31.10.04






Duas fotos soltas da garcinha. Depois subo mais.



A série completa desta escalada está no Fotki: é só clicar na foto.










Estou me estranhando...

Tem uma frase que o Millôr gosta muito de usar e que já virou uma espécie de piada particular na nossa roda:

"Cuándo yo pienso que soy general del Ejército del Paraguay, yo me tiemblo de mi mismo".

Não tenho noção de onde ele tirou isso, mas hoje estou meio assim: quando me lembro do que acabei de fazer, yo me tiemblo de mi misma. Vejam só: saí de bicicleta para dar a volta na Lagoa.



Parei no Cantagalo para fotografar os quero-queros e a garcinha branca, que acompanhei durante um tempão e consegui até fotografar fazendo uma boquinha: era uma vez um caranguejo!



No Cantagalo me encontrei, por acaso, com o André e o Lucky (viva, André, até que enfim!), com a Marcela, minha vizinha de porta, com as duas cadelinhas que são o grande mistério da vida dos gatos, e o Ney Latorraca, que me contou uma ótima história sobre um encontro seu com a capivara.



Depois de toda essa social, segui em frente, parei ali no Vasco para ver a outra capivara (que está muito arredia). Já estava escuro, não havia mais um fiapo de luz e fiz a pior foto de capivara do mundo, mas pelo menos o encontro ficou registrado...



Passei no clube -- onde desencontrei da Bia mas encontrei com dois amigos -- segui em frente e, quando estava ma reta para casa (andando sem as duas mãos!) vi a lua surgindo linda, linda por trás da montanha. Parei, tirei mais fotos... e decidi arriscar ir até a praia para fotografá-la sobre o mar.



Peguei a Vinícius e fui até a Vieira Souto no meio dos carros e do povo sem atropelar ninguém e sem me machucar, peguei a ciclovia de Ipanema, fui até o Arpoador, segui para Copacabana e, ufa! ainda peguei a lua lá, bem em cima do Posto Seis.



A noite estava tão bonita que fui em frente. Parei de novo logo adiante, para fotografar a estátua do Drummond e, de lá, fui até o Copacabana Palace, de onde comecei a volta.



No meio do caminho, encontrei a Claude com seus dois cãezinhos, muito parecidos com os da Marcela. Demos um tempo num quiosque para pôr a vida em dia e, na seqüência, enquanto ela ia em frente com os bichinhos, eu voltei a pedalar.




Tive que parar no Posto Seis, porque havia uns pássaros interessantíssimos perto do mar; e toquei para Ipanema, onde refiz o caminho da ida, às avessas. Comi duas empadinhas de camarão no botequim que fica ao lado da Casa Nelson e, pouco depois, estava em casa.

A primeira foto da tarde foi feita às 16h58:



A última às 23h17; é mole?!



A Kodak, que estava no batente desde a hora do almoço, merece uma medalha de Honra ao Mérito. Apesar de eu ter gasto um bom tempo revendo e apagando imagens enquanto estava no clube, e de ter tirado quase 300 fotos, ela ainda tinha um restinho de bateria quando voltamos do espantoso périplo.

E com isso aqui fico, desejando a todos bom domingo.





30.10.04



A angústia do tempo

Antes do pôr-d-sol

Um dia, um jovem casal se conheceu num trem e passou a noite andando por Viena. O filme era "Antes do amanhecer". Celine (Julie Delpy) era uma gracinha e Jesse (Ethan Hawke) uma coisa, de tão bonito. A história terminava em aberto: os dois se despediam de manhã, com a promessa de um encontro marcado para seis meses depois. A Bonequinha remoeu essa frustração por algum tempo, mas logo se esqueceu do filme, simpático porém dispensável -- e provavelmente condenado à sessão da tarde perpétua se, por acaso, não tivesse dado origem ao pungente "Antes do pôr-do-sol".

Nove anos se passaram e, num encontro em Paris, Celine e Jesse têm muita coisa para pôr em dia, mas muito pouco tempo para fazê-lo: dentro de duas horas, ele tem que pegar o vôo de volta para Nova York. Ela emagreceu (demais) e continua linda; ele ficou, cá entre nós, com uma cara cínica e ruim. A lembrança do que foram, no entanto, acabou gravada para sempre, não só neles mas também em nós. No encontro em tempo real a que assistimos, quase como voyeurs , os dois falam do mundo e da vida em geral -- mas o que importa, de verdade, é a angústia do tempo passado, a dúvida irremediável do que poderia ter sido mas não foi.

