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27.2.03
Vida e-pistolarVida e-pistolar From: Miguelita To: Cora Subject: Pautas Date: Thu, 20 Feb 2003 18:02:16 -0300
Prezada Sra. Cora Rónai Sou estudante do 4º período do curso de jornalismo do Centro Universitário e estou fazendo um trabalho sobre como são elaboradas as pautas de um jornal on-line. Gostaria muito de poder contar com colaboração de V.Sas, por isso, venho, por meio deste, solicitar duas pautas já cumpridas e um depoimento de como é tomada a decisão de pauta em um jornal on-line. No aguardo de um retorno, Atenciosamente
Miguelita
P.S. A data de entrega do trabalho é dia 21/02/2003. Peço desculpas por estar mandando o e-mail em cima da hora, mas só consegui o endereço eletrônico de V.Sas agora. Não estranhem muito esta mensagem; ela é parecidíssima com dezenas de outras que recebo, com a diferença que, em geral, o pessoal costuma me dar um prazo um pouco maior, de dois ou três dias, para entregar os ?seus? trabalhos. Ainda assim, e apesar da comovente fé em mim depositada pela Miguelita ? que acredita que, numa única noite, eu seria capaz de aprender como se edita um jornal on-line (coisa que nunca fiz na vida) e descrever todo o processo ? vocês não estariam lendo esta pequena amostra da minha vida e-pistolar se, por acaso, eu não a tivesse publicado no blog e isso não desencadeasse uma série de brincadeiras, considerações, ofensas e reflexões. *** Um blog, vocês sabem, é uma espécie de diário na internet, onde a gente faz anotações de viagem, reclama do governo, comenta os filmes que vê, tricota, põe fotos dos gatos e dos netos e, eventualmente, até dá furos de reportagem ? com amplo espaço para troca de idéias com (e entre) os leitores. Cabe de tudo num blog, inclusive uma mensagem como a da Miguelita. Que reproduzi sem dizer nada, já que fala por si mesma. Pois. Logo as pessoas começaram a se manifestar. ?Cora, que diabos você está fazendo que não manda o trabalho pronto pra essa menina????, perguntou o Flávio. ?Ela não disse a hora em que deve entregar o trabalho. Vai ver ainda dá tempo de a gente ajudar...? brincou o Cesar. E assim por diante. Até que reapareceu a Miguelita, em pessoa: ? Eu não deixei o meu trabalho para ser feito na última. Eu já havia mandado e-mails para diversos jornais on-line, mas acontece que ninguém me deu um retorno. O e-mail da Cora é que foi enviado em cima da hora, pois eu NÃO tinha o endereço eletrônico dela. Acho que vocês já devem ter sido estudantes e com certeza já precisaram da ajuda de outras pessoas. ? Digamos que perdeu nova chance de ficar calada. Não só o meu e-mail está permanentemente no Globo On, como também é publicado neste bom e velho jornal de papel às segundas e quintas, chova ou faça sol. A partir daí, contudo, aconteceu um fenômeno curioso no quadro de comentários. Algumas pessoas ficaram indignadas, a maioria continuou brincando, mas outras se ?sensibilizaram? com a causa da Miguelita. ?Desculpe, Cora, não achei de bom tom a divulgação no blog de um e-mail que, num primeiro momento, [ é uma ] comunicação particular. Pra ser mais sincero, foi uma tremenda falta de ética?, disse o Alexandre, dando o tom para outras mensagens contra mim. ?Lamentável a falta de ética em publicar o e-mail?, chocou-se o Victor. ?Já que resolveu publicar o e-mail, Cora, poderia ter excluído o nome da menina. Faltou ética e foi uma atitude muito desrespeitosa?, repreendeu a Lulu. ?A colunista Cora Rónai já ganhou até ?prêmios? de defensora da liberdade de expressão. Deveria agora ganhar uma medalha de grosseria e intolerância?, disparou um anônimo. As mensagens mais virulentas, aliás, são sempre corajosamente anônimas. *** Fiquei perturbada com o teor dessas críticas, muito piores, a meu ver, do que a mensagem inicial da Miguelita. Não pelo que me ofendem, mas pelo que revelam da mentalidade do que é, afinal, parte da elite intelectual (o melhor!) do país. Tudo pode ser feito, qualquer contravenção é permitida ? desde que fique devidamente oculta. Mereço uma medalha pelas minhas grosseria e intolerância porque, em vez de varrer a letargia mental da Miguelita para baixo do tapete (ou, de preferência, fazer o trabalho por ela), publiquei a sua circular. Fraudar a universidade e mentir deixaram de ser atos condenáveis; pôr a fraude e a mentira em cima da mesa, porém, passou a ser o supra-sumo da falta de ética. Vocês podem achar que estou fazendo uma tempestade em copo d’água, que esta é apenas uma historinha de blogs e de universitários que não teria por que chegar a um grande jornal. Acontece que é nessas pequenas coisas que se pode tomar o pulso de uma sociedade. A discussão gerada pelo trêfego start da Miguelita resumiu um tipo de moral cada vez mais comum entre nós, em que as fronteiras do que é e do que não é lícito, do que é e do que não é respeito, do que é e do que deixa de ser educação se confundem assustadoramente. No país que está sendo construído por essa moral ?Big Brother?, a regra de ouro é deixar rolar e acobertar a bagunça geral. Pau em quem parar e prestar atenção. Sinceramente? Diante disso, a Lei de Gerson é um manual de ética. 14:15
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ColunaA coluna de hoje do Segundo Caderno esta aqui; enquanto os acentos nao voltarem a entrar nos eixos, e melhor dar um pulinho ate o jornal... 13:40
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Amigos...Estou devendo emails para uma grande quantidade de pessoas. Se voce esta entre elas, mil perdoes! Nao e descaso ou falta de atencao, mas pura falta de tempo, mesmo. Durante o carnaval vou tirar um tempinho pra por a correspondencia em dia, prometo... 05:04
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50 blogsTai: a Folha publicou uma otima lista de blogs. Nao digo isso porque o internETC. esta la, mas porque esta boa mesmo: nao ha um blog mencionado que nao mereca ser pelo menos visitado. Valeu, Alexandre Matias! 04:12
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@#$%^%!!! ou Pintou sujeiraDepois da Era do Gelo, quando eu ja estava achando que tudo com o blog estava, enfim, na santa paz, pronto: sujou geral. Tentei fazer diversas coisas diferentes (republicar posts, mudar parametros, acender velas) mas nada funcionou. Agora acabo de escrever para o pessoal do Blog*spot para que vejam o que esta acontecendo por la. No Blogger, na minha pagina de edicao, tudo sai limpinho, nos conformes; aqui, na pagina que a gente ve, cada acento vira um monte de lixo. Ate que eles descubram o que esta causando isso, o jeito vai ser conviver com a falta de acentuacao. Tecnologia pode mesmo ser muito irritante. Ontem, alem do estresse com o blog, passei boa parte da tarde com John Perry Barlow tentando resolver uma simples conexao internet. Ele vai passar um mes inteiro no Brasil, vai viajar pelo pais, e precisava de um provedor local. Emprestei minha conexao do ISM, mas ele usa Mac, eu uso PC, e em algum ponto a coisa engasgava; depois matamos a charada, mas vamos combinar que, entre nos dois, temos bastante estrada para -- teoricamente! -- nao precisar mais passar por estes perrengues. Pois sim. Os computadores sempre ganham da gente, nao importa ha quanto tempo a gente os conheca. Millor tem uma frase a respeito disso que nunca me sai da cabeca: O computador e' uma maquina genial, com tres idiotas em volta perguntando por que nao funciona. Acho que Barlow e eu levamos tanto tempo apanhando por falta de quorum. 02:50
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26.2.03
EncruzilhadaAcabo de receber isso do Andre Breitman: Ta certo que Shakespeare ja disse quase tudo, mas as vezes outra pessoa tambem acerta: "More than any time in history mankind faces a crossroad. One path leads to despair and utter hopelessness; the other to total extinction. Let us pray that we have the wisdom to choose correctly." -- Woody Allen 22:18
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Eu, hein... A acentuacao foi pro espaco: o Blogger ficou maluquinho. Espero que seja um problema temporario... 14:17
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Direito da internetEste vai ser um seminario realmente da pesada... A inscricao e cara mas, se voce e advogado e/ou se interessa pelo assunto, vale o investimento. 14:14
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DuvidasAlguem sabe o que aconteceu com o Toplinks? E com aquele filmete meigo com a dupla Bush & Blair? Ta tudo fora do ar?! Alias, alguem chegou a salvar o filminho? Em caso afirmativo, faria a gentileza de me mandar uma copia? Eu estou arrasada de ter perdido acesso a ele... Antecipadamente agradeco, de dedos cruzados para que haja por ai gente mais previdente do que eu... Beijos! 14:11
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25.2.03
O ponto a que chegamos"Mal o astro-rei fazia esplendecer seus raios fúlgidos na fímbria dourada do horizonte, já este escravo da pena e do teclado se preparava com vigor para enfrentar sua prova diária nos perigos e desilusões do calçadão da praia..." Assim comça a (sensacional) crônica de domingo passado do João Ubaldo, que este blog orgulhosamente conta entre seus colaboradores mais fiéis. Pois ontem, repetindo a odisséia descrita no domingo, o Janjão bravamente enfrentou as ruas conflagradas do Leblon, de onde me mandou o assombroso flagrante de violência acima. Sobre o que foi o dia na cidade não há o que dizer. 05:06
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02:45
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Sabe dia em que tudo dá errado? Então.01:39
