31.1.06


Olha a chuva!










Pode, isso?










Fernando Pedreira e Mill�r









30.1.06

Tutu

N90: funciona at� como telefone...

Primeira constata��o a respeito do N90: este n�o � um celular para amadores. � grande e pesado (tem mais ou menos o mesmo tamanho e o mesmo peso de uma c�mera Sony P200), e est� mais para origami do que para flip: a parte de cima abre-se numa posi��o para falar, noutra para fotografar, sendo que a c�mera em si tem todo um elenco de posi��es pr�prio.

A curva de aprendizado do aparelho � alta, o que o torna pouco recomend�vel a quem quer ter um celular impressionante mas n�o tem paci�ncia para tecnologia.

Para quem est� a fim de mergulhar de cabe�a no novo brinquedinho da Nokia, por�m, h� grandes recompensas no horizonte. A primeira est� na cara: a tela � o que h� de mais n�tido e claro que se possa querer. O lado origami do celular tamb�m � um prazer de manusear -- seguindo a tradi��o Nokia, tudo � s�lido, consistente e passa a sensa��o de grande firmeza. Apesar de tantas dobraduras para c� e para l�, a gente sente que este � um aparelho feito com capricho, para durar.

Em termos de software, tirando a forma de apresenta��o das imagens -- muito parecida com o timeline do Picasa, que rola mostrando miniatura por miniatura -- n�o h� grandes novidades. O N90 � um Symbian s�rie 60, o que significa que pertence � mais poderosa fam�lia de celulares; seu sistema operacional � praticamente o de um pequeno computador, e para ele existem milhares de aplicativos, que podem ser baixados e configurados ao gosto do fregu�s. O visual, por�m, est� mais caprichado, com �cones mais redondinhos e bem desenhados.

Mas o grande trunfo do N90 �, claro, a c�mera de 2Mp, com �tica Zeiss. Isso mesmo: aqui est� um celular com uma lente Tessar autofocus que, em tese, poderia muito bem ser visto pelo avesso, como uma c�mera digital que desempenha, tamb�m, todas as fun��es que se esperam de um smartphone, ou seja, l� arquivos PDF e MS Office, tem um excelente calend�rio, uma agenda nota dez e pequenos utilit�rios para tomar notas, fazer convers�es e assim por diante.

A qualidade das fotos, sobretudo a das macros, � impressionante: vejam por voc�s mesmos. Foram feitas no modo autom�tico, ou seja, sem qualquer acerto de dist�ncia, tonalidade, exposi��o. Comparado ao K750i e ao W800, da Sony Ericsson, dois outros celulares com c�meras de 2Mp, ele se sai muito bem. As cores s�o um pouco mais saturadas, mas o Nokia ganha em reprodu��o de detalhes.

A grande diferen�a entre os fones da SE e este Nokia est� na forma como se usam as respectivas c�meras. Os SE trabalham de forma tradicional, na horizontal, mais como c�meras do que como celulares; o N90 trabalha como uma c�mera de v�deo.

No come�o, a sensa��o � estranha e a gente nem sabe muito bem como segurar o aparelho; mas uma vez que se domina a t�cnica, a possibilidade de virar display e c�mera em diversas dire��es � um barato. Os mais conservadores sempre podem usar o bichinho fechado, usando o excelente display externo como visor.

Mas a�, qual � a gra�a de ter um N90?

Ah, sim, em tempo: ele tamb�m funciona como telefone. Faz e recebe chamadas em tom claro e alto, vejam s�, e disp�e de uma boa gama de ringtones...


(O Globo, Infoetc., 30.1.2006)






Eu amo a minha cidade









29.1.06


Minha xar�... :-)



Minha amiga querida Leila, que mant�m o sosgatinhos, batizou esta linda tricolorzinha de... Cora!

Al�m dela, h� uma quantidade de felininhos para ado��o a serem vistos no site. Detalhe: a Leila mora em S�o Paulo.

Para quem estiver precisando de um gatinho aqui no Rio, n�o se esque�am: h� uma fam�lia gato no sufoco, precisando demais de novos lares...






E chooove...










Ju assuntando o blog










Chove muuuuito!










Come�ou o dil�vio...










Mami









28.1.06


Ah, tem sobremesa... ;-)










S�o servidos?










Saudades do Lucas



Voc�s se lembram daquela foto que o Ernani fez da gente na Fashion Rio?

Pois a� estamos n�s, de corpo inteiro. Quer dizer: corpo inteiro ele, n�? O meu � meio-corpo, digamos... (pelo menos na altura)

Ah, sim: por favor reparem na minha LIIIIIIIIINDA sand�lia, OK? :-)))






Keaton abre a porta do banheiro









27.1.06


O tempo est� fechando...










Tati, desmaiada










Um aut�ntico (quase) carioca

Recebi muitas cartas no jornal por causa da cr�nica de ontem, que tocou particularmente descendentes de estrangeiros que, por um ou outro motivo, vieram a dar com os costados no Brasil.

Uma das mais curiosas foi a da Akemi Ono:
Meus pais tamb�m s�o imigrantes, s� que meu pai veio em 1956, no p�s-guerra, sozinho, com a vontade da juventude e o n�o compromisso de segundo filho (o irm�o mais velho � o que herda tudo, a casa, a tarefa de receber toda a fam�lia nas festividades sagradas, de cuidar dos pais e da hist�ria da fam�lia).

Foi primeiro para S�o Paulo (Atibaia e Mogi das Cruzes), mas decidiu viver no Rio de Janeiro -- "j� que estou no Brasil, por que viver no meio de japoneses?" -- e tamb�m depois de ter visto o Garrincha jogar no Maracan�.

Meu pai at� nisso inovou -- diferente dos japoneses fluminenses do Rio (pela proximidade da antiga Embaixada do Jap�o que ficava em Laranjeiras), � botafoguense. E roxo.

Hoje em dia ele tem uma panificadora que fica aos fundos de nossa casa em Vila Valqueire. Meu irm�o o auxilia, sem press�es, foi uma coisa natural. Adoro contar aos amigos que meu pai � um japon�s padeiro, imagem atribu�da aos portugueses. Tamb�m enfrentou concorrentes e quase falimos n�o lembro quantas vezes. Mas continua at� hoje, com 73 anos.

Esse pai, que soube mais tarde ter sido um adolescente rebelde, que quando se estabeleceu no Rio encomendou uma noiva (minha m�e), tem um nome muito complicado. Na f�brica os empregados adotaram nomes brasileiros, e nem eles pr�prios sabem mais quem os nomeou: Seu Jorge e Dona K�tia.

Abra�os da Akemi Ono, orgulhosa da decis�o do pai de vir morar no Rio e ter filhos cariocas.
N�o � uma del�cia? Um dia desses vou a Vila Valqueire s� para conhecer este padeiro botafoguense...






Gatas












Emerg�ncia felina!



Falei aqui no outro dia de um rapaz que salvou v�rios gatinhos do Jockey, mas que faleceu, coitado, deixando a fam�lia gato num grande sufoco -- seus parentes expulsaram os bichinhos, que est�o num lar provis�rio de onde precisam sair j�.

Por favor cliquem aqui ou aqui para saber da hist�ria; e mais por favor ainda, se souberem de algu�m que queira ficar com algum deles... h� filhotinhos lindos, adultos de diversas idades, enfim, quadrupinhos de todos os tipos, acostumados a carinho, que ter�o grandes dificuldades em se adaptar ao abrigo impessoal ao qual est�o condenados se n�o conseguirem novas fam�lias com a maior urg�ncia.





26.1.06


Bife! Bife! Bife!






25.1.06



Um corte de linho, por Rachel de Queiroz

Na trama de uma velha cr�nica, o fio da hist�ria familiar


Estava na casa da minha irm� quando, por acaso, resolvi remexer uma pilha de revistas velhas. Uma delas era a edi��o de 12 de abril de 1952 de "O Cruzeiro", onde, na �ltima p�gina, Rachel de Queiroz assinava a sua cr�nica habitual:

"Recebi ontem um presente que me deixou comovida: um corte de linho tecido por meus amigos h�ngaros da Ilha do Governador. A fazenda � perfeita, s� n�o parece linho irland�s porque � mais bonita, tem aquele jeito pessoal e inconfund�vel que marca a obra do artes�o, sem a uniformidade, a falta de car�ter e de vida do trabalho em s�rie.

Faz cinco anos que eles chegaram ao Brasil, exaustos da guerra e dos nazistas, em busca de trabalho e de paz. Pela bitola do servi�o de emigra��o, creio que n�o passariam por bons emigrantes: eram gente urbana, dois homens e quatro mulheres. A palavra certa para os chamar � mesmo intelectuais: n�o tinham costume de lidar no campo, n�o eram profissionalmente oper�rios ou t�cnicos. A id�ia � terr�vel, mas verdadeira: intelectuais! Amam os livros e os l�em, a parte mais importante da bagagem que trouxeram era isso mesmo, livros. T�m atr�s de si uma longa ascend�ncia de letrados, e chegam a possuir um irm�o muito ilustre, que honraria qualquer rep�blica de letras e � hoje uma das colunas mestras da nossa. A pr�pria profiss�o do falecido pai da fam�lia era de livreiro.