Tanto Jesse quanto Celine são pessoas "realizadas". Ele escreveu um livro sobre aquela noite em Viena, é casado e tem um filhinho; ela é ativista política e namora um repórter fotográfico. Por trás das fachadas de sucesso, contudo, escondem-se as muitas camadas de tristeza, amargura e desilusão de que se faz a vida.

E a felicidade? Ah, esta é como a pluma, que o vento vai levando pelo ar.

(Rio Show, 20.10.2004)

Antes do pôr-do-sol foi matéria de capa do Rio Show, e ganhou duas críticas, a outra escrita pelo Hugo Sukman, que deu a mesma cotação.

Fizemos "Ele e Ela assistindo" e, pela primeira vez na história do jornal, houve uma Bonequinha na página! Foi, aliás, uma dificuldade usar essa Bonequinha; acontece que o Bonequinho é uma marca e, como tal, não pode ser mexido.

A decisão teve que ir até a diretoria, que topou; mas como brincadeira, e só desta vez, mais ou menos como quando fizemos um Bonequinho com saco de pipoca na mão no teste das pipocas dos cinemas.

Mais tarde vou ver se escaneio a minha alter-ego e trago pra cá. Achei bem bonitinha... :-)






Durma-se com um barulho desses!

Esta linda família de corujas buraqueiras não foi feliz no quesito moradia: cavaram a toca bem no heliponto do Recreio!

Os pilotos dizem que basta ligar o motor para que elas venham para a "porta", preocupadas.

Não sei se a foto (de Marcelo Miguez) vai ou não sair na edição de amanhã do jornal, mas não resisti e roubei pra cá.





29.10.04



Tá explicado

Todo mundo achou a notícia esquisitíssima, mas o Kibe fez mais: achou a razão...






Transparência

O presidente Lula, sob o impacto da prisão do seu Grão Marqueteiro, mandou o ministro da Justiça fazer apurações rigorosas. Não sobre as suas (dele, Duda) atividades ilegais, como seria de se esperar, mas sobre as atividades da Polícia Federal -- que cometeu a tremenda imprudência de trabalhar como deve, sem se deter diante de carteiradas.

Deu na Folha:
"Apesar de julgar que Duda deu "bobeira" e que "estava no lugar errado na hora errada", Lula disse achar "estranho" o flagrante na reta final das eleições. Para ele, qualquer membro do governo poderia estar sujeito a alguma ação de setores da PF "fora de controle". Bastos não participou na reunião de segunda, mas a Folha apurou que Lula lhe pediu para checar a versão de que não houve "armação" e que, se julgasse necessário, trocasse comandos. O presidente disse a interlocutores que o marqueteiro continuará na linha de frente de suas ações de propaganda."
Não é bacana a candura do presidente? Igualzinho ao Duda, ele também não esconde nada.

Imagino que todo homem público sinta a tentação de pensar assim, mas a maioria disfarça e faz de conta que, para eles, a lei é igual para todos, em qualquer época do ano.

Já o nosso presidente deixa claro que, para ele, os eventuais pilantras do governo, ao contrário dos eventuais pilantras da ralé, têm que estar a salvo de delegados enxeridos, que resolvam investigar o que não devem em véspera de eleição.

Para o Lula, o problema é a polícia, e não a contravenção.

O pior é que nem dá para dizer que estamos, pelo menos, diante de uma linha original de pensamento, porque esta é a filosofia que norteia, há tempos, o "governo" do Rio de Janeiro, onde os bons policiais vêm sendo sistematicamente transferidos para as delegacias mais desimportantes.

Acho que nós, otários, que continuamos achando que este país ainda tem jeito, temos que protestar LOGO, ou breve o delegado Antônio Rayol, que vem estourando rinhas de galo e não se deixou intimidar com a carteirada do Duda, acaba sendo transferido para controlar o contrabando de gelo no interior do Piauí.

O email do ministro Marcio Thomaz Bastos é gabinetemj@mj.gov.br.

Por favor sejam gentis e não mandem mensagens desaforadas, que são sempre contra-producentes.





28.10.04



Vejam quem chegou!!!

