31.10.05 A Grande Pajelan�aPara mim, a Futurecom � uma esp�cie de Grande Pajelan�a das Telecomuni��es. Durante tr�s ou quatro dias re�nem-se em Florian�polis todos os executivos de operadoras, fabricantes de equipamentos, altos funcion�rios do governo, jornalistas da �rea.H� palestras b�sicas, ao alcance da compreens�o de qualquer interessado; h� coisas cabeludas que s� interessam, e s� s�o compreens�veis, a engenheiros de telecom com uns tr�s t�tulos de p�s-gradua��o. H� muito �ba-�ba, algumas festas e, sobretudo, h� uma �tima oportunidade para se encontrar as pessoas do setor, ver o que vai ser lan�ado ao longo dos pr�ximos meses e conferir para que lado sopram os ventos. H� muitos fabricantes de produtos pesados, muitos neg�cios de infra-estrutura mas, para n�s, usu�rios, o que interessa, em �ltima inst�ncia, � o que vai chegar �s nossas m�os, e por quanto. H� poucas coisas mais pessoais, hoje, do que um celular -- o aparelho que est� sempre ao lado do dono, mesmo quando ele deixa todo o resto do seu arsenal tecnol�gico em casa. Isso explica a imensa variedade de modelos e desenhos em que os fabricantes est�o apostando. A Motorola, consciente do poder de atra��o do Razr (o mais fino dos aparelhos e, para mim, o mais lindo de todos), apresentou um sem n�mero de variantes em torno do seu design, de um modelo CDMA -- para acabar com a inveja dos usu�rios Vivo -- a um modelo pink, desconcertante para quem est� habituado aos discretos pretos e pratas do mercado. Os usu�rios Vivo, por sinal, ter�o boas surpresas. Depois de um ano de vacas magras, em que pouqu�ssimos telefones realmente interessantes foram lan�ados no mundo CDMA, h� uma fartura de aparelhos poderosos e bem desenhados chegando �s lojas do bonequinho transparente. O 6265, da Nokia, um slide de linhas limpas e elegantes, tem n�o s� uma c�mera de 2Megapixels como, ainda por cima, tela com 262 mil cores, o que oferece uma defini��o assustadora. Ele � um objeto de desejo at� para os mais mimados usu�rios de celulares GSM, que sempre t�m uma escolha maior � sua disposi��o. Ningu�m quer falar em pre�os. A concorr�ncia anda claramente cabreira com a Claro, que tem vendido celulares a pre�os de fato barat�ssimos; � ela quem vai dar o tom das vendas do Natal que se aproxima. E, pelas esquinas, descobrem-se segredinhos �teis e interessantes: o limite de cem m�sicas do Razr, imposto pela Apple para evitar a concorr�ncia com seu pr�prio iPod, n�o � nada que um hacker com um m�nimo de know-how n�o resolva. Ah, essa garotada incorrig�vel...!!! (O Globo, Info etc, 31.10.2005) PS pro blog: as fotos voc�s j� viram todas. Ilustrei a mat�rias com as pr�prias fotos de celular que mandava de l�. Me pareceu mais interessante cobrir uma feira de telefonia com telefones do que usando as c�meras "comuns", n�? ![]() Emerg�ncia geral!Pessoas, o CCZ est� LOTADO de c�es e gatos abandonados; a �nica esperan�a para eles � a ado��o. H� bichos de todas as cores, sexo, idade e temperamento.Todos est�o vacinados e bem cuidados, mas o CCZ, como voc�s sabem, � o fim da linha para os bichinhos abandonados, como esses das fotos. Os melhores dias para ado��o s�o as segundas, ter�as e sextas, quando os drs. George e Veronica est�o no local. O CCZ fica no Largo do Bodeg�o 150, em Santa Cruz, RJ; os telefones s�o 3395-2142 e 3395-1595. 30.10.05 A vista do quarto![]() Ein-taum (com sotaque paulistano): antes de me mudar para este pr�dio, eu j� morava aqui na Lagoa h� um temp�o, dois pr�dios mais para l�, na dire��o do Corte. O antigo, na ponta de um desses grupos de edif�cios de pilotis, tinha quatro apartamentos por andar. Eu morava na melhor coluna, a que fazia esquina. Tinha vista de frente pra Lagoa na sala, e vista lateral pra dita cuja nos dois quartos. Eu vivia de olho neste pr�dio onde moro hoje, por ser ent�o um dos poucos vi�veis para mim; os vizinhos todos s�o um por andar, impratic�veis. Hoje este seria impratic�vel tamb�m; mas na �poca ainda n�o existiam os quiosques, a Lagoa era um lugar perigoso, havia mortandade de peixes, etc. etc. etc. E este tem dois apartamentos por andar e n�o tem garagem, s� uma esp�cie de p�tio comum de estacionamento. Foi um longo namoro. Quando aparecia um apartamento legal eu n�o tinha grana, quando eu achava que tinha grana n�o aparecia apartamento nenhum... enfim, ao cabo de uns dez anos, fez-se uma conjun��o astrol�gica favor�vel e pude vir pra c�. A vista da pedra e do mato foi uma revela��o, e uma novidade t�o grande que passei muitos meses praticamente sem olhar pela janela da sala. Eu punha uma cadeira no quarto virada para a janela e ficava namorando o morro, que os gatos tamb�m adoram. Os tr�s quartos -- o escrit�rio, o quarto da Bia e o meu -- t�m essa vista. De uns tempos para c�, uns pombos se estabeleceram numa das fendas da pedra, e ficam arrulhando. Os gatos est�o convencidos de que � uma provoca��o. Se n�o houvesse a tela nas janelas, eles com certeza iam l� mostrar para aqueles bichos com quantos paus se faz uma canoa. Antes iam se esborrachar l� embaixo, coitadinhos, Deus me livre -- mas n�o digo isso a eles n�o. Digo apenas que � claro, que � l�gico que ensinariam duas ou tr�s coisas �queles pombos safados. Para come�ar o domingo de bom humorPondo a leitura da semana em dia, topei com essa hist�ria maravilhosa do Ribondi nos seus tempos de funcion�rio da Embaixada de Trinidad e Tobago em Bras�lia.Fiquei aqui rindo sozinha, feito uma idiota. E os gatos olhando de banda, cabreiros, sem entender a piada. 29.10.05 Quantos somos?Pessoas, temos um novo contador instalado a� no cantinho. Visualmente � igual ao anterior, mas foi feito pelo Rafael Cotta, que jura de p�s juntos que jamais por� nele popups ou an�ncios insidiosos; tudo o que ele quer � um modesto link pra o seu �timo site de m�sica Cifradas na Web.Valeu, Rafael! 28.10.05 Precisa-se desesperadamente: quem saiba dar comprimidos a gatos e possa hospedar uma gatinha linda por duas semanasEscreve o querido Truda:"Tenho que ir a Angra dos Reis semana que vem para trabalhar na Festa Internacional de Teatro de Angra. Ocorre que a Preta contraiu uma rinite que a deixou com o nariz maior que o do Pin�quio e precisa tomar 1/4 de comprimido de Cetoconazol duas vezes por dia durante dois meses. Identificado o vil�o dos popups!!!Escreve Eduardo Stuart:"Se lembra da queixa da Marcela sobre o surgimento de popups durante o acesso ao internETC? Naquela ocasi�o cheguei a imaginar que a m�quina dela estava infectada com algum tipo de spyware e n�o dei muita aten��o ao caso, exceto recomendar a instala��o do Spybot Search and Destroy. Mas relendo alguns coment�rios antigos, v� que outra pessoa tamb�m se queixou e fui investigar para ver se realmente algum servi�o agregado estava exibindo popups, mesmo que esporadicamente.De modo que sai o n�mero de usu�rios online, um feature engra�adinho mas safado, que estava infernizando a vida de tanta gente. Ent�o: n�o digo que o Eduardo � o m�ximo?! :-) Deu na BBCDeu na BBC Brasil. Se for verdade, � uma bela not�cia! Amanh�, quando eu estiver mais descansada, vou procurar uma fonte confi�vel na imprensa italiana.Roma vai multar quem n�o levar c�o para passearPor enquanto proponho o seguinte: vamos fazer um bol�o? Quanto tempo levar� o senhor Victor Fasano para arrancar da falida prefeitura carioca a verba para uma agrad�vel temporada em Roma, estudando in loco a nova legisla��o? O senhor Fasano, talvez alguns ainda se lembrem, � aquele ator de "Am�rica" que, nas horas de folga, exerce o cargo de Secret�rio Municipal de Promo��o e Defesa dos Animais. Enquanto isso, no Ir�...N�o � s� o Estado de Israel que est� na mira dos repulsivos dirigentes iranianos. Qualquer cidad�o que ouse expor sua opini�o paga caro por isso; entre eles, naturalmente, est�o os blogueiros.O Emerson resumiu a situa��o: -- No Ir� dos aiatol�s os blogueiros continuam sendo presos. Presos, s�o torturados. Um deles foi condenado por um daqueles "tribunais" isl�micos e, entre outros mimos -- pois continua preso -- levou 30 chibatadas. 27.10.05 o jardim da leilado post sobre assombra��es; foi a leila quem contou:"eu estava no meu apartamento novo. o ap tinha vista para a floresta, era em laranjeiras. Os moradores antigos jogavam lixo pela janela e fizeram um semi c�rculo de nojo na floresta. eu limpei tudo, deu um trabalho insano. Keaton abre a porta para mim![]() A foto deixa muito a desejar, mas foi feita com o telefone e seu min�sculo flash; n�o deu tempo de pegar a m�quina quando a vi de prontid�o diante da porta... ![]() A saga dos quero-querosConstituir fam�lia entre humanos? Imposs�vel...H� tr�s ou quatro anos, um casal de quero-queros estabeleceu-se na minha vizinhan�a. Nos primeiros tempos, assim que avistavam algu�m, davam gritos alarmados e voavam para longe, espantados com os estranhos; mas, aos poucos, foram se acostumando com pessoas, sobretudo com os habitu�s da casa. Mantiveram sua natural desconfian�a dos c�es, por�m, e nunca foram com a cara da capivara. Sempre que ela aparecia, entravam em alerta m�ximo. Com isso, ali�s, me proporcionaram diversos encontros com a popstar da Lagoa, que entre meia-noite e uma da manh� costumava aparecer para beber �gua em frente de casa. Eu ouvia a ala�za l� de cima, descia, e dito e feito -- l� estava ela, imponente, com seu olhar altivo, como se perguntasse o que diabos havia de errado com aquele casal barulhento. * * *Como todo casal, ali�s, os meus quero-queridos tamb�m sonham constituir fam�lia -- mas n�o t�m dado sorte. Da primeira vez que notei um ninho seu, h� dois anos, ele estava perigosamente pr�ximo da Lagoa, e foi levado pelas �guas nas