31.1.06


Olha a chuva!










Pode, isso?










Fernando Pedreira e Millôr









30.1.06

Tutu

N90: funciona até como telefone...

Primeira constatação a respeito do N90: este não é um celular para amadores. É grande e pesado (tem mais ou menos o mesmo tamanho e o mesmo peso de uma câmera Sony P200), e está mais para origami do que para flip: a parte de cima abre-se numa posição para falar, noutra para fotografar, sendo que a câmera em si tem todo um elenco de posições próprio.

A curva de aprendizado do aparelho é alta, o que o torna pouco recomendável a quem quer ter um celular impressionante mas não tem paciência para tecnologia.

Para quem está a fim de mergulhar de cabeça no novo brinquedinho da Nokia, porém, há grandes recompensas no horizonte. A primeira está na cara: a tela é o que há de mais nítido e claro que se possa querer. O lado origami do celular também é um prazer de manusear -- seguindo a tradição Nokia, tudo é sólido, consistente e passa a sensação de grande firmeza. Apesar de tantas dobraduras para cá e para lá, a gente sente que este é um aparelho feito com capricho, para durar.

Em termos de software, tirando a forma de apresentação das imagens -- muito parecida com o timeline do Picasa, que rola mostrando miniatura por miniatura -- não há grandes novidades. O N90 é um Symbian série 60, o que significa que pertence à mais poderosa família de celulares; seu sistema operacional é praticamente o de um pequeno computador, e para ele existem milhares de aplicativos, que podem ser baixados e configurados ao gosto do freguês. O visual, porém, está mais caprichado, com ícones mais redondinhos e bem desenhados.

Mas o grande trunfo do N90 é, claro, a câmera de 2Mp, com ótica Zeiss. Isso mesmo: aqui está um celular com uma lente Tessar autofocus que, em tese, poderia muito bem ser visto pelo avesso, como uma câmera digital que desempenha, também, todas as funções que se esperam de um smartphone, ou seja, lê arquivos PDF e MS Office, tem um excelente calendário, uma agenda nota dez e pequenos utilitários para tomar notas, fazer conversões e assim por diante.

A qualidade das fotos, sobretudo a das macros, é impressionante: vejam por vocês mesmos. Foram feitas no modo automático, ou seja, sem qualquer acerto de distância, tonalidade, exposição. Comparado ao K750i e ao W800, da Sony Ericsson, dois outros celulares com câmeras de 2Mp, ele se sai muito bem. As cores são um pouco mais saturadas, mas o Nokia ganha em reprodução de detalhes.

A grande diferença entre os fones da SE e este Nokia está na forma como se usam as respectivas câmeras. Os SE trabalham de forma tradicional, na horizontal, mais como câmeras do que como celulares; o N90 trabalha como uma câmera de vídeo.

No começo, a sensação é estranha e a gente nem sabe muito bem como segurar o aparelho; mas uma vez que se domina a técnica, a possibilidade de virar display e câmera em diversas direções é um barato. Os mais conservadores sempre podem usar o bichinho fechado, usando o excelente display externo como visor.

Mas aí, qual é a graça de ter um N90?

Ah, sim, em tempo: ele também funciona como telefone. Faz e recebe chamadas em tom claro e alto, vejam só, e dispõe de uma boa gama de ringtones...


(O Globo, Infoetc., 30.1.2006)






Eu amo a minha cidade









29.1.06


Minha xará... :-)



Minha amiga querida Leila, que mantém o sosgatinhos, batizou esta linda tricolorzinha de... Cora!

Além dela, há uma quantidade de felininhos para adoção a serem vistos no site. Detalhe: a Leila mora em São Paulo.

Para quem estiver precisando de um gatinho aqui no Rio, não se esqueçam: há uma família gato no sufoco, precisando demais de novos lares...






E chooove...










Ju assuntando o blog










Chove muuuuito!










Começou o dilúvio...










Mami









28.1.06


Ah, tem sobremesa... ;-)










São servidos?










Saudades do Lucas



Vocês se lembram daquela foto que o Ernani fez da gente na Fashion Rio?

Pois aí estamos nós, de corpo inteiro. Quer dizer: corpo inteiro ele, né? O meu é meio-corpo, digamos... (pelo menos na altura)

Ah, sim: por favor reparem na minha LIIIIIIIIINDA sandália, OK? :-)))






Keaton abre a porta do banheiro









27.1.06


O tempo está fechando...










Tati, desmaiada










Um autêntico (quase) carioca

Recebi muitas cartas no jornal por causa da crônica de ontem, que tocou particularmente descendentes de estrangeiros que, por um ou outro motivo, vieram a dar com os costados no Brasil.

Uma das mais curiosas foi a da Akemi Ono:
Meus pais também são imigrantes, só que meu pai veio em 1956, no pós-guerra, sozinho, com a vontade da juventude e o não compromisso de segundo filho (o irmão mais velho é o que herda tudo, a casa, a tarefa de receber toda a família nas festividades sagradas, de cuidar dos pais e da história da família).

Foi primeiro para São Paulo (Atibaia e Mogi das Cruzes), mas decidiu viver no Rio de Janeiro -- "já que estou no Brasil, por que viver no meio de japoneses?" -- e também depois de ter visto o Garrincha jogar no Maracanã.

Meu pai até nisso inovou -- diferente dos japoneses fluminenses do Rio (pela proximidade da antiga Embaixada do Japão que ficava em Laranjeiras), é botafoguense. E roxo.

Hoje em dia ele tem uma panificadora que fica aos fundos de nossa casa em Vila Valqueire. Meu irmão o auxilia, sem pressões, foi uma coisa natural. Adoro contar aos amigos que meu pai é um japonês padeiro, imagem atribuída aos portugueses. Também enfrentou concorrentes e quase falimos não lembro quantas vezes. Mas continua até hoje, com 73 anos.

Esse pai, que soube mais tarde ter sido um adolescente rebelde, que quando se estabeleceu no Rio encomendou uma noiva (minha mãe), tem um nome muito complicado. Na fábrica os empregados adotaram nomes brasileiros, e nem eles próprios sabem mais quem os nomeou: Seu Jorge e Dona Kátia.

Abraços da Akemi Ono, orgulhosa da decisão do pai de vir morar no Rio e ter filhos cariocas.
Não é uma delícia? Um dia desses vou a Vila Valqueire só para conhecer este padeiro botafoguense...






Gatas












Emergência felina!



Falei aqui no outro dia de um rapaz que salvou vários gatinhos do Jockey, mas que faleceu, coitado, deixando a família gato num grande sufoco -- seus parentes expulsaram os bichinhos, que estão num lar provisório de onde precisam sair já.

Por favor cliquem aqui ou aqui para saber da história; e mais por favor ainda, se souberem de alguém que queira ficar com algum deles... há filhotinhos lindos, adultos de diversas idades, enfim, quadrupinhos de todos os tipos, acostumados a carinho, que terão grandes dificuldades em se adaptar ao abrigo impessoal ao qual estão condenados se não conseguirem novas famílias com a maior urgência.





26.1.06


Bife! Bife! Bife!






25.1.06



Um corte de linho, por Rachel de Queiroz

Na trama de uma velha crônica, o fio da história familiar


Estava na casa da minha irmã quando, por acaso, resolvi remexer uma pilha de revistas velhas. Uma delas era a edição de 12 de abril de 1952 de "O Cruzeiro", onde, na última página, Rachel de Queiroz assinava a sua crônica habitual:

"Recebi ontem um presente que me deixou comovida: um corte de linho tecido por meus amigos húngaros da Ilha do Governador. A fazenda é perfeita, só não parece linho irlandês porque é mais bonita, tem aquele jeito pessoal e inconfundível que marca a obra do artesão, sem a uniformidade, a falta de caráter e de vida do trabalho em série.

Faz cinco anos que eles chegaram ao Brasil, exaustos da guerra e dos nazistas, em busca de trabalho e de paz. Pela bitola do serviço de emigração, creio que não passariam por bons emigrantes: eram gente urbana, dois homens e quatro mulheres. A palavra certa para os chamar é mesmo intelectuais: não tinham costume de lidar no campo, não eram profissionalmente operários ou técnicos. A idéia é terrível, mas verdadeira: intelectuais! Amam os livros e os lêem, a parte mais importante da bagagem que trouxeram era isso mesmo, livros. Têm atrás de si uma longa ascendência de letrados, e chegam a possuir um irmão muito ilustre, que honraria qualquer república de letras e é hoje uma das colunas mestras da nossa. A própria profissão do falecido pai da família era de livreiro.