O meu novo notebook, um Vaio S170, está finalmente em casa, travando contato com a família. Os detalhes: Pentium M 4, 1500GHz, 512RAM, 60Gb, DVD-CDRW, wi-fi, Bluetooth, saídas firewire e USB (2); a tela tem 13"3 e é excelente, e estou achando o teclado muito bom.

Ele é levinho e tem um lindo design mas, curiosamente, não é sexy. Já tentei explicar para a Laura o que é uma máquina sexy, mas isso ou a pessoa sabe e sente de cara, ou não. É uma coisa assim de... pele, sabe? Tipo química?

Um notebook sexy chama a atenção de todo mundo; este Vaio não.

Para mim, isso é uma vantagem. Gosto mais de máquinas inteligentes e poderosas, de trabalho, do que de máquinas vistosas, feitas para impressionar; aliás, pensando bem, nem só máquinas...

Em suma: me perguntem se estou feliz... :-)










Carta aberta para Duda


Alguns conselhos para o Grão Marqueteiro


Prezado Duda,

Sou grande admiradora do seu trabalho, assim como são todas as pessoas que viram uma simples troca de óculos transformar o Maluf numa figura respeitável. Para os ignorantes das sutilezas do marketing político, entre os quais me incluo, o que você faz por seus clientes é puro sortilégio, coisa de demiurgo. Que o encantamento do Maluf esteja enfim se quebrando não é, claro, culpa sua. No segundo turno ele trocou seus óculos encantados pela bengala branca que ganhou de presente da Marta e taí, deu no que deu.

Admiro também o seu desprendimento. Qualquer homem menos dedicado a seus empregadores teria tirado um tempinho, ao longo desses anos todos, para dar uma guaribada na própria imagem. Todo mundo sabe que em casa de ferreiro o espeto é de pau, mas também não precisava ser pau de galinheiro, caro Duda! Se você conseguir sair dessa, dê um tempo, esqueça a política, cuide um pouco de si mesmo. E não estou falando só da imagem, não, mas do aspecto físico também, que, como dizem as peruas na intimidade do salão de beleza, está "um lixo". Fora de Brasília e dos sofisticados círculos das rinhas de galo, o seu filme está pra lá de queimado, acredite.

Apesar disso, entendo o seu drama. Não duvido, em momento algum, da sinceridade com que você diz amar os galos, nem da profundidade desse sentimento. O amor pode, no entanto, se manifestar de maneiras perversas, e nem todas são universalmente compreendidas. Veja os espanhóis, por exemplo. Eles acreditam, piamente, que amam os touros, assim como os pedófilos acreditam, do fundo do coração, que amam as crianças. Talvez até a governadora Rosinha Garotinho acredite que ama o povo, quem sabe?

O problema é que há um fosso intransponível entre os que comungam dessas crenças e os que, de forma talvez menos criativa, insistem em associar o amor à ternura, ao respeito ao próximo e aos bons tratos, sentimentos que vocês acham ridículos. É por causa desta maioria de pobres de espírito, incapazes de perceber o que há de sublime na dor (alheia), que certas formas de amor pouco convencionais acabaram fora da lei.

Entendo como isso deve ser chocante (e inesperado!) para você, entendo também como tudo deve-lhe parecer injusto, depois de todos os serviços que você prestou ao país sem fins lucrativos. Mas a verdade é que, para as pessoas comuns, que não compartilham dos seus gostos refinados e não sabem distinguir um Romanée Conti de um Brunello de Montalcino, uma rinha de galos é uma atrocidade. Elas não conseguem entender a sua frase memorável: "Para os galos, é preferível morrer na luta do que acabar na panela". Alegam que os galos não foram consultados, como se isso fosse possível ou relevante; e ficam horrorizadas quando sabem que o público da rinha vibra com cada corte, delira com cada perfuração, vai ao êxtase com cada olho vazado.

Melhorar sua imagem junto a esse bando de frouxos não vai ser fácil, caro Duda, nada fácil. É provável que você nem esteja interessado no que gente tão pouco distinta pensa ou deixa de pensar a seu respeito, mas não se esqueça que, a cada dois anos, esses zés manés -- que sequer têm acesso direto a ministros -- transformam-se em votantes. E o diabo é que já começa a se espalhar, entre os amantes de bichos, a idéia idiota de que não se deve comprar produtos ou votar em candidatos que contratem os serviços de quem goza com o sofrimento de animais.