primeiras chuvas.O segundo ninho que vi teve o mesmo destino. Quando observei um terceiro ninho, achei que estavam progredindo: afinal, abandonaram a margem e foram para um cantinho mais alto, no campo de beisebol. Puseram tr�s ovos e tudo ia muito bem, at� que chegou o Natal e, com ele, a festa da �rvore da Lagoa. Quando os oper�rios come�aram a erguer os palanques, ainda pedi a um dos respons�veis que tomasse cuidado com o ninho; mas, no dia seguinte, l� estava a constru��o, plantada sobre os restos do lar dos quero-queros. Em agosto passado, novo ninho. O campo de beisebol est�, como o resto da cidade, completamente detonado; e eu achei que, com os jogadores impossibilitados de treinar e o Natal ainda longe, eles tinham, enfim, uma boa chance de procriar. Puseram dois ovinhos. A essa altura, j� eram vigiados por v�rios vizinhos. Um dia, quando desci para ver se tudo ia bem, encontrei um dos passarinhos machucado, se arrastando pelo campo com o que parecia ser uma asa partida ou uma perna quebrada. Fiquei horrorizada. Quem teria feito aquela maldade?! Um senhor que passava parou tamb�m e l� ficamos, tecendo considera��es sobre a insensibilidade humana. Tirei v�rias fotos do meu quero-querido para envi�-las a um veterin�rio e pedir conselho. Ampliadas no computador, no entanto, as fotos n�o revelaram nada errado. Tudo estava no lugar. Intrigada com o mist�rio, peneirei a internet atr�s de mais imagens de quero-queros -- para descobrir que era tudo fingimento! Os quero-queros desviam a aten��o de poss�veis predadores fazendo-se de feridos, e afastando-se cada vez mais do ninho, num desempenho digno de Oscar. Mas isso n�o salvou os ovinhos, que um dia apareceram quebrados no ninho, como se uma bola houvesse rolado por cima deles (foto pequena, acima). Foi uma tristeza enorme para todos n�s que est�vamos na torcida; mas eis que, em setembro, ainda no mesmo ninho, eles puseram mais dois ovos, lindos, todos pintados. Como os quero-querinhos levam cerca de 30 dias para se formarem, havia tempo de os filhotes nascerem antes da habitual confus�o natalina. Enquanto eu estava na Europa, amigos me mandaram fotos e not�cias do ninho: os pais finalmente estavam tomando ten�ncia e, agora, reagiam com rasantes furiosos � aproxima��o de qualquer bicho ou pessoa. Assim que cheguei fui visit�-los. Encontrei-os em pleno choco. Gritaram comigo e me amea�aram, abrindo as asas e mostrando o poderoso espor�o que trazem escondido; depois me deram uns rasantes ferozes. Fiquei encantada: com essa atitude, talvez conseguissem chegar ao fim da miss�o. Os filhotes s�o nid�fugos, isto �, nascem prontos e logo fogem do ninho, como pintos ou patos; assim, talvez estivessem at� a salvo dos cachorros que passeiam por l�. Pelos meus c�lculos, os passarinhos nasceriam esta semana; mas n�o tiveram esta chance. Foram assassinados no s�bado � tarde. Quando fui conferir o ninho no domingo, encontrei-o vazio e cercado de pedras, como se algu�m tivesse apedrejado os quero-queridos. De um dos ovos n�o havia sinal; o outro estava ali perto, quebrado, com um peda�o de pau ao lado. Dentro, o que restava de um miniquero-quero, com penas e tudo, prontinho para a vida. S� n�o estava pronto, o pobrezinho, para o ser humano. N�o h� not�cias dos pais. (O Globo, Segundo Caderno, 27.10.2005) ![]() Emerg�ncia felina!Escreve a Aline:H� algumas semanas procurei dono para esta gatinha, de seis meses, que foi abandonada no lixo do Ceasa em S�o Gon�alo. Al�m de linda, ela � um doce, adora um colo e � muito carinhosa e tranq�ila. Mas ap�s duas ado��es frustradas descobri que ela escolhe uma das pessoas da casa para dono e n�o deixa mais ningu�m chegar perto. Passa a implicar com todos os outros integrantes da casa, sejam eles c�es, gatos ou humanos.Aos solteiros da pra�a: pessoas, esta � uma aut�ntica sialata! Sialatas, como voc�s sabem, est�o entre os gatos mais bonzinhos (e ciumentos) do mundo; s�o carentes e �tima companhia -- no caso desta gatinha, pelo visto, excelente companhia, desde que a casa seja s� dela e do seu b�pede... Papo de hotel![]() C� estou eu, de volta ao meu hotelzinho triste. N�o � um mau hotel, mas jamais inspiraria um poema como "A um hotel em demoli��o", um dos meus Drummonds favoritos, que come�a Vai, Hotel Avenida, vai convocar teus h�spedes no plano de uma outra vida.e mais n�o sei, porque cito de cor e n�o consegui achar o poema na rede; mas n�o, ningu�m jamais escrever� um "Vai, Hotel �bis, vai convocar teus h�spedes..." No way. Enfim, voc�s ficaram naquele papo de hotel l� embaixo e acabei me lembrando de uma viagem que fiz � Inglaterra, h� tanto tempo que equivale a outra encarna��o, e de uma estalagem onde havia um quarto mal-assombrado. Quem conseguisse passar a noite l� dormia de gra�a. Ningu�m do grupo se aventurou mas eu, naturalmente, que n�o acredito nessas coisas, topei a parada. Quarto mal-assombrado, ha... A estalagem era antiqu�ssima, uma das primeiras do pa�s, e uma das mais bem conceituadas. Os quartos vinham sendo reformados com capricho desde a invas�o normanda, ou coisa que o valha -- menos, naturalmente, o tal quarto que diziam mal-assombrado. Pelo menos, foi essa a impress�o que tive quando o porteiro me levou at� l�. -- Hmmm, t�, um trem-fantasma de �poca, -- pensei com meus bot�es, vendo os m�veis pesados, a l�mpada de 25 velas, a pele de urso no ch�o. -- Nessa n�o caio. Estava cansad�ssima e ca� sim, mas na cama. Pelo sim pelo n�o deixei a luz acessa; pelo tanto que "iluminava", n�o fazia a m�nima diferen�a. Li um pouco, virei pro lado e tentei dormir. Estava frio �s pampas, mas o edredon era bom e eu estava bem agasalhada. Bom. Voc�s acreditam que n�o consegui dormir?! Na verdade, sequer consegui ficar no quarto. N�o havia barulho de correntes se arrastando nem golpes de ar encanado, gargalhadas sinistras ou luzes bruxoleantes -- nada, enfim, daquelas coisas que a gente associa a fantasmas. Mas o diabo daquele quarto tinha, sem sombra de d�vida, a pior vibra��o que j� experimentei na vida. Brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr! No come�o, fiquei com raiva de mim mesma, achando que estava me deixando influenciar pelo folclore da casa. Espantei os pensamentos mals�os da cabe�a, li mais um pouco -- mas a ang�stia indefinida e secular que ocupava o espa�o era muito mais forte do que o meu ceticismo. N�o cheguei a sair correndo porque, ora, tenho o meu orgulho, mas, l� pelas tantas, catei meus ter�ns e, de orelhas murchas e rabo entre as pernas, fui para a recep��o pedir outro quarto. O porteiro, que j� contava com a minha desist�ncia, tinha um prontinho me esperando. N�o muito mais bem iluminado do que outro, n�o muito diferente em termos de decora��o, mas... juro, normal. Dormi feito uma pedra envergonhada e, no dia seguinte, fui alvo da goza��o dos meus colegas. At� hoje n�o sei o que havia de errado com o quarto, que revirei todo e que parecia perfeitamente comum. Pena que n�o me lembro mais do nome da estalagem. Eu achava que era The Feathers, em Ludlow, um dos hot�is mais antigos em que me hospedei, mas no seu website n�o h� refer�ncias ao quarto mal-assombrado -- e n�o acredito que abrissem m�o deste privil�gio. Afinal, na Inglaterra, um quarto mal-assombrado vale mais do que uma boa recomenda��o do Michelin. Tudo bem, um dia eu lembro. Durmam bem! 26.10.05 A balada do hotel tristeEstou hospedada num Ibis. Esta rede de hot�is, que faz o g�nero "pobre mas limpinho", � essencialmente funcional: a di�ria custa R$ 95 e h� uma geladeira no quarto que, inteligentemente, abastecemos com itens que compramos no bar -- o indefect�vel Suflair, as castanhas de caju, sucos, refrigerantes.O restaurante � um buffet sem sofistica��o, mas de comida fresca e farta. As paredes do quarto s�o amarelo claro e salm�o, as cortinas verde claro. H� uma escrivaninha com v�rias tomadas bem colocadas, uma cadeira, um espelho, uma gravura que lembra uma aquarela europ�ia mas n�o quer dizer nada, um arm�rio min�sculo, uma TV de 20". O banheiro � pequeno, branco, limpo, com uma excelente ducha. O sabonete � min�sculo, o shampoo idem; h� uma tentativa de torn�-los mais atraentes com flores estampadas na embalagem. No hall do t�rreo, que � espa�oso e tem m�veis claros mas pouco aconchegantes, h� sempre grupinhos de h�spedes, geralmente homens, jogando conversa fora em torno de uns salgadinhos e umas cervejas. O Ibis est� longe de ser um hotel ruim; mas � dos mais deprimentes que conhe�o. Nunca fiquei num deles sem me lembrar de Willy Loman, o inesquec�vel caixeiro viajante de Arthur Miller. Hot�is muito ruins �s vezes me despertam a imagina��o, e penso em tipos esquisitos, pessoas no fio da navalha; com sorte, alguns t�m mais personalidade do que pulgas, e � at� poss�vel sonhar cenas diretamente sa�das de Graham Greene em seus quartos e corredores. Mas essa coisa medianamente m�dia do �bis me sufoca. Enquanto escrevo vejo este mesmo quarto repetido ao infinito, sem nenhuma varia��o, cada qual com seu h�spede solit�rio que est� aqui n�o por uma grande aventura ou por algo misterioso, mas para ir ali na Futurecom, ou onde seja, apresentar ou comprar um produto, e depois voltar para casa. Ao mesmo tempo, tenho pena do �bis, que no fundo � muito correto na rela��o custo x benef�cio, e faz um grande esfor�o para ser simp�tico, seja atrav�s da cordialidade dos funcion�rios, seja atrav�s de uns cartazinhos feitos para comunicar aos h�spedes que podem se sentir aqui como se estivessem em casa. N�o adianta. A grande aventura do mundo n�o passa por aqui; nem sinal "dos prop�sitos que nos acariciam nos grandes terra�os dos hot�is cosmopolistas e que