Pois chegaram esses viajantes de terras de além, fixaram-se numa casa modesta da ilha, e puseram mãos ao trabalho. A idéia era montarem um tear, a fim de produzir pano grosso, ou mais propriamente essa entretela que os alfaiates usam para enchimento, a qual é feita com crina de cavalo e é uma indústria típica de artesanato, segundo a praticam lá na pátria de onde vieram. Construíram, eles próprios, o primeiro tear, todo em madeira. Tinha qualquer coisa de primitivo e bíblico aquela estranha máquina que a gente via, roncando na pequena oficina improvisada ao fundo do quintal. A urdidura era armada em grandes painéis, a agulha mordia o fio da crina, a lançadeira corria dum lado para o outro. A entretela saiu boa -- parece que não é produto para se fabricar em série, e assim não sofre a concorrência das grandes fábricas -- achou mercado franco. Era uma das moças que vendia diretamente aos consumidores, porque os homens confessam que "não têm jeito para negociar".

E então fez-se o segundo tear menos primitivo, mais sofisticado. Terceiro tear veio depois, logo o quarto, e agora já lá estão cinco trabalhando. A fabricação de entretela ampliou-se. Entraram a produzir tecidos mais finos, o bom gosto começou a se introduzir no trabalho, como compete a toda boa obra de artesão. Com pouco tempo as senhoras da casa só vestiam vestidos feitos com os panos da fabricação doméstica. E agora estão fazendo linho, tecido de rei, belo e impecável: e no casamento de um dos irmãos (os dois últimos solteiros já se casaram aqui no Brasil), toda a família foi ao pretório -- inclusive a noiva -- com roupa de linho fabricado na oficina de casa.

Não é uma beleza? Não consola a gente ver como são grandes e inesgotáveis os recursos de alma dos homens? Cito este exemplo, especialmente comovida. Primeiro porque eles são meus amigos, e a segurança com que eles se estabelecem e prosperam aqui é grata ao nosso coração. Depois porque, meu Deus, não são candidatos a Matarazzo, não pensam em ser reis da entretela -- querem apenas viver, com decência e tranqüilidade; trabalham apenas para conseguirem a vida que, por direito de nascença, cabe a todo ser humano: garantir a subsistência de cada dia, e usar o resto das horas livres lendo, estudando, escutando música, tratando das flores do jardim, tomando banho de mar, criando cachorros. Dignidade e segurança, é só o que eles almejam.

E pode-se dizer que já o conseguiram. Este corte de linho, que tenho pena até de mandar cortar para um vestido, é bem um símbolo de tudo que eles já realizaram em apenas cinco anos. E as autoridades emigratórias que não se assustem tanto, quando escutam dizer de um candidato a brasileiro que ele não é lavrador nem vaqueiro, apenas um intelectual. Intelectual não é sinônimo de portador de moléstia ruim. Nem os intelectuais são tão indesejáveis quanto parecem. Têm, ao contrário, muita coisa em comum com este país onde vieram se abrigar, depois da tempestade na Europa: como esta terra do Brasil, em se querendo plantar, eles dão para tudo."

* * *

A noiva vestida de linho era, nem preciso dizer, minha Mãe; e os hábeis tecelões, o que restou da família de meu Pai. Infelizmente, o futuro não lhes sorriu como previa a crônica; quando a pequena fábrica começou a crescer, foi massacrada sem remorsos pelos grandes fabricantes de tecido, que viram com olhos menos poéticos do que os de Rachel de Queiroz a saga daqueles emigrantes.


(O Globo, Segundo Caderno, 26.1.2006)






Chega de trabalho! Há gatos na casa!










Flickr x Virtua / Embratel

Parece que a situação dos usuários brasileios que não conseguem ver as fotos postadas no Flickr -- a maioria do Virtua, mas há relatos de problemas com outros provedores -- ainda não se regularizou.

Muita gente continua no escuro, completamente desinformada -- sobretudo porque a assistência técnica dos provedores, no melhor estilo Lulla de ser, não viu nada, não tomou conhecimento de coisa alguma e não sabe de nada... exceto que a culpa é dos outros.

As últimas informações oficiais do forum do Flickr dizem o seguinte:
Quick update: We received an email through the Help System from Embratel this morning.

Our network operation peeps opened another trouble ticket with the peeps @ Yahoo! The network peeps at Yahoo in conjunction with our network peeps have confirmed that there is absolutely-posivitely nothing going on at our end that would prevent people from viewing their photos.

The network peeps at Yahoo have sent a detailed message back to Embratel for review. We're waiting to hear back from them.
Esta msg, enviada pela Heather, do Flickr, diz, essencialmente, que tanto eles quanto o povo do Yahoo (dono do Flickr) já fizeram todos os testes possíveis e imagináveis e que o problema não está, definitivamente, na ponta de lá. Eles mandaram um relatório detalhado para a Embratel, e aguardam resposta.

A Embratel entra na história porque é através dela que corre a conexão não só do Virtua como da maioria dos provedores brasileiros; além do quê, ao que tudo indica, ela é mesmo a culpada pelo bloqueio ao servidor static.flickr.com, que é onde ficam armazenadas as fotos.

Ao contrário do que possa parecer, esta não é uma boa notícia. Se o problema estivesse nos servidores do Yahoo e/ou do Flickr, já estaria resolvido.

Estando, como está, na banda de cá, só nos resta acender velas a Santo Expedito e torcer para que o Virtua e outros eventuais provedores encalacrados dêem um jeito na situação ou façam suficiente pressão sobre a Embratel para resolvê-la logo.

O diabo é que consumidor no Brasil só costuma ser levado a sério na hora de assinar o serviço ou pagar as multas.

GRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR...

Em tempo: Já vi que começa a rolar um clima de gurra religiosa nos comentários por causa da referência a Santo Expedito.

* suspiro *

Esclareço: não sou católica, não sou devota do dito santo nem de qualquer outro (embora tenha muita simpatia por São Francisco de Assis) e recomendei as velas para o santo porque me parece muito brasileiro e gozado o fato de existir um santo para causas urgentes ou impossíveis.

Se ele foi ou não um biltre são outros quinhentos, a discutirmos em outra ocasião. Ou agora também, tanto faz. Mas que fique claro que a divindade invocada o foi a título de brincadeira, porque na Embratel nem Deus dá jeito.





24.1.06


Dica da Laura

"Para quem quiser fazer um ótimo programa gratuito nesta quarta-feira, sugiro uma ida ao Museu da República, na rua do Catete, às 12h30, quando estarão tocando meus alunos Rudi Garrido (flauta) e Jorge Ortiz (piano).

O programa do recital, homenagem ao mestre Radamés Gnatalli, é lindo, levinho e apropriado ao horário.

Apesar de muito jovem, o Rudi é meu monitor na Unirio e um dos melhores flautistas que já passaram por lá. Tem som amplo e belo, afinação excelente e uma musicalidade transbordante e alegre. Toca com entusiasmo e prazer verdadeiros, dá gosto ouvir. O Jorge é chileno, pianista de mão cheia e, ainda por cima, um dos cravistas da Camerata Quantz. Nem precisa de recomendação.

Minha única sugestão para os ouvintes é que cheguem cedo, já que a distribuição de senhas é bem concorrida. Depois de pegar a senha, porém, é fácil passar o tempo: o Museu tem um jardim agradável e um bom café."






Ecce Gobbo




Pronto, fim do suspense: eis o único, autêntico e inimitável Gobbo!

O curioso é que se a gente estivesse elegendo um Gobbo no voto popular, o resultado teria sido o mesmo: para 33,87% dos 124 leitores que votaram na enquete, o Gobbo é a pessoa que mais se parece consigo mesma dentre as aqui apresentadas.

Num distante segundo lugar -- 16,13% dos votos -- ficou o Anônimo Número 2; mas o Anônimo 4 também foi bem votado, com 14,52%.

Agora só nos resta descobrir o telefone do Anônimo 1 para a Bia Badaud... ;-)






É que hoje a Regina só podia vir cedo...










Good day, sunshine!









23.1.06


O Mistério do Gobbo II, ou
Tutto scientifico!

Pronto, vocês pediram uma pesquisa em forma de enquete, e o que é que a gente não faz para manter o nível do serviço?!

Aqui está, portanto, uma enquete para descobrir, de forma mais simples do que contando os votos abaixo, quem vocês acham que é o Gobbo.

Vale um voto por pessoa, numa única opção -- o que acaba, portanto, com a dúvida cruel "será o X ou o Y?".

Agora é preciso deixar a indecisão de lado, ser firme e... cravar num dos números!

Vamos lá, galera!


Quem é o Gobbo?