Pois chegaram esses viajantes de terras de al�m, fixaram-se numa casa modesta da ilha, e puseram m�os ao trabalho. A id�ia era montarem um tear, a fim de produzir pano grosso, ou mais propriamente essa entretela que os alfaiates usam para enchimento, a qual � feita com crina de cavalo e � uma ind�stria t�pica de artesanato, segundo a praticam l� na p�tria de onde vieram. Constru�ram, eles pr�prios, o primeiro tear, todo em madeira. Tinha qualquer coisa de primitivo e b�blico aquela estranha m�quina que a gente via, roncando na pequena oficina improvisada ao fundo do quintal. A urdidura era armada em grandes pain�is, a agulha mordia o fio da crina, a lan�adeira corria dum lado para o outro. A entretela saiu boa -- parece que n�o � produto para se fabricar em s�rie, e assim n�o sofre a concorr�ncia das grandes f�bricas -- achou mercado franco. Era uma das mo�as que vendia diretamente aos consumidores, porque os homens confessam que "n�o t�m jeito para negociar".

E ent�o fez-se o segundo tear menos primitivo, mais sofisticado. Terceiro tear veio depois, logo o quarto, e agora j� l� est�o cinco trabalhando. A fabrica��o de entretela ampliou-se. Entraram a produzir tecidos mais finos, o bom gosto come�ou a se introduzir no trabalho, como compete a toda boa obra de artes�o. Com pouco tempo as senhoras da casa s� vestiam vestidos feitos com os panos da fabrica��o dom�stica. E agora est�o fazendo linho, tecido de rei, belo e impec�vel: e no casamento de um dos irm�os (os dois �ltimos solteiros j� se casaram aqui no Brasil), toda a fam�lia foi ao pret�rio -- inclusive a noiva -- com roupa de linho fabricado na oficina de casa.

N�o � uma beleza? N�o consola a gente ver como s�o grandes e inesgot�veis os recursos de alma dos homens? Cito este exemplo, especialmente comovida. Primeiro porque eles s�o meus amigos, e a seguran�a com que eles se estabelecem e prosperam aqui � grata ao nosso cora��o. Depois porque, meu Deus, n�o s�o candidatos a Matarazzo, n�o pensam em ser reis da entretela -- querem apenas viver, com dec�ncia e tranq�ilidade; trabalham apenas para conseguirem a vida que, por direito de nascen�a, cabe a todo ser humano: garantir a subsist�ncia de cada dia, e usar o resto das horas livres lendo, estudando, escutando m�sica, tratando das flores do jardim, tomando banho de mar, criando cachorros. Dignidade e seguran�a, � s� o que eles almejam.

E pode-se dizer que j� o conseguiram. Este corte de linho, que tenho pena at� de mandar cortar para um vestido, � bem um s�mbolo de tudo que eles j� realizaram em apenas cinco anos. E as autoridades emigrat�rias que n�o se assustem tanto, quando escutam dizer de um candidato a brasileiro que ele n�o � lavrador nem vaqueiro, apenas um intelectual. Intelectual n�o � sin�nimo de portador de mol�stia ruim. Nem os intelectuais s�o t�o indesej�veis quanto parecem. T�m, ao contr�rio, muita coisa em comum com este pa�s onde vieram se abrigar, depois da tempestade na Europa: como esta terra do Brasil, em se querendo plantar, eles d�o para tudo."

* * *

A noiva vestida de linho era, nem preciso dizer, minha M�e; e os h�beis tecel�es, o que restou da fam�lia de meu Pai. Infelizmente, o futuro n�o lhes sorriu como previa a cr�nica; quando a pequena f�brica come�ou a crescer, foi massacrada sem remorsos pelos grandes fabricantes de tecido, que viram com olhos menos po�ticos do que os de Rachel de Queiroz a saga daqueles emigrantes.


(O Globo, Segundo Caderno, 26.1.2006)






Chega de trabalho! H� gatos na casa!










Flickr x Virtua / Embratel

Parece que a situa��o dos usu�rios brasileios que n�o conseguem ver as fotos postadas no Flickr -- a maioria do Virtua, mas h� relatos de problemas com outros provedores -- ainda n�o se regularizou.

Muita gente continua no escuro, completamente desinformada -- sobretudo porque a assist�ncia t�cnica dos provedores, no melhor estilo Lulla de ser, n�o viu nada, n�o tomou conhecimento de coisa alguma e n�o sabe de nada... exceto que a culpa � dos outros.

As �ltimas informa��es oficiais do forum do Flickr dizem o seguinte:
Quick update: We received an email through the Help System from Embratel this morning.

Our network operation peeps opened another trouble ticket with the peeps @ Yahoo! The network peeps at Yahoo in conjunction with our network peeps have confirmed that there is absolutely-posivitely nothing going on at our end that would prevent people from viewing their photos.

The network peeps at Yahoo have sent a detailed message back to Embratel for review. We're waiting to hear back from them.
Esta msg, enviada pela Heather, do Flickr, diz, essencialmente, que tanto eles quanto o povo do Yahoo (dono do Flickr) j� fizeram todos os testes poss�veis e imagin�veis e que o problema n�o est�, definitivamente, na ponta de l�. Eles mandaram um relat�rio detalhado para a Embratel, e aguardam resposta.

A Embratel entra na hist�ria porque � atrav�s dela que corre a conex�o n�o s� do Virtua como da maioria dos provedores brasileiros; al�m do qu�, ao que tudo indica, ela � mesmo a culpada pelo bloqueio ao servidor static.flickr.com, que � onde ficam armazenadas as fotos.

Ao contr�rio do que possa parecer, esta n�o � uma boa not�cia. Se o problema estivesse nos servidores do Yahoo e/ou do Flickr, j� estaria resolvido.

Estando, como est�, na banda de c�, s� nos resta acender velas a Santo Expedito e torcer para que o Virtua e outros eventuais provedores encalacrados d�em um jeito na situa��o ou fa�am suficiente press�o sobre a Embratel para resolv�-la logo.

O diabo � que consumidor no Brasil s� costuma ser levado a s�rio na hora de assinar o servi�o ou pagar as multas.

GRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR...

Em tempo: J� vi que come�a a rolar um clima de gurra religiosa nos coment�rios por causa da refer�ncia a Santo Expedito.

* suspiro *

Esclare�o: n�o sou cat�lica, n�o sou devota do dito santo nem de qualquer outro (embora tenha muita simpatia por S�o Francisco de Assis) e recomendei as velas para o santo porque me parece muito brasileiro e gozado o fato de existir um santo para causas urgentes ou imposs�veis.

Se ele foi ou n�o um biltre s�o outros quinhentos, a discutirmos em outra ocasi�o. Ou agora tamb�m, tanto faz. Mas que fique claro que a divindade invocada o foi a t�tulo de brincadeira, porque na Embratel nem Deus d� jeito.





24.1.06


Dica da Laura

"Para quem quiser fazer um �timo programa gratuito nesta quarta-feira, sugiro uma ida ao Museu da Rep�blica, na rua do Catete, �s 12h30, quando estar�o tocando meus alunos Rudi Garrido (flauta) e Jorge Ortiz (piano).

O programa do recital, homenagem ao mestre Radam�s Gnatalli, � lindo, levinho e apropriado ao hor�rio.

Apesar de muito jovem, o Rudi � meu monitor na Unirio e um dos melhores flautistas que j� passaram por l�. Tem som amplo e belo, afina��o excelente e uma musicalidade transbordante e alegre. Toca com entusiasmo e prazer verdadeiros, d� gosto ouvir. O Jorge � chileno, pianista de m�o cheia e, ainda por cima, um dos cravistas da Camerata Quantz. Nem precisa de recomenda��o.

Minha �nica sugest�o para os ouvintes � que cheguem cedo, j� que a distribui��o de senhas � bem concorrida. Depois de pegar a senha, por�m, � f�cil passar o tempo: o Museu tem um jardim agrad�vel e um bom caf�."






Ecce Gobbo




Pronto, fim do suspense: eis o �nico, aut�ntico e inimit�vel Gobbo!

O curioso � que se a gente estivesse elegendo um Gobbo no voto popular, o resultado teria sido o mesmo: para 33,87% dos 124 leitores que votaram na enquete, o Gobbo � a pessoa que mais se parece consigo mesma dentre as aqui apresentadas.

Num distante segundo lugar -- 16,13% dos votos -- ficou o An�nimo N�mero 2; mas o An�nimo 4 tamb�m foi bem votado, com 14,52%.

Agora s� nos resta descobrir o telefone do An�nimo 1 para a Bia Badaud... ;-)






� que hoje a Regina s� podia vir cedo...










Good day, sunshine!









23.1.06


O Mist�rio do Gobbo II, ou
Tutto scientifico!

Pronto, voc�s pediram uma pesquisa em forma de enquete, e o que � que a gente n�o faz para manter o n�vel do servi�o?!

Aqui est�, portanto, uma enquete para descobrir, de forma mais simples do que contando os votos abaixo, quem voc�s acham que � o Gobbo.

Vale um voto por pessoa, numa �nica op��o -- o que acaba, portanto, com a d�vida cruel "ser� o X ou o Y?".

Agora � preciso deixar a indecis�o de lado, ser firme e... cravar num dos n�meros!

Vamos l�, galera!


Quem é o Gobbo?