Algumas criaturas politicamente corretas têm confrontado esses eleitores e lhes perguntado se é assim que se faz, se é pelo marqueteiro (que palavrão, Duda) que escolhem seus candidatos. Tolinhos! Você, melhor que ninguém, sabe que, nos últimos tempos, é justamente assim que se tem escolhido, ou não se poderia sustentar a nobre linhagem dos seus tantos e tão ricos galos de briga.

Mas o cerne da questão não é este. É que, para os que gostam de bichos, empresas ou candidatos que se relacionam com quem promove a tortura ilegal de animais indefesos não são dignos de confiança.

Sinceramente? Quer saber? Estão feias as coisas para o seu lado. Horríveis, mesmo. Mas, talentoso como é, você pode dar a volta por cima. Quem sabe não convence as pessoas de que, ao contrário do que imaginam, você a-d-o-r-a animais? Faça alguma coisa por eles, pode ser um primeiro passo! Digo mais: tendo contato com bichos em circunstâncias normais, você pode até vir a descobrir algo novo, como aquele afeto que surgiu entre Humphrey Bogart e Claude Rains no fim de "Casablanca" -- o começo de uma bela amizade.

Estude o caso da Suipa, por exemplo, a sociedade protetora que não pode acolher os seus galos por falta de condições adequadas. Lá, um grupo de voluntários trabalha, exaustivamente, para garantir um mínimo de bem-estar a quadrúpedes que o mundo desprezou. Ora, quem cuida de quadrúpedes com amor bem pode cuidar dos seus bípedes. Procure a Suipa, Duda, com o coração -- e a carteira -- abertos.

Os 6.500 cães, 850 gatos e sei lá quantos outros bichos abrigados pela sociedade sobrevivem de doações feitas por particulares. Os problemas são gravíssimos, e as dívidas, enormes -- mas, ainda assim, correspondentes a apenas um terço dos R$ 1,7 milhão que circulavam em apostas no seu Clube Privê.

Imagine, Duda Mendonça, que oportunidade extraordinária! Pelo módico preço de uma dúzia de galos de briga, pelo equivalente a oito caixas de vinho, você tira a Suipa do vermelho, salva a vida de uns 7.500 animais e dá aquela melhorada na imagem. Só tem um porém: é tudo rigorosamente dentro da lei.

Para adiantar a sua vida, aqui vão os dados da conta da Suipa:

Banco Itaú, Agência 0584, CC 45500-0, CNPJ 00.108.055/0001-10.

Não há de quê.

PS: Por favor, ajudem a Suipa! A situação é desesperadora. Qualquer depósito, por pequeno que seja, será de grande valia.


(O Globo, Segundo Caderno, 28.10.2004)






Premonição

Vocês conhecem a piada do português que vai andando pela rua, vê uma casaca de banana lá na frente e fica desesperado porque sabe que vai escorregar?

Então. Estou na mesma situação. Há uma isca extremamente tentadora no site da Microsoft, o Photo Story 3. É um interessantíssimo produto para imagens digitais gratuito, provavelmente resposta da M$ à distribuição do Picasa pelo Google.

Bom. Lá fui eu baixá-lo. Acontece que ele exige que o Windows esteja ativado, coisa que o meu jamais foi. Apesar de ter um exemplar perfeitamente genuíno e autêntico aqui ao meu lado, o que uso na máquina é uma licença de fabricante que não precisa verificação.

Não por nada; é que detesto dar satisfações a empresas, sobretudo à M$.

Mas por um programinha esperto para fotos digitais... ah, o que custa ativar o Windows, não é? De modo que lá fui eu alterar o Registry para entrar com a Autêntica e Verdadeira Chave do Windows.

Como seria de prever, ela não foi aceita. E, em geral, quando essas engrongas acontecem, o Windows simplesmente se recusa a entrar no ar quando se liga a máquina novamente.

Tá, eu tenho várias saídas para a situação; uma é não desligar o computador, o que não é problema, já que ele vive ligado. Só que acabei de baixar as atualizações do antivírus e há uma tela nojenta do Norton me olhando. Sei que, ao menor esbarrão, ela vai me reinicializar a coisa.

Além disso, não é bom viver com uma bomba relógio à espera do próximo boot.

Outra saída é instalar o meu Windows, aquele que tem a Autêntica e Verdadeira Chave; mas só Deus sabe se esta droga vai ou não se instalar por cima do Windows adrede instalado, e a minha intuição diz que NÃO.

