policiais e agentes especiais que, sem dizer uma palavra, reviraram o jardim inteiro. N�o encontraram nenhum corpo, voltaram para o helic�ptero e foram embora, sem dar satisfa��o ao velho que, confuso, escreveu outra carta para o filho, relatando o ocorrido.

Tr�s dias depois, veio a resposta:

"Pronto, pai! Pode replantar seu jardim. Aqui de onde estou, isso � tudo o que posso fazer por voc�... Muitos beijos!"







Achei aqui






Oops, esqueci...

Not�cias do front

Como a essa altura j� sabem os leitores do Segundo Caderno, na semana passada fui � Fashion Week de S�o Paulo para conhecer os novos lan�amentos de celulares da Samsung. Aqui j� bati nesta tecla algumas vezes, mas acho que essa hist�ria ainda vai dar muito pano para a manga � express�o, ali�s, perfeitamente adequada ao caso: em breve, lugar de telefone celular n�o vai mais ser caderno de inform�tica, mas sim revista de moda.

H� algum tempo fabricantes e operadoras descobriram o �bvio: no dia em que todo mundo que quer ou precisa de telefone m�vel tiver o seu, o mercado p�ra, ou quase isso. Na Finl�ndia, por exemplo, 95% das pessoas t�m telefone, e este percentual s� vai mudar no dia em que a Nokia conseguir convencer os 5% restantes. Que n�o t�m telefone n�o porque n�o tenham meios para isso, mas porque n�o querem ter telefone: s�o opositores conscientes. Ora, � mil vezes mais f�cil convencer um trabalhador que ganha um fiapo de sal�rio a abrir m�o de meio fiapo para que a filha tenha um Oi da Xuxa do que fazer a cabe�a dessa gente.

Cria-se, ent�o, uma necessidade artificial. Daqui a pouco estaremos todos trocando de celular porque nossos aparelhos estar�o irremediavelmente fora de moda, e nos denunciar�o como seres do pr�-cambriano. E como se transforma um objeto utilit�rio em acess�rio de moda? Simples: enturmando-se com o pessoal da moda. Da� o patroc�nio da Samsung � Fashion Week, e sua associa��o com tr�s dos principais estilistas brasileiros � Reinaldo Louren�o, Ricardo Almeida e Walter Rodrigues � que criaram, para essa edi��o da semana, alguns acess�rios chiques para os telefones. N�o que o �Dream�, a belezinha vermelha que voc�s podem ver a� ao lado, precise disso: ele � irresist�vel por si s�. E � essa, justamente, a id�ia.

O �Dream� � um CDMA com todos os requisitos da �ltima moda: campainhas polif�nicas, secret�ria eletr�nica embutida, gravador de voz, agenda, SMS, acesso � internet e uma janelinha que permite que se veja quem est� chamando antes de abri-lo.

Outro objeto falante extremamente cobi��vel � o �Xelibri�, da Siemens, apresentado � num evento de moda, � l�gico � na �ltima quarta-feira, em Munique. Este j� nem disfar�a: vem de f�brica com a defini��o Fashion Accessory, e pronto. O fato de que seja um telefone �, aparentemente, secund�rio � at� mesmo ao se considerar a posi��o das teclas, muito criativa mas, a meu ver, complicad�ssima para quem j� se habituou � disposi��o padr�o das teclas nos modelos m�veis. O que vai ter de gente fazendo liga��o errada com esta belezinha vai ser uma grandeza � mas, who cares ? O importante agora, saibam, n�o � mais falar: � ser fashion.

Ah, sim: o �front� do t�tulo desta nota n�o se refere bem ao que voc�s est�o pensando. �, para ficar no clima, uma alus�o � coluna da Mara Caballero, no Ela. Fashion eu, n�o?