1
2
3
4
5
6
7
8
9





Em tempo:

A revela��o do mist�rio est� numa quadrinha que o pr�prio Gobbo fez ontem � noite. Lendo-a com aten��o, fica �bvio quem ele �:
J� que ando pela bola 7, com o 6 v�em, � af8mente que neste 1 minuto de publicidade, 3noitado, 2me conta que nestes quadros me en4, ou 5padamente, 9s fora, nado.






O Mist�rio do Gobbo



Para os incr�us que ainda duvidam da real exist�ncia do Gobbo, a� vai, enfim, uma prova incontest�vel: a foto do Nosso Her�i, diretamente da apraz�vel e aconchegante cidade de Helsinki, Finl�ndia.

Claro que, sendo o Gobbo quem �, n�o faria o menor sentido post�-la assim, sem mais nem menos. Assim a Van Or recolheu aleatoriamente, pela internet, fotos de oito outros cavalheiros; eu as misturei; e a� est� o enigma, pronto para ser desvendado por voc�s.

Fa�am suas apostas: quem � o Verdadeiro Gobbo?





22.1.06


At� � vista, queridos!

A essa altura, nossos amigos TeAmo e Miguel j� est�o de volta � terrinha, cuidando dos ataques de car�ncia do Caetano. Os dois passaram a temporada brasileira �s voltas com parentes, amigos e, �a va sans dire, com a lua-de-mel: porisso andaram sumidos do blog.

Antes de viajar, TeAmo ligou e mandou um beijo muito grande para todos. Diz que j� podemos at� come�ar a organizar um encontro pro ano que vem, pois voltam ao Brasil no Natal.

Pois podem deixar, meninos: nossa Diretoria Social cuidar� do caso.






Algu�m sabe resolver este problema?

Pergunta o Truda:
"Minha barra de endere�os n�o desce, nem no iExplorer nem no Mozilla. Algu�m sabe como se conserta isso?"
A gente agradece, antecipadamente...






H� algum doador de sangue na �rea?! � urgente!

Escreve o nosso Andre Arruda:
Um amigo meu, Felipe Bonan, est� precisando URGENTE de sangue A+.

Ele foi v�tima de um acidente rid�culo, e que revela o estado atual da nossa cidade: uma �rvore, na Lapa, caiu sobre ele! Poderia ser com qualquer um de n�s. Ele sofreu fratura de f�mur e ferimentos internos GRAVES.

Felipe est� no hospital Quinta D'or h� semanas e teve uma hemorragia s�ria ontem; corre risco de vida!!

o local da doa��o:

Hematologistas Associados

Rua Conde de Iraj�, 183

Botafogo

das 8h �s 16h

A- em nome de FELIPE DAVILA BONAN

-- Pode ser qualquer tipo de sangue tamb�m --

o importante � que as doa��es sejam feitas �s 8h porque o sangue, por raz�es t�cnicas, s� chegar� � noite para o Felipe.

No Orkut, um pouco mais do Phil, como os amigos o chamam.





21.1.06


Final Feliz



Uma �tima not�cia: voc�s se lembram do Chamin, aquele gatinho que se refugiou na papelaria da G�vea? Pois foi adotado pela Mary, do Graja�, que � super do bem, e que lhe deu o nome de Juanito.

Ele foi embora da papelaria muito faceiro e tranq�ilo no carro, como se tivesse certeza de que, finalmente, estava indo para casa.

A Mary tem uma linda fam�lia gato, e Juanito logo se entrosou com seus novos parentes.

Bom domingo para todos!




Disse tudo!

Desde que morreu aquele pobre c�o que se atirou do viaduto, desesperado, ao ser perseguido por uma equipe da prefeitura, venho indignada com o assunto: com a morte do bicho, com a incompet�ncia de quem foi resgat�-lo, com as barbaridades ditas pelas "otoridades" respons�veis.

O fato de ningu�m ter se lembrado de chamar a Sepda (suposta secretaria de defesa e promo��o do animal) mostra o qu�o irrelevante ela se tornou para todos, embora o senhor secret�rio Victor Fasano continue mamando, e mais do que qualquer de n�s jamais imaginaria, nas tetas do nosso riqu�ssimo munic�pio.

(Ali�s: o Globo descobre que o cara levou 260 mil por duas jacutingas, vai levar mais de 800 mil por nada... e at� agora... nada. A administra��o do senhor Cesar Maia anda t�o corrupta, mas t�o corrupta, que j� n�o se mexe por acusa��es de "pequeno montante").

Estou pra escrever sobre isso desde ent�o, mas ainda estou �s voltas com o meu, digamos, "intensivo"; assim, descaradamente, roubo o que a Rosana escreveu no A prop�sito... s�o vidas!:
"A Secretaria de Defesa dos Animais promete que incidentes como o que tumultuou o tr�nsito no Rebou�as (ent�o seria esta a finalidade da Secretaria de defesa dos Animais, se preocupar com tumultos no tr�nsito) ser�o mais raros, a partir de fevereiro, quando for inaugurado o centro de triagem para animais encontrados em vias p�blicas (ponto onde os animais deixar�o a terra para encontrar com anjos no c�u, em outras palavras, morrer�o esquecidos). O centro ficar� na Fazenda Modelo (modelo de campo de concentra��o), em Guaratiba (para quem n�o sabe, a fazenda modelo recebia em seu passado mendigos recolhidos das ruas do Rio de Janeiro).

Os animais ser�o recolhidos por ve�culos da Prefeitura, mas a secretaria garante que n�o ser�o exterminados (apenas morrer�o de fome e sem cuidados, nada demais. Quantos Veterin�rios seriam necess�rios para cuidar de um abrigo de um Munic�pio com uma popula��o canina e felina estimada em 800.000 animais domiciliados, sem contar os abandonados? Cinco? Seis?).

-- O centro funcionar� como abrigo (abrigo, o que significa prote��o e amparo, neste caso quer dizer dep�sito de lixo) para c�es, gatos e outros animais recolhidos. Ser� aberto ao p�blico e os animais ficar�o l� at� serem adotados (uma espera r�pida, pois s�o apenas milh�es de animais, o que torna a ado��o muito f�cil. Sem contar que a divulga��o � ampla e todas as fam�lias cariocas est�o realmente dispon�veis e em condi��es de adotar um animal).

Atualmente, O Centro de Controle de Zoonoses � o �rg�o encarregado de recolher animais feridos, agressivos ou doentes das ruas do Rio. Os animais s�o levados para o canil (dep�sito) da Institui��o, em Santa Cruz."

(Reportagem de "O Globo" de 18 de janeiro de 2005, primeiro caderno, p�gina 12.)

At� quando a popula��o ser� enrolada e n�o educada?

Quanto mais se apreende animais, mais animais s�o abandonados. A volta da carrocinha � uma satisfa��o para quem acha que animais n�o t�m valor, ou seja, aqueles que os abandonam. Os grandes e magn�ficos pensadores "Seres Humanos".

Obs: As palavras em negrito n�o fazem parte da reportagem... infelizmente. (Rosana Monteiro)






Foi uma farra...









20.1.06


O que acontece com o Flickr

Muita gente n�o est� conseguindo ver as imagens do Flickr. Curiosidade: toda esta gente acessa atrav�s do Virtua. O Mario deixou um recadinho no Flickr que a Jussara trouxe pros coment�rios, mas n�o sei se todos viram este coment�rio:.
"N�o estava "vendo nada" porque a Virtua RJ n�o "enxerga" as imagens do Flickr. Com umas ajudas do Forum "Bugs" de l� resolvi e se algum frequentador Virtua RJ te pedir help � f�cil:

tem que colocar no browser ou no sistema o WEB PROXY (HTTP) que �:

195.39.170.102 : 80

No Mac OS X botei direto no sistema. Vale para todos os browsers. No Windows o pessoal est� botando nas Tools do Explorer e por a� vai.

Depois pede a algu�m do Info Etc. para explicar o que � isso. A Virtua (que eu adoro e ainda mais com 2 Mega de Megaflash) pisou na bola e os atendentes n�o sabem de nada e um j� me disse que � problema da Embratel...

C'mon...

A n�o ser que Embratel seja o apelido de proxy... sei l�"
Valeu, amigo!

(Eu estava toda cheia de certezas em rela��o � Virtua e ao Flickr, agora n�o sei de mais nada; e os neur�nios, tadinhos, continuam todos ocupados com outros circuitos... � c�us, � vida!)






Fashion Rio: quando a cr�nica se faz de retalhos

O mundo gira, a Lusitana roda e a Fashion Rio, que durante uma intensa semana parece o centro do universo, ou pelo menos do Rio de Janeiro, some na poeira das estrelas, entre top models que voam para os pr�ximos desfiles e roupas que, cumprido o seu destino, v�o para cabides, gavetas, araras e vitrines, j� retalhos do passado na cabe�a dos seus criadores -- estressad�ssimos, todos, com a pr�xima esta��o, e o que ser� a nova novidade daqui a seis meses.

Para quem teve que escrever a cr�nica de quinta-feira na ter�a em que o fuzu� mal come�ara, como � o caso da vossa escriba, a Fashion Rio ainda � algo vivo e real, dando voltas na cabe�a e pulando corda com Tico e Teco, entre pontos de exclama��o e, sobretudo, de interroga��o.