doem por sabermos que nunca os realizaremos". O �nico prop�sito que nos acaricia no �bis � terminar logo o que temos a fazer na cidade e voltar para casa. 25.10.05 P�na estradaGra�as ao 6681, estou teclando no avi�o: ele pode ser ligado sem que o telefone entre no ar. Perdi o v�o da Tam, e tive que correr feito uma doida para pegar outro avi�o: os v�os para Florianopolis est�o LOTADOS... Antes da chuvaO quero-querinho morto n�o foi a �nica coisa triste que fotografei no domingo. Uma semana depois de ter sido estuprada pela governadora e por seus comparsas, a Lagoa continuava cheia de isopor.D. Luzia no Dedo de DeusO Andr� Neves conseguiu descobrir uma foto da hist�rica escalada da D. Luzia Caracciolo ao Dedo de Deus, em 1933, e escreveu um �timo artigo. Ela foi a primeira mulher a chegar l�.Mist�rio IIEmerson, Van, vets e povo que entende de bicho grande em geral: por que se mata o gado que est� com febre aftosa? Li na internet que, embora a doen�a seja muito contagiosa, n�o � necessariamente mortal; tamb�m n�o consegui descobrir se � ou n�o perigosa para humanos, mas aparentemente n�o �.N�o se poderia deixar os animais contaminados isolados at� a doen�a passar, ou trat�-los com alguma coisa? Acho t�o triste ver essa quantidade de bois e vacas sendo mortos! E me parece uma injusti�a horr�vel, mais ou menos como se a gente pegasse, sei l�, uma gripe forte ou um herpes, e fosse imediatamente executado... Mist�rioTudo bem, a gente gosta de saber que os rep�rteres da televis�o est�o no centro da a��o -- nunca entendi reportagens sobre terremotos no Afeganist�o ou guerras no Oriente M�dio cobertas a partir de Londres ou Nova York -- mas por que cargas d'�gua, literalmente, um rep�rter cobrindo um furac�o em Miami tem que estar do lado de fora, debaixo de chuva e com tanto vento que a gente nem entende direito o que ele est� dizendo?Agora mesmo o corrrespondente da Globo que est� l� mostrou um colega de uma TV americana sendo arrastado pelo vento. Eu, hein. 24.10.05 Efeito domin�Pequena explica��o t�cnica para Am�lie, leila (falsa), Betty, Clara e uns quantos nomes: quando algu�m se conecta � rede, sua m�quina se identifica atrav�s de um n�mero, o IP (de Internet Protocol Address).Este � um n�mero �nico, como, digamos, o n�mero do seu telefone. O IP pode ser fixo ou vari�vel, mas n�o vou entrar em detalhes a respeito disso para n�o sobrecarregar Tico e Teco. Ent�o, repetindo: voc� se conecta, e a sua m�quina passa a responder por, digamos, 200.200.200.200. Quando voc� escreve um coment�rio, o n�mero fica marcado, como ficam marcados os n�meros de telefone nas operadoras quando se fazem chamadas. Est� me seguindo? Pois vamos em frente. Quando algu�m tem um blog, como eu tenho este aqui, uma das fun��es de manuten��o � prestar aten��o � �rea de coment�rios. Se uma pessoa passa das medidas, bloqueio o tal IP. Trocando em mi�dos, dou ordens ao sistema para que n�o aceite mais mensagens vindas daquele n�mero. Veja bem: do n�mero, n�o da pessoa. Com isso, TODAS as mensagens escritas a partir daquela m�quina somem do ar. N�o bloqueio s� mal educados. �s vezes fico desconfiada quando h� uma quantidade estranha de tolices muito parecidas assinadas por nomes diferentes. Nesses casos, bloqueio o IP por pura curiosidade. E, sabe de uma coisa? N�o paga dez: agora, por exemplo, bloqueei a falsa leila -- que cometeu a bobagem de usar justamente o nome de uma amiga querida demais -- e, ora veja s�, imediatamente sumiram do ar os coment�rios da Betty, da Clara e de quantos nomes a mesma pessoa usou. Entendeu como funciona? Bacana, n�? Eu s� n�o acredito que, a essa altura do campeonato, eu ainda tenha que explicar coisas t�o simples a pessoas que j� andam, falam e at� postam em blogs... * enorme suspiro de cansa�o * ![]() A vida continuaNo mesmo dia em que foi descoberto o quero-queridinho morto, a Monica flagrou, ali ao lado, um espet�culo formid�vel: dois frangos d'�gua em p� de guerra, disputando as aten��es de uma f�mea.A s�rie est� �tima! ![]() Alô alô, Lisboa!Teresa, a Jussara não se conformou em não estar na foto de aniversário que fizemos para você e decidiu participar da festa, ainda que virtualmente...De modo que aí está a foto, agora "completa"... ;-) 23.10.05 Mais uma vez, os quero-queridos ficam �rf�osAs pedrinhas em volta do passarinho morto foram postas pela nossa Monica, em sinal de luto e carinho. Comparei fotos que fiz h� dois dias com as de hoje. H� muitas pedras grandes em torno do ninho, como se tivessem sido jogadas. Pedras n�o andam sozinhas. O coitadinho nasceria em um ou dois dias. Os pobres dos quero-queridos n�o conseguem emplacar uma ninhada... Quero meu jeton!Pois �. Em vez de sair para fotografar os quero-queridos, vou sair para fazer o trabalho que os congressistas deveriam ter feito, mas deixaram para n�s, ao custo aproximado de R$ 300 milh�es.�dio, �dio. Raiva, raiva. GRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR!!!! O dinheiro gasto neste referendo teria sido muito mais bem empregado se o governo, que se diz t�o preocupado com as mortes acidentais causadas por armas de fogo, deixasse a hipocrisia de lado e fizesse uma campanha educativa a respeito do seu uso. Isso evitaria muito mais mortes do que proibir o seu com�rcio legal. Se h� campanhas que ensinam a fazer soro caseiro, usar camisinha e cinto de seguran�a e evitar a prolifera��o de mosquitos, e se de fato h� armas em n�meros preocupantes nas m�os dos cidad�os, pergunto: por que n�o ensin�-los a lidar corretamente com elas?! H� muitas formas de se fazer isso sem estimular o uso de armas, apenas EDUCANDO; mas o diabo � que falar nisso � reconhecer a fal�ncia do Estado na �rea da seguran�a. De modo que, podem apostar, vamos continuar a ouvir p�rolas do marketing superfaturado, como a que proclama que "O melhor do Brasil � o brasileiro". D�������. * * *S� para dar uma id�ia da necessidade de uma campanha dessas. Li este trecho de not�cia no Globo:"O acidente que quase matou Maria Vit�ria aconteceu h� 17 anos. Durante um churrasco, a tia dela, que era major do Ex�rcito, chamou Anselmo para ver uma pistola nova. Achando que estava sem balas, Anselmo atirou em dire��o � mulher.N�o sei onde o cidad�o em quest�o fez o curso de tiro, mas N�O, ele definitivamente n�o errou por ter confiado na palavra da tia; errou por desconhecer a primeir�ssima regra de quem maneja arma de fogo. A menos que se queira dar cabo de algu�m, JAMAIS, em circunst�ncia alguma, aponta-se arma, descarregada ou n�o, para outra pessoa. Ponto. A ignor�ncia � mais perigosa do que qualquer arma -- sobretudo quando h� armas em jogo. E n�o se iludam, amigos do SIM: acabar com o com�rcio legal de armas n�o tiraria as armas de um sujeito desses, apenas o empuraria para a ilegalidade. O SIM �, ali�s, um grande refor�o para a ilegalidade -- que �, repito, onde est� a grande viol�ncia. Se o com�rcio de drogas fosse legalizado e controlado como � hoje o com�rcio de armas, os traficantes n�o teriam um mil�simo do poder que t�m; vencendo o SIM, ter�o mais uma fonte de lucro. Enfim. A essa altura as coisas j� devem estar quase decididas, e eu tenho mais � que correr pra pegar a minha ZE aberta. ARGHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! 22.10.05 Uma opini�o bem explicadaAcabo de receber este email do Marcos Martins, l� no jornal:Pessoal, somente esta semana fiz minha cabe�a sobre o referendo. Sou contra as armas. Nem mesmo quando penso em defesa pessoal ou de patrim�nio, consigo ver as armas como definitivamente �teis, pois n�o consigo concluir se a posse de uma arma num momento cr�tico defende ou exp�e mais ao risco a vida do "defendido".Se algu�m acha que nada disso que ele descreveu vai acontecer, boa sorte! Al�m da quest�o ideol�gica, penso exatamente assim. Acho que a cada porta legal que o governo fecha, abrem-se milhares de janelas na ilegalidade -- que �, ao fim e ao cabo, a origem da grande viol�ncia, aquela que desafia o Estado e zomba da nossa cara. Crimes passionais e acidentes dom�sticos existem desde o come�o dos tempos, e n�o deixar�o de existir. Ao contr�rio do que pensa o meu c�ndido e bem-intencionado amigo Luis Garcia, um marido que quer matar a mulher (ou vice-versa) n�o precisa de revolver na gaveta da mesinha de cabeceira. 21.10.05 Desaten��o ou mal�ciaCaetano Veloso, no Blog do Noblat, manda muito bem a respeito do jornalismo da Veja.O artigo � comprido (preciso dizer?) mas bem argumentado e escrito com a habitual eleg�ncia do autor. Gosto muito de quem usa a cabe�a para pensar. ![]() Dez anos em dez diasUm dos museus mais simp�ticos do Rio, o MIAN (Museu Internacional de Arte Na�f do Brasil), acaba de completar dez anos e, para comemorar a data, programou diversas atividades entre os dias 19 e 29 deste mes.Como eu chego atrasada a tudo na minha vida, naturalmente s� descobri o email do museu ontem de madrugada; mas ainda d� para voc�s aproveitarem quase toda a programa��o: O MIAN fica na Rua Cosme Velho 561, e seus telefones s�o 2205.8612 e 2205.8547. ![]() Show!!!Acabei de ver a Bibi Ferreira no J�.Sensacional! Amo, amo, amo Bibi Ferreira. E -- com licen�a, posso? -- vou dar uma de tiete, e postar uma foto com ela que eu adoro. � de 2001, mas n�o me lembro mais qual foi a ocasi�o. * * *H� muitos anos, quando a Bibi estava fazendo Piaf no Gin�stico, eu andava meio em crise. E ia ao teatro todo dia. �s vezes (quase sempre) a casa estava lotada, ent�o eu ficava l� quietinha, assistindo da coxia.A Bibi brincava, dizia que eu podia ser stand in de qualquer um, porque sabia a pe�a e as marca��es de cor. Sabia mesmo. Volta e meia �amos jantar juntas depois do espet�culo. Ora, a Piaf tinha um casaco de peles portentoso, daqueles que me d�o arrepios e vontade de pegar uma lata de spray; mas era parte do figurino, era uma rel�quia de outros tempos e, sobretudo, era da Bibi. N�o havia dinheiro de produ��o que pagasse um casaco daqueles. Assim, todos os dias, ela ia e voltava do teatro com seu casaco de vison -- �s vezes, debaixo de um calor de 30 graus. Na �poca, eu estava t�o acostumada com aquilo que nem reparava mais. Mas tempos depois, um dia, assim do nada, olhando pro teto e pensando na vida, me dei conta de que dupla esquisita a gente fazia -- eu com os meus jeans, camisetas e sand�lias de sempre, e a Bibi de casaco de vison, cal�as compridas e... havaianas. Quando havaianas n�o estavam na moda. Muitas saudades daquele tempo, muitas. 