Também posso dar um F8 quando a máquina estiver entrando no ar e escolher voltar à opção de última versão que funcionava.

Algo, porém, me diz que o que vem por aí é uma dor de cabeça sem tamanho.

Portanto, queridos, se eu sair do ar nas próximas horas, vocês já sabem o que aconteceu.

Foi aquela maldita casca de banana lá na frente...

Update:

Tudo bem com o desktop!

1. Me mandaram o número da licença do Windows que está instalado;

2. Depois de dois dias ligado (eu estava às voltas com o notebook), ele se saiu lindamente com um F8.

3. Depois que li o artigo desencavado pelo Tom, fiquei cabreira e perdi a vontade de baixar o Photo Story 3. Ainda vou pensar mais sobre isso. O que é que vocês acham? Vale a pena ativar, não vale, é irrelevante?

Muito obrigada pelas dicas e pela torcida!





27.10.04


Terror!

Acabei de escrever a crítica de um filme, fechei o computador e ia pegando uma carona com a Ana Cristina Reis quando o pessoal do Rio Show me chamou:

-- Olha, aqui no espelho mostra que ainda estão faltando 41 linhas na tua crítica...

Cumé?!

-- Ainda está sem título, inclusive.

Só pode ser erro do espelho: se terminei o título ainda agora!

Relutantemente, dei tchau para a Ana Cristina (e a carona), abri o terminal e... faltavam 41 linhas da crítica!!!

Fechei o terminal, abri de novo, fechei... e continuavam faltando as malditas 41 linhas!!!

SOCORRO!!!

São quase onze horas, quero ver se ainda pego a Mariana na livraria, não tenho nem cabeça nem estado de espírito para escrever tudo de novo!!!

Pedi uma gilete para cortar os pulsos.

Ninguém tinha.

Na falta, aceitei um Diamante Negro.

Enquanto isso, fuçando daqui e dali, o pessoal do sistema -- Aleluia, irmãos! -- encontrou a versão final da crítica. Lá no fundo, como se fosse a primeira.

Go figure.

Tudo bem, tou indo, mas juro que vou mandar a conta do cardiologista para a Tecnologia.






Muito pior que o Duda

Não é novidade nenhuma, já saiu em todos os jornais, mas fico realmente enfurecida cada vez que penso nisso; ontem, o Gravatá mandou para os amigos o recorte do Diário Oficial:
PORTARIA N o 2.946, DE 18 DE OUTUBRO DE 2004 -- O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA, no uso de suas atribuições legais, com fulcro no artigo 10 da Lei n.º 10.559, de 13 de novembro de 2002, publicada no Diário Oficial de 14 de novembro de 2002 e considerando o resultado do julgamento proferido pela Primeira Câmara da Comissão de Anistia, na sessão realizada no dia 21 de junho de 2004, no Requerimento de Anistia n.º 2003.01.31858, resolve: Declarar CARLOS HEITOR CONY anistiado político, concedendo-lhe reparação econômica, de caráter indenizatório, em prestação mensal, permanente e continuada, correspondente ao cargo de Editor de Opinião, no valor de R$ 23.187,90 (vinte e três mil, cento e oitenta e sete reais e noventa centavos), respeitando o teto de R$ 19.115,19 (dezenove mil, cento e quinze reais e dezenove centavos), com efeitos retroativos a partir de 07.10.1998 até a data do julgamento em 21.06.2004, perfazendo um total retroativo de R$ 1.417.072,75 (um milhão, quatrocentos e dezessete mil, setenta e dois reais e setenta e cinco centavos), nos termos do artigo 1º, incisos I e II da Lei n.º 10.559, de 2002. MÁRCIO THOMAZ BASTOS.
Isso é imoral, indecente e asqueroso; eu me sinto extremamente envergonhada de ser jornalista quando vejo um "colega" desfalcando com tamanha desfaçatez os cofres públicos.

Mais envergonhada ainda me sinto como brasileira, ao perceber que o cidadão que deveria estar zelando pela Justiça no país assina semelhante injustiça. Para um Cony, que a gente conhece, quantos Fulanos e Beltranos não existem por aí, nas sombras, se locupletando da mesma maracutaia?!

O milhão e meio que o Cony vai embolsar pelo sacrifício de ter trabalhado na Manchete a vida inteira é um milhão e meio que deixarão de ser empregados em escolas e em hospitais; os vintinho que vai faturar por mes poderiam pagar o salário de vinte professores -- e dos "bem remunerados".