* * *

Mesmo agora, por exemplo, que j� sou quase uma veterana, com quatro Fashion Rios no curr�culo, n�o consigo entender a l�gica dos comerciais que antecedem os desfiles. Sim, eu sei que um evento deste porte n�o se faz sem patrocinadores; e sim, sei tamb�m que patrocinadores patrocinam eventos para expor a marca e para mostrar que, ora, s�o os patrocinadores da coisa.

A marca do patrocinador deve ser vista, naturalmente, pelo maior n�mero poss�vel de pessoas. O patrocinador faz quest�o de deixar claro que, sem o seu patroc�nio, nada daquilo seria poss�vel -- fato pelo qual, sup�e-se, o maior n�mero de pessoas poss�vel passar� a olhar para a marca do patrocinador com olhos cheios de gratid�o pela generosidade que permitiu a realiza��o de t�o arrebatador evento.

At� a� o meu racioc�nio vai.

Acho natural que nas tendas onde se realizam os desfiles, nos impressos e em cada canto para o qual se olhe se vejam os logotipos e marcas dos patrocinadores. � justo e, como pessoa que muito se encanta pelas belas coisas realizadas na sua cidade, s� tenho a agradecer �s empresas que permitem que, a cada seis meses, eu possa me divertir com as modas.

S� n�o entendo por que as pessoas que j� viram as marcas dos patrocinadores espalhadas por toda a parte s�o obrigadas a assistir, antes de cada desfile, ao replay do mesm�ssimo comercial de cada um dos patrocinadores. No primeiro desfile a gente ainda ag�enta; no terceiro, quer cortar os pulsos. Agora imaginem como n�o se sente quem, por obriga��o profissional, tem que assistir a 40 desfiles?!

Imaginem, se forem capazes, o �dio que cresce at� no cora��o da mais meiga criatura � quadrag�sima repeti��o do mesmo an�ncio, no curto espa�o de cinco dias?!

* * *

Senhores patrocinadores da Fashion Rio, por favor, tenham piedade dos jornalistas, dos profissionais da moda e do p�blico em geral que tanto ama o evento pelos senhores patrocinado! Garanto que as suas marcas est�o vivas nos nossos cora��es, e creio que n�o exagero ao dizer que somos todos infinitamente gratos pelo patroc�nio, mas acreditem: mais ainda ser�amos se f�ssemos poupados dos filminhos que, como curtas obrigat�rios, nos s�o impingidos a cada desfile.

Nunca vi moda em Paris, Londres ou Nova York, mas amigas sofisticadas que j� viram de tudo no mundo me garantem que isso n�o acontece em nenhum outro lugar. O que posso asseverar, por ter visto, � que at� ali na esquina, em S�o Paulo, o pessoal j� se tocou para esta bobagem provinciana e poupa o distinto p�blico de tal perrengue.

Certa de vossa compreens�o, antecipadamente agrade�o qualquer considera��o da quest�o para as pr�ximas edi��es da nossa linda festa.

* * *

E, por falar em linda festa, fica aqui o meu protesto, entre tantos, pela destrui��o do espl�ndido gramado do MAM. Sei que a Fashion Rio n�o teve nada a ver com a barb�rie, herdada do TIM Festival, que armou uma tenda exatamente em cima do gramado com o desenho das pedras portuguesas de Copacabana, obra tombada de Burle Marx -? mas, santos c�us, em que mundo estamos?!

OK, ningu�m precisa responder, a pergunta � apenas ret�rica; mas o que � que passa pela cabe�a de algu�m para detonar daquela forma um dos jardins mais bonitos da cidade?! E que prefeitura insens�vel � esta que autoriza semelhante loucura?! Em nome de que se manda para o espa�o um gramado que � cara do Rio?!

Ali�s, pensando bem, a resposta a esta pergunta est� na sua pr�pria formula��o.

* * *

Do ponto de vista positivo, palmas para o lounge do Sebrae, sempre inovador, desta vez com o look da periferia bem-humorado do Gringo Cardia e um espa�o bacana para as cria��es da Daspu. Ao contr�rio da Daslu, que s� teria a ganhar abra�ando a ONG da valente Gabriela Leite -- mas preferiu abrir fogo contra mo�as humildes feridas pela vida -- o Sebrae provou que tem cora��o, coragem, compaix�o e solidariedade.

(O Globo, Segundo Caderno, 19.1.2006)





19.1.06


Vantagens do ref�gio na Laura









18.1.06


Love is a many splendored thing

Estou impressionada com a quantidade -- e a qualidade -- dos coment�rios l� da cr�tica que escrevi sobre 2046. Como o Nelsinho observou, ta� um assunto que rende...

Um dia, com calma, ainda escrevo um post sobre o amor.

Agora vou voltar pro trabalho -- que �, tamb�m, pensando bem, uma forma de amor, quando se gosta do que se faz.

Em tempo: eu amo todos voc�s, que me tanto me ajudam a fazer do internETC. um botequim virtual de boas vibra��es.






Da janela da Laura










O ano promete...

O ano, que mal come�ou, promete grandes novidades: Macs rodando Intel, Palms movidos a Windows e, ao que tudo indica, mais um cap�tulo que se encerra na hist�ria da fotografia. Na quinta-feira passada, a Nikon anunciou que deixar� de produzir praticamente toda a sua linha de c�meras e lentes tradicionais, para se dedicar com mais �nfase � produ��o de c�meras digitais.

Trocando em mi�dos, dos sete modelos de c�meras para filme que ainda fabrica, e da infinidade de lentes para essas c�meras, a empresa, que � refer�ncia no fotojornalismo, manter� apenas dois aparelhos em produ��o.

Os porta-vozes da Nikon n�o revelaram quais modelos ser�o eliminados, mas o fim do filme �, aparentemente, uma tend�ncia irrevers�vel. Hoje fot�grafos que ainda se mant�m no velho paradigma j� se ressentem da falta de variedades de filmes e pap�is para revela��o, mais ou menos como aconteceu com seus antecessores que trabalhavam com formato 6 x 6 e, antes disso, em chapas de vidro.

A verdade � que, resolvidas as barreiras iniciais da resolu��o, do pre�o do equipamento e da capacidade de armazenagem, a fotografia digital � super campe�: n�o � poluente, � infinitamente mais barata em termos de produ��o e oferece a vantagem imbat�vel da confer�ncia instant�nea.

Este promete ser tamb�m um grande ano em termos de lan�amentos de c�meras, cameraphones e toda a esp�cie de produtos de tratamento e exposi��o de imagens: afinal, � ano de Copa do Mundo, e h� um mercado gigantesco de torcedores espalhado pelo planeta prontos a registrar os jogos na Alemanha, as viagens, as festinhas caseiras e o que mais cerca um evento esportivo desta magnitude.

* * *

O N90, um dos grandes trunfos da Nokia em termos de celular com c�mera, acaba de chegar ao mercado brasileiro. J� recebi um para teste e em breve trago not�cias (e fotos!); j� a Sony Ericsson promete para meados do ano o lan�amento de um aparelho com uma c�mera melhor ainda do que as extraordin�rias c�meras do K750i e do W800. Ta� uma coisa que eu quero muito ver... e usar!

* * *

Para quem est� come�ando o ano com um celular com c�mera na m�o e nenhuma id�ia na cabe�a, a� vai uma sugest�o: que tal abrir uma conta no Flickr, em www.flickr.com?

Tocado com extrema compet�ncia, o sistema acabou sendo comprado pelo Yahoo no ano passado e, a despeito do medo inicial dos usu�rios, temerosos de ver uma reedi��o da ascen��o e queda do Fotolog, a f�rmula n�o desandou.

O Flickr continua r�pido, �gil, cheio de novidades -- e aceita muito bem fotos enviadas de celulares, que pode reenviar, automaticamente, para os blogs dos usu�rios.

O segredo do bom uso disso tudo � um s�: muito uso. Quanto mais se usa uma ferramenta, melhor se usa esta ferramenta.

Simples assim.


(O Globo, Info etc., 15.1.2006)





17.1.06


Como os olhos de um bandido...













Emerg�ncia felina!

Escreve Ana Yates:
Um gato adulto, macho, castrado, tigrado cinza e
branco, manso adentrou uma pequena papelaria no in�cio da Rua Marqu�s de S�o Vicente, G�vea. E � claro, com minha fama j� ultrpassando fronteiras, j� me acionaram em busca de solu��o! O pessoal da papelaria � muito legal. Tanto assim, que quando entrei (fui conduzida) para ver o gato, j� tinha uma caixa com areia sanit�ria e potes pequenos com ra��o e �gua.

Segundo os funcion�rios com quem estive, o dono do local a princ�pio tentou enxotar o bichano, mas ele lutou para n�o ser retirado da loja e est� sendo aceito, temporariamente, desde que n�o crie transtornos. A papelaria � um cub�culo! E o gato fica l� nos fundos num espacinho onde guardam estoque (1.5mX1.5m). N�o tem porta, mas segundo eles, o o gato n�o passeia pela loja. N�o h� outro buraquinho de ventila��o a n�o ser a porta de entrada, que ap�s �s 19h � fechada em dias de semana e ap�s 13h aos s�bados, para s� reabrir na segunda �s 8h.

Al�m de extremamente quente, um forno,o local em que o gato permanece nos fundos da lojinha � escuro.