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Criminalizando a redeFoi apresentado à Câmara dos Deputados na última terça-feira o primeiro projeto de lei relativo à internet da nova legislatura — que, sob este aspecto, começou mal, muito mal. A deputada Iara Bernardi (PT-SP) pretende, pura e simplesmente, acabar com o anonimato na internet BR, obrigando provedores e hospedeiros a manter registros públicos com completa identificação de responsáveis por páginas e endereços eletrônicos, sob pena de multa entre R$ 10 mil e R$ 100 mil. Quer dizer: seremos todos culpados até prova em contrário, obrigados, todos, a ter nossas “digitais” virtuais registradas junto às autoridades. Se conseguisse realizar esta proeza — felizmente impossível ou, no mínimo, contornável — a deputada estaria realizando o sonho de todos os governos totalitários do planeta, dos EUA à China. Como todo mundo que pretende controlar a rede, a deputada também apela para os suspeitos de costume: pedofilia, estelionato, tráfico de drogas e a nova palavra mágica das ditaduras em geral: terrorismo. — Entendemos que um grande passo será dado no sentido de coibir a criminalidade no Brasil com a aprovação do projeto — diz ela. — Outros países poderão seguir o exemplo, tornando a rede mundial mais segura para todos. Não conheço a deputada. Na sua homepage descobri que é professora e que atua nas áreas da educação e dos direitos da mulher. Com todo respeito, devia ater-se a elas. Para ficar apenas no âmbito da criminalidade, que tanto a preocupa, acabar com o anonimato na rede — se isso em algum momento fosse possível — equivaleria a tornar o disque-denúncia ilegal. Para agir criminosamente ninguém precisa de anonimato, nem na rede, nem fora dela: para não ir muito longe, aí está o Congresso Nacional que não me deixa mentir. Para denunciar crimes e abusos, porém, o anonimato é, muitas vezes, a única saída. Se este projeto insensato for aprovado, não terá efeito nenhum a não ser prejudicar os mais inocentes, os mais pobres, os menos escolados. Qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento de inglês e de internet abrirá sua página alhures e arranjará um endereço lá fora. Simples assim. Na verdade, deputada, o anonimato é, muitas vezes, a defesa que resta ao indivíduo diante do governo, da igreja, das corporações, da sociedade em geral. Entre num grupo de discussão sobre a Aids, por exemplo, e veja se encontra, lá, alguém apresentando carteira de identidade. Essas pessoas, que precisam demais conversar entre si, precisam igualmente do anonimato como proteção contra o preconceito. Outra sugestão: já que a senhora é tão ligada aos direitos da mulher, entre num chat sobre aborto. A deputada acha justo obrigar alguém ali a se identificar? Não, não precisa responder. Apenas tente se informar melhor antes de apresentar seu próximo projeto. 01:19
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24.2.03
É hoje, galera: a partir das 19hs, todos os paulistas lá!Update: Aí está a gALLera reunida! A Luciana Benatti mandou, em primeira mão... :-) Agora só falta que alguém da turma apresente, por favor, os colegas paulistas aos cariocas... 07:12
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O Flavio Fernandes deixou esta imagem no Forum. Achei maravilhosa a apelação! 04:13
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23.2.03
Ele não mandou, então fui lá buscar. Pronto. 06:35
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Gil & BarlowJohn Perry Barlow está de malas prontas para voltar ao Brasil: ele se encontrou com Gilberto Gil no mês passado, em Cannes, durante o Midem, e há duas semanas recebeu um convite para passar dez dias percorrendo o país com Gil e Jacques Lang, o ex-ministro da cultura francês. O relato que faz deste encontro está aqui. Ponto para Gil. Barlow, feroz ativista da liberdade no ciberespaço, colaborador da Wired dos áureos tempos, letrista do Grateful Dead, fundador da EFF, é uma das vozes mais lúcidas hoje nos Estados Unidos. Não é levado a sério pelo establishment, naturalmente, que volta e meia tenta tascar-lhe o rótulo de figura folclórica -- um velho truque para neutralizar inimigos. A verdade é que as torres do World Trade Center ainda estavam caindo quando ele previu, com arrepiante clareza, o que estava por vir. A mensagem que enviou aos amigos na tarde daquele fatídico 11 de setembro chamava-se, bravamente, Remember the Reichstag... e, por causa dela, quase foi crucificado em praça pública. Entre outras coisas, ele disse o seguinte: "Within a few hours, we will see beginning the most vigorous efforts to end what remains of freedom in America. Those of us who are willing to sacrifice a little -- largely illusory -- safety in order to maintain our faith in the original ideals of America will have to fight for those ideals just as vigorously. (....) Don't let the terrorists or (their natural allies) the fascists win. Remember that the goal of terrorism is to create increasingly paralytic totalitarianism in the government it attacks. Don't give them the satisfaction.
Fear nothing. Live free. Até aqui, infelizmente, os fatos só lhe têm dado razão. 04:56
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22.2.03
A Teruska fez mais uma tira de gatinho! Aliás, não é só a tira que é legal lá no blog... Por exemplo: Todos os cogumelos são comestíveis; alguns, apenas uma vez.01:39
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21.2.03
Bateu agora na minha mailbox do jornal, e a ficha demorou a cair. Samba? Passo a passo? Com esse cara aí?! Mas não seria melhor com a Luma? ... Ah, OK. Samba. Não samba. 20:59
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Ai, não é que eu ia esquecendo...?! Atenção, PALMS CARIOCAS!Pessoal,
Tá chegando aquela data, onde tudo é festa, então porque não marcarmos uma festinha nós mesmos!!! Atendendo a pedidos, estamos marcando um encontro/chopp/papo/diversão/comemoração pré-carnavalesco!
Anotem em seus Palms:
Dia: 22 de fevereiro de 2003, um sábado Horário:17:00hs Local: Galeria Gourmet - No Shopping Downtown.
Depois mais detalhes!
EDUARDO PSZCZOL Coordenador do RJPUG ********************************************** Rio de Janeiro Palm Users Group Web: http://www.rjpug.com.br/ ********************************************** 16:19
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LOVE STORYGente isso aqui é genial!!! A dublagem está simplesmente perfeita... Ainda que demore a baixar, não deixem de ver! 16:14
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Daqui e daliA gente faz assim: quando eu estou sem tempo e/ou assunto, vou lá Fal e roubo alguma coisa. Quando ela está sem tempo e/ou assunto, rouba alguma coisa daqui. Ontem eu roubei de lá, ela veio, roubou daqui, agora fui lá e roubei mais... êta nós. Parece até política. Agora, sério: ela chamou a atenção para este texto do Eduardo Almeida Reis, que por sua vez chamou a atenção para um assunto da maior gravidade: Quando descia do morro, a menina passava pelo ponto de táxi próximo aqui do chatô assobradado. O decano dos motoristas, às vezes, lhe dava um real. Dia desses, o doador comentou com os colegas do ponto: 'Sabem aquela menina que me pede dinheiro? Está grávida...' Todos acharam impossível: tão pequenina...
E a menina voltou ao ponto de táxi, barrigão de oito meses, maior que ela. Cercada pelos motoristas, explicou que tem 12 anos recém-completados. Com o atraso de sua quarta menstrução, comentou com a mãe, que achou a maior graça numa possível gravidez. A mãe tem 32 anos e oito filhos, dos muito clarinhos aos muito escurinhos, cada qual de um pai. Duas das irmãs da menina são viúvas: mataram o marido de uma delas com cinco tiros, há pouco tempo. A outra enviuvou há três anos, também de um soldado do tráfico, que lhe deixou dois filhos. Mas ela já providenciou a vinda de irmãozinhos para os órfãos, dentro do esquema um de cada pai.
(...)
O fenômeno, o problema, ou lá o nome que lhe queiram dar não ocorre no Burundi, na Costa do Marfim ou na Nova Guiné, mas aqui mesmo, no centro da cidade de Belo Horizonte, capital de todos os mineiros. Temos leis, impostos, autoridades constituídas, o dr. Pimentel na Prefeitura, o dr. Neves da Cunha no Palácio da Liberdade. Então, como é que fica? É provável que tenha faltado alimentação adequada ao feto; é também possível que falte proteína ao bebê durante o primeiro ano de vida. Só aí, teremos um brasileirinho com 64% de suas células cerebrais lesadas. Ainda bem que meu espaço zé fini... 16:03
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From: "Michelle" To: Cora Subject: Pautas Date: Thu, 20 Feb 2003 18:02:16 -0300
Prezada Sra. Cora Ronai Sou estudante do 4º período do curso de jornalismo do Centro Universitário de Belo Horizonte e estou fazendo um trabalho sobre como são elaboradas as pautas de um jornal on-line. Gostaria muito de poder contar com colaboração de V.Sas, por isso, venho por meio deste, solicitar duas pautas já cumpridas e um depoimento de como é tomada a decisão de pauta em um jornal on-line. No aguardo de um retorno, Atenciosamente Michelle Florencio de Sousa P.S. A data de entrega do trabalho é dia 21/02/2003.Peço desculpas por estar mandando o e-mail em cima da hora, mas só consegui o endereço eletrônico de V.Sas agora. 05:59
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(Roubei da Fal que roubou da Gi que roubou da Teruska que -- acho -- não roubou de ninguém.)Emergência felina!Há diversos gatinhos passando por maus bocados em Botafogo, aqui no Rio. Alguns voluntários já os estão ajudando, mas estão precisando de comida, de remédios, de gente com tempo para cuidar dos bichinhos, de gente que possa adotá-los ou apadrinhá-los. Clique aqui, e veja se você pode fazer alguma coisa. 04:41
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Regras para vira-latasA Marcia, do Vida escrita à mão, me mandou estas regras básicas: acho todo mundo que já adotou foi adotado por um vira-lata vai se identificar com elas... 04:07
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Óbvio...mas bem feitinho!02:15
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20.2.03