Not�cias do front II

Enquanto isso, na internetBR, o UOL acaba de dar uma rasteira inacredit�vel em cerca de 255 provedores afiliados. Primeiro, distribuiu entre os usu�rios um �discador exclusivo�, conectado a uma linha 1500, dizendo que havia modernizado sua infra-estrutura para proporcionar a todos �maior qualidade e seguran�a�; depois, pimba! cancelou, unilateralmente, os contratos que havia feito ao longo do tempo com pequenos e m�dios provedores em todo o pa�s. Muitos deles fizeram investimentos de peso por conta da parceria, entregaram ao UOL sua carteira de clientes e agora est�o no ora veja. Quanto � linha 1500, � igual �quela utilizada pelos provedores gratuitos que o UOL critica com tanta veem�ncia.

Todo mundo sabe que o barco da internet anda navegando por mares agitados, e que a situa��o do UOL n�o � l� aquelas maravilhas. Todo mundo tamb�m sabe que empresas n�o t�m sentimentos, e que, no final, o que conta mesmo � o vil metal. Ainda assim, fiquei chocada com essa hist�ria. Conhe�o v�rios pequenos e m�dios provedores, cujo crescimento acompanho desde o in�cio das opera��es da internet comercial no pa�s, e sei como foi dura a sua luta.

Acho muito triste que, aos poucos, estes empreendedores valentes e vision�rios acabem derrotados por dois ou tr�s mega-conglomerados. Uma internet nas m�os de meia d�zia de gigantes g�meos �, certamente, uma internet mais manipul�vel pelos poderosos, mais f�cil de censurar e muito mais indefesa do que uma rede tecida por centenas de pessoas com propostas, id�ias e ideais diferentes.

OBS: �Front�, aqui, � front mesmo.

(O GLOBO, Inform�tica etc., 03.02.03)





3.2.03


Uma p�gina preciosa







Brasil e os EUA trocaram seus presidentes?

Richard Adams, THE GUARDIAN, 29.01.03

� surpreendente que ningu�m tenha notado, mas parece que houve uma terr�vel confus�o envolvendo presidentes no continente americano.

H� algum tempo afirma-se que o presidente dos EUA, George W. Bush, n�o sabe o que faz. A explica��o � simples: ele deveria ser o presidente do Brasil.

Luiz In�cio Lula da Silva, por sua vez, deveria ser o presidente dos EUA. A confus�o � �bvia se considerarmos os fatos.

Oligarcas abastados, que alcan�am altos postos por meio do nepotismo, promovem amigos da fam�lia no governo enquanto presidem o relaxamento corporativo e acumulam d�vidas enormes com incentivos fiscais para seus simpatizantes ricos e direitistas - � esse o tipo de comportamento pelo qual os presidentes sul-americanos s�o famosos.

Enquanto isso, pol�ticas de austera prud�ncia fiscal, aplaudidas pelos mercados financeiros internacionais, e duras reformas na assist�ncia social s�o o que se espera dos l�deres dos EUA.

Por�m, numa bizarra guinada geopol�tica, esses estere�tipos se inverteram.


(O resto voc� encontra AQUI; e a vers�o original em ingl�s, AQUI)

Quando eu li este texto (que a Bia Badaud me recomendou) na quinta passada, gostei tanto que mandei um bilhetinho pro autor, dizendo que a sacada era �tima, mas que estava bem assim, que a gente dispensava o Bush, obrigada. Ele respondeu na sexta:

"Cora -- of course you don't want to give up Lula, but what about world peace? The rest of the world would be very grateful to Brasil! And Mr Bush would soon get bored --there's no baseball in Brasil -- and go back to his ranch in Texas..."






Mill�r, ontem, no JB:

"Anda circulando a� na Internet, com meu nome, um artigo atacando a cantora Kelly Key. Tamb�m anda circulando na Internet um artigo grosseiro sobre palavr�es, com meu nome. Pesquisei na Su��a. Nada com meu nome."






Vanguarda

Meu coleguinha Andr� Machado tem raz�o: vanguarda de verdade � a internet.






Com certo atraso...

A verdade � que, entre viagem � China, m�quina fora do ar e blog congelado acabei deixando todas as minhas leituras no atraso, e s� agora li o que o Mario Sergio Conti escreveu, h� uma semana, sobre o Beaujolais, aquele vinho de m... oops.