O gato � mansinho e carinhoso e j� chegou castrado.Quando toquei nele, empurrou a cabecinha para receber afago. Ali�s, os funcion�rios me mostraram verm�fugo que deram a ele e col�rio que est�o usando porque os olhinhos estavam infeccionados quando chegou l�.

Apesar toler�ncia do dono e da hospitalidade recebida, o local � inadequado para a perman�ncia do bichano. J� tive vis�es apavorantes, pensando na possibilidade de abrirem a loja pela manh� e s� encontrarem papel picado!!! Por enquanto, ele est� muito bem comportado. Mas, por favor,se souberem de algu�m que queira um gat�o carente, j� castrado e de personalidade d�cil j� estabelecida, por favor, entrem em contato comigo.

Grat�ssima,

Ana





16.1.06


Da impossibilidade de amar amando,
e da falta de coragem da entrega

2046 -- Os segredos do amor


Quando o último dos últimos créditos de "2046 -- Os segredos do amor" rolou na tela, eu ainda não havia conseguido juntar os cacos do coração e reconectar as sinapses. Mesmo agora, passados três dias desde que vi o filme de Wong Kar-Wai, não estou inteiramente certa de ter conseguido ligar os fios corretamente e colado os pedacinhos todos; a sensação predominante é de que alguma coisa mudou para sempre em mim, algum sentimento profundo e oculto demais foi revirado e nada voltará a ser como antes.

As grandes obras de arte têm este poder, o de modificar radicalmente a forma como vemos o mundo ou confrontamos as nossas angústias; "2046" teria esta capacidade, mesmo que ficasse apenas na superfície, na sua gloriosa estética de sonho, perdida num ponto tão imaginário quanto aquele que dá título ao filme e que é, ao mesmo tempo, número de um quarto de hotel e título do romance escrito pelo jornalista Chow (Tony Leung), que conhecemos há cinco anos em "Amor à flor da pele". Um tempo onde tudo permanece imutável e, em tese, nada dói.

A questão é que tudo dói nesta Hong Kong dos anos 60, em que a Hollywood dos anos 30, seus galãs de bigodinho e brilhantina e suas mulheres impossivelmente bonitas se encontram na esquina com "Blade Runner".

Corpo e alma: idiomas diferentes

Hospedado no quarto 2047, Chow envolve-se com Jing (Faye Wong), filha do dono do hotel, e Bai Ling (Zhang Ziyi), uma garota de programa. Outras mulheres vêm e vão; aliás, tudo vem e vai, todos estão em constante movimento, indo ou vindo de países e cidades diferentes, ainda que sempre fechados em espaços claustrofóbicos e decadentes.

Quando a câmera se dá ao luxo de mostrar a cidade, o ambiente é escuro, chove, as paredes descascam. Não há conforto no mundo, como não há conforto na alma, exceto no trem imaginário que vem de 2046 -- mas nele as mulheres que poderiam fazer Chow feliz são andróides, não têm alma e não conseguem responder aos anseios que, afinal, ele consegue exprimir.

Na realidade paralela do filme, a sua incapacidade de amar é a tônica dominante de uma atmosfera de eterno desejo e perpétua solidão -- mesmo que, aparentemente, pessoas se encontrem, palavras sejam trocadas e supostamente compreendidas, e todos os sentimentos estejam à flor da pele -- nos olhos, nos gestos, nos corpos que se entendem a despeito da incomunicabilidade dos espíritos.

A tragédia de Chow e das mulheres que cruzam o seu caminho, no entanto, está menos na sua suposta incapacidade de amar do que na coragem que lhe falta para a entrega, menos na audácia desafiadora dos gestos do que no medo do amor: é preciso coragem demais para ser feliz.

(O Globo, Segundo Caderno, 16.1.2006)





15.1.06


W800










N90










Gataiada










Keaton, clicada pelo N90










O N90









14.1.06


Testes do Nokia N90










Testes do Nokia N90










Testes do Nokia N90









13.1.06


Foto Ernani d'Almeida










A passarela










Acho que � a Giselle










A tropa em peso










Com voc�s, isto �, comigo, o N90!










O canalha que mordeu a Tutu










Encantando plat�ias

A MARCHA DOS PING�INS

Todo ano, assim que come�a o inverno na Ant�rtica -- aquele continente onde mal se acredita que haja ver�o -- os ping�ins iniciam uma longa jornada neve adentro. Deixam a relativa seguran�a do mar e andam em fila indiana, aos milhares, desengon�ados e lindos, a caminho do lugar mais frio, desagrad�vel e in�spito do planeta. Alguns abreviam a caminhada dando umas deslizadas de barriga, mas nem isso encurta a viagem de quil�metros atrav�s do gelo.

Quando finalmente chegam ao seu destino, o que fazem? Acasalam, claro: h� poucos instintos capazes de levar algu�m t�o longe, exceto, em rar�ssimos casos, o de fazer um document�rio.

Para a sorte de plat�ias encantadas ao redor do mundo, foi o segundo instinto, e n�o o primeiro, que levou o cineasta Luc Jacquet e sua equipe ao fim do mundo, onde o time de b�pedes implumes gravou algumas das mais impressionantes imagens de bichos jamais vistas, do encontro inicial dos casais � independ�ncia final dos filhotes, gerados e criados em condi��es que desafiam qualquer l�gica.

Ainda que ping�ins sejam ping�ins e que assim venham sobrevivendo h� centenas de milhares de anos, � imposs�vel deixar de imaginar que, se a natureza fosse mesmo s�bia, daria um jeitinho de inventar uma forma mais simples de produzir novos ping�ins. No fim do ciclo, os adultos, que chegam a passar por per�odos de dois meses em jejum, perdem mais de um ter�o do peso.

O �nico defeito do filme � o roteiro, com atores fazendo as "vozes" das aves. Apesar de sua semelhan�a com homens em black-tie , ping�ins, definitivamente, n�o s�o seres humanos. Qualquer tentativa de antropomorfizar animais e seus sentimentos �, na melhor das hip�teses, uma grave incompreens�o da fenomenal biodiversidade do planeta. Na pior, � uma jogada sentimental barata para comover as massas.

"A marcha dos ping�ins" ("La marche de l'empereur", no original) n�o precisa disso. Esta Bonequinha vai voltar ao cinema, mas vai levar o iPod para uma boa m�sica de fundo.


(O Globo, Rio Show, 13.1.2006)





12.1.06


Almo�o










Eu amo a minha cidade










Um casal










Eu amo a minha cidade










Oi, Lucas!










Cama de gato: Mosca, Lucas, Pips










Lembran�as antigas e deslumbramentos novos


Recortes de Hong-Kong, um filme inesquec�vel e um desfile de sonho na Fashion Rio.


Sentada na beira da cama, no meio da madrugada, eu olhava o mundo l� fora: a chuva que ca�a sem parar, a ba�a vinte e tantos andares abaixo, o ir e vir de embarca��es, o luminoso redondo e vermelho no pr�dio ao lado, n�ons de todas as cores e feitios nos outros pr�dios, todos cristaleiras como aquele em que me encontrava, h�spede do quarto 2504.

Lembro do n�mero porque o anotei nas fotografias, mas acho que me lembraria do andar de qualquer forma, porque tenho uma certa fixa��o com a altura das escadas Magirus. Em caso de inc�ndio, n�o seria uma delas a me tirar de l�. Havia esquecido de conferir quantos andares me separavam do heliporto do terra�o e estava vagamente inquieta -- n�o com medo de um improv�vel inc�ndio ou calamidade de qualquer sorte, mas talvez porque aquela fosse a forma de tornar real a ang�stia de um organismo que havia dado meia volta ao mundo e n�o sabia mais se o que sentia era fome de jantar ou de caf� da manh�, ins�nia ou, pura e simplesmente, vontade de acordar no devido tempo.

Eu estava em Hong Kong e havia acabado de me dar conta de que nunca estivera t�o longe de casa -- e t�o longe, tamb�m, de tudo o que me era familiar e conhecido, do idioma � comida, passando pela linguagem corporal das pessoas e pelos sons, cheiros e sinais inintelig�veis das ruas.

No dia seguinte, aproveitando uma brecha na programa��o que cumpria, fugi do grupo e sa� sozinha pela cidade, munida de um mapa e de um cart�o do hotel. � luz do dia a dist�ncia de casa n�o me perturbava tanto, mas Hong Kong continuava me angustiando. N�o estava nem frio nem calor, ca�a uma chuva fininha que n�o incomodava, mas a quantidade de gente na rua e aquele mar de rostos essencialmente orientais me causavam uma estranheza dif�cil de decodificar, sobretudo porque a lenda de que todo mundo fala ingl�s na ilha j� se havia desfeito na segunda esquina.