1
2
3
4
5
6
7
8
9





Em tempo:

A revelação do mistério está numa quadrinha que o próprio Gobbo fez ontem à noite. Lendo-a com atenção, fica óbvio quem ele é:
Já que ando pela bola 7, com o 6 vêem, é af8mente que neste 1 minuto de publicidade, 3noitado, 2me conta que nestes quadros me en4, ou 5padamente, 9s fora, nado.






O Mistério do Gobbo



Para os incréus que ainda duvidam da real existência do Gobbo, aí vai, enfim, uma prova incontestável: a foto do Nosso Herói, diretamente da aprazível e aconchegante cidade de Helsinki, Finlândia.

Claro que, sendo o Gobbo quem é, não faria o menor sentido postá-la assim, sem mais nem menos. Assim a Van Or recolheu aleatoriamente, pela internet, fotos de oito outros cavalheiros; eu as misturei; e aí está o enigma, pronto para ser desvendado por vocês.

Façam suas apostas: quem é o Verdadeiro Gobbo?





22.1.06


Até à vista, queridos!

A essa altura, nossos amigos TeAmo e Miguel já estão de volta à terrinha, cuidando dos ataques de carência do Caetano. Os dois passaram a temporada brasileira às voltas com parentes, amigos e, ça va sans dire, com a lua-de-mel: porisso andaram sumidos do blog.

Antes de viajar, TeAmo ligou e mandou um beijo muito grande para todos. Diz que já podemos até começar a organizar um encontro pro ano que vem, pois voltam ao Brasil no Natal.

Pois podem deixar, meninos: nossa Diretoria Social cuidará do caso.






Alguém sabe resolver este problema?

Pergunta o Truda:
"Minha barra de endereços não desce, nem no iExplorer nem no Mozilla. Alguém sabe como se conserta isso?"
A gente agradece, antecipadamente...






Há algum doador de sangue na área?! É urgente!

Escreve o nosso Andre Arruda:
Um amigo meu, Felipe Bonan, está precisando URGENTE de sangue A+.

Ele foi vítima de um acidente ridículo, e que revela o estado atual da nossa cidade: uma árvore, na Lapa, caiu sobre ele! Poderia ser com qualquer um de nós. Ele sofreu fratura de fêmur e ferimentos internos GRAVES.

Felipe está no hospital Quinta D'or há semanas e teve uma hemorragia séria ontem; corre risco de vida!!

o local da doação:

Hematologistas Associados

Rua Conde de Irajá, 183

Botafogo

das 8h às 16h

A- em nome de FELIPE DAVILA BONAN

-- Pode ser qualquer tipo de sangue também --

o importante é que as doações sejam feitas às 8h porque o sangue, por razões técnicas, só chegará à noite para o Felipe.

No Orkut, um pouco mais do Phil, como os amigos o chamam.





21.1.06


Final Feliz



Uma ótima notícia: vocês se lembram do Chamin, aquele gatinho que se refugiou na papelaria da Gávea? Pois foi adotado pela Mary, do Grajaú, que é super do bem, e que lhe deu o nome de Juanito.

Ele foi embora da papelaria muito faceiro e tranqüilo no carro, como se tivesse certeza de que, finalmente, estava indo para casa.

A Mary tem uma linda família gato, e Juanito logo se entrosou com seus novos parentes.

Bom domingo para todos!




Disse tudo!

Desde que morreu aquele pobre cão que se atirou do viaduto, desesperado, ao ser perseguido por uma equipe da prefeitura, venho indignada com o assunto: com a morte do bicho, com a incompetência de quem foi resgatá-lo, com as barbaridades ditas pelas "otoridades" responsáveis.

O fato de ninguém ter se lembrado de chamar a Sepda (suposta secretaria de defesa e promoção do animal) mostra o quão irrelevante ela se tornou para todos, embora o senhor secretário Victor Fasano continue mamando, e mais do que qualquer de nós jamais imaginaria, nas tetas do nosso riquíssimo município.

(Aliás: o Globo descobre que o cara levou 260 mil por duas jacutingas, vai levar mais de 800 mil por nada... e até agora... nada. A administração do senhor Cesar Maia anda tão corrupta, mas tão corrupta, que já não se mexe por acusações de "pequeno montante").

Estou pra escrever sobre isso desde então, mas ainda estou às voltas com o meu, digamos, "intensivo"; assim, descaradamente, roubo o que a Rosana escreveu no A propósito... são vidas!:
"A Secretaria de Defesa dos Animais promete que incidentes como o que tumultuou o trânsito no Rebouças (então seria esta a finalidade da Secretaria de defesa dos Animais, se preocupar com tumultos no trânsito) serão mais raros, a partir de fevereiro, quando for inaugurado o centro de triagem para animais encontrados em vias públicas (ponto onde os animais deixarão a terra para encontrar com anjos no céu, em outras palavras, morrerão esquecidos). O centro ficará na Fazenda Modelo (modelo de campo de concentração), em Guaratiba (para quem não sabe, a fazenda modelo recebia em seu passado mendigos recolhidos das ruas do Rio de Janeiro).

Os animais serão recolhidos por veículos da Prefeitura, mas a secretaria garante que não serão exterminados (apenas morrerão de fome e sem cuidados, nada demais. Quantos Veterinários seriam necessários para cuidar de um abrigo de um Município com uma população canina e felina estimada em 800.000 animais domiciliados, sem contar os abandonados? Cinco? Seis?).

-- O centro funcionará como abrigo (abrigo, o que significa proteção e amparo, neste caso quer dizer depósito de lixo) para cães, gatos e outros animais recolhidos. Será aberto ao público e os animais ficarão lá até serem adotados (uma espera rápida, pois são apenas milhões de animais, o que torna a adoção muito fácil. Sem contar que a divulgação é ampla e todas as famílias cariocas estão realmente disponíveis e em condições de adotar um animal).

Atualmente, O Centro de Controle de Zoonoses é o órgão encarregado de recolher animais feridos, agressivos ou doentes das ruas do Rio. Os animais são levados para o canil (depósito) da Instituição, em Santa Cruz."

(Reportagem de "O Globo" de 18 de janeiro de 2005, primeiro caderno, página 12.)

Até quando a população será enrolada e não educada?

Quanto mais se apreende animais, mais animais são abandonados. A volta da carrocinha é uma satisfação para quem acha que animais não têm valor, ou seja, aqueles que os abandonam. Os grandes e magníficos pensadores "Seres Humanos".

Obs: As palavras em negrito não fazem parte da reportagem... infelizmente. (Rosana Monteiro)






Foi uma farra...









20.1.06


O que acontece com o Flickr

Muita gente não está conseguindo ver as imagens do Flickr. Curiosidade: toda esta gente acessa através do Virtua. O Mario deixou um recadinho no Flickr que a Jussara trouxe pros comentários, mas não sei se todos viram este comentário:.
"Não estava "vendo nada" porque a Virtua RJ não "enxerga" as imagens do Flickr. Com umas ajudas do Forum "Bugs" de lá resolvi e se algum frequentador Virtua RJ te pedir help é fácil:

tem que colocar no browser ou no sistema o WEB PROXY (HTTP) que é:

195.39.170.102 : 80

No Mac OS X botei direto no sistema. Vale para todos os browsers. No Windows o pessoal está botando nas Tools do Explorer e por aí vai.

Depois pede a alguém do Info Etc. para explicar o que é isso. A Virtua (que eu adoro e ainda mais com 2 Mega de Megaflash) pisou na bola e os atendentes não sabem de nada e um já me disse que é problema da Embratel...

C'mon...

A não ser que Embratel seja o apelido de proxy... sei lá"
Valeu, amigo!

(Eu estava toda cheia de certezas em relação à Virtua e ao Flickr, agora não sei de mais nada; e os neurônios, tadinhos, continuam todos ocupados com outros circuitos... ó céus, ó vida!)






Fashion Rio: quando a crônica se faz de retalhos

O mundo gira, a Lusitana roda e a Fashion Rio, que durante uma intensa semana parece o centro do universo, ou pelo menos do Rio de Janeiro, some na poeira das estrelas, entre top models que voam para os próximos desfiles e roupas que, cumprido o seu destino, vão para cabides, gavetas, araras e vitrines, já retalhos do passado na cabeça dos seus criadores -- estressadíssimos, todos, com a próxima estação, e o que será a nova novidade daqui a seis meses.

Para quem teve que escrever a crônica de quinta-feira na terça em que o fuzuê mal começara, como é o caso da vossa escriba, a Fashion Rio ainda é algo vivo e real, dando voltas na cabeça e pulando corda com Tico e Teco, entre pontos de exclamação e, sobretudo, de interrogação.

* * *

Mesmo agora, por exemplo, que já sou quase uma veterana, com quatro Fashion Rios no currículo, não consigo entender a lógica dos comerciais que antecedem os desfiles. Sim, eu sei que um evento deste porte não se faz sem patrocinadores; e sim, sei também que patrocinadores patrocinam eventos para expor a marca e para mostrar que, ora, são os patrocinadores da coisa.