O pior de tudo é a decepção. Eu gostava do Cony, como pessoa e como escritor; mas não consigo continuar a respeitar, ou sequer ler, alguém que se acha no "direito" de ter tal "reparação".






Ele voltou!

Roubei a notícia e o desenho do blog da Mariana, que é das coisas mais lindas de ver:

O Pequeno Nicolau, de Goscinny e Sempé, grande herói de um bando de gente, voltou às paradas!

Adoro as histórias do Pequeno Nicolau. Há muuuuuuuuuuuuuitos anos, ainda na época do Manhas & Manias, fiz uma peça baseada nelas para o Claudinho Baltar.

A peça se chamava "1, 2, 3 e... já!", e ficava uma graça no palco.

Tenho as melhores recordações daquele tempo.

Às vezes sinto muitas saudades do meu alter ego de teatro, fico pensando em escrever alguma coisa, em traduzir, sei lá.

Um dia, quem sabe, eu volto também.





26.10.04


Oi Multimidia

Oi Multimidia







Oi Multimidia

Oi Multimidia









Uma ótima carta!

"Ilmo. Sr. Delegado Antonio Carlos Rayol
Titular da Delegacia de Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico

Prezado Senhor,

Desejo cumprimentá-lo pelo sucesso da Operação Rudiz, que culminou com a diligência efetuada no centro galista Clube Privê Cinco Estrelas e a prisão em flagrante de seis pessoas diretamente envolvidas na atividade criminosa de envolvimento e participação na exploração de apostas em rinhas de galos. Por gentileza, apresente meus cumprimentos ao seu colega Dr. Lorenzo Pompílio da Hora.

Como brasileira fiquei orgulhosa com o gesto desabrido da Polícia Federal em afrontar atitudes arrogantes de indivíduos que tentam se aproveitar de sua posição de prestígio, como o Sr. José Eduardo "Duda" Mendonça, fazendo apologia do crime no momento de sua prisão, tentando constranger os policiais no cumprimento de seu dever com o atrevimento de telefonema ao Ministro da Justiça e com bravatas alusivas a cargo junto ao presidente, o que provocou inclusive jocoso malentendido, uma vez que o digno delegado entendeu ser o delinqüente assessor do presidente do clandestino clube galista, quando na realidade o Sr. Mendonça se referia ao próprio presidente da República. Mais acintoso é o fato de ter a imprensa exibido painel, ou quadro de honra onde publicamente é reconhecido o papel de " benemérito" do referido senhor à organização criminosa.

Em meu nome pessoal e como representante do Forum Nacional de Proteção e Defesa Animal, que congrega dezenas de entidades zoófilas, espero que esta atitude sirva de exemplo e de gesto pioneiro, para que as polícias federal e estaduais ajam com rigor, desmantelando todos os centros onde se desenvolve a atividade criminosa de exploração de apostas às custas do sofrimento animal, nesses "cassinos de galos".

À guisa de informação e principalmente para justificar minha indignação, relato que em 1990 foi aprovada por decurso de prazo, em Salvador, Bahia, a Lei nr. 4.149/90, que regularizava as rinhas de galo no município, justamente local de origem do Sr. " Duda" Mendonça.

Na ocasião, como presidente da organização União em Defesa da Natureza juntamente com outras entidades, a Liga de Prevenção à Crueldade contra os Animais, presidida pela advogada Dra. Edna Cardozo Dias, de Belo Horizonte, MG e a Sociedade Zoófila Educativa, do Rio de Janeiro, RJ, presidida pela saudosa veterinária Dra. Claudie Dunin, representamos junto ao Ministério Público da Bahia, que impetrou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade junto ao Tribunal de Justiça, em 30 de janeiro de 1991, com o pedido de declaração da inconstitucionalidade da lei municipal.