Eu precisava muito conversar com algu�m sobre aquela cidade, sobre aquele ponto do globo em que, tendo o Rio como refer�ncia, estava de cabe�a para baixo. A alguns quarteir�es do hotel vi um min�sculo sal�o de cabelereiro com um cartaz em ingl�s e n�o pensei duas vezes. A cabeleireira, aleluia!, n�o s� falava ingl�s como, ainda por cima, me explicou que eu tinha sorte, muita sorte, porque ela, por acaso, havia feito um curso especial de corte de cabelo ocidental. Segundo entendi, nossos fios de cabelo s�o redondos e os deles, oblongos, ou vice-versa, e se algu�m n�o est� treinado nesta sutil diferen�a as possibilidades de desastre s�o incomensur�veis. Ela havia sido boa aluna: sa� com um lindo corte e com a sensa��o de, enfim, ter feito contato com algu�m do lugar.

o O o


Antes de viajar, quando comentei com um amigo de S�o Francisco que iria a Hong Kong, ele me sugeriu ficar uns dias a mais para ir conhecer tamb�m a China. Observei que, para mim, que nunca tinha ido ao Oriente, Hong Kong j� era China suficiente, obrigada; mas caminhando entre os hot�is, olhando a ilha do outro lado e comendo uns p�ssegos deliciosos, me dei conta de que se aquela cidade estranha era a China, a China n�o era nada do que eu imaginara at� ent�o.

Pouco depois de sair do sal�o, esbarrei, por acaso, com um grupo de ingleses e dinamarqueses residentes. Fomos tomar um caf� juntos. Conversa vai, conversa vem, um deles me perguntou por que eu n�o aproveitava, espichava a viagem e ia conhecer a China. Repeti o que j� havia dito ao amigo de S�o Francisco. O grupo todo ergueu os olhos para o c�u, teatralmente, como quem implora, "� a� de cima, mande por favor uma luz para esta pobre criatura desorientada!"

o O o


Hong Kong � imensa, confusa, ruidosa -- e, nisso, � igualzinha � China que conheci dois anos depois, quando, finalmente, fui para o continente. Mas, vista em retrospectiva, tem muito pouco de China, e muito de... ora, Hong Kong. Uma esp�cie de terra de ningu�m, um porto de passagem, um umbigo financeiro sem rosto onde o que importa � ter, gastar, ostentar. � assustadora e ao mesmo tempo muito atraente, e tenho uma vontade enorme de voltar; mas hoje, quando algu�m me diz que vai para l�, eu tamb�m pergunto por que n�o aproveita e tira uns dias para conhecer a China.

o O o


Hong Kong e a China andam muito presentes no meu pensamento por esses dias por uma coincid�ncia de felicidades: "2046 -- os segredos do amor", o extraordin�rio filme de Kar Wai Wong, e o desfile impec�vel da Marcela Virzi na Fashion Rio. Estou convencida de que estilistas, assim como desenhistas e pintores, criam � sua imagem e semelhan�a. Marcela, visceralmente chique e elegante, voltou o seu olhar sutil e original para a China.

As roupas que resultaram disso est�o entre as mais lindas e preciosas da temporada.

(O Globo, Segundo Caderno, 12.1.2006)






Por hoje � s�










Miss�o cumprida









11.1.06


Gabriela, da Daspu, a estrela da festa










Estande do Sebrae










Where in the world...

Ol�, gente! Desculpem o ch� de sumi�o, mas �poca de Fashion Rio �, para dizer o m�nimo, tumultuada -- e, para piorar, ontem o celular n�o funcionou!!!

Voc�s conseguem imaginar o que � Cora R�nai sem celular?!

Nem tentem; n�o � f�cil.

Agora est� tudo OK com ele mas, em compensa��o, eu estou trancada na reda��o com pilhas de coisas para escrever.

Na semana que vem as coisas voltam ao normal -- espero.

Beijos!






Netcat, pro Lucas (e pra Claudia A.)










Gatas em dia de faxina










Virzi










Fashion Rio









9.1.06


Eu amo a minha cidade










Eu amo a minha cidade










Botafogo










Um momento de paz na vida do agitado le�o da savan a










Grandes felicidades podem ser bem mi�das









8.1.06


Todas as possibilidades










Fazendo hora










Hoje o Rio � s� uma fotografia na parede










Marc Ferrez










'Saca-me uma foto, velho Malta...'










Manoela e Cl�udio










Pipoca e seu b�pede










Mam�e, Manoela, d'Artagnam










� duro ser estrela...









7.1.06


Fim de tarde










Ponto de observa��o, ou: um coqueirinho pra c hamar de meu










Para las chicas










Um s�bado carioca










Canal










Leblon










Ipanema










N�o se pode nem dormir nessa casa?!










E dedica este lindo dia � Suely!










O atento le�o da savana confere tudo...









6.1.06


Realidade










Fic��o










Blog � a melhor divers�o

Existem pessoas com um talento todo especial para descobrir coisas interessantes na rede. Uma delas � a Helenice, que faz um blog delicioso, cheio de novidades.






Dica de leitura

Meu amigo e colega PH, o Paulo Henrique Noronha, escreve:
Dica: quando tiver tempo, � muito did�tica, em termos de cidadania brasileira, a leitura do livro dos coleguinhas Bernardo de la Pe�a e Gerson Camarotti, "Memorial do Esc�ndalo". Eles fizeram um trabalho muito bom compilando os fatos dessa hist�ria fant�stica para ajudar o leitor a entender um pouco como funcionam os abusos sobre a coisa p�blica no Brasil. Abusos que n�o s�o exclusividade desse Governo -- que s� reproduziu, de maneira incompetente e atabalhoada, esquemas que j� existiam h� anos -- mas que est�o vindo a p�blico dessa forma escandalosa que estamos vendo h� meses.

Eu j� t� na metade do livro e t� adorando. Temia que fosse um livro oportunista, apenas para ganhar dinheiro com o momento, mas estou me surpreendendo muito bem, � um belo trabalho jornal�stico, que estou recomendando para todo mundo.
Detalhe: o PH � um dos caras mais antenados que conhe�o; dica dele � sempre dica boa.








Momento capivara

O Riq fez um fotoblog simpatic�ssimo com o Rio Scenarium e momento da entrega solene da capivarinha... Est� AQUI.






A capivarinha s�nior e a rec�m chegada










Parab�ns, TeAmo e Miguel!







Uma capivara na naite









5.1.06


Vejam o que eu ganhei do Pl�nio!










Na farra










Teatro Rival










Ricardo Freire: super querido









Corra Cora corra!










H� algum advogado na casa?

Escreve a Laura:
Help, help, help!

Ser� que voc� tem um advogado entre seus gentis leitores? Mais ainda, ser� que tem um advogado simp�tico, prestativo, que queira ajudar um m�sico em perigo?

Eis o que acontece: a UFRJ abriu um concurso para professor. No edital pede-se, entre outras papeladas, o diploma de gradua��o em m�sica, o que ali�s � muito l�gico. Nosso amigo d'Artagnan foi l�, todo garboso, se inscrever para a maratona de provas. Por�m ao chegar na Escola de M�sica, se deparou com um problema surreal. Ele � formado h� 4 anos pela UNIRIO, que lhe forneceu o certificado de conclus�o de curso, por�m n�o o diploma propriamente dito. Isso n�o seria problema se o prazo para a inscri��o n�o fosse t�o ex�guo: encerra-se na ter�a feira.

Telefonei para o decano da UNIRIO, um amigo querido, que me explicou que o pessoal da UNIRIO est� todo de f�rias e portanto � virtualmente imposs�vel conseguir agilizar a emiss�o do diploma at� a semana que vem. Mas me disse que o problema � para l� de comum, e que, legalmente, a UFRJ n�o pode recusar qualquer inscri��o por falta de documento. Se at� a posse, o candidato n�o tiver a papelada completa, a� sim, eles podem impugnar a candidatura. E mais: que o normal neste caso � entrar com uma liminar na justi�a para fazer a devida inscri��o.

Ao comentar o caso com uma colega professora da UFRJ ela confirmou a informa��o, acrescentando que ela mesma, ao fazer seu concurso, procedeu da mesm�ssima maneira. A coisa � simples, e � quase uma formalidade, feita para proteger o candidato, mas tamb�m o pobre do funcion�rio que aceita as inscri��es no balc�o e que recebeu ordem de se ater ao que saiu no edital do Di�rio Oficial.

S� que nenhum de n�s, m�sicos, sabemos como diabos se entra com uma liminar e o tempo ruge.....

Help! Socorro! Au secour! Zu hilfen! Soccorso! Segits�g!






Corra Cora corra!









Antes da letra

Quando postei aquele Googlezinho em braile, fiquei com uma vaga sensa��o de -- sem trocadilhos, por favor! -- d�j� vu; hoje lembrei.

Entre os mais de 1500 t�tulos diferentes que fez para Cruzeiro, Veja, Isto �, JB, etc. etc. etc., Mill�rzinho fez este a�, em braile, em 1984.

Aquele ano do Orwell.

Em tempo: algu�m se queixou de que n�o conseguiu acompanhar a "novela" da ilumina��o do Google no Natal. O link para a s�rie toda est� AQUI.






O Le�o da Savana degusta uma rara iguaria: creme para as m�os da Lanc�me










Hmm... Saio ou n�o da cama?










Das flores para Yemanj� � vida dos batr�quios

Pensamentos dispersos sobre o mar, o Ano Novo,
algumas decis�es e diversos sapos



Como quase todos os habitantes da cidade e a quase totalidade dos turistas que para c� vieram durante as festas, eu tamb�m fui at� a praia na noite do dia 31, toda vestidinha de branco, estourar um espumante � meia-noite e jogar flores para Yemanj�. Desde que me tenho por gente cumpro este ritual de molhar os p�s no mar durante a passagem do ano; nas poucas vezes em que fui impedida de faz�-lo, n�o consegui evitar o sentimento aziago de que algo de muito ruim me aconteceria em breve.