O filósofo anônimo de Houston(Aos de casa: vocês vão reconhecer um trecho da coluna de hoje, que saiu daqui. Pulem por cima, mas não deixem de ler o final, que é importante)Há alguns anos peguei um táxi em Houston, Texas, onde participava de uma conferência. O motorista era chileno — e lá fomos nós batendo papo em portunhol até o meu destino. Perguntei por que tinha emigrado, e a resposta foi a de dez entre dez motoristas de táxi estrangeiros radicados nos EUA: as coisas andavam difíceis em casa, precisava ganhar dinheiro. Já morava em Houston há quase dez anos, adorava a cidade, o clima e o trabalho, estava feliz. — Então você não volta mais? Como não? Lógico que voltava! Aliás, sonhava com isso. Assim que tivesse o suficiente para comprar uma casinha em Santiago, adiós , América... — Ué, mas não está tudo tão bom aqui? Ah, sim, claro. Ninguém podia, em sã consciência, se queixar de Houston, do clima ou da grana disponível para quem estivesse decidido a dar duro. O problema eram as pessoas. Perguntei o que havia com as pessoas. — Lo que passa, señora, es que son todos anormales. OK. É uma generalização, e nenhuma generalização deve ser levada ao pé da letra. Um total exagero. A manifestação de um homem incapaz de perceber os matizes e as sutilezas das diferenças culturais entre os povos. Uma afirmação leviana que não merece qualquer consideração. Uma injustiça com os milhões de americanos que não são anormales — muito embora há quem assegure que, visto assim de perto, ninguém é normal. Tirando isso, o meu filósofo anônimo de Houston acertou na mosca. Não sei quantas vezes, de lá para cá, esta foi a única explicação que consegui encontrar para o comportamento no mínimo bizarro dos vizinhos lá de cima. Como explicar o processo de impeachment de Bill Clinton? Como explicar que alguém possa andar com armas à mostra, em pleno dia, mas tenha que esconder latinhas de cerveja em sacos de papel? Como explicar a Cher? Como explicar que, neste momento, dois terços da população apóiem a guerra contra o Iraque? Ontem mesmo um amigo me repassou isso: “Refletir sobre a guerra é pensar na mais terrível das experiências humanas. Nesta manhã de fevereiro, no instante em que esta Nação se encontra às vésperas da batalha, cada americano deveria estar refletindo sobre os horrores da guerra. Entretanto, esta casa está, em sua maioria, silenciosa --- inquietante e assombrosamente silenciosa. Não há debate, não há discussão, não há qualquer tentativa de se mostrar à Nação os prós e os contras desta guerra em particular. Não há nada. Aqui no Senado Federal dos Estados Unidos estamos mudos e impassíveis, paralisados pela nossa própria incerteza, aparentemente atordoados pelo tumulto dos acontecimentos.” Esta é a abertura de um discurso proferido pelo senador Robert Byrd na penúltima quarta-feira, dia 12. A íntegra, em inglês — que merece ser lida — está aqui. É uma peça de oratória da melhor qualidade, cheia de brilho, bravura e verdade. Fui procurar mais informações sobre o homem que teve a coragem de dizer palavras tão justas num momento em que a oposição ao governo Bush não é vista com bons olhos, e descobri a única coisa que atrapalha o discurso: a biografia do autor. Com 85 anos, há 50 representante democrata de West Virginia, Robert Byrd, decano do Congresso, defensor dos direitos dos animais e um dos mais veementes críticos de George W. Bush, participou ativamente da Ku-Klux-Klan na mocidade e, ao que parece, continua racista até hoje. A única coisa que posso dizer, depois dessa, é que mesmo um relógio quebrado está certo duas vezes por dia. De resto, para variar, fico com Shakespeare, que previu tudo: “Desgraçado do tempo em que os loucos guiam os cegos.” Enquanto isso, no Brasil, parece que todos ficaram surdos. Não há, no mundo da música, quem não tenha ouvido falar em Hans Joachim Koellreutter — quem não tenha sido seu aluno ou aluno de aluno seu. Os círculos concêntricos de conhecimento e renovação que criou ao chegar ao Brasil, em 1937, fugindo do nazismo em sua Alemanha natal, atravessaram décadas e gerações. O nosso ministro da Cultura certamente sabe disso. Koellreutter ampliou as fronteiras da nossa música e da cabeça dos nossos músicos; de Tom Jobim a Tom Zé, todos se reconheceram seus devedores, num ou noutro momento. Koellreutter foi festejado, recebeu honrarias no Brasil e no mundo e, até dois anos atrás, continuava compondo, inventando, dando aulas. Hoje, aos 88 anos, sofrendo de mal de Alzheimer, vegeta em casa. Não reconhece ninguém. Não fala. Não consegue sequer alimentar-se sozinho. Está abandonado, à beira da miséria, vivendo do que ganha sua mulher, obrigada a trabalhar para sustentá-lo. Não tem uma única aposentadoria que lhe dê um mínimo de dignidade. “A história deste homem, terminada desta maneira, torna indigna a nossa sobrevivência” — escreveu Rubens Pileggi Sá, em Londrina. “Não se trata de fazer vaquinha entre artistas e produtores culturais. Trata-se de resgatar uma dívida inalienável do país consigo mesmo. Algo que nos orgulhe como cidadãos.” Ele tem toda a razão. (O GLOBO, Segundo Caderno, 20.02.2003)Update: Nenem Krieger, mulher do maestro Edino Krieger, informa que a situação do Koellreutter não é tão desesperadora quanto reportou o Rubens. Ele tem uma aposentadoria do Instituto Goethe; e os amigos, garante, não abandonaram o maestro em momento algum. Menos mal! 12:09
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Estes são apenas alguns dos bichinhos que você encontra nesta nova página... 03:43
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Sobre a guerraPaulinho escreveu isso num comentário lá embaixo; acho muito importante este depoimento que ele dá a respeito da mídia americana, que está se portando de forma absolutamente vergonhosa. Chega a ser humilhante para nós, jornalistas, saber que aqueles caras são nossos colegas. Infelizmente, o problema é bem mais simples do que parece. A França só não quer a guerra pois perderá dinheiro na estória. As tais reuniões para se chegar a um acordo são, na verdade, discussões entre EUA e os outros países do conselho de segurança quanto ao preço da adesão de cada um.
Até a semana passada, a Turquia era contra a guerra. Hoje já está discutindo quanto em "financial aid" vão aceitar para que os americanos usem suas bases.
Outra coisa vale lembrar: a imprensa daqui dos EUA faz parte da corja republicana e tem manipulado, não só as notícias, mas também as pesquisas de opinião. Acreditem: pergunto e discuto com todos que encontro o que acham da ameaça de guerra. NINGUÉM até agora me disse ser a favor. Até a igreja do Bush (First United Methodist Church) lançou uma campanha publicitária contra a guerra e malhando o cara. A propaganda passa volta e meia aqui em Michigan e, segundo eles, o tempo todo em Washington.
Os organizadores dos protestos do fim-de-semana passado estimam as multidões em torno dos 3 a 5 milhões! Os noticiários daqui dizem 500 a 600 mil! Aqui em Detroit, os jornais publicaram que um "pequeno grupo de 2 a 3 mil pessoas protestaram contra a guerra..." . Não sei onde aprenderam a contar, mas eu estava lá e vi. Do Grand Circus Park até o Cobo Hall, onde acabou a passeata, são mais ou menos 2 km. Tinha gente empilhada (e bem empilhada para se proteger do frio!) de um ponto ao outro! Sei que os americanos estão gordos demais, mas nem tanto...
Beijos e muita paz pra todo mundo! Ah, sim, para quem não sabe: o Paulinho é o meu filho. 01:09
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Mamma mia...!Estou assistindo a um debate a respeito da guerra na RAI, a TV italiana. A zorra é tal que, até agora, ainda não consegui descobrir quem está contra, quem a favor; mas que está divertido animado, lá isso está. Update: Eles falam gritam todos ao mesmo tempo, mas acabo de ouvir, distintamente, um dizendo que não é possível discutir um assunto tão sério e delicado nessas condições. Ah, bom. Tirando isso, a frase mais freqüente é: "Lasciatemi concludere!"00:47
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19.2.03
Chegou quem estava faltando: a partir dessa edição [do Info etc.], Abel Alves, amigo de todos nós e grande fera tecnológica, passa a jogar no time do Info etc., dando dicas, tirando as dúvidas dos leitores e nos ajudando a levar uma vida digital mais proveitosa. Abel é um dos professores de tecnologia mais respeitados do país, colaborador do TCInet (site de tecnologia de informação) e responsável pela empresa de treinamento Abel Alves Computação, onde já se formaram mais de 2500 alunos. Desde 1994, respondia pela coluna Solucionática, do “Jornal do Brasil”, e aqui desempenhará um papel semelhante: ele vai responder às cartas dirigidas ao “ Prezado Globo” e, eventualmente, escrever sobre assuntos técnicos. Engenheiro eletrônico formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), com mestrado, também do IME, em engenharia elétrica e curso de doutorado em telecomunicações na PUC-RJ, Abel Alves é um consultor independente altamente requisitado, que já prestou serviços às maiores empresas brasileiras, e deu palestras em incontáveis eventos da área. Um craque e, acima de tudo, dono de um texto claro e preciso. Tenho certeza de que quem conhece o trabalho do Abel está vibrando junto com a gente; quem não conhece vai ficar muito agradavelmente surpreso. Para uma provinha maior do que o “Prezado Globo” de hoje, dê um pulo até abelalves.tk para conferir o trabalho do rapaz; mas cuidado, porque, se você gosta de tecnologia, corre o risco de ficar preso por lá por muuuuuuuiiiito tempo... Bem-vindo, Abel! ImpressõesOutro site onde se pode perder um tempo enorme é o da HP, que pôs no ar uma série de máscaras para o carnaval (algumas das quais você vê espalhadas nesta [quer dizer, naquela -- do jornal!] página). É só escolher a sua favorita, imprimir, fazer dois furinhos, prender com um elástico e se divertir. Este site, aliás, é um primor. Tem mil dicas de como aproveitar a sua impressora para fazer brinquedos, cartões, calendários e lembrancinhas, e pode ser uma mão na roda para distrair as crianças num dia de chuva. É claro que, por trás das boas intenções de divertir usuários, está a idéia de fazê-lo gastar mais tinta, já que os fabricantes de impressoras hoje lucram mais com a venda de cartuchos do que com qualquer outra coisa; mas a vida é curta, mais vale um gosto do que seis vinténs e brincar com impressora é, indiscutivelmente, uma das grandes alegrias da vida digital. Eu mesma ando me esbaldando com uma Epson Stylus Photo 820, que trabalha com seis cores e é capaz de fazer fotos sem margem realmente incríveis, sobretudo se a gente levar em conta que esta é uma impressora relativamente barata (R$ 600). Na verdade, é impossível distinguir uma foto em alta resolução impressa por ela em papel fotográfico de uma foto feita em bureau de impressão, onde as impressoras ainda andam na casa dos milhares de reais ou dólares, a menos que se olhe com lupa. O único problema é, como sempre, o preço dos cartuchos, que vai a mais de R$ 200 o casal cor e preto. Em suma: a brincadeira é ótima, mas ainda está longe de ser barata... Cores e imagensEra para ser só um trabalho de graduação, mas Ana Fucs, aluna de Noni Geiger, acabou criando um site muito bom para quem comprou uma câmera e quer, agora, se aprofundar em cores e imagens digitais. Em Cor e Imagem Digital ela troca em miúdos conceitos como resolução, dithering, espaços de cor, compressão, formatos e todos aqueles detalhes aos quais a gente em geral não dá muita atenção, mas que acabam fazendo diferença no resultado final. (O GLOBO, Info etc., 17.02.2003)20:58
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18.2.03
Um silêncio aterrador"Refletir sobre a guerra é pensar nas mais terrível das experiências humanas. Nesta manhã de fevereiro, no instante em que esta Nação se encontra às vésperas da batalha, cada americano deveria estar refletindo sobre os horrores da guerra.
Entretanto, esta casa está, em sua maioria, silenciosa --- inquietante e assombrosamente silenciosa. Não há debate, não há discussão, não há qualquer tentativa de se mostrar à Nação os prós e os contras desta guerra em particular. Não há nada.