A marca do patrocinador deve ser vista, naturalmente, pelo maior número possível de pessoas. O patrocinador faz questão de deixar claro que, sem o seu patrocínio, nada daquilo seria possível -- fato pelo qual, supõe-se, o maior número de pessoas possível passará a olhar para a marca do patrocinador com olhos cheios de gratidão pela generosidade que permitiu a realização de tão arrebatador evento.

Até aí o meu raciocínio vai.

Acho natural que nas tendas onde se realizam os desfiles, nos impressos e em cada canto para o qual se olhe se vejam os logotipos e marcas dos patrocinadores. É justo e, como pessoa que muito se encanta pelas belas coisas realizadas na sua cidade, só tenho a agradecer às empresas que permitem que, a cada seis meses, eu possa me divertir com as modas.

Só não entendo por que as pessoas que já viram as marcas dos patrocinadores espalhadas por toda a parte são obrigadas a assistir, antes de cada desfile, ao replay do mesmíssimo comercial de cada um dos patrocinadores. No primeiro desfile a gente ainda agüenta; no terceiro, quer cortar os pulsos. Agora imaginem como não se sente quem, por obrigação profissional, tem que assistir a 40 desfiles?!

Imaginem, se forem capazes, o ódio que cresce até no coração da mais meiga criatura à quadragésima repetição do mesmo anúncio, no curto espaço de cinco dias?!

* * *

Senhores patrocinadores da Fashion Rio, por favor, tenham piedade dos jornalistas, dos profissionais da moda e do público em geral que tanto ama o evento pelos senhores patrocinado! Garanto que as suas marcas estão vivas nos nossos corações, e creio que não exagero ao dizer que somos todos infinitamente gratos pelo patrocínio, mas acreditem: mais ainda seríamos se fôssemos poupados dos filminhos que, como curtas obrigatórios, nos são impingidos a cada desfile.

Nunca vi moda em Paris, Londres ou Nova York, mas amigas sofisticadas que já viram de tudo no mundo me garantem que isso não acontece em nenhum outro lugar. O que posso asseverar, por ter visto, é que até ali na esquina, em São Paulo, o pessoal já se tocou para esta bobagem provinciana e poupa o distinto público de tal perrengue.

Certa de vossa compreensão, antecipadamente agradeço qualquer consideração da questão para as próximas edições da nossa linda festa.

* * *

E, por falar em linda festa, fica aqui o meu protesto, entre tantos, pela destruição do esplêndido gramado do MAM. Sei que a Fashion Rio não teve nada a ver com a barbárie, herdada do TIM Festival, que armou uma tenda exatamente em cima do gramado com o desenho das pedras portuguesas de Copacabana, obra tombada de Burle Marx -? mas, santos céus, em que mundo estamos?!

OK, ninguém precisa responder, a pergunta é apenas retórica; mas o que é que passa pela cabeça de alguém para detonar daquela forma um dos jardins mais bonitos da cidade?! E que prefeitura insensível é esta que autoriza semelhante loucura?! Em nome de que se manda para o espaço um gramado que é cara do Rio?!

Aliás, pensando bem, a resposta a esta pergunta está na sua própria formulação.

* * *

Do ponto de vista positivo, palmas para o lounge do Sebrae, sempre inovador, desta vez com o look da periferia bem-humorado do Gringo Cardia e um espaço bacana para as criações da Daspu. Ao contrário da Daslu, que só teria a ganhar abraçando a ONG da valente Gabriela Leite -- mas preferiu abrir fogo contra moças humildes feridas pela vida -- o Sebrae provou que tem coração, coragem, compaixão e solidariedade.

(O Globo, Segundo Caderno, 19.1.2006)





19.1.06


Vantagens do refúgio na Laura









18.1.06


Love is a many splendored thing

Estou impressionada com a quantidade -- e a qualidade -- dos comentários lá da crítica que escrevi sobre 2046. Como o Nelsinho observou, taí um assunto que rende...

Um dia, com calma, ainda escrevo um post sobre o amor.

Agora vou voltar pro trabalho -- que é, também, pensando bem, uma forma de amor, quando se gosta do que se faz.

Em tempo: eu amo todos vocês, que me tanto me ajudam a fazer do internETC. um botequim virtual de boas vibrações.






Da janela da Laura










O ano promete...

O ano, que mal começou, promete grandes novidades: Macs rodando Intel, Palms movidos a Windows e, ao que tudo indica, mais um capítulo que se encerra na história da fotografia. Na quinta-feira passada, a Nikon anunciou que deixará de produzir praticamente toda a sua linha de câmeras e lentes tradicionais, para se dedicar com mais ênfase à produção de câmeras digitais.

Trocando em miúdos, dos sete modelos de câmeras para filme que ainda fabrica, e da infinidade de lentes para essas câmeras, a empresa, que é referência no fotojornalismo, manterá apenas dois aparelhos em produção.

Os porta-vozes da Nikon não revelaram quais modelos serão eliminados, mas o fim do filme é, aparentemente, uma tendência irreversível. Hoje fotógrafos que ainda se mantém no velho paradigma já se ressentem da falta de variedades de filmes e papéis para revelação, mais ou menos como aconteceu com seus antecessores que trabalhavam com formato 6 x 6 e, antes disso, em chapas de vidro.

A verdade é que, resolvidas as barreiras iniciais da resolução, do preço do equipamento e da capacidade de armazenagem, a fotografia digital é super campeã: não é poluente, é infinitamente mais barata em termos de produção e oferece a vantagem imbatível da conferência instantânea.

Este promete ser também um grande ano em termos de lançamentos de câmeras, cameraphones e toda a espécie de produtos de tratamento e exposição de imagens: afinal, é ano de Copa do Mundo, e há um mercado gigantesco de torcedores espalhado pelo planeta prontos a registrar os jogos na Alemanha, as viagens, as festinhas caseiras e o que mais cerca um evento esportivo desta magnitude.

* * *

O N90, um dos grandes trunfos da Nokia em termos de celular com câmera, acaba de chegar ao mercado brasileiro. Já recebi um para teste e em breve trago notícias (e fotos!); já a Sony Ericsson promete para meados do ano o lançamento de um aparelho com uma câmera melhor ainda do que as extraordinárias câmeras do K750i e do W800. Taí uma coisa que eu quero muito ver... e usar!

* * *

Para quem está começando o ano com um celular com câmera na mão e nenhuma idéia na cabeça, aí vai uma sugestão: que tal abrir uma conta no Flickr, em www.flickr.com?

Tocado com extrema competência, o sistema acabou sendo comprado pelo Yahoo no ano passado e, a despeito do medo inicial dos usuários, temerosos de ver uma reedição da ascenção e queda do Fotolog, a fórmula não desandou.

O Flickr continua rápido, ágil, cheio de novidades -- e aceita muito bem fotos enviadas de celulares, que pode reenviar, automaticamente, para os blogs dos usuários.

O segredo do bom uso disso tudo é um só: muito uso. Quanto mais se usa uma ferramenta, melhor se usa esta ferramenta.

Simples assim.


(O Globo, Info etc., 15.1.2006)





17.1.06


Como os olhos de um bandido...













Emergância felina!

Escreve Ana Yates:
Um gato adulto, macho, castrado, tigrado cinza e
branco, manso adentrou uma pequena papelaria no início da Rua Marquês de São Vicente, Gávea. E é claro, com minha fama já ultrpassando fronteiras, já me acionaram em busca de solução! O pessoal da papelaria é muito legal. Tanto assim, que quando entrei (fui conduzida) para ver o gato, já tinha uma caixa com areia sanitária e potes pequenos com ração e água.

Segundo os funcionários com quem estive, o dono do local a princípio tentou enxotar o bichano, mas ele lutou para não ser retirado da loja e está sendo aceito, temporariamente, desde que não crie transtornos. A papelaria é um cubículo! E o gato fica lá nos fundos num espacinho onde guardam estoque (1.5mX1.5m). Não tem porta, mas segundo eles, o o gato não passeia pela loja. Não há outro buraquinho de ventilação a não ser a porta de entrada, que após às 19h é fechada em dias de semana e após 13h aos sábados, para só reabrir na segunda às 8h.

Além de extremamente quente, um forno,o local em que o gato permanece nos fundos da lojinha é escuro.

O gato é mansinho e carinhoso e já chegou castrado.Quando toquei nele, empurrou a cabecinha para receber afago. Aliás, os funcionários me mostraram vermífugo que deram a ele e colírio que estão usando porque os olhinhos estavam infeccionados quando chegou lá.