Se o pressentimento chegou a se concretizar alguma vez n�o sei dizer, porque, felizmente, n�o sou de ruminar pensamentos ruins: meu DNA est� programado para dar prefer�ncia �s boas lembran�as. Mas que foram R�veillons horr�veis, cheios de maus press�gios, l� isso foram.

Como quase todos os habitantes do planeta, tamb�m, passei o dia seguinte em estado de torpor, espichada na rede, sem �nimo para nada, exceto pensar no que nos leva a imaginar que a simples virada de uma folha do calend�rio, inven��o humana sem qualquer rela��o com o divino ou com os ciclos naturais da terra, vai mudar o que quer que seja -- exceto o n�mero do ano no dito calend�rio.

Pensei tamb�m nessa estranha rela��o com o mar que tantos de n�s temos, e em como mar e praia s�o, com perd�o do trocadilho, praias totalmente diferentes. N�o sou pessoa de praia, mas de mar. N�o gosto de assar na areia mas gosto de barcos, gosto do sal e da �gua que o vento sopra na cara da gente; n�o h� montanha russa que me d� uma fra��o da adrenalina que me d� um mar bem batido. Gosto sobretudo de mergulhar, especialmente em noites de lua cheia, quando as lanternas tornam-se dispens�veis; h� poucas coisas mais lindas do que descer a uns poucos metros, sentar na areia e l� ficar, olhando uma ou outra tartaruga insone, peixes que n�o se v�em de dia e a luminesc�ncia da �gua, causada por seres t�o min�sculos que tudo o que deles vemos � o brilho, como zilh�es de confetes luminosos.

* * *


Depois de toda esta v� filosofia, fiz, naturalmente, uma lista mental de decis�es de Ano Novo. Afinal, uma das principais utilidades do ano novo � dar, �s editorias de jornais e revistas, a chance de elaborarem listas de melhores e piores do ano, e, �s pessoas f�sicas, a oportunidade de fazer seu pr�prio balan�o existencial. Minhas decis�es foram mais ou menos as mesmas de 2005 mas, como sempre, acredito que, em 2006, tudo vai ser diferente.

E o que � que eu decidi?

Bem, em 2006 eu vou, finalmente, tomar vergonha na cara e emagrecer;

Vou passar a freq�entar a academia, que deixei de lado em meados do ano passado;

Vou manter a escrivaninha e, se poss�vel, todo o escrit�rio, em ordem;

Vou renovar a carteira de motorista, vencida h� dez anos;

Vou reduzir a biblioteca ao essencial, aos livros que amo e aos que ainda n�o li;

Vou tentar passar menos tempo no computador e mais tempo com os livros, para ver se consigo p�r a leitura em dia;

Vou fazer uma �ltima tentativa de reconcilia��o entre as minhas plantas desmiling�idas e a Fam�lia Gato.

Est� de bom tamanho, n�o? Se eu conseguir cumprir pelo menos uma dessas metas -- de prefer�ncia a primeira! -- serei uma mulher ainda mais feliz ao fim de 2006.

* * *


Recebi um email da leitora Alice Giannini com uma reclama��o muito justa: por que n�o se d� destaque algum � categoria especial da Corrida de S�o Silvestre?

"� simplesmente como n�o se n�o existisse, o que � um absurdo," diz ela. "A largada da categoria acontece todos os anos antes da largada feminina, e o exemplo de supera��o que esses atletas portadores de algum tipo de defici�ncia d�o ao mundo poderia incentivar muitas outras pessoas!!!?"

Tem toda a raz�o, Alice: estou com voc�.

* * *


A nota l�gubre da virada foi a entrevista do presidente ao Fant�stico. Ningu�m merecia come�ar o ano sendo tachado de idiota, como mais uma vez nos tachou o Grande L�der, ao nos querer fazer crer que nada soube, nada ouviu, nada julga. Ningu�m merecia come�ar o ano ouvindo as declara��es c�nicas de um homem covarde que n�o se envergonha de jogar todos os "erros" nas costas dos subordinados, numa v� tentativa de se manter acima do lama�al em que chafurda.

* * *


J� a nota mais simp�tica veio da Inglaterra,onde as autoridades decidiram fechar, temporariamente, uma estrada em Somerset. Motivo: nesta �poca, ela � caminho dos sapos, que a atravessam para chegar ao brejo onde acasalam. A decis�o foi tomada depois do fracasso de uma patrulha de prote��o criada no ano passado, que apesar de ter conseguido ajudar mais de mil batr�quios na travessia, n�o conseguiu impedir o habitual massacre automobil�stico dos bichinhos.

Ta�: cada pa�s d� aos sapos o tratamento que julga mais adequado. A Inglaterra os protege. Aqui, nos obrigam a engoli-los.


(O Globo, Segundo Caderno, 5.1.2006)





4.1.06


Gatos ao telefone

Entre ontem e hoje, os gatos fizeram duas liga��es telef�nicas... de celular!

Est�o ficando espertos demais pro meu bolso.

Foi assim: normalmente ponho os telefones em cima da escrivaninha com o teclado voltado para cima, para n�o arranhar o display. Mas o 6681 tem um defeito, n�o trava as teclas sozinho.

O Aylons at� me mandou a dica de um programeto que faz isso, mas ainda n�o consegui baix�-lo.

Bom. A escrivaninha est� meio cheia de coisas, porque tive uma pequena sobrecarga de trabalho nos �ltimos dias. De modo que, ontem de madrugada, quando as espa�osas subiram para me ajudar, pisaram, como quem n�o quer nada, na tecla 2 -- que � a minha discagem r�pida para o celular da Mam�e.

N�o reparei, mas da� a pouco ela retornou.

-- Voc� ligou?

-- Eu? N�o.

-- U�, mas o telefone tocou aqui e est� marcando voc�.

-- Eu? Quando?

-- Agora, h� dois minutos.

-- E eu disse alguma coisa?

-- N�o. Eu � que fiquei dizendo al�, al�, al� e s� ouvia o barulho das teclas do computador.

Ficamos pensando as duas no que poderia ter sido at� que demos com a solu��o �bvia.

Agora, h� dez minutos, vi o display iluminado logo depois do Lucas subir na mesa; l� do fundo do aparelho vinha uma vozinha dizendo "Al�!", "Al�!", "Al�!".

Olhei o display: era a Van Or, �ltima pessoa para quem eu tinha ligado. A capivara felina pisou tranq�ilamente na tecla verde, redial.

Depois do gato americano que discou para o 911 para salvar o dono, n�o duvido de mais nada. Mas com isso a Van pode botar um feito in�dito no curr�culo: deve ser a �nica veterin�ria do mundo que recebeu uma liga��o feita diretamente por um quadrupe.

N�o � pouca porqueira n�o.






Toler�ncia zero

Pode ter escapado de algumas pessoas um coment�rio que fiz ontem; mas uma das minhas metas para 2006 � toler�ncia zero com gente de mal com o mundo, gente sem educa��o, gente mentirosa, gente cheia de �dio.

A finalidade deste blog � ser um ponto de encontro, onde quem quiser bater papo sobre o que quer que seja possa faz�-lo, na santa paz. A troca de id�ias, eventualmente at� exaltada, � sempre bem vinda; a de desaforos ser� banida sem d� nem piedade.

N�o estou aqui para aturar an�nimos covardes dando li��o de moral ou vaz�o ao seu �dio por mim, pelos amigos do blog ou pela minha profiss�o -- da qual, ali�s, muito me orgulho.

Enfim: que fique claro de uma vez por todas -- isto aqui � um botequim virtual, e n�o uma ala de enfermaria.

Reclama��es com o bispo.






Alegrias de ver�o










Al mare










...










Chove torrencialmente












Pipoca









3.1.06


Infinite desk II










Infinite desk










Tentando escrever algo que preste










Keaton, meditando









2.1.06


O ano em que vivemos perigosamente


Um leitor me escreveu assustado, h� algumas semanas, porque encontrou seu endere�o e telefone online, numa lista telef�nica. Se tivesse fu�ado um pouco mais, teria encontrado tamb�m v�rios mapas precisos da localiza��o do seu pr�dio e, com um pouco mais de sorte -- e, eventualmente, ao custo de uma assinatura mensal -- teria � disposi��o a melhor forma de chegar � sua casa de qualquer ponto da cidade, a p� ou de carro, driblando ou n�o o tr�nsito mais pesado.

A internet est� cheia dessas gracinhas muito �teis, mas assustadoras para quem acha, como o meu leitor, que privacidade ainda existe. Eu, felizmente, j� perdi esta ilus�o h� tempos, de modo que n�o perco o sono com isso. Desde o in�cio dos tempos, gente mal intencionada consegue encontrar seus desafetos com grande facilidade; n�o ia ser diferente num mundo conectado, em que a �nica chance de sumir do mapa �, literalmente, voltar para as cavernas -- mais ou menos como fez o Unabomber, que n�o usava internet, n�o falava ao telefone, nem tinha contato com ningu�m.