20.10.05 Novo sistema de comunidadesO Opera inaugurou ontem, oficialmente, o seu site de comunidades, que j� estava no ar, sem alarde, h� alhum tempo. Essencialmente, � muito parecido com o Multiply e todos os que o seguiram: tem espa�o para blog, fotos, agenda de amigos, grupos, forums.Gosto muito do Opera, a meu ver um browser cheio de qualidades (agora inclusive gratuito), mas injustamente depreciado na briga dos bilh�es do M$ IE e do hype em torno do Firefox. Em aparelhos pequenos, como PDAs e celulares, ter um Opera ou n�o faz toda a diferen�a do mundo: com o Opera, o que voc� v� na telinha � internet, ponto. Com os outros, apenas uma tentativa de chegar l�. Mas o Opera tamb�m tem as suas esquisitices. Por exemplo: hoje � tarde abri l� um espa�o para mim, para ver como andam as coisas. Eu estava usando IE, e tudo correu �s mil maravilhas. Agora, quando tento fazer login pelo Opera, na minha pr�pria conta, n�o consigo. Volto pro IE, e consigo. J� dei logout, fui pro Opera, tentei de novo -- nada. N�o d� para entender o que est� acontecendo, e eu estou com dor de garganta, o que tira muito da minha habitual paci�ncia com sites teimosos. Ainda assim, recomendo a todos n�o s� o Opera, como browser, como uma voltinha pela �rea de comunidades, que � muito f�cil de usar e pode dar samba, com muitos features interessantes. N�o se esque�am que ela � novinha, acaba de nascer e ainda precisa de uns ajustes. Qualquer d�vida, � s� perguntar pro meu amigo Aylons Hazzud, aqui nos coment�rios; pouca gente conhece o Opera feito este garoto. ![]() Cruzes! O que � que os bichos t�m com isso?!Governadora demonstra completo descaso pela vidae pelo meio-ambiente em festinha do SIM Levei um susto quando abri a janela no domingo: a Lagoa estava um lixo, emporcalhada por algo que, do meu ponto de vista, parecia ser mortandade de peixes ou uma suspeita espuma branca, recolhida com uma rede. Desci para ver o que estava acontecendo: num primeiro momento, respirei aliviada. N�o era nem mortandade nem espuma t�xica. Eram os restos daquele criativo evento da turma do SIM, que, com as b�n��os da governadora, jogou na Lagoa, como se esta fosse a lata de lixo do Pal�cio Guanabara, milhares de cruzes de isopor, representando, segundo os organizadores, "os mortos por armas de fogo". * * *O al�vio durou pouco. O material estava se desfazendo, e a �gua, coitada, j� de si bastante polu�da, estava coalhada de peda�os de isopor, risco certo para os peixes, bigu�s, frangos d'�gua e tantos outros habitantes da �rea que nada t�m a ver com a demagogia que cerca este referendo, e que agora pagar�o com suas vidinhas verdadeiramente inocentes pela op��o da governadora.Em vez de orar pelos mortos, ela faria melhor chamando �s falas o senhor seu marido, que, como ex-governador e ex secret�rio de Seguran�a, nada fez para mudar o tenebroso quadro da viol�ncia no estado; tamb�m n�o lhe faria mal se, como governadora que �, se recolhesse ao pal�cio para meditar a respeito da quantidade de vidas, humanas e animais, que j� se perderam devido � in�rcia do governo. * * *Na verdade, como moradora desta cidade, sinto-me pessoalmente ofendida cada vez que qualquer autoridade respons�vel pela "nossa seguran�a" vem a p�blico deitar fala��o, como se isso -- a nossa seguran�a -- existisse.Ser� que acham que somos todos idiotas?! Acham que ignoramos que circulam, �s nossas custas, em carros blindados, cercados de seguran�as?! Acham que n�o vemos o que acontece � nossa volta, que engolimos as suas mentiras, que n�o nos damos conta da sua covardia?! Acham que n�o nos ressentimos de n�o podermos usar a nossa cidade, de n�o podermos ter uma bicicleta melhorzinha, de usar a corrente com o santinho ou um rel�gio mais bonito? Acham que gostamos de andar com os vidros dos autom�veis permanentemente cerrados, ou de ver todos os bares e restaurantes fechados, e de ter que voltar para casa quando os argentinos (logo eles!) mal come�am a se preparar para sair para a noite esplendorosa de Buenos Aires?! * * *Pois domingo, voltando ao come�o desta cr�nica, a governadora -- como se governadora n�o fosse, e n�o tivesse nada a ver com a Beirute que se forma em cada esquina, com a Bagd� em que se transformaram as linhas Vermelha e Amarela -- l� se foi, toda de branco, compactuar com a polui��o da Lagoa.Cuja despolui��o, por sinal, deve � popula��o desde que assumiu. Aparentemente achou lindo o horrendo monte de isopor, pegou um barco e, no meio das �guas, abriu caixas onde, desde cedo, estavam fechadas pombas brancas, que por pouco n�o morreram de calor e falta de ar. As aves estavam t�o enfraquecidas que ca�ram direto na �gua, e s� n�o se afogaram gra�as ao socorro prestado por populares em barcos e pedalinhos. Algumas estavam com asas partidas; outras foram encontradas, de madrugada, conforme noticiou a coluna Gente Boa, abandonadas dentro de uma das caixas, com as asas cortadas. Pelo menos duas leis foram infringidas pela governadora e pela sua "turma do bem" no famigerado manifesto: o Decreto-Lei 24.645, que define maus-tratos contra animais, e que, entre outras coisas, diz, explicitamente, que � crime "abandonar animal doente, ferido, extenuado ou mutilado, bem como deixar de ministrar-lhe tudo o que humanitariamente se lhe possa prover, inclusive assist�ncia veterin�ria"; e a Lei Federal 9.605, de Crimes Ambientais, que condena "provocar, pela emiss�o de efluentes ou carregamento de materiais, o perecimento de esp�cimes da fauna aqu�tica existentes em rios, lagos, a�udes, lagoas, ba�as ou �guas jurisdicionais brasileiras". Isso para n�o falar da lei estadual que pro�be a apresenta��o de animais em circos ou espet�culos no Rio de Janeiro, sancionada pela pr�pria governadora h� quatro meses e que, ainda que n�o diga nada a respeito da tortura de pombos com fins eleitoreiros, h� de ter alguma cl�usula que, interpretada por um bom advogado, condene esta barbaridade. * * *Ser a favor da vida � um pouco mais complicado do que botar uma camiseta branca e votar SIM. Ser a favor da vida � compreender que todos fazemos parte de um �nico mundo, neste momento mais amea�ado do que nunca. Permitir que uma �rea j� t�o fragilizada como a Lagoa seja alvo de uma agress�o gratuita, e assistir impass�vel � agonia de dezenas de aves, � n�o ter a menor id�ia do que seja a vida no seu sentido mais amplo.Na ter�a, as �guas ainda estavam cheias de isopor, que era comido por bigu�s e frangos d'�gua(como este que fotografei), e que podem vir a morrer disso. Nada a estranhar. Tudo o que esses governadores fazem � vulgar, sinistro, malfadado. (O Globo, Segundo Caderno, 20.10.2005) Aconteceu uma coisa chata com esta coluna. Eu dou uma escrita geral, depois revejo, corto, conserto, arrumo. Pois n�o � que, desta vez, esqueci de salvar a vers�o mais recente -- que me mandei por email, e que aqui est� -- na forma do jornal?! N�o sei se foi cansa�o de ir e vir de S�o Paulo ou pura distra��o, mas o fato � que a vers�o impressa est� ligeiramente diferente -- e pior. Chato, isso. 19.10.05 Storms happenImaginem isso: Elis Monteiro, rep�rter do Info etc., embarcou no fim-de-semana para o M�xico, mais especificamente para Playa del Carmen, onde a Motorola e a Apple estavam aproveitando o Video Music Awards, da MTV, para lan�ar o ultra, super, duper aguardado Rockr, celular produzido em parceria pelas duas.Pois depois de 20 horas de viagem ela desembarcou, foi pro hotel, pendurou suas roupitchas no arm�rio... e recebeu ordem de empacotar tudo novamente e correr pro aeroporto! A cidade est� sendo evacuada por causa do furac�o Wilma, e todo mundo -- Video Music Awards, MTV, Apple, Motorola, Rockr, m�sicos, jornalistas e turistas em geral -- est� voltando. O pior � que a Elis morre de medo de avi�o, e encarou a ida porque, afinal, um lan�amento desses n�o acontece todo dia, ainda mais num lugar t�o bacana. Tsk. Quanto ao Rockr: pelo que andei lendo, ele � muito parecido com o E398, s� que branco e prata e, claro, com iTunes de nascen�a. YIKESLiguei a televis�o:
SOCORRO!!!! Vou voltar pra cama. Causa & conseq��nciaN�o sei se � do avi�o, do ar de S�o Paulo ou das duas coisas, mas toda vez que vou a S�o Paulo volto com a garganta em pandarecos. Hoje deitei ali no sof�, de tarde, para descansar um minutinho; acordei agora.* suspiro * 18.10.05 17.10.05 Demagogia barata d� nisso: a polui��o do SIM da "governadora"![]() Desculpem, mandei pelo telefone e n�o deu para explicar direito. Ontem, a nossa esclarecida governadora promoveu um manifesto a favor do SIM aqui na Lagoa. Foram jogadas mais de 30 mil cruzes de isopor dentro d'�gua, representando as "v�timas de armas de fogo". Meigo, n�? S� que as bordas da �gua, na dire��o em que o vento sopra, est�o assim; coalhadas de peda�os de isopor que os bigu�s, gar�as e frangos d'�gua comem por engano e que, eventualmente, podem lev�-los � morte. Tamb�m foram soltas 25 pombas brancas. N�o se sabe se os p�ssaros estavam drogados, fracos demais ou pura e simplesmente apavorados pelo barulho do helic�ptero da seguran�a, mas a maioria caiu dentro d'�gua. Tiveram que ser resgatadas para n�o se afogarem. Algumas estavam com asas partidas. Tudo o que este casal nefasto faz � vulgar, sinistro, mal-fadado. ![]() Um senhor telefoneSemana passada, fiquei de falar mais sobre as minhas experiências com o 6681, novo "smartphone" da Nokia. "Smartphones" são celulares com algo mais, máquinas de trabalho que, em tese, podem praticamente substituir os PDAs. A Nokia classifica o 6681 como um "imaging smartphone", ou seja, um desses pequenos notáveis, mas especializado em fotografia.Embora faça fotos de "apenas" 1.3 megapixels (contra os 2Mp dos Sony-Ericsson K750i e W800), ele tem uma excelente qualidade de imagem e um pequeno editor fotográfico que realiza funções básicas, como clarear ou escurecer imagens, cortar, virar, acrescentar moldurinhas ou texto, etc. A câmera fica na parte de trás do aparelho, guardada por uma placa protetora que desliza para ativá-la, fazendo com que entre em ação imediatamente. Pode-se fotografar mesmo com o teclado travado. Aliás, por falar em teclado: ele "percebe" automaticamente quando está escuro e acende sozinho. Adorei isso! O 6681 é também uma poderosa máquina de som. Poderia ser um baita player se saísse da loja com um cartão de memória maior do que o RS MMC de 64Mb que traz; mas esta memória não é suficiente para armazenar fotos, programas e músicas. Felizmente, este é um problema que se pode resolver com alguma persistência. O diabo é que o cartão só pode ser um RS MMC bi-volt, ainda bem difícil de encontrar. O PC Suite, software que faz a conexão com o computador, funciona bem tanto com cabo quanto com Bluetooth; é através dele que se podem baixar para o celular documentos do Office (doc, pps e xls) e arquivos pdf. Como teste, passei para o bichinho a planilha que criei com os meus DVDs, com 237 entradas com título, título original e diretor, e ele a lê sem problemas. Melhor ainda: eu a leio sem problemas, porque a tela, que faz do 6681 um celular relativamente grande, também faz dele um belo celular para leitura, navegação na web e visualização de imagens. O browser com que vem de fábrica é bom (melhor do que os browsers da Nokia que usei até aqui) mas o ideal, a meu ver, é baixar o Opera Mobile. Com ele, não tive dificuldade em acessar site algum; no meu blog, posso abrir a caixa de comentários, ler o que os leitores comentaram e responder; o Google voa. O 6681 é um brinquedinho caro (cerca de R$ 2 mil) mas extremamente útil e versátil, sobretudo para quem depende de celular para trabalhar de verdade. (O Globo, Info etc., 17.10.2005) Utilidade p�blicaCircula pela rede um spam que diz o seguinte:Uma esp�cie de vingan�a para quando nos roubam o celularIsso � absolutamente verdadeiro. Atrav�s do n�mero de s�rie as operadoras podem, de fato, bloquear o aparelho todo -- e n�o apenas a linha. Mas ningu�m precisa ficar desesperado se n�o tiver se dado ao trabalho de digitar a combina��o cabal�stica. O n�mero tamb�m est� na caixa do celular e na nota fiscal. Al� al�, Lisboa!![]() Na foto (feita pelo marido da Monica) Lucas, Monica L, Cora, Yas e Van Or, depois de uma sess�o de "Feiti�o do Tempo". 16.10.05 15.10.05 Nada de novo sob o sol"Se ainda houver historiadores daqui a 50 ou 100 anos e tiverem sido preservados filmes de uma semana de nossas tr�s redes, eles encontrar�o ali gravadas em preto e branco, ou cor, as provas da decad�ncia, escapismo e alheiamento da realidade do mundo em que vivemos."Por incr�vel que pare�a, isso n�o foi dito ontem, mas em 1958, por Ed Murrow, um dos mais importantes jornalistas de r�dio e TV dos EUA, ao ser homenageado pela Associa��o dos Diretores de R�dio e Telejornalismo. Ainda h� historiadores, e os filmes foram preservados, mas a li��o, aparentemente, se perdeu. Pesquei estes dois par�grafos no blog do Pontual. Ele nos fez a gentileza de traduzir um bom trecho do discurso, que abre e fecha o filme Good Night, and Good Luck, de George Clooney, que estou louca para ver. 14.10.05 Fala, Barone!"Depois de muito esperar, mando meu al� aqui no seu blog. Sou seu leitor faz muito tempo. Baseado em fatos (quase) reaisO Jardineiro FielO filme come�a, o espectador mal provou da pipoca e, z�s!, Tessa Quayle (Rachel Weisz, magn�fica) � brutalmente assassinada numa remota paisagem africana. O que � que ela estava fazendo naquele fim de mundo? E qual era a sua rela��o com o jovem m�dico africano que a acompanhava? Justin Quayle (Ralph Fiennes, igualmente perfeito para o papel), marido de Tessa, diplomata ingl�s ardorosamente dedicado � jardinagem, resolve esquecer regadores, ancinhos, conselhos de superiores e amea�as recebidas, e vai atr�s das respostas �s perguntas que o atormentam. O casal mal se conhecia. Apesar de completamente diferentes, Justin e Tessa apaixonaram-se � primeira vista. A busca do marido pela verdadeira identidade da mulher e pelos seus reais sentimentos o leva a trilhar, inexoravelmente, o caminho do desastre. Desde as primeiras cenas, o espectador percebe que nada no filme conduz a um final feliz -- exceto, � claro, para os f�s de John Le Carr�, autor do romance hom�nimo, que t�m a rara felicidade de ver que o livro de que tanto gostaram encontrou tradu��o cinematogr�fica � altura. Boa parte dos m�ritos cabe � dire��o din�mica e criativa de Fernando Meirelles (sim, o nosso Fernando Meirelles, de "Cidade de Deus"), que mant�m magistralmente a tens�o da trama. Passo a passo com Justin, descobrimos que Tessa, ativista pol�tica, cometeu o erro b�sico de desconfiar da a��o criminosa de uma companhia farmac�utica, testando drogas potencialmente letais na popula��o carente de um pa�s corrompido at� a medula. Fic��o antiglobalizante? Quem dera: mudem um nome aqui, um pa�s acol� e n�o, n�o h� nada de fic��o nesses fatos. Paralelamente � tenebrosa quest�o pol�tica, vamos descobrindo, tamb�m, a extraordin�ria fibra de Tessa, a sua revolta contra a injusti�a e, n�o menos importante, a sua devo��o a Justin. Que desde o come�o j� se saiba que tudo isso se perdeu torna "O jardineiro fiel" ainda mais pungente -- e, desde j�, um dos melhores filmes da temporada. (O Globo, Rio Show, 14.10.2005) 13.10.05 ![]() �s armas, cidad�os!Dizer sim ao SIM? Pois sim.No distante ano de 1980, empacotei meia d�zia de objetos essenciais -- a m�quina de escrever, uns dicion�rios e alguns quadros, uns LPs e umas roupas -- pus tudo a bordo de um min�sculo Fiat 147 e peguei a estrada. Eu estava partindo para uma nova etapa da minha vida, deixando Bras�lia e voltando, finalmente!, para o meu Rio de Janeiro. Estava sozinha, e minha inten��o era fazer a viagem de uma assentada s�. Corajosa a mocinha, s� agora percebo. Eu tinha 27 anos, 1,54m (n�o cresci muito, desde ent�o) e 50 quilos (cresci, sim); mas tamb�m tinha uma Walther PPK 7,65mm, que muito me tranq�ilizou nos 1.148 quil�metros da estrada esburacada e praticamente deserta. PPK esta que, discreta mas visivelmente enfiada na cintura da cal�a, desestimulou alguns engra�adinhos nos postos de gasolina em que parei ao longo do caminho. A Walther, uma pistola linda e admiravelmente segura, sempre foi minha arma favorita, embora eu tivesse convivido tamb�m com um pequeno Smith & Wesson 22, de cano curto, e v�rios rifles de diferentes marcas e calibres. Meu av�, antigo oficial do ex�rcito austro-h�ngaro, adorava armas, e me ensinou, desde cedo, a respeit�-las e a us�-las corretamente. Entre as melhores recorda��es que tenho da inf�ncia est�o as tardes de tiro ao alvo com o Nonno. Aprendi a montar e desmontar todas as armas que t�nhamos e, mod�stia � parte, a atirar muito bem. Isso n�o fez de mim uma criatura perigosa ou beligerante, apenas me tornou uma pessoa mais segura, at� por me dar a compreens�o -- e a medida real -- de uma parte integrante do nosso mundo. Minha viagem de Bras�lia ao Rio durou cerca de vinte horas, e devo �quela velha e elegante Walther a tranq�ilidade de ter feito o trajeto sem medo algum ? exceto, � claro, aqueles provocados pelas nossas indescrit�veis estradas e pelos autom�veis, combina��o que faz, anualmente, muito mais v�timas do que todas as armas legais e ilegais do pa�s. * * *O s�tio id�lico, onde as armas eram apenas uma divers�o como outra qualquer, desapareceu. A casa continua l�, bonita como sempre foi; o jardim adquiriu aquela qualidade que s� o tempo e o carinho d�o �s plantas. Mas a �rea em torno, antes praticamente deserta, com uma casa aqui, outra acol�, degradou-se irremediavelmente. Hoje a bandidagem corre solta em Nova Friburgo, como no resto do pa�s (me contenho para n�o escrever "a partir do Planalto"). H� uns poucos anos, depois do nono (!) assalto � casa, Mam�e foi, como sempre em v�o, � pol�cia. Desta vez, tinha algo novo: uma pista. Uma bala se alojara na lombada de um dos livros (ainda est� l�, dormindo no Dostoievski), de onde poderia ser facilmente removida e periciada.