Apesar tolerância do dono e da hospitalidade recebida, o local é inadequado para a permanência do bichano. Já tive visões apavorantes, pensando na possibilidade de abrirem a loja pela manhã e só encontrarem papel picado!!! Por enquanto, ele está muito bem comportado. Mas, por favor,se souberem de alguém que queira um gatão carente, já castrado e de personalidade dócil já estabelecida, por favor, entrem em contato comigo.

Gratíssima,

Ana





16.1.06


Da impossibilidade de amar amando,
e da falta de coragem da entrega

2046 -- Os segredos do amor


Quando o último dos últimos créditos de "2046 -- Os segredos do amor" rolou na tela, eu ainda não havia conseguido juntar os cacos do coração e reconectar as sinapses. Mesmo agora, passados três dias desde que vi o filme de Wong Kar-Wai, não estou inteiramente certa de ter conseguido ligar os fios corretamente e colado os pedacinhos todos; a sensação predominante é de que alguma coisa mudou para sempre em mim, algum sentimento profundo e oculto demais foi revirado e nada voltará a ser como antes.

As grandes obras de arte têm este poder, o de modificar radicalmente a forma como vemos o mundo ou confrontamos as nossas angústias; "2046" teria esta capacidade, mesmo que ficasse apenas na superfície, na sua gloriosa estética de sonho, perdida num ponto tão imaginário quanto aquele que dá título ao filme e que é, ao mesmo tempo, número de um quarto de hotel e título do romance escrito pelo jornalista Chow (Tony Leung), que conhecemos há cinco anos em "Amor à flor da pele". Um tempo onde tudo permanece imutável e, em tese, nada dói.

A questão é que tudo dói nesta Hong Kong dos anos 60, em que a Hollywood dos anos 30, seus galãs de bigodinho e brilhantina e suas mulheres impossivelmente bonitas se encontram na esquina com "Blade Runner".

Corpo e alma: idiomas diferentes

Hospedado no quarto 2047, Chow envolve-se com Jing (Faye Wong), filha do dono do hotel, e Bai Ling (Zhang Ziyi), uma garota de programa. Outras mulheres vêm e vão; aliás, tudo vem e vai, todos estão em constante movimento, indo ou vindo de países e cidades diferentes, ainda que sempre fechados em espaços claustrofóbicos e decadentes.

Quando a câmera se dá ao luxo de mostrar a cidade, o ambiente é escuro, chove, as paredes descascam. Não há conforto no mundo, como não há conforto na alma, exceto no trem imaginário que vem de 2046 -- mas nele as mulheres que poderiam fazer Chow feliz são andróides, não têm alma e não conseguem responder aos anseios que, afinal, ele consegue exprimir.

Na realidade paralela do filme, a sua incapacidade de amar é a tônica dominante de uma atmosfera de eterno desejo e perpétua solidão -- mesmo que, aparentemente, pessoas se encontrem, palavras sejam trocadas e supostamente compreendidas, e todos os sentimentos estejam à flor da pele -- nos olhos, nos gestos, nos corpos que se entendem a despeito da incomunicabilidade dos espíritos.

A tragédia de Chow e das mulheres que cruzam o seu caminho, no entanto, está menos na sua suposta incapacidade de amar do que na coragem que lhe falta para a entrega, menos na audácia desafiadora dos gestos do que no medo do amor: é preciso coragem demais para ser feliz.

(O Globo, Segundo Caderno, 16.1.2006)





15.1.06


W800










N90










Gataiada










Keaton, clicada pelo N90










O N90









14.1.06


Testes do Nokia N90










Testes do Nokia N90










Testes do Nokia N90









13.1.06


Foto Ernani d'Almeida










A passarela










Acho que é a Giselle










A tropa em peso










Com vocês, isto é, comigo, o N90!










O canalha que mordeu a Tutu










Encantando platéias

A MARCHA DOS PINGÜINS

Todo ano, assim que começa o inverno na Antártica -- aquele continente onde mal se acredita que haja verão -- os pingüins iniciam uma longa jornada neve adentro. Deixam a relativa segurança do mar e andam em fila indiana, aos milhares, desengonçados e lindos, a caminho do lugar mais frio, desagradável e inóspito do planeta. Alguns abreviam a caminhada dando umas deslizadas de barriga, mas nem isso encurta a viagem de quilômetros através do gelo.

Quando finalmente chegam ao seu destino, o que fazem? Acasalam, claro: há poucos instintos capazes de levar alguém tão longe, exceto, em raríssimos casos, o de fazer um documentário.

Para a sorte de platéias encantadas ao redor do mundo, foi o segundo instinto, e não o primeiro, que levou o cineasta Luc Jacquet e sua equipe ao fim do mundo, onde o time de bípedes implumes gravou algumas das mais impressionantes imagens de bichos jamais vistas, do encontro inicial dos casais à independência final dos filhotes, gerados e criados em condições que desafiam qualquer lógica.

Ainda que pingüins sejam pingüins e que assim venham sobrevivendo há centenas de milhares de anos, é impossível deixar de imaginar que, se a natureza fosse mesmo sábia, daria um jeitinho de inventar uma forma mais simples de produzir novos pingüins. No fim do ciclo, os adultos, que chegam a passar por períodos de dois meses em jejum, perdem mais de um terço do peso.

O único defeito do filme é o roteiro, com atores fazendo as "vozes" das aves. Apesar de sua semelhança com homens em black-tie , pingüins, definitivamente, não são seres humanos. Qualquer tentativa de antropomorfizar animais e seus sentimentos é, na melhor das hipóteses, uma grave incompreensão da fenomenal biodiversidade do planeta. Na pior, é uma jogada sentimental barata para comover as massas.

"A marcha dos pingüins" ("La marche de l'empereur", no original) não precisa disso. Esta Bonequinha vai voltar ao cinema, mas vai levar o iPod para uma boa música de fundo.


(O Globo, Rio Show, 13.1.2006)





12.1.06


Almoço










Eu amo a minha cidade










Um casal










Eu amo a minha cidade










Oi, Lucas!










Cama de gato: Mosca, Lucas, Pips










Lembranças antigas e deslumbramentos novos


Recortes de Hong-Kong, um filme inesquecível e um desfile de sonho na Fashion Rio.


Sentada na beira da cama, no meio da madrugada, eu olhava o mundo lá fora: a chuva que caía sem parar, a baía vinte e tantos andares abaixo, o ir e vir de embarcações, o luminoso redondo e vermelho no prédio ao lado, néons de todas as cores e feitios nos outros prédios, todos cristaleiras como aquele em que me encontrava, hóspede do quarto 2504.

Lembro do número porque o anotei nas fotografias, mas acho que me lembraria do andar de qualquer forma, porque tenho uma certa fixação com a altura das escadas Magirus. Em caso de incêndio, não seria uma delas a me tirar de lá. Havia esquecido de conferir quantos andares me separavam do heliporto do terraço e estava vagamente inquieta -- não com medo de um improvável incêndio ou calamidade de qualquer sorte, mas talvez porque aquela fosse a forma de tornar real a angústia de um organismo que havia dado meia volta ao mundo e não sabia mais se o que sentia era fome de jantar ou de café da manhã, insônia ou, pura e simplesmente, vontade de acordar no devido tempo.

Eu estava em Hong Kong e havia acabado de me dar conta de que nunca estivera tão longe de casa -- e tão longe, também, de tudo o que me era familiar e conhecido, do idioma à comida, passando pela linguagem corporal das pessoas e pelos sons, cheiros e sinais ininteligíveis das ruas.

No dia seguinte, aproveitando uma brecha na programação que cumpria, fugi do grupo e saí sozinha pela cidade, munida de um mapa e de um cartão do hotel. À luz do dia a distância de casa não me perturbava tanto, mas Hong Kong continuava me angustiando. Não estava nem frio nem calor, caía uma chuva fininha que não incomodava, mas a quantidade de gente na rua e aquele mar de rostos essencialmente orientais me causavam uma estranheza difícil de decodificar, sobretudo porque a lenda de que todo mundo fala inglês na ilha já se havia desfeito na segunda esquina.