A privacidade que tanto queremos preservar durou, como j� escrevi uma vez, meia hora hist�rica. Nunca existiu nas sociedades primitivas nem nos estados totalit�rios, era ignorada at� princ�pios do s�culo passado e � apenas uma miragem para quem quer que use coisas banais como celular, cart�o de cr�dito, chat, email: a quantidade de tra�os que deixamos pelo mundo a partir de opera��es aparentemente inocentes � como um risco vermelho num mapa.

Uma coisa, por�m, � saber que privacidade n�o existe. Outra, bem diferente, � concordar com a sua invas�o. 2005 foi, at� agora, o pior ano para a liberdade online e a privacidade em geral, e se n�o nos cuidarmos direitinho, em 2006 as coisas s� tendem a piorar.

Nos Estados Unidos, sob o pretexto da guerra ao terrorismo, cada vez mais o governo vem bisbilhotando a vida dos cidad�os, sem qualquer cerim�nia: a famosa NSA (National Security Association), por exemplo, tranq�ilamente instalava cookies nos computadores dos incautos que a visitavam, para, dizem, "estudar seus padr�es de navega��o na rede". Denunciada pela Associated Press, parou com a brincadeira; mas quem garante que, amanh�, uma outra ag�ncia governamental n�o fa�a o mesmo?

Do outro lado do Atl�ntico, o Parlamento Europeu votou, no �ltimo dia 15, a favor de uma legisla��o que prev� a reten��o dos dados de comunica��es -- chamadas telef�nicas, SMS, endere�os de email -- durante dois anos. O conte�do fica de fora. Em outras palavras, se esta lei estivesse em vigor aqui, e se Jo�o mandasse um torpedo para Maria, ficaria registrado junto �s operadoras de ambos que uma mensagem foi enviada de um celular para outro �s 21h13 do dia 28 de dezembro de 2005 ? embora n�o ficasse guardado o que foi escrito.

� inger�ncia demais na vida dos cidad�os e, previsivelmente, est� dando uma tremenda confus�o entre o Parlamento Europeu, os diversos pa�ses da comunidade e organiza��es n�o-governamentais preocupadas com privacidade e liberdades civis.

No Brasil, como a maioria dos nossos legisladores ouve o galo cantar sem saber aonde, o PT, justificando seu vi�s totalit�rio, prop�s algo parecido: os provedores teriam que manter os registros dos usu�rios e dos emails enviados, mais respectivos cabe�alhos, durante dez anos! D� para imaginar o que toneladas de spams e mensagens cuti-cuti enviadas por adolescentes custariam aos provedores de internet?! Tal sandice foi felizmente engavetada -- mas n�o se espantem se renascer das cinzas sob forma ligeiramente modificada.

O pre�o da liberdade continua sendo a eterna vigil�ncia -- mas da nossa parte, e n�o da deles.

Temas como privacidade, seguran�a online e direitos individuais n�o s�o leitura f�cil e v�m cheios de impalat�veis penduricalhos jur�dicos -- mas disso, justamente, � que se t�m aproveitado os governos ao redor do planeta para tolher a liberdade dos indiv�duos. Se posso dar a todos um conselho para o ano que entra � fazer um esfor�o redobrado no sentido de ficar de olho nas algemas eletr�nicas que nos querem impingir, em nome de uma suposta seguran�a.

* * *

Eu gostei muito da lista de melhores produtos da PC World (na p�gina 3); e gostei, claro, porque concordo com muitas das escolhas feitas pelos editores da revista.

Os meus dez produtos favoritos do ano passado -- sem ordem espec�fica, porque acho imposs�vel comparar alhos com bugalhos -- foram o Pocket HD da Seagate, simplesmente perfeito; o Motorola Razr V3, pelo look, pela qualidade e pelo impacto na ind�stria; o Treo 650, porque praticamente dispensa o notebook; o GMail, que me fez esquecer o Eudora; o Google Earth; o Skype; o Mozilla Firefox; o Opera Mobile, que finalmente trouxe a web para os smartphones; a Panasonic Lumix FZ20, que embora lan�ada em 2004 s� chegou a estas paragens em 2005; e a Sony P200, uma c�mera sem frescuras, mas muito veloz e com uma bateria espetacular.


(O Globo, Info etc., 2.1.2005)






Chove!










No Silvestre









A primeira perda do ano

Gianni Ratto morreu no dia 30 de dezembro, mas eu s� soube h� pouco, quando vi o plant�o do Globo online.

� uma perda que, na verdade, deve ser debitada ao ano passado, mas a tristeza enorme que me deu est� doendo agora, neste primeiro dia de 2006.

Gianni foi um pr�ncipe na cultura e no jeito de ser, um homem fascinante, um amigo sempre querido.

Agrade�o � minha boa estrela a chance de t�-lo conhecido e de v�-lo trabalhando -- uma alegria, um motivo de orgulho, uma f� renovada na beleza da arte e da compet�ncia.

N�o se fazem mais pessoas como ele.






A fala de um tremendo cara de pau

Do blog do Noblat:
Resumo da entrevista de Lula divulgada h� pouco pelo programa Fant�stico da Rede Globo: n�o sabia, jamais soube da lamban�a estrelada por nosso Del�bio, at� porque se tivesse sabido ela jamais ocorreria.

Tudo de inc�modo n�o foi causado por ele, n�o foi com ele, n�o � com ele. N�o leu os relat�rios parciais das CPIs porque n�o � tarefa do presidente da Rep�blica ler relat�rios parciais - s� os definitivos.

E mesmo assim, sem deixar de levar em conta que mesmo esses ter�o de ser "cientificamente" comprovados mais tarde pela pol�cia e pela Justi�a.

Donde n�o pode o presidente emitir opini�es a respeito de nada at� que a Justi�a puna os culpados e absolva os inocentes.

N�o, ele n�o disse que levaria o ex-deputado Jos� Dirceu para seu palanque de candidato a um novo mandato - perguntaram se ele levaria. E ele apenas respondeu que levaria...

� fato que sempre foi contra a reelei��o, assim como sempre foi a favor de um mandato presidencial de cinco anos - mas o jornalista Pedro Bial esqueceu de perguntar por que ele n�o prop�s ao Congresso acabar com a reelei��o e criar o tal mandato.

E como Bial n�o perguntou, Lula n�o respondeu.

Mentiu quando disse que o governo jamais criou obst�culos para as CPIs (aposta que vire verdade a mentira tantas vezes repetida).

E se contradisse quando afirmou que o PT e o governo puninaram com o afastamento dos seus cargos gente como Del�bio, S�lvio Pereira e at� Dirceu - para mais adiante dizer que a culpa de Dirceu n�o foi provada.

Ent�o por que ele foi despachado do governo?

Elementar: porque era preciso entregar uma cabe�a coroada para tentar poupar a cabe�a presidencial. Deu certo.

Cometeu platitudes, como de h�bito: "Se tem 10 ou 20 dirigentes que erraram, n�o se pode dizer que todo o partido errou".

Para em seguida emendar: "O PT (ele, n�o) cometeu um erro incomensur�vel, de dif�cil repara��o".

A certa altura, para se defender alegou uma "lista de dias de vida de comportamento", esquecendo de qualificar o tipo de comportamento que adotou por ocasi�o da referida lista de dias.

Lula aposta na fragilidade da mem�ria coletiva e na ignor�ncia de parcela expressiva da popula��o contemplada com os programas assistencialistas do seu governo.

Pode ser o suficiente para assegurar a vaga dele no segundo turno da elei��o presidencial de outubro - mas n�o ser� para lhe assegurar um novo mandato. (Ricardo Noblat)





1.1.06


Arghhhhhhhhhhhhh!!!

Come�ar o ano com entrevista do Lulla ningu�m merece!!!

N�o ag�ento mais o cinismo deste canalha, a sua cara de pau, as suas mentiras deslavadas, o seu ar sonso de quem nada sabe, nada viu, nada condena ou julga.

N�o ag�ento mais a pose de pobre torneiro mec�nico que chegou ao poder a despeito das for�as ocultas das "direitas" e das "elites", e que diz que n�o toma, nem tomar�, "medidas populistas".

N�o ag�ento mais a pretensa magnanimidade salom�nica deste idiota que se julga um estadista e que proclama que estadistas t�m que ter a cabe�a fria e se abster de julgamentos precipitados -- mas que passou oito anos gritando "Fora FhC!" para um presidente t�o legitimamente eleito quanto ele, e comandando a oposi��o mais burra, mal intencionada e destitu�da de esp�rito p�blico que este pa�s j� viu.

N�o ag�ento mais o descaramento deste homem t�o mesquinho, mas t�o mesquinho, que, por breves instantes, me fez ter simpatia pelos governadores acasalados, que tentaram tapar os buracos da BR 101 antes dos feriados mas foram proibidos pela PF.

Voc�s ag�entam?!

Agora ele acaba de dizer que o que est� fazendo na economia � um bem incomensur�vel para os filhos dele e para os nossos; para os meus, que n�o ganharam cinco milh�es da m�o beijada da Telemar, � uma piada de p�ssimo gosto.

Desculpem, mas vou l� dentro vomitar.








Keaton: ano novo, vida nova?










Qu����???!!!

2006 j� come�ou?!

Mas eu ainda estou com sono atrasado de 2005!!!

Vou voltar pra cama.






O le�o da savana, perplexo, tenta entender o que raios acontece l� embaixo










O primeiro engarrafamento do ano










Antes da chuva










Viva 2006!










No Leblon, filando Copacabana