-- Per�cia em bala?! -- espantou-se o delegado. -- S� existe em filme americano, vov�. A senhora est� vendo televis�o demais. Compra uns cachorros e solta no quintal . Mam�e seguiu o conselho da pol�cia. Hoje tem dois tigres, disfar�ados de pastores alem�es, que a amam de paix�o e jamais deixar�o que nada de mal lhe aconte�a. Mas, pelo sim, pelo n�o, tem tamb�m uma arma que, nas m�os do caseiro, j� evitou pelo menos meia d�zia de novas invas�es, com tiros para o alto. Ningu�m morreu ou se feriu, mas os bandidos acharam melhor trabalhar em outra freguesia. * * *S�o s� duas historinhas pessoais. Contei por contar. N�o � por causa delas (ou s� por causa delas) que vou votar N�O no referendo sobre o "desarmamento". Por sinal, escrevo "desarmamento" assim, entre aspas, porque acho absoluta m�-f� o uso desta palavra: quem dera que o governo, ou quem quer que fosse, pudesse, de fato, desarmar a todos!O problema � que n�o � o arsenal pesado dos traficantes que est� em discuss�o, e sim o direito dos cidad�os de bem de comprar armas para sua pr�pria defesa ocasional. Digo cidad�os de bem com conhecimento de causa, porque s� gente muito temente a Deus e � ordem � que ainda se d� ao trabalho de enfrentar a burocracia e reunir toda a papelada exigida atualmente para a compra de uma arma. Pelo que se v� na propaganda, at� parece que � s� chegar na venda da esquina e pedir um trezoit�o na promo��o, parcelado em dez vezes no cart�o. Pois n�o � n�o, acreditem. Ali�s, n�o acreditem; v�o l� e confiram. Tentem comprar uma arma legalmente, enquanto ainda podem. � t�o dif�cil, que s� pondo despachante, ou lobista, na parada. Entre outros motivos, vou votar N�O porque, se o SIM for aprovado, mais uma parcela da popula��o fatalmente ser� empurrada para a ilegalidade. J� estou vendo Mam�e, com sua cabe�a branquinha, subindo o morro para conseguir muni��o -- naturalmente a pre�os inflacionados -- l� para o s�tio. Comprado numa localidade pac�fica e remota que os tempos transformaram em per�metro urbano. Urbano e perigoso. Como ela, este ser� o destino de alguns milh�es de brasileiros de bem que, n�o recebendo do Estado a seguran�a a que teriam direito, foram for�ados a ter armas em casa. Ali�s, o Estado brasileiro � especialista em fazer do cidad�o honesto um criminoso. Impostos extorsivos, leis de tr�nsito feitas sob medida para o achaque, taxas de importa��o invi�veis que nos atiram nos bra�os dos contrabandistas -- tudo � est�mulo pra desviar o cidad�o do caminho do bem, que ningu�m do governo sabe mais onde �. Aprovado este SIM, estar� automaticamente incentivada a compra ilegal de armas para ficarmos em p� de igualdade com parlamentares, juristas e artistas famosos que, cercados de seguran�a 24 horas por dia, aliviam a sua culpa social e moral dizendo SIM � cassa��o dos nossos direitos . (O Globo, Segundo Caderno, 13.10.2005) 12.10.05 Mudei de id�ia: meu voto agora � SIM!Antes, eu tinha certeza de que ia votar no N�O e ningu�m ia me convencer do contr�rio. Mas o tempo foi passando, entrei nas comunidades do SIM e do NAO no orkut, ouvi propagandas no r�dio e na TV e os argumentos do SIM me convenceram. Vou votar SIM.Recebi por email; n�o sei quem escreveu. Se algu�m souber, por favor me avise, para que eu possa dar o devido cr�dito, OK? E agora vou l� fora curtir o restinho do feriado no quiosque... Eca!!!!Estou vendo um programa da National Geographic sobre insetos... como alimento!O rep�rter, realmente intr�pido, comeu mais coisas esquisitas em meia hora do que eu numa vida inteira. � tudo muito nojeeeeeeento!!! Por outro lado, o programa d� o que pensar. N�s comemos caranguejos, lagostas e camar�es com grande gosto, mas torcemos o nariz para escorpi�es, que s�o parentes deles. Ficamos chocados com larvas fritas e viradinhos de ovos de mosca, mas adoramos mel -- que �, pura e simplesmente, o v�mito de zilh�es de abelhas. Estranho, muito estranho. 11.10.05 Sim ao N�O(Puxei este post pra c� porque gostei muito do texto do Edk -- que, agora descobri, tem um �timo blog. Seria uma pena ele sumir na rolagem t�o r�pido, n�?)Agora que farreamos todos � vontade no fim-de-semana, que tal ligar o fio terra? Acabo de ler um coment�rio muito bom l� no Idelber, que est� em Santiago, mas deixou um �timo debate sobre o "desarmamento" no ar. Escrevo "desarmamento" entre aspas, porque acho de absoluta m�-f� o uso desta palavra. Quem dera que o governo ou quem quer que seja pudesse, de fato, desarmar a bandidagem! N�o � o arsenal pesado dos traficantes que est� em discuss�o; o que est� em discuss�o � se n�s, cidad�os de bem, poderemos ter ou n�o o direito de comprar armas legalmente. Caso o SIM seja aprovado, mais uma parcela decente da popula��o ser� empurrada para a ilegalidade. O governo brasileiro � especialista em fazer do cidad�o honesto um criminoso a contra-gosto: estimula a sonega��o atrav�s dos impostos mais altos e injustos do mundo, estimula o suborno da pol�cia atrav�s de leis de tr�nsito absurdas, estimula o contrabando atrav�s de taxas de importa��o extorsivas e, logo, estar� estimulando a compra ilegal de armas por todos n�s, que n�o somos nem parlamentares, nem juristas, nem artistas que andam com seguran�a 24 horas por dia. Voto N�O, obviamente. Mas leiam o coment�rio do leitor do Idelber, que se assina EDK. O texto � comprido mas excelente: Tenho n�vel superior, sou policial civil, sou professor e j� trabalhei em delegacia. Conhe�o e convivo hoje com muitas estat�ticas, conhe�o um pouco a viol�ncia e sua face mais cruel.Bravo, EDK. Falou e disse. � isso mesmo?Repasso este texto exatamente como o recebi. N�o tenho certeza se � isso mesmo -- vou ter que ler novamente aquele catatau, tendo isso em mente -- mas � turma que j� estudou devidamente a quest�o, pergunto: � poss�vel que seja isso?"Nessas �ltimas semanas estamos sendo bombardeados por informa��es a respeito do referendo que em breve ser� realizado no Brasil. Confesso que n�o havia entendido as reais inten��es desse referendo. Nenhum argumento que realmente fizesse sentido (no sentido amplo, completo e irrestrito da palavra) tinha se encaixado em minha cabe�a. N�o porque minha cabe�a n�o queria compreender os fatos, mas sim porque existia uma grande e enorme pe�a do quebra cabe�a faltando. Achando essa pe�a que estava faltando, finalmente compreend� e tive que mandar esse email para voc�s, porque as coisas s�o muito piores que todos est�o imaginando. RIBONDI!Agora, aberto a coment�rios.N�o percam, s�rio -- o mo�o � bom demais (recado para quem est� chegando, porque quem � da casa j� sabe disso.). 10.10.05 ![]() Vejam s� quem fez anos!Ontem foi anivers�rio do Joseph;n�o � um gatinho lindo este meu pequeno b�pede gringo?! 9.10.05 A pe�a, segunda parteO Macksen tinha, � claro, toda a raz�o. A Bia, a Van Or, o Lucas e eu est�vamos todos no S�rgio Porto n�o por curiosidade mals�, mas porque o Ribondi me pediu que desse uma olhada no espet�culo.� que este � o grupo que est� querendo lev�-lo para o Ir� para fazer uma pe�a l�. Tem coisas que a gente s� faz por amor. Ir a uma pe�a iraniana � uma delas. Ir sozinha, por�m, j� � demais; de modo que consegui chantagear a Bia, a Van Or e o pobrezinho do Lucas, que tinha at� festa rolando em casa, a ir at� l� comigo. Depois de ver a pe�a, todos chegamos � conclus�o de que o Ribondi TEM que ir para Teer�, dado que, pelo exemplo que nos foi mostrado, o povo l� ainda n�o descobriu que um pouco de a��o em cena n�o faz mal a ningu�m. Vai ver que a miss�o dele na vida �, justamente, fazer uma revolu��o na cultura iraniana! Alah escreve certo por linhas enroladas (�s vezes conhecidas por arabescos). ::::: A pe�a � uma chatice, sem d�vida mas, com um pouco de boa vontade, pode ser compreendida -- ou quase. Eu a entendi assim: -- No escuro, a voz em off � a conversa do ator com um psiquiatra, pelo telefone. No fim da pe�a, a gente percebe que ela acontece depois da a��o (se � que se pode cham�-la assim) que se v�. -- A conversa incompreens�vel entre o casal � a sua �ltima conversa, o momento da separa��o. -- Ele n�o aceita esta separa��o, e mata a mulher (suponho). ::::: N�o teria feito mal a ningu�m se algu�m tivesse explicado ao p�blico que, no Ir�, um homem e uma mulher s� podem se tocar no palco se forem casados na vida real, e se a trama assim o exigir rigorosamente. A falta de a��o e a tal mesa comprida entre o casal �, imagino, uma cr�tica a essa imposi��o da ditadura religiosa do pa�s, mas fica dif�cil apreciar isso sem saber das restri��es dos aiatol�s. Os atores, verdade se diga, fizeram um bonito. Conseguiram se concentrar numa pe�a muito exigente do ponto de vista emocional apesar da frieza da plat�ia. � arrasador para um artista ter que lutar contra um fosso cultural, acentuado, ainda por cima, por problemas t�cnicos. ::::: Moral da hist�ria? Todos foram muito valentes: os atores por levarem o espet�culo at� o fim com bravura, e a plat�ia, por t�-lo assistido com relativamente poucas demonstra��es de impaci�ncia. ![]() The play is the thingBom, a pe�a. Macksen Luiz, cr�tico do JB e amigo querid�ssimo, me agarrou pelo bra�o, logo na entrada:-- O que � que voc� est� fazendo AQUI?! Numa pe�a IRANIANA?! A� tem coisa. Voc� tem algum prop�sito oculto. Gente que conhece a gente h� mais de 20 anos n�o d� para tapear. Eu n�o podia dizer que estava l�, por exemplo, porque nada no mundo me fascina tanto quanto o teatro iraniano; ou porque a diversidade cultural do mundo me atrai como um �m� para festivais de teatro; ou, sequer, que j� tinha ouvido falar muito da pe�a e estava morrendo de curiosidade. Confessei, ent�o, que estava l� com segundas inten��es. Macksen deu um suspiro de al�vio -- n�s temos um pacto: se algum dia um pegar o outro fazendo coisas malucas, rid�culas al�m do limite ou absolutamente incompreens�veis, est� plenamente autorizado a intern�-lo -- as luzes se apagaram e... Continuaram apagadas. E permaneceram apagadas. E assim ficaram por um tempo indefinido, enquanto uma voz falava alguma coisa incompreens�vel a respeito de n�meros. Em iraniano, claro. Havia legendas, projetadas na parede de um e de outro lado do teatro. Infelizmente estavam fora de foco e eram atravessadas pela luz