Blog by comments

Ajudem o Matusca a bater o recorde de coment�rios do mundo blog! Afinal, ele est� consolidando uma grande tend�ncia da temporada (ah�! ent�o voc�s achavam que eu n�o ia aprender nada na Fashion Week?!): blogar por coment�rios. Todo mundo l�...!

(Agora, falando s�rio: n�o enrola, Matusca!!! Queremos as hist�rias todas: como � que foi esse lance a� com a Brigitte?!)


Esque�am este post! Fui amea�ada com spams eternos!!!








A mi me gustan las situaciones bien aclaradas...






2.2.03


Lalique

Sonhos engarrafados

O frasco da foto � uma preciosidade: um Lalique n�o documentado, feito possivelmente para um perfume de Forvil, entre 1922 e 1924. Foi vendido por U$ 100.500,00 (cem mil e quinhentos d�lares, para que n�o restem d�vidas) no �ltimo leil�o Art & Fragrances, realizado na Sui�a em novembro do ano passado. Este leil�o � a Meca dos colecionadores de perfumes, o evento mais importante do ano para um bando de malucos que se dedicam a garimpar antiqu�rios e brech�s atr�s de garrafas velhas. O cat�logo do leil�o, apresentado por Christie Mayer Lefkowith, uma das maiores autoridades mundiais em perfumes antigos, � refer�ncia b�sica para cota��es de pre�os de frascos e apresenta��es importantes.

Como � que eu sei disso? Ora, porque, durante algum tempo, colecionei miniaturas de perfume avidamente -- e tudo o que diz respeito a perfumes me interessava muit�ssimo. Li o que havia para ler, troquei centenas de emails com outros colecionadores, comprei, vendi, fiz barganha e amizade com gente do mundo inteiro, como Janice Holton, que mant�m este �timo site; depois cansei, mas at� hoje adoro a minha cole��o, que � bem interessante.

A pe�a de que mais gosto � uma caixa de papel�o com 20 garrafinhas vazias de Jet, de Corday, que algu�m descobriu entocadas no s�t�o de uma farm�cia numa cidade qualquer do interior dos EUA. Durante a Segunda Guerra, com a dificuldade de transporte, alguns perfumes franceses (sobretudo miniaturas) deixaram de ser exportados engarrafados, e passaram a seguir em gal�es para o seu destino. As minhas garrafinhas ficaram, obviamente, esperando um conte�do que se perdeu pelo caminho.

N�o tenho vontade de aumentar a cole��o, mas n�o passa pela minha cabe�a me desfazer dela. Gosto das miniaturinhas, do seu jeito bonito e delicado e, sobretudo, da id�ia dos cheiros. Id�ia, mesmo: h� poucas coisas mais fedorentas no mundo do que um perfume antigo -- mas, obviamente, n�o � ele que atrai os colecionadores, e sim o que representa.

Este � um universo maluco, em que quanto mais intocada estiver uma embalagem, melhor. J� vi verdadeiras fortunas sendo pagas por caixas que est�o fechadas h� mais de oitenta anos, e que assim, provavelmente, ficar�o at� o fim dos tempos. Nunca entendi isso muito bem, e tenho pena dos perfumes que n�o cumpriram o seu destino -- muito parecidos, ali�s, com os bonecos de cole��o do Toy Story 2.

Eu gosto de abrir as minhas miniaturas novas, aquelas em que o perfume ainda est� vivo, e viajar nos cheiros que eles t�m. �s vezes at� uso umas gotinhas, mas o Rio -- como qualquer cidade quente -- � um p�ssimo lugar para perfumes. De resto, acho que os cheiros -- quaisquer cheiros -- t�m hora.

H� coisa mais abomin�vel do que uma pessoa que chega a um lugar depois do perfume que est� usando? Ou que vai embora e deixa o cheiro solto, no elevador?

Argh: AR!






BLOG!






1.2.03



IUHUUUUUU!!!
ELE VOLTOU!!!!








Ficou claro, agora?

Recebi da Luciana Ayres: valeu, Lu, � �timo!






O Google est� comemorando o Ano Novo chin�s

Inspirada pela observa��o do Cassio, a Flavinha foi na data...