Aqui no Senado Federal dos Estados Unidos estamos mudos e impassíveis, paralizados pela nossa própria incerteza, aparentemente atordoados pelo tumulto dos acontecimentos." Esta é a abertura de um discurso proferido pelo senador Robert Byrd na última quarta-feira, dia 12. Não tenho tempo para traduzí-lo todo, mas a íntegra -- que merece ser lida -- está aqui. É uma peça de oratória da melhor qualidade, cheia de brilho, bravura e verdade. Fui procurar mais informações sobre o homem que teve a coragem de dizer palavras tão justas e corajosas num momento em que a oposição não está sendo vista propriamente com bons olhos lá em cima, e descobri a única coisa que atrapalha o discurso: a biografia do autor. Com 85 anos, há 50 representante democrata de West Virginia, Robert Byrd, decano do Congresso, defensor dos direitos dos animais e um dos mais veementes críticos de George W. Bush, participou ativamente da Ku-Klux-Klan na mocidade e, ao que parece, continua racista até hoje. A única coisa que posso dizer é que mesmo um relógio quebrado tem razão duas vezes por dia. De resto, para variar, fico com Shakespeare, que previu tudo: "Desgraçado do tempo em que os loucos guiam os cegos." 03:40
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17.2.03
(Reuters) -- Washington, DC -- United States of America -- A tragic and sad fire has destroyed the personal library of President George W. Bush. -- Both of his books have been lost. The president is reportedly devastated -- apparently, he had not finished colouring in the second one. 22:26
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Google & BloggerSe o Google já sabe tudo o que a gente procura, agora com o Blogger ficará sabendo tudo o que a gente acha. (Cesar Valente, nos comentários abaixo) Passei o dia longe da máquina; quando abri a mailbox, um email da Rosana Fischer -- oops: Hermann! (mil perdões, cometi um erro essencial de Ros[s]anas!), do Querido Leitor, me deu a grande notícia: o Blogger foi comprado pelo Google! Quem deu o furo foi Dan Gilmor, do San José Mercury News, um dos jornais mais interessantes dos Estados Unidos: quase Diário Oficial do Vale do Sílicio, o Mercury tem sempre uma visão bastante peculiar do mundo -- para dizer pouco. É o jornal dos sonhos de qualquer jornalista de informática, o único em que tecnologia dá manchete de primeira página em corpo 72 acima da dobra. Mas divago. Voltando à união Google & Blogger -- a essa altura, naturalmente, todo mundo já sabe da aquisição, e discute se isso é bom, mau ou muito antes pelo contrário. E eu não resisto a cair nessa também. À primeira vista, acho muito bom. Embora o Ev diga que eles estavam muito bem, a galera da Pyra (cinco pessoas, ao todo) estava dando nó em pingo d'água para manter o Blog*spot nos trilhos. Quando meu blog congelou, andei conversando via email com Jason Shellen e deu pra perceber que as coisas estavam confusas por lá. Os blogs se multiplicaram a uma velocidade inesperada, e a transferência do Blog*spot para os servidores do Google -- que é, possivelmente, a empresa que mais entende de tráfego pesado na rede -- significa mais estabilidade e melhor qualidade na hospedagem dos blogs. Para o Google, que há tempos comprou a Deja.com, que mantinha os arquivos da Usenet, faz o maior sentido comprar ferramentas de blogs, praticamente sucedâneos dos antigos grupos de discussão. Neste momento, há uma certa paranóia em relação ao Google no ar. Um site chamado Google Watch, que denuncia o Google como Big Brother do ano, está sendo linkado furiosamente pela rede afora. Li as suas acusações e me pareceram fracas. Basicamente, a gritaria é motivada pelos cookies do Google (que registram as páginas visitadas pelo internauta), pelo fato do Google ter contratado um engenheiro que trabalhou na National Security Agency (uma agência de inteligência do governo americano), de sua barra de ferramentas ser spyware e assim por diante. Bom, como eu já escrevi nos comentários aqui embaixo há alguns dias: quem ainda acredita em privacidade na rede está delirando. Já tive a minha fase de preocupação com cookies, mas joguei a toalha há tempos. É justamente a vigilância do Google dos nossos movimentos que faz dele a tremenda ferramenta de busca que é; o fato de que saiba ou não o IP da minha máquina me é, sinceramente, indiferente -- e olhem que eu tenho um IP fixo. Uma empresa de marketing ou um governo mal intencionado que resolvam monitorar minhas atividades na rede tem "n" meios de fazê-lo sem precisar recorrer ao Google; além do quê, baixa a barra de ferramentas do Google quem quer -- ao contrário dos usuários dos grandes provedores nacionais de internet, por exemplo, que plantam suas barras no browser da clientela na maior sem-cerimônia. Quanto ao fato de lá trabalhar um engenheiro que já trabalhou para a NSA -- sinceramente? Acho um factóide, perfeito para quem é adepto da Teoria Conspiratória da História. Mil vezes pior e mais daninho à minha saúde é ter o Sarney dando as cartas novamente no Congresso Nacional ou -- horror dos horrores, realmente! -- o Roberto Amaral no Ministério da Ciência e Tecnologia. Isso para não falar no Bush na presidência dos Estados Unidos. Sei que esta pode parecer uma atitude contraditória em relação à minha bronca com a M$, mas na verdade estamos falando de coisas totalmente diferentes. O Google é a melhor, mas não única, ferramenta de busca na rede; eu posso evitar cookies se quiser; e posso surfar anonimamente se assim o desejar. Um dia, se for o caso, posso até viver sem ferramentas de busca -- ainda tenho meus livros de referência, meus dicionários e enciclopédias. Não estou de pés e mãos atados nas garras do Google -- que ainda por cima, ao que eu saiba, nunca trucidou a concorrência através de ameaças, boatos e baixarias de todo o tipo, nem nos empurrou goela abaixo um produto de qualidade duvidosa. O grande problema do Google é, paradoxalmente, a sua competência. Com ele, passou a ser fácil demais descobrir tudo a respeito de todos. Ninguém conseguirá mais, por exemplo, se livrar dos maus versos que cometeu na juventude, ou -- e isso é mais sério -- de um passado com deslizes que tenham resultado em escândalo e/ou cadeia. Mas isso é outra discussão, para quando eu estiver com menos sono. 03:16
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16.2.03
Emília, Joseph e Kelyndra: o meu povinho protesta contra a guerra em Detroit, a uma temperatura de -5, amplificada para -21 pelo vento. Bravo, meninos! Estou orgulhosa de vocês! Emilia e Joseph protestam em Detroit, enquanto a avó coruja baba no Rio. Família globalizada é assim... Luciana Bordallo Misura, do Colagem, foi ao protesto em Detroit, fez boas fotos e um ótimo post. Apesar do frio, havia uma pequena multidão agitando. Por acaso, ela se encontrou com a Kelyndra e com as crianças que, como vocês podem ver, estão sendo muito bem educadas. Acho importantíssimo que cresçam assim, sabendo que devem protestar contra a prepotência do mando e a insanidade do estado. Serão bípedes antenados e cidadãos conscientes, atentos aos seus semelhantes e ao mundo que os cerca. 03:51
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15.2.03
NÃO À GUERRAHoje é dia de passeata contra a guerra em mais de 600 cidades ao redor do mundo. Aqui no Rio, a concentração é no Leme, em frente ao Méridien, às 15h. Tá um negócio meio solto, me parece, mas pode colar. Andei olhando os blogs e sites convocando a galera e fiquei impressionada com a baita organização do movimento nos EUA -- que, cá entre nós, é onde importa mesmo a manifestação, já que Bush & Co. (assim como a imensa maioria dos americanos pró-guerra) estão pouco se lixando pro resto do mundo 06:56
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14.2.03
Acenda uma vela pela PAZ23:26
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Paulinho, olha que legal! A Flávia fez de presente para você... 23:12
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Perca tempo JÁ!Eu estava passeando pelo Café Preto quando encontrei isso: um simulador de vôo de aviãzinho de papel! É perfeito para quem tem algum trabalho urgente, já está atrasado para algum compromisso ou está com um assado para vigiar no forno. 22:26
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18:53
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Hoje é aniversário do Paulinho, o meu filho que mora lá longe, em Michigan e, ainda por cima, não tem blog. Tirando isso, acreditem, ele é um bom menino, e um ótimo papo. Parabéns, Paulinho! 05:28
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05:02
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Espelho, espelho meu... Taí um projeto interessante: juntar auto-retratos refletidos em superfícies brilhantes, não necessariamente espelhos. Gostei da idéia! 04:57
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13.2.03
Descobri no Pulso Único: um gerador automático de ASCII Art! O pior é que este website faz a gente perder horas, tem muita coisa divertida... supondo, claro, que você consiga sair do Pulso Único em primeiro lugar. 23:15
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E este ganhei do Waldir Leite :-) 21:25
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Ganhei do André Kenji! 20:09