dos spots, o que as tornava ileg�veis. Isso, � claro, dava um bom espa�o para que a gente pudesse pensar e fazer descobertas. Por exemplo: eu me dei conta de que o fuso-hor�rio iraniano � diferente do brasileiro. Um tempo que para n�s equivale, digamos, a dez minutos, para eles equivale a um. Assim, quando a gente tem a sensa��o de que meia-hora se passou, se olhar para o rel�gio ver� que, na verdade, apenas tr�s minutos transcorreram. Enfim, ao fim de um tempo incalcul�vel, as luzes se acendem. H� uma mesa comprida em cena. Copos e uma atriz numa ponta, sapatos e um ator na outra. A atriz dan�a sobre os copos. � aflitivamente magra. O homem cal�a os sapatos. Jogam um jogo de n�meros. Ele vai dizendo um monte de n�meros e ela vai dizendo "passo". Isso eu sei porque, nesse trecho, consegui ler as legendas. Continuam falando, falando, falando. Sentados, cada qual na sua cadeira. Ela chora. Ele fica de p�. As luzes se apagam. A voz em off fala mais um tanto. A essa altura, transcorridas quatro horas, passaram-se 70 minutos. A pe�a acaba. O p�blico aplaude. De p�, porque est� louco para fugir do teatro. The end. (J� j� eu explico tudo, inclusive o que a gente estava fazendo l�) ![]() Nova tentativaOs quero-queridos est�o chocando DOIS novos ovinhos! Vamos ver se dessa vez conseguem ser mais felizes e levar seus planos de constituir fam�lia adiante...8.10.05 Cliquem aqui!Uma coisa que nunca entendi direito foi competi��o entre sites, do tipo "Clique aqui para nos ajudar a chegar ao topo da lista". Ganha quem conseguir mais cliques? Mas qual � a vantagem disso?De qualquer forma, ainda que n�o tenha no��o de qual seja a vantagem deste tipo de competi��o, venho, descaradamente, pedir a quem estiver sem assunto nas horas vagas para CLICAR AQUI. Este link leva � escola da minha bipinha Em�lia, l� no Texas, que participa de uma competi��o de escolas de primeiro grau. A que obtiver mais votos, ganha um laborat�rio de inform�tica de presente da DELL. A gente pode votar quantas vezes quiser, puder ou tiver paci�ncia para desvendar as letrinhas que provam que n�o somos rob�s... Esta av� agradece antecipadamente a participa��o dos amigos. Algu�m ajuda o meu amigo?Pelamordedeus, algu�m conhece algum �nibus, ou alguma forma de chegar em Barra do Pira�, Volta Redonda, Resende ou qualquer outra cidade da rodovia 393 ou da Dutra no sul fluminense, essa manh�? 7.10.05 ![]() Nisso � que d� ter o olho maior que a barrigaEsta foi o Tom quem achou: uma esp�cie de jib�ia de quase quatro metros tentou comer um jacar� de dois metros e se deu mal.Explodiu. Os dois bichos morreram no embate, e os pesquisadores est�o discutindo o caso at� agora. A cobra era uma esp�cie nativa de Burma, vendida �s vezes como animal de estima��o; quando os donos se cansam do ador�vel pet, costumam solt�-lo nos p�ntanos da Fl�rida. N�o conhecendo a �rea, as cobras n�o sabem que os jacar�s est�o no topo da cadeia alimentar. At� agora, foram registrados quatro casos de combates entre os dois predadores, sendo que este � o primeiro de que se tem not�cia com t�o catastr�ficos resultados. O ovo da serpente�, eu sei, o que vem de baixo n�o deve, em tese, me atingir -- desde que eu n�o esteja, naturalmente, sentada num formigueiro -- mas, por mais que a gente v� aperfei�oando, ao longo dos anos, a capacidade de ignorar os ignorantes, �s vezes fica dif�cil manter o devido distanciamento da pr�pria mailbox.Hoje recebi uma mensagem l� no jornal que me perturbou. N�o pelo que a mo�a disse, mas pela inacredit�vel ignor�ncia hist�rica e pelo sentimento que revelou -- e vejam que esta � uma pessoa que est� convencida de que n�o tem preconceitos, e que acha que "n�o � anti nada". Agora imaginem o que n�o � a cabe�a de skinheads como os que fotografei em Berlim! Li sua coluna. Posso entender seu sentimento, ou a falta dele.Pe�o desculpas a voc�s. Sei que estou fazendo exatamente o contr�rio do que deveria fazer -- ampliando a voz dos idiotas -- mas, �s vezes, a gente sente necessidade de socializar o estresse. 6.10.05 Uma historinha de lobo: adorei!Mas n�o tem permalink; tem que rolar at� um post chamado Fabularium. �timo blog... :-)Por que � que eu n�o tenho uma id�ia dessas?!Pegue-se uma p�gina, divida-se em um milh�o de pixels, cobre-se um d�lar por pixel e pronto, comece-se a contar o dinheiro.Parece absurdo? Pois j� conseguiram vender 276.500 pixels. Enquanto isso, aqui estou eu com um novo cheque do Google no valor de US$ 102,30 sem ter id�ia de como fazer para descont�-lo sem perder um grande naco da grana. Vai fazer companhia ao outro, de US$ 103, que est� na gaveta desde janeiro... ![]() Na estrada da vida, as grandes emo��esEu conheci a Mulher Maravilha: Luzia Caracciolo, que adormeceu para sempre dia 27, aos 91 anosFui finalmente assistir a "Dois filhos de Francisco". Vi com interesse, achei a hist�ria bem contada e gostei dos atores, em especial das crian�as; mas, sinceramente, n�o consigo entender a onda feita em torno do filme, sobretudo do ponto de vista sentimental. Tirando o dueto de Caetano Veloso e Maria Beth�nia em "Tristeza do Jeca", nada, mas realmente nada, me emocionou na produ��o, a anos-luz de "Casa de areia" -- este sim um filme de arrepiar. Obviamente � problema meu, porque na sa�da vi v�rias pessoas de olhos vermelhos, visivelmente comovidas. Fiquei com vontade de segur�-las pelo bra�o e pedir: "Me explica, me diz o que h� a� que eu n�o vi, que eu n�o consegui perceber, que me escapou" -- mas essas coisas, � claro, n�o se explicam. Para mim, o grande filme sobre m�sica sertaneja continua sendo "Na estrada da vida". Foi feito h� mais de 25 anos por Nelson Pereira dos Santos, conta a hist�ria da dupla Milion�rio e Jos� Rico e, sabe-se l� por qu�, teve pouqu�ssima repercuss�o no Brasil, embora fosse um sucesso imenso na China. Neste, que � um dos poucos musicais brasileiros -- no sentido em que a trama vai sendo contada atrav�s da pr�pria m�sica -- os astros s�o Milion�rio e Jos� Rico em pessoa, revivendo o passado de pe�es de obra. Se bem me lembro, a trilha sonora � 100% dos dois, ao contr�rio de "Dois filhos de Francisco", em que brilham sobretudo cl�ssicos sertanejos. O que, diga-se, s� faz bem ao filme. Naquela �poca de Bossa Nova, m�sica de protesto e Jovem Guarda, m�sica sertaneja estava longe de ser um "produto" universal. Seu ibope fora da ro�a (que ouvia r�dio mas n�o ia ao cinema) andava perto de zero. Era preciso ter muita coragem para meter a cara e fazer um filme daqueles, n�o fosse Nelson Pereira dos Santos quem �. N�o sei se "Na estrada da vida" conseguiu resistir ao tempo. S� o vi quando foi lan�ado, mas t�-lo visto ent�o causou uma mudan�a radical na minha vida -- para melhor. B�pede essencialmente urbana, violinista rec�m-sa�da de uma orquestra, eu n�o tinha id�ia de que, no interior, existia m�sica da qual eu pudesse gostar tanto. A partir dali, corri atr�s do tempo e de um repert�rio que preencheu, no meu cora��o, as lacunas da terra. At� hoje gosto de garimpar m�sica fora das paradas, e �s vezes encontro maravilhas. Esta semana mesmo achei "Tropa de osso", do ga�cho Luiz Carlos Borges, que mexeu mais comigo, em quatro minutos, do que "Dois filhos de Francisco" em duas horas. * * *Talvez eu tenha at� conhecido dona Luzia Caracciolo um pouco antes, mas s� descobri que criatura extraordin�ria era a amiga da Mam�e quando, em 1994, aluguei um carro nos EUA e fui, junto com meu filho Paulinho, assistir ao Campeonato Mundial de Nata��o Masters em Montr�al. Na �poca Mam�e estava com 70 anos e dona Luzia, com 80 -- mas tinham, ambas, muito mais energia do que o Paulinho e eu juntos. Depois de participar das v�rias provas em que estavam inscritas, ainda rodavam pela cidade, curtiam o festival de jazz, aproveitavam a noite.O hotel em que est�vamos, reservado atrav�s de uma ag�ncia de viagens bem-intencionada mas mal informada, ficava em plena zona. Paulinho e eu viv�amos de p� atr�s com a vizinhan�a de junkies e tipos esquisitos; Mam�e e dona Luzia apenas achavam que o Canad� era mesmo um pa�s estranho, muito diferente do Brasil. Nossa �ltima noite na cidade foi t�pica. Depois de fazer as malas, elas descobriram que ainda precisavam comprar presentes para algumas amigas. Eram tr�s da manh� e, na esquina, havia um misto de drogaria e supermercado 24 horas. Pois l� ficaram as duas, em seus uniformes esportivos, examinando cuidadosamente os v�rios tons de rosa dos batons e esmaltes que queriam, para completo espanto dos habitu�s da casa, cobertos de tatuagens, piercings e correntes. Mal sabiam eles quem eram aquelas velhinhas inocentes, de apar�ncia fr�gil... Entre outras gl�rias, dona Luzia foi a primeira mulher a escalar o Dedo de Deus, nos idos de 1933, quando senhoras n�o faziam essas coisas. A energia que a moveu naquela escalada ainda estava muito presente no ano passado, quando, aproveitando uma brecha no Campeonato de Nata��o Masters em Riccione, It�lia, fomos a San Marino, que � uma subida s�. Como de h�bito, ela e Mam�e dispararam na frente, enquanto eu seguia atr�s, esbaforida; e como em Montr�al, dez anos antes, a colheita esportiva foi farta. Dona Luzia voltou ao Brasil com cinco medalhas de ouro. Na ter�a passada, dia 27, feliz e cheia de id�ias em rela��o � nova casa que constru�a, dona Luzia foi dormir -- e n�o acordou mais. Estava com 91 anos. Vai fazer muita falta no pr�ximo Mundial de Masters, no ano que vem, em S�o Francisco, para o qual j� estava fazendo planos com as amigas, as maravilhosas sereias vintage da nossa nata��o masters. Viveu como pouca gente, e sabia disso: -- Fiz o que eu queria. Prestei aten��o na vida e fui