Eu precisava muito conversar com alguém sobre aquela cidade, sobre aquele ponto do globo em que, tendo o Rio como referência, estava de cabeça para baixo. A alguns quarteirões do hotel vi um minúsculo salão de cabelereiro com um cartaz em inglês e não pensei duas vezes. A cabeleireira, aleluia!, não só falava inglês como, ainda por cima, me explicou que eu tinha sorte, muita sorte, porque ela, por acaso, havia feito um curso especial de corte de cabelo ocidental. Segundo entendi, nossos fios de cabelo são redondos e os deles, oblongos, ou vice-versa, e se alguém não está treinado nesta sutil diferença as possibilidades de desastre são incomensuráveis. Ela havia sido boa aluna: saí com um lindo corte e com a sensação de, enfim, ter feito contato com alguém do lugar.

o O o


Antes de viajar, quando comentei com um amigo de São Francisco que iria a Hong Kong, ele me sugeriu ficar uns dias a mais para ir conhecer também a China. Observei que, para mim, que nunca tinha ido ao Oriente, Hong Kong já era China suficiente, obrigada; mas caminhando entre os hotéis, olhando a ilha do outro lado e comendo uns pêssegos deliciosos, me dei conta de que se aquela cidade estranha era a China, a China não era nada do que eu imaginara até então.

Pouco depois de sair do salão, esbarrei, por acaso, com um grupo de ingleses e dinamarqueses residentes. Fomos tomar um café juntos. Conversa vai, conversa vem, um deles me perguntou por que eu não aproveitava, espichava a viagem e ia conhecer a China. Repeti o que já havia dito ao amigo de São Francisco. O grupo todo ergueu os olhos para o céu, teatralmente, como quem implora, "Ó aí de cima, mande por favor uma luz para esta pobre criatura desorientada!"

o O o


Hong Kong é imensa, confusa, ruidosa -- e, nisso, é igualzinha à China que conheci dois anos depois, quando, finalmente, fui para o continente. Mas, vista em retrospectiva, tem muito pouco de China, e muito de... ora, Hong Kong. Uma espécie de terra de ninguém, um porto de passagem, um umbigo financeiro sem rosto onde o que importa é ter, gastar, ostentar. É assustadora e ao mesmo tempo muito atraente, e tenho uma vontade enorme de voltar; mas hoje, quando alguém me diz que vai para lá, eu também pergunto por que não aproveita e tira uns dias para conhecer a China.

o O o


Hong Kong e a China andam muito presentes no meu pensamento por esses dias por uma coincidência de felicidades: "2046 -- os segredos do amor", o extraordinário filme de Kar Wai Wong, e o desfile impecável da Marcela Virzi na Fashion Rio. Estou convencida de que estilistas, assim como desenhistas e pintores, criam à sua imagem e semelhança. Marcela, visceralmente chique e elegante, voltou o seu olhar sutil e original para a China.

As roupas que resultaram disso estão entre as mais lindas e preciosas da temporada.

(O Globo, Segundo Caderno, 12.1.2006)






Por hoje é só










Missão cumprida









11.1.06


Gabriela, da Daspu, a estrela da festa










Estande do Sebrae










Where in the world...

Olá, gente! Desculpem o chá de sumiço, mas época de Fashion Rio é, para dizer o mínimo, tumultuada -- e, para piorar, ontem o celular não funcionou!!!

Vocês conseguem imaginar o que é Cora Rónai sem celular?!

Nem tentem; não é fácil.

Agora está tudo OK com ele mas, em compensação, eu estou trancada na redação com pilhas de coisas para escrever.

Na semana que vem as coisas voltam ao normal -- espero.

Beijos!






Netcat, pro Lucas (e pra Claudia A.)










Gatas em dia de faxina










Virzi










Fashion Rio









9.1.06


Eu amo a minha cidade










Eu amo a minha cidade










Botafogo










Um momento de paz na vida do agitado leão da savan a










Grandes felicidades podem ser bem miúdas









8.1.06


Todas as possibilidades










Fazendo hora










Hoje o Rio é só uma fotografia na parede










Marc Ferrez










'Saca-me uma foto, velho Malta...'










Manoela e Cláudio










Pipoca e seu bípede










Mamãe, Manoela, d'Artagnam










É duro ser estrela...









7.1.06


Fim de tarde










Ponto de observação, ou: um coqueirinho pra c hamar de meu










Para las chicas










Um sábado carioca










Canal










Leblon










Ipanema










Não se pode nem dormir nessa casa?!










E dedica este lindo dia à Suely!










O atento leão da savana confere tudo...









6.1.06


Realidade










Ficção










Blog é a melhor diversão

Existem pessoas com um talento todo especial para descobrir coisas interessantes na rede. Uma delas é a Helenice, que faz um blog delicioso, cheio de novidades.






Dica de leitura

Meu amigo e colega PH, o Paulo Henrique Noronha, escreve:
Dica: quando tiver tempo, é muito didática, em termos de cidadania brasileira, a leitura do livro dos coleguinhas Bernardo de la Peña e Gerson Camarotti, "Memorial do Escândalo". Eles fizeram um trabalho muito bom compilando os fatos dessa história fantástica para ajudar o leitor a entender um pouco como funcionam os abusos sobre a coisa pública no Brasil. Abusos que não são exclusividade desse Governo -- que só reproduziu, de maneira incompetente e atabalhoada, esquemas que já existiam há anos -- mas que estão vindo a público dessa forma escandalosa que estamos vendo há meses.

Eu já tô na metade do livro e tô adorando. Temia que fosse um livro oportunista, apenas para ganhar dinheiro com o momento, mas estou me surpreendendo muito bem, é um belo trabalho jornalístico, que estou recomendando para todo mundo.
Detalhe: o PH é um dos caras mais antenados que conheço; dica dele é sempre dica boa.








Momento capivara

O Riq fez um fotoblog simpaticíssimo com o Rio Scenarium e momento da entrega solene da capivarinha... Está AQUI.






A capivarinha sênior e a recém chegada










Parabéns, TeAmo e Miguel!







Uma capivara na naite









5.1.06


Vejam o que eu ganhei do Plínio!










Na farra










Teatro Rival










Ricardo Freire: super querido









Corra Cora corra!










Há algum advogado na casa?

Escreve a Laura:
Help, help, help!

Será que você tem um advogado entre seus gentis leitores? Mais ainda, será que tem um advogado simpático, prestativo, que queira ajudar um músico em perigo?

Eis o que acontece: a UFRJ abriu um concurso para professor. No edital pede-se, entre outras papeladas, o diploma de graduação em música, o que aliás é muito lógico. Nosso amigo d'Artagnan foi lá, todo garboso, se inscrever para a maratona de provas. Porém ao chegar na Escola de Música, se deparou com um problema surreal. Ele é formado há 4 anos pela UNIRIO, que lhe forneceu o certificado de conclusão de curso, porém não o diploma propriamente dito. Isso não seria problema se o prazo para a inscrição não fosse tão exíguo: encerra-se na terça feira.

Telefonei para o decano da UNIRIO, um amigo querido, que me explicou que o pessoal da UNIRIO está todo de férias e portanto é virtualmente impossível conseguir agilizar a emissão do diploma até a semana que vem. Mas me disse que o problema é para lá de comum, e que, legalmente, a UFRJ não pode recusar qualquer inscrição por falta de documento. Se até a posse, o candidato não tiver a papelada completa, aí sim, eles podem impugnar a candidatura. E mais: que o normal neste caso é entrar com uma liminar na justiça para fazer a devida inscrição.

Ao comentar o caso com uma colega professora da UFRJ ela confirmou a informação, acrescentando que ela mesma, ao fazer seu concurso, procedeu da mesmíssima maneira. A coisa é simples, e é quase uma formalidade, feita para proteger o candidato, mas também o pobre do funcionário que aceita as inscrições no balcão e que recebeu ordem de se ater ao que saiu no edital do Diário Oficial.

Só que nenhum de nós, músicos, sabemos como diabos se entra com uma liminar e o tempo ruge.....

Help! Socorro! Au secour! Zu hilfen! Soccorso! Segitség!






Corra Cora corra!









Antes da letra

Quando postei aquele Googlezinho em braile, fiquei com uma vaga sensação de -- sem trocadilhos, por favor! -- déjà vu; hoje lembrei.

Entre os mais de 1500 títulos diferentes que fez para Cruzeiro, Veja, Isto É, JB, etc. etc. etc., Millôrzinho fez este aí, em braile, em 1984.

Aquele ano do Orwell.

Em tempo: alguém se queixou de que não conseguiu acompanhar a "novela" da iluminação do Google no Natal. O link para a série toda está AQUI.






O Leão da Savana degusta uma rara iguaria: creme para as mãos da Lancôme










Hmm... Saio ou não da cama?










Das flores para Yemanjá à vida dos batráquios

Pensamentos dispersos sobre o mar, o Ano Novo,
algumas decisões e diversos sapos



Como quase todos os habitantes da cidade e a quase totalidade dos turistas que para cá vieram durante as festas, eu também fui até a praia na noite do dia 31, toda vestidinha de branco, estourar um espumante à meia-noite e jogar flores para Yemanjá. Desde que me tenho por gente cumpro este ritual de molhar os pés no mar durante a passagem do ano; nas poucas vezes em que fui impedida de fazê-lo, não consegui evitar o sentimento aziago de que algo de muito ruim me aconteceria em breve.