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José Lewgoy, Harry Potter e outros personagensOlhando assim de longe — aliás, de perto também — ninguém podia ser mais mal-humorado do que José Lewgoy. A diferença é que, de perto, a gente podia apreciar o que se escondia por trás daquele (falso) jeitão de poucos amigos: um homem de cultura com um senso de humor extremamente sofisticado, uma história de vida que parecia (e era) coisa de cinema, uma curiosidade insaciável e um prazer quase infantil em descobrir novidades. Sobretudo, em descobri-las antes dos outros. Em mais de 20 anos de convivência, não me lembro de ter visto mais do que dois ou três filmes antes que ele, que — sempre que a agenda de gravações permitia — fazia questão de assistir à sessão de estréia do que quer que entrasse em cartaz, de fitas em preto-e-branco de diretores alternativos do Quirguistão a megaporcarias de Hollywood. Conversar sobre cinema com ele era uma das boas coisas da vida, não só por causa do seu conhecimento enciclopédico e das suas observações freqüentemente demolidoras, mas também porque ele pertencia à espécie mais radical de cinéfilo, aquela que gosta até (eu quase diria sobretudo) de filme ruim. Claro: imaginem quantas oportunidades de justa indignação não oferece uma bomba como, digamos, “Pearl Harbor”?! Não, Lewgoy não perdia um filme ruim por nada nesse mundo. Por outro lado, descobria pequenas jóias a que jamais assistiríamos sem a sua insistente recomendação. Ele gostava genuinamente de compartilhar maravilhas, e o fazia com a mesma disposição com que trucidava material de quinta. Com livros era, compreensivelmente, mais seletivo, mas igualmente curioso e antenado. Sua última paixão literária foi “Harry Potter” — uma das poucas coisas, aliás, que consegui descobrir antes dele. Comecei a ler a série assim que o primeiro volume foi publicado nos Estados Unidos, e fiquei no maior entusiasmo: aquilo era muito bom! Comentei o assunto num dos nossos almoços de sábado, e ninguém se interessou muito. Imagina, um best-seller infantil, que idéia...! Mas, na semana seguinte, o contingente de apóstolos de “Harry Potter” ganhou a adesão do José Lewgoy, que leu o livro de uma sentada só e estava louco para ler a continuação. A partir daí fomos lendo os outros volumes mais ou menos ao mesmo tempo, igualmente encantados. Ele — claro! — viu o filme bem antes de mim. Gostou muito. E ficou no auge da felicidade quando o amigo Gravatá lhe trouxe de Kiev, no ano passado, o DVD do filme em ucraniano, que, junto com o ídiche, era a língua dos seus pais. Falava as duas, além de inglês, francês, italiano, russo e alemão. Quando morreu, o livro que estava na mesinha de cabeceira a seu lado, no hospital, era a edição inglesa de “Harry Potter” IV, o melhor de todos, que estava relendo. Os porteiros do Edifício Princesa da Lagoa, onde, do apartamento 303, Lewgoy tinha a gloriosa vista da foto acima (que fiz da sua sala, há alguns meses), estão inconsoláveis. Não só perderam o mais célebre morador do prédio, mas — principalmente — o mais generoso, que, apesar de ter lá as suas manias e esquisitices, retribuía em grande estilo aos pequenos serviços do cotidiano, do táxi capturado em alta velocidade na Curva do Calombo às lâmpadas trocadas no hall. Em quase tudo o que foi publicado, exibido e dito a seu respeito nos últimos dias, foi ressaltada, à exaustão, a imagem de Eterno Vilão do Cinema Nacional, herança dos velhos tempos das chanchadas. Isso me perturbou muito. Não por causa da imagem de vilão, de que ele até gostava, mas por causa da extrema simplificação embutida neste rótulo. A verdade é que José Lewgoy tinha uma densidade atômica infinitamente maior do que qualquer personagem que jamais lhe deram para interpretar. Com todas as honras e homenagens que recebeu, não consigo me livrar da melancólica sensação de que ele foi mais um dos gigantes que o Brasil não soube, não quis ou não pôde aproveitar. O que o público viu de José Lewgoy, em quase 60 anos de carreira, foi apenas a ponta de um iceberg de conhecimento, sensibilidade e talento. Repetindo um velho clichê, o Brasil ficou mais pobre com a sua morte; mas o que desperdiçou ainda durante a sua longa vida ninguém poderá jamais aquilatar. Por coincidência, no mesmo dia da morte do Lewgoy, recebi um apelo de amigos pedindo socorro para a Polytheama, locadora de vídeo do coração de 11 entre dez amantes de cinema cariocas, que está prestes a fechar por falta de recursos. Júlio César Miranda e sua mulher, Lúcia, cuidam sozinhos do precioso acervo de cinco mil títulos (onde podem ser encontrados aqueles filmes que a gente não acha em nenhum outro lugar), não têm dinheiro para publicidade e estão perdendo a guerra contra as blockbusters da vida. Eles atendem pela internet ou pelo telefone 2554-8017; os filmes são entregues em domicílio, em toda a Zona Sul. (O GLOBO, Segundo Caderno, 10.02.2003) 04:04
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Assisti hoje à noite; não como Bonequinho do Globo, mas como, uh... pessoa física. Nada que um Shakespeare de algibeira não resolva: "Muito barulho por nada" ou, se vocês preferirem, "Um filme cheio de som e fúria, significando nada". Claro que há ótimas cenas, lógico que a fotografia é deslumbrante e óbvio que os atores são bons. Scorsese, mesmo quando é ruim, é bom. Acontece que eu não tenho mais paciência para este tipo de filme, para este esquemão americano de super produção miliardária cheia de pancadaria e sotaques exóticos. Hoje eu quero mais de um filme -- ou seja, menos. Eu quero imagens e/ou palavras que me toquem, e que não acabem assim que rolam os créditos. Que fiquem na minha cabeça, dando o que pensar, como os dois contrários mais contrários deste Gangues que me ocorrem agora: Kaos, dos irmãos Taviani (que entra em qualquer lista de dez melhores filmes que eu faça: "Colloquio con la madre", um dos cinco episódios, talvez seja o cinema mais tocante que já vi), ou My Dinner with André, do Louis Malle, que não é grande cinematografia mas é muito bom. Os dois são totalmente diferentes entre si, mas baratíssimos, franciscanamente simples e perturbadores ao extremo. Em suma, acho que não quero mais passar três horas no cinema para sair de cabeça abanando, por mais bem realizado que seja o filme. 03:34
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Before you speak, ask yourself: is it kind, is it necessary, is it true, does it improve on the silence? Achei isso de uma extraordinária beleza e sabedoria. Em português, seria mais ou menos assim: Antes de falar, pergunte a si mesmo: é do bem, é necessário, é verdadeiro, melhora o silêncio?Como pessoa que encontra certa dificuldade em permanecer calada, digamos que, em mim, essas palavras calaram fundo (com ou sem trocadilho, você decide) -- embora eu tenha consciência de que, se todos as levassem ao pé da letra, o silêncio seria ensurdecedor. Único problema: o nome do autor, Sai Baba. Nunca consegui levar este swami a sério, e agora descubro, graças ao Mario AV, que é possível que eu esteja perdendo ótimas coisas. Depois a gente fica se perguntando porque as grandes empresas gastam tantos milhões para encontrar marcas igualmente atraentes, ou pelo menos palatáveis, em todas as partes do mundo... 02:57
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Virou blog! :-)Aliás, por falar nisso, vejam que post caprichado o Edney fez pra gente divulgar a causa:02:36
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Sopa de letrinhasSe você já empacou diante de arquivos com extensões como .$$S, .~MN ou .01B e ficou imaginando o que diabos elas representam, aqui está um site para resolver os seus problemas: o filext.com tem uma coleção completa de extensões, arrumadas em ordem alfabética e explicadinhas uma a uma, para acabar com a sua angústia digital. Este vale a pena bookmarcar! 02:29
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12.2.03
BBC chamando todos os fotógrafos...A BBC online deu um grande passo em termos de interatividade com seus leitores: está convocando pessoas em áreas específicas para mandarem para lá as fotos que fizerem com câmeras digitais, celulares e/ou PDAs com câmeras embutidas. Por enquanto, valem fotos das manifestações contra a guerra no Iraque e um problema local londrino que ainda não tive tempo de descobrir o que é... Confiram, é uma grande idéia! 16:45
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Segundo o autor, esta é a projeção mais confiável das conseqüências de uma guerra contra o Iraque. Diz ele: "Usei sofisticados algorritmos temporais e análise histórica semiótica para chegar a uma margem de acerto de 99,9999%" Depois de observar minuciosamente o desenrolar dos acontecimentos neste ótimo flash, acho que ele tem razão. A margem pode até não ser bem de 99,9999%, mas fica nas redondezas... 16:25
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Help!Galera, temos um problema! A filha da Suely quer saber como se escreve 9.000 em algarismos romanos. Alguém sabe? Tom, você está na área...? 04:22
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Spam 1 X Internet 0O Museu do Spam saiu do ar. Perdemos essa. 04:05
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Cut&PasteDesta vez, do Observatório da Imprensa: CENSURA TOGADAMordaça em vocêAlberto DinesÉ isso mesmo: a nova incursão da censura não foi contra os leitores da revista Você S/A, não foi contra a Editora Abril e seus jornalistas,foi contra você, nós, todos os cidadãos que imaginam viver num Estado de Direito, republicano, democrático e justo. Há três anos assistimos inermes e apáticos a uma escalada da violência judiciária, pseudamente legal. Alguns casos provocam alguma resposta da imprensa, outros quase nenhuma.
O cidadão brasileiro acredita piamente que a censura foi banida formalmente com a Constituição de 1988. Está redondamente enganado. Esta caricatura forense chamada liminar está comprometendo a confiança da sociedade brasileira no Poder Judiciário, o poder dos poderes, aquele que deveria legitimar-se pelo uso da razão.
Ao invés de defender uma cláusula pétrea da Constituição – a liberdade de informação – alguns magistrados enredam-se em formalidades processuais ignorando que desta forma superficial aceitam o mérito de que a censura é justificada.
A imprensa, como instituição, não tem sabido reagir a esta homeopatia censórea que está minando nossa capacidade de resistir. Se a reação fosse forte, coletiva, determinada, os magistrados afoitos pensariam duas vezes antes de nos inocular com nova dose autoritária.
Na Alemanha, 1933, quando os nazistas tiraram os disfarces e começaram a escalada de terror, os poupados diziam "não é comigo, é com os outros". Esta resignação e esta incapacidade de enxergar as grandes ameaças fazem parte de um fenômeno chamado "não-me-importismo". Enquanto não são vítimas todos seguem suas vidas. Depois é tarde demais.
Prova da progressão da perversa terapia são as duas últimas incursões da censura togada. No Correio Braziliense, ano passado, o magistrado determinou que o advogado de uma parte fizesse a censura prévia do jornal escolhendo o que poderia ser publicado. Agora, outro magistrado dá um passo à frente: determinou como a matéria deve ser editada.
Como este Observatório já disse mais de uma vez: breve teremos nas redações no lugar de redatores e editores, advogados e juízes.