recompensada. (O Globo, Segundo Caderno, 6.10.2005) 5.10.05 Tou indo...Algu�m sugeriu, num dos coment�rios, discutir a greve de fome de D. Luiz Fl�vio Cappio, que protesta contra a transposi��o do rio S�o Francisco. N�o tenho tempo para escrever com calma sobre isso agora, a quest�o � complexa demais, mas adianto que acho o que ele est� fazendo chantagem emocional -- embora eu seja, em princ�pio, contra qualquer interfer�ncia em grande escala na natureza. "Sou contra a transposi��o, vou me matar se voc�s fizerem isso e a culpa da minha morte ser� de voc�s". O gesto dele � radical e ousado, e ele tem, claro, todo direito de faz�-lo; mas n�o � assim que se discute, caramba. Fui! Eu, hein...Hoje deu a louca no blog: o template sumiu, sem mais nem menos. Fui ver o que havia, abri a p�gina do dito template e estava tudo l�, direitinho, sem altera��o. Mandei ele se publicar todo novamente, e agora parece que tomou ten�ncia.V� entender. ![]() ![]() ![]() Mundo animalNem s� de gatos vive este blog: a� est�o o gamb� que o Paulo Afonso salvou, e a tamanduazinha recolhida pela Luciana Pordeus -- que, pelo visto, vive cercada dos bichos mais lindos e diferentes.J� a quero-quero com os tr�s ovinhos foi mat�ria da Zero Hora (obrigada, Celso!): "Cena rara de ser vista t�o de perto: a f�mea de quero-quero se deixa fotografar chocando ovos em pleno Parque Marinha do Brasil. Essa esp�cie n�o mede esfor�os para proteger sua cria, mas uma quero-quero fugiu � regra e encontrou um local nada tranq�ilo para chocar seus tr�s ovos: no canteiro central do Green Park - parque de divers�es do Marinha do Brasil, na Capital - em meio � correria das crian�as.Confesso que fiquei com muita inveja dos ga�chos, que t�m autoridades interessadas nos passarinhos e cuidando de preserv�-los. As daqui, se nem da capivara cuidaram, imagina dos quero-queridos... 4.10.05 Algumas leis da ci�nciaN�o � novo, mas acho engra�ado...Teorema da Propens�o Adesiva dos Materiais: O rev�rve do tropeiroSeu Delegado vim trazer meu revorvinho,Est� rolando na rede; o Tom me mandou e logo em seguida o Cat. Algu�m sabe onde encontrar a m�sica? Cobertura completa!O Lucas fez fotos da cerim�nia da WSPA, e postou no seu (dele) blog, AQUI; e com v�rias fotos!![]() ![]() E, com voc�s... Caetano!Caetano, para quem n�o est� acompanhando o bate-papo dos coment�rios, � o quadrupinho da Teresa Amorim, de Portugal.Nos �ltimos dias, a Teresa viveu a ang�stia existencial de tosar ou n�o o bichinho, que estava com o pelo da barriga todo embara�ado. Depois de ouvir os mais diversos palpites, acabou levando o pobre Caetano ao sal�o de beleza -- de onde, como todo gato que se preza, ele voltou humilhado e ofendido. E, ainda por cima, com um lacinho vermelho! Teresa, por favor, tranq�ilize o Caetano: diga a ele que, tosado ou n�o, ele �, definitivamente, um gato. Em todos os sentidos! "Quando todas as armas forem propriedade do governo, este decidir� de quem ser�o as outras propriedades." Atribu�do a Benjamin Franklin, mas n�o consegui comprovar a autoria. Bearlim!![]() Mais um albinho: a cole��o de fotos dos Buddy Bears, uma esp�cie de "Cow Parade" berlinense feita com ursos em vez de vacas. Cada um � pintado por um artista diferente, e eles s�o espalhados pela cidade. Pode-se comprar ursos em branco para pintar a gosto e p�r em frente de casa ou da loja, ou reprodu��es dos ursos "oficiais" em esculturinhas pequenas. � claro que eu n�o resisti e comprei uma miniatura do urso com o mapa da cidade... (O t�tulo eu roubei de um coment�rio da leila l� no Flickr...) 3.10.05 ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() Algumas imagensAs fotos desta coluna estão divididas, vocês notaram, em três blocos: à esquerda as da Kodak V550, aqui em cima as do Sony-Ericsson W800 e, à direita, as incríveis noturnas da Fuji Finepix Z1.O W800, como todo celular, é ideal para “roubar” fotos: duvido que os três tipos faceiros que encontrei no metrô em Berlim se deixassem fotografar prazeirosamente. Mas com o W800 no colo, olhando para o outro lado, cliquei à vontade enquanto permaneceram a bordo; quando saíram, eu tinha dez fotos imprestáveis e umas quatro boazinhas. Impressionante também foi a macro da joaninha que, garanto, era mesmo pequetitinha. Em relação às fotos feitas com a Fuji, vale ressaltar um detalhe: todas foram feitas à mão livre, digamos assim, sem qualquer ponto de apoio; a da ponte sobre o Danúbio, aliás, foi feita de dentro de um barco, que balançava razoavelmente. Sinceramente? Eu mesma fiquei admirada. Êta maquininha valente! (O Globo, Info etc., 3.10.2005) Update: Prontinho, povo, a� est�o as imagens. Esta madrugada o Blogger estava fora do ar. Consegui subir os textos pelo w.bloggar, mas quem diz que conseguia fazer qualquer outra coisa? �s cinco e tanto joguei a toalha. Agora voltou tudo � normalidade. Uf! Boa semana para todos! ![]() Companheiros de viagemO notebook, as duas câmeras de hábito (Sony P200 e Panasonic Lumix FZ20), o telefone (Samsung D500) e três aparelhos para testar: um celular Sony-Ericsson W800, e as câmeras Fuji Finepix Z1 e Kodak V550. Mais, naturalmente, os cabos e conectores para todos. Este foi, basicamente, o conteúdo da minha bagagem de mão durante as férias.Depois de fazer a foto acima, empacotei todos os meus companheiros de viagem para devolvê-los aos fabricantes --- e só aí me lembrei de como teria sido interessante fazer a foto de todo mundo junto, isto é, eles e respectiva cabaiada. Abrir as caixas novamente, porém, estava além da minha paciência, de modo que vocês vão ter que se contentar com a descrição por escrito: era muita tralha! Imaginem: um conector e um cabo de força para cada aparelho, com a agravante de que tanto a Kodak quanto a Fuji precisam de bases de apoio, como os Palms; o headphone do W800; mais os cabos do notebook, das minhas duas câmeras e suas baterias e cartões extra, mais adaptadores para tomadas européias e, pelo sim pelo não, cabos para rede e telefone. Em cada máquina de Raio-X nos aeroportos o povo olhava para mim com espanto; nos EUA, provavelmente, eu estaria presa até agora, dando explicações sobre o equipamento. O "sacrifício", porém, vale a pena: há poucas circunstâncias melhores para testar equipamento do que viagem. O Sony-Ericsson, por ser a minha principal fonte de comunicação com o mundo, foi o mais malhado. Portou-se às mil maravilhas, e me convenceu de que é um dos melhores celulares atualmente disponíveis, sobretudo para quem quer fotografar (são dois megapixels!) e ouvir música (tem um player ótimo, cartão de 512Mb, som de primeira e os melhores headphones que já usei. Nem só de megapixels, porém, vive o W800 -- que, como seu irmão mais velho K750i, tem a melhor câmera digital de todos os celulares do momento, uma autofocus de verdade, que faz closes incríveis, paisagens e tudo o mais que se quer de uma câmera digital, em alguns casos com resultados francamente surpreendentes. Há concorrência séria no horizonte com o Nokia N90, mas este ainda não está disponível. O preço do W800 varia de acordo com planos e operadoras. A grande surpresa ficou com a Fuji. Quando peguei a Finepix Z1 e deslizei a tampa para tirar a primeira foto, pensei: "Isso não vai dar certo". A câmera é linda, mas a lente fica no canto superior esquerdo do aparelho, exatamente onde apoio o indicador — que, dito e feito, saiu na primeira meia dúzia de imagens. Mas, em pouco tempo, eu já estava acostumada com o detalhe, e nos demos muito bem. A Finepix Z1 é leve, pequena e discreta: cabe no bolso de um jeans, característica não desprezível no Rio, onde não convém dar bandeira com equipamento. A bateria é excelente, o visor maravilhoso vocês já viram na capa e ela é uma câmera ligeirinha, que não perde tempo "pensando"; assim, está sempre a postos. À primeira vista, estranhei também a falta de uma rosca para tripé; porém, ela provou funcionar tão bem à noite que, na verdade, dá até para esquecer o clássico tripezinho de mesa que todo usuário de câmera digital deveria levar consigo. As fotos diurnas são boas, mas não chegam a chamar a atenção; se você é da noite, no entanto, e não dispensa um acessório estiloso, esta é a câmera dos seus sonhos. Ela tem 5.1Mp, zoom óptico 3x e sai a R$ 1.600. Já a Kodak V550, outra pretinha básica incrivelmente bonita, mais ou menos do mesmo tamanho da Finepix (nenhuma ultrapassa as dimensões de um baralho) também me surpreendeu, mas por outro aspecto: a qualidade dos filminhos que faz. Pela primeira vez na vida gostei de flmar com uma câmera digital. Os filmes são feitos em 640 x 480, em MPEG4, e saem de fato muito bons, com um detalhe extra: as imagens podem ser isoladas em stop-motion, funcionando bem como fotos em still. Muito interessante! Como câmera fotógrafica, a V550 tem, como as Kodak em geral, um acabamento de grande qualidade. Vem com as famosas lentes Schneider-Kreuznach com que a Kodak equipa seu topo de linha, é gostosa na mão, tem um display claro e de ótima visibilidade e resposta rápida, melhorando muito este ponto fraco da marca. Ela tem bons recursos para quem gosta de ter controle sobre a imagem, mas para quem quer apenas se divertir, sem se preocupar com comandos, é um parque de diversões: basta clicar o indicador de cenas, no alto da câmera, e escolher entre as 18 possibilidades apresentadas, das clássicas “esporte” e “macro” a minúcias como “texto”, “festas”... Se nada servir, use a opção “personalizar”, e crie a configuração que bem entender. Esta câmera de 5Mp e zoom 3x é uma pequena paixão, que tem tudo para agradar a todos. Custa cerca de R$ 1.800. (O Globo, Info etc., 3.10.2005) 2.10.05 1.10.05 |