Se o pressentimento chegou a se concretizar alguma vez não sei dizer, porque, felizmente, não sou de ruminar pensamentos ruins: meu DNA está programado para dar preferência às boas lembranças. Mas que foram Réveillons horríveis, cheios de maus presságios, lá isso foram.

Como quase todos os habitantes do planeta, também, passei o dia seguinte em estado de torpor, espichada na rede, sem ânimo para nada, exceto pensar no que nos leva a imaginar que a simples virada de uma folha do calendário, invenção humana sem qualquer relação com o divino ou com os ciclos naturais da terra, vai mudar o que quer que seja -- exceto o número do ano no dito calendário.

Pensei também nessa estranha relação com o mar que tantos de nós temos, e em como mar e praia são, com perdão do trocadilho, praias totalmente diferentes. Não sou pessoa de praia, mas de mar. Não gosto de assar na areia mas gosto de barcos, gosto do sal e da água que o vento sopra na cara da gente; não há montanha russa que me dê uma fração da adrenalina que me dá um mar bem batido. Gosto sobretudo de mergulhar, especialmente em noites de lua cheia, quando as lanternas tornam-se dispensáveis; há poucas coisas mais lindas do que descer a uns poucos metros, sentar na areia e lá ficar, olhando uma ou outra tartaruga insone, peixes que não se vêem de dia e a luminescência da água, causada por seres tão minúsculos que tudo o que deles vemos é o brilho, como zilhões de confetes luminosos.

* * *


Depois de toda esta vã filosofia, fiz, naturalmente, uma lista mental de decisões de Ano Novo. Afinal, uma das principais utilidades do ano novo é dar, às editorias de jornais e revistas, a chance de elaborarem listas de melhores e piores do ano, e, às pessoas físicas, a oportunidade de fazer seu próprio balanço existencial. Minhas decisões foram mais ou menos as mesmas de 2005 mas, como sempre, acredito que, em 2006, tudo vai ser diferente.

E o que é que eu decidi?

Bem, em 2006 eu vou, finalmente, tomar vergonha na cara e emagrecer;

Vou passar a freqüentar a academia, que deixei de lado em meados do ano passado;

Vou manter a escrivaninha e, se possível, todo o escritório, em ordem;

Vou renovar a carteira de motorista, vencida há dez anos;

Vou reduzir a biblioteca ao essencial, aos livros que amo e aos que ainda não li;

Vou tentar passar menos tempo no computador e mais tempo com os livros, para ver se consigo pôr a leitura em dia;

Vou fazer uma última tentativa de reconciliação entre as minhas plantas desmilingüidas e a Família Gato.

Está de bom tamanho, não? Se eu conseguir cumprir pelo menos uma dessas metas -- de preferência a primeira! -- serei uma mulher ainda mais feliz ao fim de 2006.

* * *


Recebi um email da leitora Alice Giannini com uma reclamação muito justa: por que não se dá destaque algum à categoria especial da Corrida de São Silvestre?

"É simplesmente como não se não existisse, o que é um absurdo," diz ela. "A largada da categoria acontece todos os anos antes da largada feminina, e o exemplo de superação que esses atletas portadores de algum tipo de deficiência dão ao mundo poderia incentivar muitas outras pessoas!!!?"

Tem toda a razão, Alice: estou com você.

* * *


A nota lúgubre da virada foi a entrevista do presidente ao Fantástico. Ninguém merecia começar o ano sendo tachado de idiota, como mais uma vez nos tachou o Grande Líder, ao nos querer fazer crer que nada soube, nada ouviu, nada julga. Ninguém merecia começar o ano ouvindo as declarações cínicas de um homem covarde que não se envergonha de jogar todos os "erros" nas costas dos subordinados, numa vã tentativa de se manter acima do lamaçal em que chafurda.

* * *


Já a nota mais simpática veio da Inglaterra,onde as autoridades decidiram fechar, temporariamente, uma estrada em Somerset. Motivo: nesta época, ela é caminho dos sapos, que a atravessam para chegar ao brejo onde acasalam. A decisão foi tomada depois do fracasso de uma patrulha de proteção criada no ano passado, que apesar de ter conseguido ajudar mais de mil batráquios na travessia, não conseguiu impedir o habitual massacre automobilístico dos bichinhos.

Taí: cada país dá aos sapos o tratamento que julga mais adequado. A Inglaterra os protege. Aqui, nos obrigam a engoli-los.


(O Globo, Segundo Caderno, 5.1.2006)





4.1.06


Gatos ao telefone

Entre ontem e hoje, os gatos fizeram duas ligações telefônicas... de celular!

Estão ficando espertos demais pro meu bolso.

Foi assim: normalmente ponho os telefones em cima da escrivaninha com o teclado voltado para cima, para não arranhar o display. Mas o 6681 tem um defeito, não trava as teclas sozinho.

O Aylons até me mandou a dica de um programeto que faz isso, mas ainda não consegui baixá-lo.

Bom. A escrivaninha está meio cheia de coisas, porque tive uma pequena sobrecarga de trabalho nos últimos dias. De modo que, ontem de madrugada, quando as espaçosas subiram para me ajudar, pisaram, como quem não quer nada, na tecla 2 -- que é a minha discagem rápida para o celular da Mamãe.

Não reparei, mas daí a pouco ela retornou.

-- Você ligou?

-- Eu? Não.

-- Ué, mas o telefone tocou aqui e está marcando você.

-- Eu? Quando?

-- Agora, há dois minutos.

-- E eu disse alguma coisa?

-- Não. Eu é que fiquei dizendo alô, alô, alô e só ouvia o barulho das teclas do computador.

Ficamos pensando as duas no que poderia ter sido até que demos com a solução óbvia.

Agora, há dez minutos, vi o display iluminado logo depois do Lucas subir na mesa; lá do fundo do aparelho vinha uma vozinha dizendo "Alô!", "Alô!", "Alô!".

Olhei o display: era a Van Or, última pessoa para quem eu tinha ligado. A capivara felina pisou tranqüilamente na tecla verde, redial.

Depois do gato americano que discou para o 911 para salvar o dono, não duvido de mais nada. Mas com isso a Van pode botar um feito inédito no currículo: deve ser a única veterinária do mundo que recebeu uma ligação feita diretamente por um quadrupe.

Não é pouca porqueira não.






Tolerância zero

Pode ter escapado de algumas pessoas um comentário que fiz ontem; mas uma das minhas metas para 2006 é tolerância zero com gente de mal com o mundo, gente sem educação, gente mentirosa, gente cheia de ódio.

A finalidade deste blog é ser um ponto de encontro, onde quem quiser bater papo sobre o que quer que seja possa fazê-lo, na santa paz. A troca de idéias, eventualmente até exaltada, é sempre bem vinda; a de desaforos será banida sem dó nem piedade.

Não estou aqui para aturar anônimos covardes dando lição de moral ou vazão ao seu ódio por mim, pelos amigos do blog ou pela minha profissão -- da qual, aliás, muito me orgulho.

Enfim: que fique claro de uma vez por todas -- isto aqui é um botequim virtual, e não uma ala de enfermaria.

Reclamações com o bispo.






Alegrias de verão










Al mare










...










Chove torrencialmente












Pipoca









3.1.06


Infinite desk II










Infinite desk










Tentando escrever algo que preste










Keaton, meditando









2.1.06


O ano em que vivemos perigosamente


Um leitor me escreveu assustado, há algumas semanas, porque encontrou seu endereço e telefone online, numa lista telefônica. Se tivesse fuçado um pouco mais, teria encontrado também vários mapas precisos da localização do seu prédio e, com um pouco mais de sorte -- e, eventualmente, ao custo de uma assinatura mensal -- teria à disposição a melhor forma de chegar à sua casa de qualquer ponto da cidade, a pé ou de carro, driblando ou não o trânsito mais pesado.

A internet está cheia dessas gracinhas muito úteis, mas assustadoras para quem acha, como o meu leitor, que privacidade ainda existe. Eu, felizmente, já perdi esta ilusão há tempos, de modo que não perco o sono com isso. Desde o início dos tempos, gente mal intencionada consegue encontrar seus desafetos com grande facilidade; não ia ser diferente num mundo conectado, em que a única chance de sumir do mapa é, literalmente, voltar para as cavernas -- mais ou menos como fez o Unabomber, que não usava internet, não falava ao telefone, nem tinha contato com ninguém.