Quem pagará por isto? Você. Magister dixit.03:44
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Xexéo, sobre Lewgoy 03:22
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11.2.03
desGraziano!E, por falar nele -- João Ubaldo, um nordestino, diz tudo o que eu queria dizer a respeito do ministro da Segurança Alimentar: um sujeito que acha que "temos" -- quer dizer, eles, o governo -- de dar trabalho e condições de vida a "eles" -- quer dizer, os nordestinos -- lá, caso contrário "eles" virão para cá e "nós" -- que dizer, eles, o governo -- "vamos continuar tendo que andar em carro blindado". O nível de estupidez e preconceito desta declaração é estarrecedor. Não adianta o senhor ministro depois tentar dar o dito por não dito: este tipo de coisa ninguém diz por acaso. 04:52
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Vamos salvar uma locadora?Recebi este email do João Ubaldo, que o recebeu do Domingos de Oliveira. Repasso a todos os amigos cariocas: A melhor, mais prática e econômica locadora de video e DVD para quem gosta realmente de cinema e procura filmes que não se encontram nas Blockbusters da vida está prestes a fechar. A Polytheama, citada por Domingos Oliveira no filme "Separações", vai encerrar suas atividades caso não consiga pelo menos mais 20 novos clientes, pois os custos de manutenção estão levando a isso. VEJA ALGUMAS DAS VANTAGENS DE SER SÓCIO DA POLYTHEAMA -- Você paga R$ 5 por UMA SEMANA de locação do DVD ou VHS. Este valor inclui entrega e busca em domicílio! Ou seja, você consulta o catálogo na internet ou em disquete, telefona e encomenda os filmes, que são entregues na sua casa e buscados uma semana depois, com toda a comodidade. -- Entre os mais de 5.000 títulos do acervo, encontram-se quase todos os filmes nacionais já lançados, europeus raros jamais lançados em video no Brasil, muitos com legendas em inglês, além de obras quase completas de todos os grandes nomes da história do cinema. Em que outra locadora é possível encontrar os filmes de Leni Riefenstahl, por exemplo, ou 15 filmes de John Cassavetes? Isso sem falar nos Truffaut, De Palma, Scorsese, Welles, etc. Enfim, o casal Julio Cesar Miranda e Lucia, que tocam sozinhos essa empreitada, não têm verba para publicidade, só para adquirir mais filmes. Por isso estou dando essa força e torcendo, como usuário assíduo da Polytheama, para que ela não feche as portas e deixe os cinéfilos na mão. Ligue para 2554-8017 ou 2551-6612, fale com Julio ou Lucia, e diga que fui eu quem indiquei. E repasse esse e-mail para quantas pessoas você achar que também vão querer ser sócios de uma locadora em que você paga R$ 5 e fica uma semana com o filme, entregue na sua casa. Vale muito a pena. Saudações cinéfilas, Marcelo Janot 03:42
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10.2.03
Soulseek vive!Ao contrário do que andou correndo por aí, o Soulseek, sucessor do Audiogalaxy de saudosa memória, não foi detonado pela RIAA. Ele foi apenas despejado da Verio, seu antigo provedor, depois que uma artista de nome Sapphirecut (alguém conhece?), brandindo o DMCA, se queixou de que suas músicas (alguém já ouviu?) estavam circulando por lá. Felizmente, já foi encontrado um novo provedor. Falando em nome de Nir and Rosalind Arbel, fundadores do serviço, Sean Nelson, aka Proteus93, explicou, sábado passado, que, neste momento, tudo o que falta para o Soulseek voltar ao ar é completar a papelada legal. Até lá, ele pede a todos que segurem a barra e não façam nada contra a tal Sapphirecut e/ou sua gravadora, já que isso prejudicará o Soulseek. O comunicado oficial está aqui. Dica importante para angloparlantes:Não deixem de conferir o chillingeffects.org, linkado lá em cima no DMCA (Digital Millenium Copyright Act). Este projeto, desenvolvido pela Electronic Frontier Foundation em conjunto com os departamentos de direito das universidades de Harvard, Stanford, Berkeley, São Francisco e Maine, tem como objetivo explicar a todos os seus direitos online, traduzir correspondência recebida em linguagem legal para língua de gente, documentar o maior número possível de casos relativos ao direito online e, entre outras coisas igualmente indispensáveis, monitorar as condições climáticas para atividade na rede. 03:26
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Ainda o caso UOLOs pequenos e médios provedores de acesso descartados pelo UOL estão se mobilizando através da Abraafi, Associação brasileira dos provedores de acesso e afiliados, para ir à luta. Muitos escreveram para o jornal na semana passada, a respeito da nota que publiquei; suas histórias são, previsivelmente, bastante parecidas, e falam de empresas que nasceram em fundos de quintal e quartos de empregada, às custas de muito trabalho conquistaram a sua clientela, cresceram, tornaram-se cobiçáveis, assinaram contrato — e agora têm que recomeçar do zero. “E nós que pensávamos que a força do projeto Afiliados UOL tinha um grande peso de consciência social por parte de quem o criou!” diz um deles, do interior. “Que terrível nossa agonia! Faz dez dias que não consigo fechar os olhos!” Mas os ex-afiliados do UOL não estão sozinhos. Hoje, com a “internet grátis” oferecida por provedores pertencentes a empresas de telefonia, a maioria dos independentes está com a corda no pescoço. “Os provedores, pequenos e médios, têm sofrido um verdadeiro massacre das teles e têm convivido com situações surrealistas como essa do UOL e de seus ex-afiliados, e o que é pior, sem nenhum respaldo efetivo da Anatel ou de qualquer instituição governamental”, escreveu Tânia Eberhart, da Annex Informática, que escolhi como “porta-voz” pela concisão da mensagem. “Sou diretora de um pequeno provedor no interior do RS e tenho como principais fornecedores os meus maiores concorrentes, que não têm interesse em nossa permanência no mercado. Quando fazemos denúncias, temos como conseqüência as retaliações mal disfarçadas que se dão através de “problemas” nos serviços que nos são prestados — pelos quais pagamos preços acima do valor real de mercado, e que são essenciais ao nosso funcionamento — e um suporte moroso, o que invariavelmente compromete nossa imagem junto aos clientes. É uma competição completamente predatória, em todos os sentidos.
É uma lástima que se permita o que está acontecendo com esses 255 provedores, ex-afiliados da UOL; mas todos os demais também vêm padecendo, de uma ou de outra forma, convivendo com as disparidades que mencionei. Precisamos, e muito, que a imprensa especializada fale sobre isso e desperte tanto o cidadão como aqueles que têm responsabilidade de regulamentar o mercado.” Alguns usuários escreveram também. Uns indignados com a situação, leais aos pequenos provedores locais; outros queixando-se da rasteira, porque foram diretamente afetados pela ação do UOL. O “porta-voz” que escolhi entre eles é o Martinho Santos, de Miguel Pereira (que, no fim da mensagem, me disse que foi colega de planador do Paulinho, meu filho, na época em que morava em Brasília; um abraço grande, Martinho!): “Li sua coluna de hoje e acrescento a informação que a UOL, com sua inopinada atitude, está causando outras vítimas, usuários que, como eu, acessavam a internet através de DDD para cidades mais próximas, no caso Vassouras e Barra do Pirai, pois resido em Miguel Pereira.
Com o novo número de acesso, tornou-se impossível discar para essas cidades, já que a única alternativa oferecida pelo UOL é acessar pelo Rio de Janeiro. Isso, obviamente, inviabiliza o nosso acesso, por causa do elevado valor da tarifa.
Já enviei àquele provedor inúmeros emails e fiz vários contatos telefônicos, sem qualquer êxito, sendo que agora nem respondem mais aos meus emails, ou sequer confirmam, automaticamente, seu recebimento. Tenho uma assinatura anual do UOL, inteiramente paga, vigorando até o próximo dia dez de agosto. Apesar disso, estaria sem acesso à internet se não tivesse entrado em funcionamento nesta cidade, no mês passado, um provedor local (MPlink), de que passei a ser cliente em emergência.
Estou próximo a apelar para o Procon e para a Anatel, pois minha paciência está no fim. Será que seriam os órgãos adequados? O que me aconselha a fazer para que adotem conduta de gente séria e honesta?” O Procon e a Anatel são, sim, os órgãos adequados; infelizmente, nenhum tem demonstrado suficiente agilidade neste caso. Não posso fazer nada para que empresa alguma mude de conduta. A única coisa que posso aconselhar, ao Martinho e a todos, é, além de se armar de muita paciência, reclamar, reclamar, reclamar. Um dia, talvez, alguém ouça o barulho. (O GLOBO, 10.02.2003)03:05
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Atenção: no-breaks defeituosos!A APC informa que, por uma questão de segurança, está fazendo o recall de dois dos seus modelos de no-breaks Back-UPS® CS. A operação é referente a dois modelos específicos, o 350 e o 500, em 120V e 230V, produzidos entre novembro de 2000 e dezembro de 2002. O problema? Superaquecimento, e conseqüente risco de incêndio. Se você tem um desses no-breaks, veja maiores detalhes no site da APC. (O GLOBO, 10.02.2003)03:01
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Como é que eu vivia antes?Admito: sou Palm-dependente há alguns anos. Uso a agenda de telefones, a máquina de calcular, alguns programas sensacionais para quem viaja (do Sabre, que traz todas as informações sobre os vôos a pequenos utilitários que fazem conversão de pesos, medidas e moedas), já usei uma dieta (mas nem dieta hi-tech funciona comigo), leio o noticiário via Avantgo, escolho filmes e eventualmente restaurantes via Hands, carrego os sonetos de Shakespeare (que podem ser lidos e relidos mil vezes sem que a gente se canse deles) para me distraírem em filas e engarrafamentos, rabisco alguns emails rápidos e, uma vez, escrevi uma coluna inteira usando o Grafitti, a escrita do Palm OS. Viver sem Palm é possível, mas bem mais complicado, sobretudo para quem já sabe o quanto um PDA facilita a vida. Vale, contudo, fazer uma advertência; cuidado com os games. Alguns são extremamente viciantes — e, como todo vício, pegam a gente pela amostra grátis. Foi o caso do “Bejeweled”, uma variante bonitinha do “Tetris” que veio no Clié, e que me deixou obcecada durante meses. Depois alguém me deu o “Bounce Out”, da mesma Astraware, que passo horas jogando. O preço dos dois é o mesmo, U$ 15, mas eles podem ser baixados para teste gratuitamente. Se você não tem cartão de crédito internacional, estenda o período de teste voltando à tela inicial do Palm e, de lá, pulando para o joguinho. (O GLOBO, 10.02.2003)02:57
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9.2.03
{[(-_-)(-_-)]} Aí estão dois emoticons japoneses dormindo juntos. Há uma lista completa de japinhas aqui. 05:28
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8.2.03
Troquei a data pra trazer aqui pra cima de novo; este assunto não pode ficar lá embaixo. 03:01
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7.2.03
Leilão legal!O Dudi doou esta aquarela para um blog-leilão beneficente. A idéia é arrecadar recursos para uma família carente que a Rossana, do Wumanity, está ajudando. Vamos nessa? 23:52
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(achei no Boechat)23:45
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Ooops!Caramba, que cabeça, a minha! A essa altura todos já estão sabendo do Repórter X, não? O ótimo concurso bolado pela Suely e pela Civana? Bom, se alguém ainda não sabe, por favor, saiba: é uma idéia e tanto! Sou madrinha, mas como ele nasceu quando o blog estava congelado, o batismo aqui no internETC. acabou atrasado... Desculpem, meninas! 23:24
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Wotzik viu a weekMeu amigo Eduardo Wotzik é homem de teatro mas, volta e meia, escreve um artigo -- e escreve muito bem. Hoje, por causa da coluna do Segundo Caderno, me mandou um texto que escreveu quando viveu a sua (dele) experiência fashion. Vejam que ótimo: "Uma vez fui assistir a um desfile desses, de moda e beleza, um Fashion Rio. Então, estacionei. Um evento. Sentei. Outro evento. Apagaram-se as luzes. E o que vi: Minha gente, o que era aquilo?! Achei que ia ter um pesadelo. Aquelas mulheres daquele jeito, andando daquele jeito, sob um som alucinante, uma após outra, de biquini e salto alto, desfilando, definhando, ali na minha frente, sem parar. Eu estava sentado bem na ponta da passarela, e elas vindo na minha direção, como um exército. Meu Deus, que susto! Eu não gosto mais de mulher. Quem que mandou elas andarem daquele jeito?! E de biquini. Se elas forem a praia andando daquele jeito, de sapato alto, serão abatidas a tiros. Daquele jeito é que vende? Não é possivel. Elas devem estar de castigo. Alguma coisa elas fizeram durante a semana pra colocarem elas ali com aquela luz branca e chapada que mostrava toda as dobras das pernas, todas as marcas dos pancakes, todas as deformações, coitadas. E a sem gracice que ostentavam? Tá certo que elas fotografam lindo, que filmam melhor ainda, para lentes são deusas, mas ali ao vivo foi das coisas mais feias e assustadoras que já vi em vida. Ideal de beleza? Gente, ali ao vivo. Elas são deformadas. Deformadas no rosto, deformadas no peito, deformadas nas pernas, nas não bundas, deformadas e reformadas, já não sei a diferença. Aquilo é doença! E deformadas na cabeça também, pelo que andam declarando por aí. Alguém tem de dizer que isso não é ideal de beleza. Que isso é nada. Vazio. Magreza. Falta de tudo. Ode ao cabide. É a maior demonstração de falta de alimento em todos os sentidos. Enfim, se é pra falar de beleza: Viva Tônia Carrero!" (Eduardo Wotzik) 22:38
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FRAUDE!!!Atenção, ALL: o Mario AV do Fotolog não é o Mario AV de verdade! "Hoje recebi pelo mail várias mensagens falando do meu "Fotolog" -- um blog só de imagens, exibindo as minhas fotos mais recentes, essas mesmas que aparecem aí pra baixo. Só que tem uma coisa: eu NÃO botei no ar essa página. Alguém criou um usuário e uma senha e deu uma de "curador" por mim. Seria suficientemente bizarro, não fosse por dois comentários postados aqui, respectivamente às 18:23 e 18:25 de hoje (terça), com dois apelidos diferentes ("Marcelo" e "Aguilar"), a partir do mesmo número IP - 200.241.212.27. Os dois comentários falam do Fotolog, que nem fora linkado aqui. Isso já é o mesmo que spam. Mario AV" Na verdade, é bem pior: parece que o falso Mario AV anda postando por aí, divulgando o Fotolog. Por favor espalhem este post do Mario AV (o verdadeiro) -- e não linkem um serviço que se utiliza de expedientes tão rasteiros para se promover. Era só o que faltava... 15:47
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Será possível?!Alguém não identificado -- pô, gente, o que custa? -- deixou este comentário no post abaixo: Cora Urgente! O relatório da Inteligencia Britanica, elogiado por Collin Powell, que provava a existencia de um Arsenal Iraquiano É PLAGIO de um trabalho de graduação de 1991. A historia foi exposta pelo channel 4, confere AQUI. O link oficial do relatório da Inteligência Britânica e o link do trabalho de graduação plagiado. Não tenho tempo de ir mais fundo nisso agora, mas, contestando o meu próprio título, depois que Bush & Co. tomaram o poder na marra, tudo é possível. La Fontaine já escreveu sobre isso numa fábula chamada "O lobo e o cordeiro", muito embora chamar Saddam de cordeiro seja tão inapropriado quanto chamar o Silveirinha de ingênuo. A moral, porém, permanece incontestável: contra a força não há argumento. 15:28
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Fora do arEste blog informa que, por falta do Velox -- que hoje não deu as caras -- e lentidão insuportável da conexão discada, vai aproveitar para ir domir cedo. Boa noite a todos! 02:26
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Enquanto isso, em Pittsburgh...A verdadeira moda de inverno! Isso não é gozação não, gente, é frio mesmo! A Luciana Barichello me mandou. Saiu no jornal local, o Post-Gazette. A legenda é triste: Ralph Thompson, de Brookline, encapotado para combater os ventos fortes e a queda brusca de temperatura desta manhã, andando na Quinta Avenida. A frente fria causou um apagão em parte de North Hills. E nós aqui nos queixando do calor, hein, Lu? que ingratos somos... 02:06
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6.2.03
21:08
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A moda no Rio, ou: São Paulo não é aquiAs duas são fashion, mas a week de lá é completamente diferente da nossaO que é mais instrutivo para um bípede desantenado do que uma Fashion Week? Ora, duas Fashion Weeks seguidas, naturalmente! De modo que, depois da minha primeira experiência com o mundo da moda paulista, resolvi repetir a dose e ir à Fashion Rio, que está indo ao ar logo ali na esquina, no MAM, e termina hoje à noite. Curiosamente, não havia nenhum telefone celular sendo lançado; mas, mais curiosamente ainda, havia todo um estande — perdão, lounge — da Bombril. Eu sou a primeira a reconhecer que a minha experiência na área é zero, mas mesmo profissionais tarimbados tiveram grande dificuldade em me explicar o sentido de um lounge da Bombril num evento assim. Para começo de conversa, no mundo da moda, pelo que vi até agora, as pessoas mal e mal tocam nos pratos; mas lavar panelas?! Com aquelas unhas compridas perfeitamente manicuradas?! Ah, me poupem... Por outro lado, depois dessas duas últimas semanas, desisti de encontrar explicações e/ou lógica no planeta moda — a começar pela própria moda, para mim incompreensível, de trocar moda, esta palavra tão prática e familiar, por fashion . Ninguém conseguiu me explicar, também, por que semana, uma palavra tão sinuosa e sensata, tem que ser substituída por week, tão dura e angulosa. Descontando a perplexidade causada por essas bizarras incongruências, achei, mais uma vez, muito divertido interagir com a tribo fashion (o termo é deles, não meu). Escolada pela semana paulista, arranjei uma blusa de linho preta bem legal; e tirei do armário o meu salto plataforma mais alto, não para sequer me aproximar das altitudes freqüentadas por modelos & similares mas para, pelo menos, não me sentir tão irremediavelmente liliputiana. Acontece que o mundo fashion carioca é completamente diferente do paulista. Com exceção da Constanza Pascolato (que veio de São Paulo) e das recepcionistas de uma ou outra grife, ninguém estava de preto. E agora posso garantir que subir as rampas do MAM de salto não é tarefa para amadores. Mas tudo bem, eu aprendo rápido. Dêem-me mais umas cinco ou seis temporadas e eu talvez consiga tapear com razoável eficiência a moça do cafezinho. Por falar nisso, estava eu neste exato ponto da crônica, às 22h30m da última terça-feira, quando fui tomar café. Na cantina encontrei o Gustavo Villela, da Economia, que me perguntou o que eu tinha achado da feira de moda. Estranhei o interesse, mas o motivo era plenamente justificado: — É que estamos dando matéria sobre isso amanhã. Parece que há uma guerra de esponjas de aço que acabou indo parar lá. Ah! Explicado o mistério. Quem leu o jornal de ontem, portanto, já sabe o que a Bombril estava fazendo no MAM: auê, puro e simples. Tudo porque a Assolan (de que eu nunca tinha ouvido falar; como vocês vêem, a minha ignorância não se restringe a cosméticos) detém hoje 14% do mercado carioca de esponjas de aço, onde a Bombril reinava soberana até outro dia. Graças a esse auê, a Economia já falou no assunto, eu estou falando no assunto, e todos vocês, que achavam que as esponjas de aço viviam na santa paz do Senhor, agora sabem que há uma guerra de foice no setor. Vivendo e aprendendo. Outra coisa que aprendi: porque as modelos fazem, sempre, aquela cara emburrada. Confesso que isso sempre me intrigou. Afinal, elas são jovens, bonitas, freqüentemente ganham caminhões de dinheiro — e, ainda assim, cismam em olhar para o mundo como se ele as estivesse tratando pessimamente. — Graças a esse ar é que elas sempre saem bem nas fotos — me explicou a Iesa Rodrigues. — Antes de entrar na passarela, elas “congelam” o rosto; é uma questão de encontrar a própria cara e ir em frente. É por isso que desfile com gente comum nunca dá certo, é sempre patético. Tá. Faz sentido. Ainda continuo sem saber o porquê de fashion e de week , mas, de resto, acho que fiz progressos notáveis na área. No ano que vem, volto ao assunto. Um bocado de gente me mandou e-mail por causa da crônica da semana passada: “O que mais amei nesta reportagem foi o sapato”, resumiu a Helenice. “Preciso desse sapato maravilhoso!”, exclamou a Angela. “Por favor, diga-me onde existe. Mesmo que não fique confortável nos meus pés, não haja meu número, vai servir como objeto de adorno, quiçá de culto!” “Parabéns pelos seus sapatos”, disse a Ellen.” “Por favor, onde você comprou essa babouche linda?” perguntou a Sandra. “Na edição de hoje, 30 de janeiro de 2003, Segundo Caderno, página 10, está uma foto de um par de sandálias que minha esposa gostaria muito de obter”, explicou o Nilton. “Gostaria de saber onde ela pode comprar, por favor, não deixe de me atender.” Puxa. É emocionante mexer com os sentimentos de tanta gente mas, infelizmente, aqueles sapatos — comprados há uns três ou quatro anos na Anthropologie, em Los Angeles — já saíram de cartaz há tempos. Eu avisei, pessoal: não ando na última moda. (O GLOBO, Segundo Caderno, 6.01.2003) 04:24
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5.2.03
O visual do MAM: imbatível! Reparem na Igreja da Glória, lá no fundo, entre dois coqueiros. Mais MAM... Os desfiles são transmitidos em vários pontos do prédio. Tropa de choque: Igor Fidalgo, Mara Caballero, Patrícia Veiga. A platéia do desfile. Desfile... ...e mais desfile. O pessoal do lounge da L'Oréal bola um new look pra mim. Aqui está! By Duda Molinos. Mas acho que vai ficar como está... Já essa plástica que eles fizeram no Photoshop, bem... quem sabe... Bia Badaud, você que entende disso, o que acha? De qualquer forma, eu me estranho demais sem óculos. 16:58
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Rio FashionDaqui a pouco vou ser a criatura mais fashion do pedaço: hoje passei o dia no MAM, na Rio Fashion. Dessa vez, vi até um desfile, o do Carlos Tufvesson (é assim? vou checar) e fiz muitas fotos. Quando eu chegar em casa posto algumas. Continuo sem saber o que o povo de moda tem contra a palavra moda, e no que week, que para mim é uma palavra dura e angular, é superior a semana, tão sinuosa. 00:10
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4.2.03
Cursos do Abel!Dica para cariocas que estejam querendo ficar espertos em Windows XP e hardware de PC: o meu amigo Abel Alves está abrindo duas turmas novas. Ele é uma fera no assunto: na verdade, vocês só estão lendo este blog porque ele pôs a minha máquina nos eixos... 04:38