A privacidade que tanto queremos preservar durou, como já escrevi uma vez, meia hora histórica. Nunca existiu nas sociedades primitivas nem nos estados totalitários, era ignorada até princípios do século passado e é apenas uma miragem para quem quer que use coisas banais como celular, cartão de crédito, chat, email: a quantidade de traços que deixamos pelo mundo a partir de operações aparentemente inocentes é como um risco vermelho num mapa.

Uma coisa, porém, é saber que privacidade não existe. Outra, bem diferente, é concordar com a sua invasão. 2005 foi, até agora, o pior ano para a liberdade online e a privacidade em geral, e se não nos cuidarmos direitinho, em 2006 as coisas só tendem a piorar.

Nos Estados Unidos, sob o pretexto da guerra ao terrorismo, cada vez mais o governo vem bisbilhotando a vida dos cidadãos, sem qualquer cerimônia: a famosa NSA (National Security Association), por exemplo, tranqüilamente instalava cookies nos computadores dos incautos que a visitavam, para, dizem, "estudar seus padrões de navegação na rede". Denunciada pela Associated Press, parou com a brincadeira; mas quem garante que, amanhã, uma outra agência governamental não faça o mesmo?

Do outro lado do Atlântico, o Parlamento Europeu votou, no último dia 15, a favor de uma legislação que prevê a retenção dos dados de comunicações -- chamadas telefônicas, SMS, endereços de email -- durante dois anos. O conteúdo fica de fora. Em outras palavras, se esta lei estivesse em vigor aqui, e se João mandasse um torpedo para Maria, ficaria registrado junto às operadoras de ambos que uma mensagem foi enviada de um celular para outro às 21h13 do dia 28 de dezembro de 2005 ? embora não ficasse guardado o que foi escrito.

É ingerência demais na vida dos cidadãos e, previsivelmente, está dando uma tremenda confusão entre o Parlamento Europeu, os diversos países da comunidade e organizações não-governamentais preocupadas com privacidade e liberdades civis.

No Brasil, como a maioria dos nossos legisladores ouve o galo cantar sem saber aonde, o PT, justificando seu viés totalitário, propôs algo parecido: os provedores teriam que manter os registros dos usuários e dos emails enviados, mais respectivos cabeçalhos, durante dez anos! Dá para imaginar o que toneladas de spams e mensagens cuti-cuti enviadas por adolescentes custariam aos provedores de internet?! Tal sandice foi felizmente engavetada -- mas não se espantem se renascer das cinzas sob forma ligeiramente modificada.

O preço da liberdade continua sendo a eterna vigilância -- mas da nossa parte, e não da deles.

Temas como privacidade, segurança online e direitos individuais não são leitura fácil e vêm cheios de impalatáveis penduricalhos jurídicos -- mas disso, justamente, é que se têm aproveitado os governos ao redor do planeta para tolher a liberdade dos indivíduos. Se posso dar a todos um conselho para o ano que entra é fazer um esforço redobrado no sentido de ficar de olho nas algemas eletrônicas que nos querem impingir, em nome de uma suposta segurança.

* * *

Eu gostei muito da lista de melhores produtos da PC World (na página 3); e gostei, claro, porque concordo com muitas das escolhas feitas pelos editores da revista.

Os meus dez produtos favoritos do ano passado -- sem ordem específica, porque acho impossível comparar alhos com bugalhos -- foram o Pocket HD da Seagate, simplesmente perfeito; o Motorola Razr V3, pelo look, pela qualidade e pelo impacto na indústria; o Treo 650, porque praticamente dispensa o notebook; o GMail, que me fez esquecer o Eudora; o Google Earth; o Skype; o Mozilla Firefox; o Opera Mobile, que finalmente trouxe a web para os smartphones; a Panasonic Lumix FZ20, que embora lançada em 2004 só chegou a estas paragens em 2005; e a Sony P200, uma câmera sem frescuras, mas muito veloz e com uma bateria espetacular.


(O Globo, Info etc., 2.1.2005)






Chove!










No Silvestre









A primeira perda do ano

Gianni Ratto morreu no dia 30 de dezembro, mas eu só soube há pouco, quando vi o plantão do Globo online.

É uma perda que, na verdade, deve ser debitada ao ano passado, mas a tristeza enorme que me deu está doendo agora, neste primeiro dia de 2006.

Gianni foi um príncipe na cultura e no jeito de ser, um homem fascinante, um amigo sempre querido.

Agradeço à minha boa estrela a chance de tê-lo conhecido e de vê-lo trabalhando -- uma alegria, um motivo de orgulho, uma fé renovada na beleza da arte e da competência.

Não se fazem mais pessoas como ele.






A fala de um tremendo cara de pau

Do blog do Noblat:
Resumo da entrevista de Lula divulgada há pouco pelo programa Fantástico da Rede Globo: não sabia, jamais soube da lambança estrelada por nosso Delúbio, até porque se tivesse sabido ela jamais ocorreria.

Tudo de incômodo não foi causado por ele, não foi com ele, não é com ele. Não leu os relatórios parciais das CPIs porque não é tarefa do presidente da República ler relatórios parciais - só os definitivos.

E mesmo assim, sem deixar de levar em conta que mesmo esses terão de ser "cientificamente" comprovados mais tarde pela polícia e pela Justiça.

Donde não pode o presidente emitir opiniões a respeito de nada até que a Justiça puna os culpados e absolva os inocentes.

Não, ele não disse que levaria o ex-deputado José Dirceu para seu palanque de candidato a um novo mandato - perguntaram se ele levaria. E ele apenas respondeu que levaria...

É fato que sempre foi contra a reeleição, assim como sempre foi a favor de um mandato presidencial de cinco anos - mas o jornalista Pedro Bial esqueceu de perguntar por que ele não propôs ao Congresso acabar com a reeleição e criar o tal mandato.

E como Bial não perguntou, Lula não respondeu.

Mentiu quando disse que o governo jamais criou obstáculos para as CPIs (aposta que vire verdade a mentira tantas vezes repetida).

E se contradisse quando afirmou que o PT e o governo puninaram com o afastamento dos seus cargos gente como Delúbio, Sílvio Pereira e até Dirceu - para mais adiante dizer que a culpa de Dirceu não foi provada.

Então por que ele foi despachado do governo?

Elementar: porque era preciso entregar uma cabeça coroada para tentar poupar a cabeça presidencial. Deu certo.

Cometeu platitudes, como de hábito: "Se tem 10 ou 20 dirigentes que erraram, não se pode dizer que todo o partido errou".

Para em seguida emendar: "O PT (ele, não) cometeu um erro incomensurável, de difícil reparação".

A certa altura, para se defender alegou uma "lista de dias de vida de comportamento", esquecendo de qualificar o tipo de comportamento que adotou por ocasião da referida lista de dias.

Lula aposta na fragilidade da memória coletiva e na ignorância de parcela expressiva da população contemplada com os programas assistencialistas do seu governo.

Pode ser o suficiente para assegurar a vaga dele no segundo turno da eleição presidencial de outubro - mas não será para lhe assegurar um novo mandato. (Ricardo Noblat)





1.1.06


Arghhhhhhhhhhhhh!!!

Começar o ano com entrevista do Lulla ninguém merece!!!

Não agüento mais o cinismo deste canalha, a sua cara de pau, as suas mentiras deslavadas, o seu ar sonso de quem nada sabe, nada viu, nada condena ou julga.

Não agüento mais a pose de pobre torneiro mecânico que chegou ao poder a despeito das forças ocultas das "direitas" e das "elites", e que diz que não toma, nem tomará, "medidas populistas".

Não agüento mais a pretensa magnanimidade salomônica deste idiota que se julga um estadista e que proclama que estadistas têm que ter a cabeça fria e se abster de julgamentos precipitados -- mas que passou oito anos gritando "Fora FhC!" para um presidente tão legitimamente eleito quanto ele, e comandando a oposição mais burra, mal intencionada e destituída de espírito público que este país já viu.

Não agüento mais o descaramento deste homem tão mesquinho, mas tão mesquinho, que, por breves instantes, me fez ter simpatia pelos governadores acasalados, que tentaram tapar os buracos da BR 101 antes dos feriados mas foram proibidos pela PF.

Vocês agüentam?!

Agora ele acaba de dizer que o que está fazendo na economia é um bem incomensurável para os filhos dele e para os nossos; para os meus, que não ganharam cinco milhões da mão beijada da Telemar, é uma piada de péssimo gosto.

Desculpem, mas vou lá dentro vomitar.








Keaton: ano novo, vida nova?










Quêêêê???!!!

2006 já começou?!

Mas eu ainda estou com sono atrasado de 2005!!!

Vou voltar pra cama.






O leão da savana, perplexo, tenta entender o que raios acontece lá embaixo










O primeiro engarrafamento do ano










Antes da chuva










Viva 2006!










No Leblon, filando Copacabana