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Amor filialAchei na Áurea (Gouvea!): Um velho vivia sozinho numa cidadezinha perdida no fim do mundo. Um dia, passado o inverno, quis revirar a terra para replantar o jardim, mas descobriu que o trabalho ficara muito pesado para ele. Seu único filho, que poderia ajudá-lo, estava na prisão. O velho, no auge da tristeza, escreveu-lhe uma carta: "Querido filho, Estou triste demais porque, pela primeira vez, não vou poder replantar o jardim. Você não imagina como isso me dói...! Sua santa mãe, que Deus a tenha, gostava tanto deste jardim! Acabo de descobrir, porém, que estou velho demais para revirar a terra. Ah, filho querido, se você estivesse aqui, este seria um problema a menos na minha vida... Que falta você me faz!" Pouco depois o velho recebeu um telegrama: "PAI NAO ESCAVE JARDIM PT CORPOS ENTERRADOS LAH PT SAUDADES" À primeira hora da manhã seguinte, um helicóptero desceu ao lado da casa do velho. Dele desembarcaram policiais e agentes especiais que, sem dizer uma palavra, reviraram o jardim inteiro. Não encontraram nenhum corpo, voltaram para o helicóptero e foram embora, sem dar satisfação ao velho que, confuso, escreveu outra carta para o filho, relatando o ocorrido. Três dias depois, veio a resposta: "Pronto, pai! Pode replantar seu jardim. Aqui de onde estou, isso é tudo o que posso fazer por você... Muitos beijos!" 04:21
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Achei aqui04:17
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Oops, esqueci...Notícias do frontComo a essa altura já sabem os leitores do Segundo Caderno, na semana passada fui à Fashion Week de São Paulo para conhecer os novos lançamentos de celulares da Samsung. Aqui já bati nesta tecla algumas vezes, mas acho que essa história ainda vai dar muito pano para a manga — expressão, aliás, perfeitamente adequada ao caso: em breve, lugar de telefone celular não vai mais ser caderno de informática, mas sim revista de moda. Há algum tempo fabricantes e operadoras descobriram o óbvio: no dia em que todo mundo que quer ou precisa de telefone móvel tiver o seu, o mercado pára, ou quase isso. Na Finlândia, por exemplo, 95% das pessoas têm telefone, e este percentual só vai mudar no dia em que a Nokia conseguir convencer os 5% restantes. Que não têm telefone não porque não tenham meios para isso, mas porque não querem ter telefone: são opositores conscientes. Ora, é mil vezes mais fácil convencer um trabalhador que ganha um fiapo de salário a abrir mão de meio fiapo para que a filha tenha um Oi da Xuxa do que fazer a cabeça dessa gente. Cria-se, então, uma necessidade artificial. Daqui a pouco estaremos todos trocando de celular porque nossos aparelhos estarão irremediavelmente fora de moda, e nos denunciarão como seres do pré-cambriano. E como se transforma um objeto utilitário em acessório de moda? Simples: enturmando-se com o pessoal da moda. Daí o patrocínio da Samsung à Fashion Week, e sua associação com três dos principais estilistas brasileiros — Reinaldo Lourenço, Ricardo Almeida e Walter Rodrigues — que criaram, para essa edição da semana, alguns acessórios chiques para os telefones. Não que o “Dream”, a belezinha vermelha que vocês podem ver aí ao lado, precise disso: ele é irresistível por si só. E é essa, justamente, a idéia. O “Dream” é um CDMA com todos os requisitos da última moda: campainhas polifônicas, secretária eletrônica embutida, gravador de voz, agenda, SMS, acesso à internet e uma janelinha que permite que se veja quem está chamando antes de abri-lo. Outro objeto falante extremamente cobiçável é o “Xelibri”, da Siemens, apresentado — num evento de moda, é lógico — na última quarta-feira, em Munique. Este já nem disfarça: vem de fábrica com a definição Fashion Accessory, e pronto. O fato de que seja um telefone é, aparentemente, secundário — até mesmo ao se considerar a posição das teclas, muito criativa mas, a meu ver, complicadíssima para quem já se habituou à disposição padrão das teclas nos modelos móveis. O que vai ter de gente fazendo ligação errada com esta belezinha vai ser uma grandeza — mas, who cares ? O importante agora, saibam, não é mais falar: é ser fashion. Ah, sim: o “front” do título desta nota não se refere bem ao que vocês estão pensando. É, para ficar no clima, uma alusão à coluna da Mara Caballero, no Ela. Fashion eu, não? Notícias do front IIEnquanto isso, na internetBR, o UOL acaba de dar uma rasteira inacreditável em cerca de 255 provedores afiliados. Primeiro, distribuiu entre os usuários um “discador exclusivo”, conectado a uma linha 1500, dizendo que havia modernizado sua infra-estrutura para proporcionar a todos “maior qualidade e segurança”; depois, pimba! cancelou, unilateralmente, os contratos que havia feito ao longo do tempo com pequenos e médios provedores em todo o país. Muitos deles fizeram investimentos de peso por conta da parceria, entregaram ao UOL sua carteira de clientes e agora estão no ora veja. Quanto à linha 1500, é igual àquela utilizada pelos provedores gratuitos que o UOL critica com tanta veemência. Todo mundo sabe que o barco da internet anda navegando por mares agitados, e que a situação do UOL não é lá aquelas maravilhas. Todo mundo também sabe que empresas não têm sentimentos, e que, no final, o que conta mesmo é o vil metal. Ainda assim, fiquei chocada com essa história. Conheço vários pequenos e médios provedores, cujo crescimento acompanho desde o início das operações da internet comercial no país, e sei como foi dura a sua luta. Acho muito triste que, aos poucos, estes empreendedores valentes e visionários acabem derrotados por dois ou três mega-conglomerados. Uma internet nas mãos de meia dúzia de gigantes gêmeos é, certamente, uma internet mais manipulável pelos poderosos, mais fácil de censurar e muito mais indefesa do que uma rede tecida por centenas de pessoas com propostas, idéias e ideais diferentes. OBS: “Front”, aqui, é front mesmo. (O GLOBO, Informática etc., 03.02.03)04:15
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3.2.03
Brasil e os EUA trocaram seus presidentes? Richard Adams, THE GUARDIAN, 29.01.03 É surpreendente que ninguém tenha notado, mas parece que houve uma terrível confusão envolvendo presidentes no continente americano.
Há algum tempo afirma-se que o presidente dos EUA, George W. Bush, não sabe o que faz. A explicação é simples: ele deveria ser o presidente do Brasil.
Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, deveria ser o presidente dos EUA. A confusão é óbvia se considerarmos os fatos.
Oligarcas abastados, que alcançam altos postos por meio do nepotismo, promovem amigos da família no governo enquanto presidem o relaxamento corporativo e acumulam dívidas enormes com incentivos fiscais para seus simpatizantes ricos e direitistas - é esse o tipo de comportamento pelo qual os presidentes sul-americanos são famosos.
Enquanto isso, políticas de austera prudência fiscal, aplaudidas pelos mercados financeiros internacionais, e duras reformas na assistência social são o que se espera dos líderes dos EUA.
Porém, numa bizarra guinada geopolítica, esses estereótipos se inverteram. (O resto você encontra AQUI; e a versão original em inglês, AQUI) Quando eu li este texto (que a Bia Badaud me recomendou) na quinta passada, gostei tanto que mandei um bilhetinho pro autor, dizendo que a sacada era ótima, mas que estava bem assim, que a gente dispensava o Bush, obrigada. Ele respondeu na sexta: "Cora -- of course you don't want to give up Lula, but what about world peace? The rest of the world would be very grateful to Brasil! And Mr Bush would soon get bored --there's no baseball in Brasil -- and go back to his ranch in Texas..." 11:40
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Millôr, ontem, no JB:"Anda circulando aí na Internet, com meu nome, um artigo atacando a cantora Kelly Key. Também anda circulando na Internet um artigo grosseiro sobre palavrões, com meu nome. Pesquisei na Suíça. Nada com meu nome." 04:22
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VanguardaMeu coleguinha André Machado tem razão: vanguarda de verdade é a internet. 04:19
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Com certo atraso... A verdade é que, entre viagem à China, máquina fora do ar e blog congelado acabei deixando todas as minhas leituras no atraso, e só agora li o que o Mario Sergio Conti escreveu, há uma semana, sobre o Beaujolais, aquele vinho de m... oops. 03:48
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Blog by comments
Ajudem o Matusca a bater o recorde de comentários do mundo blog! Afinal, ele está consolidando uma grande tendência da temporada (ahá! então vocês achavam que eu não ia aprender nada na Fashion Week?!): blogar por comentários. Todo mundo lá...!
(Agora, falando sério: não enrola, Matusca!!! Queremos as histórias todas: como é que foi esse lance aí com a Brigitte?!)Esqueçam este post! Fui ameaçada com spams eternos!!! 03:35
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A mi me gustan las situaciones bien aclaradas... 01:07
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2.2.03
Sonhos engarrafadosO frasco da foto é uma preciosidade: um Lalique não documentado, feito possivelmente para um perfume de Forvil, entre 1922 e 1924. Foi vendido por U$ 100.500,00 (cem mil e quinhentos dólares, para que não restem dúvidas) no último leilão Art & Fragrances, realizado na Suiça em novembro do ano passado. Este leilão é a Meca dos colecionadores de perfumes, o evento mais importante do ano para um bando de malucos que se dedicam a garimpar antiquärios e brechós atrás de garrafas velhas. O catálogo do leilão, apresentado por Christie Mayer Lefkowith, uma das maiores autoridades mundiais em perfumes antigos, é referência básica para cotações de preços de frascos e apresentações importantes. Como é que eu sei disso? Ora, porque, durante algum tempo, colecionei miniaturas de perfume avidamente -- e tudo o que diz respeito a perfumes me interessava muitíssimo. Li o que havia para ler, troquei centenas de emails com outros colecionadores, comprei, vendi, fiz barganha e amizade com gente do mundo inteiro, como Janice Holton, que mantém este ótimo site; depois cansei, mas até hoje adoro a minha coleção, que é bem interessante. A peça de que mais gosto é uma caixa de papelão com 20 garrafinhas vazias de Jet, de Corday, que alguém descobriu entocadas no sótão de uma farmácia numa cidade qualquer do interior dos EUA. Durante a Segunda Guerra, com a dificuldade de transporte, alguns perfumes franceses (sobretudo miniaturas) deixaram de ser exportados engarrafados, e passaram a seguir em galões para o seu destino. As minhas garrafinhas ficaram, obviamente, esperando um conteúdo que se perdeu pelo caminho. Não tenho vontade de aumentar a coleção, mas não passa pela minha cabeça me desfazer dela. Gosto das miniaturinhas, do seu jeito bonito e delicado e, sobretudo, da idéia dos cheiros. Idéia, mesmo: há poucas coisas mais fedorentas no mundo do que um perfume antigo -- mas, obviamente, não é ele que atrai os colecionadores, e sim o que representa. Este é um universo maluco, em que quanto mais intocada estiver uma embalagem, melhor. Já vi verdadeiras fortunas sendo pagas por caixas que estão fechadas há mais de oitenta anos, e que assim, provavelmente, ficarão até o fim dos tempos. Nunca entendi isso muito bem, e tenho pena dos perfumes que não cumpriram o seu destino -- muito parecidos, aliás, com os bonecos de coleção do Toy Story 2. Eu gosto de abrir as minhas miniaturas novas, aquelas em que o perfume ainda está vivo, e viajar nos cheiros que eles têm. Às vezes até uso umas gotinhas, mas o Rio -- como qualquer cidade quente -- é um péssimo lugar para perfumes. De resto, acho que os cheiros -- quaisquer cheiros -- têm hora. Há coisa mais abominável do que uma pessoa que chega a um lugar depois do perfume que está usando? Ou que vai embora e deixa o cheiro solto, no elevador? Argh: AR! 03:56
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1.2.03
IUHUUUUUU!!! ELE VOLTOU!!!! 20:53
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Recebi da Luciana Ayres: valeu, Lu, é ótimo! 17:18
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06:41
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