A ADIN foi julgada procedente pelo pleno do Tribunal de Justiça da Bahia, tendo como relator o Desembargador Jutahy Fonseca, com a seguinte ementa:

"Ação Direta de Inconstitucionalidade. Brigas de galos. Procedência.
É inconstitucional a lei municipal que disciplina a briga de galos porque submete os animais a crueldade (art. 214, VII da Constituição Estadual e art. 225, parágrafo 1o, item VII, da Constituição Federal)
Salvador, 12 de junho de 1992"

Não há sombra de dúvida, portanto, de que as rinhas de galo configuram um crime ambiental, tipificado no art. 32 da Lei 9.605/98, combinado com a descrição do fato pelo Decreto-Federal 24.645/34, Art. 3o., inciso XXIX, que define como mau-trato:

"realizar ou promover lutas entre animais das mesmas espécies ou de espécies diferentes, touradas e simulacros de touradas, ainda mesmo em lugar privado;"

É sabido que o sr. Mendonça participa de rinhas de galo há muito tempo, tendo mesmo cinicamente admitido tal "hobby", em livro autobiográfico denominado " Casos e Coisas", da Editora Globo. Portanto desde a edição do livro é criminoso confesso. Por isto, e por ter trabalhado com empenho pela declaração da inconstitucionalidade da " lei galista" de Salvador, sempre encarei as práticas criminosas do Sr. Mendonça com mais indignação ainda, pois me sentia impotente e feita mesmo, com o perdão da expressão, de palhaça, por termos as três ambientalistas acionado o Ministério Público e o Poder Judiciário e termos obtido a grande vitória na Bahia, para depois lermos desanimadas as afirmações do Sr. Mendonça a respeito de suas práticas sádicas, também em entrevista à revista Veja, ainda mais contando-se este senhor entre os amigos do presidente da República. Sentia-me vivendo num país sem respeito às leis, uma verdadeira república de bananas.

Agora, sua confissão debochada é pública e transmitida a todo o país em rede nacional de TV, fazendo apologia da prática criminosa com olhar altaneiro, no mais puro estilo " o senhor sabe com quem está falando" e sorriso irônico nos lábios.

Espero com otimismo que serão tomadas providências para que os centros de rinhas de galos sejam varridos do país, a bem da moralidade e do resgate da nossa confiança nas autoridades constituídas.

Creia, Dr. Rayol, haja o que houver, o mérito da coragem e da honradez ninguém há de lhe tirar.

Ana Maria Detthow de Vasconcellos Pinheiro
Vice-presidente do Forum Nacional de Proteção e Defesa Animal"






25.10.04


Comprando um novo notebook: ó dúvida!



Depois de mais de cinco anos de vida em comum, tive finalmente que me separar do fiel ThinkPad 560Z, que lutou com todas as forças contra a obsolescência, a falta de drivers e um defeito esquisito na fonte que ninguém explica: RIP! Se eu pudesse gastar em notebooks o que o Duda Mendonça gasta em rinhas de galo, compraria um novo IBM ThinkPad sem pestanejar; mas o preço dessas maquininhas maravilhosas só passa mesmo pela generosidade das goelas corporativas ou pela garganta elegante de quem está acostumado a beber Romanee Conti no jantar. De modo que abri a temporada de caça ao novo companheiro de viagem meio às cegas.

Considero a compra de um notebook uma das decisões mais complicadas na vida dos bípedes conectados. A quantidade de marcas, linhas, séries e sub-divisões existentes é inacreditável; as possibilidades de que algo dê errado são, naturalmente, infinitas. A melhor forma de comprar um notebook é, resolvida a parte financeira, traçar o quadro mais claro possível do que se espera dele.

Como o uso básico da minha futura máquina será em viagens, é importante que ela seja leve: qualquer coisa acima de dois quilos, nem pensar. Pelo mesmo motivo, deve ter boa vida de bateria. Esses dois detalhes apontam para um Centrino, tecnologia da Intel especialmente desenvolvida para notebooks; portanto, uma parte da charada está resolvida. Como, em viagem, o notebook passa a ser meu processador básico de imagens, também é necessário que tenha uma boa tela, um mínimo de 512RAM e um espaço razoável de HD. Hoje esta expressão significa algo em torno de 40Gb. Pronto: dois outros pontos resolvidos! Preciso ainda que a máquina tenha várias opções de conectividade: wi-fi, rede, modem, infra-vermelho e, se possível, bluetooth. Isso porque, a toda hora, acesso não só a internet, mas gadgets de diferentes tipos.

Não quero mais saber de notebooks com drives externos, como era o caso do falecido 560Z, por um motivo muito simples: atualmente, vejo um notebook como um eventual player de DVDs. Na época em que o 560Z nasceu, DVDs ainda eram novidade até no departamento de eletrodomésticos; mas imaginem que função prática esta para uma pessoa que viaja quase sempre sozinha, que não gosta de televisão e que, volta e meia, passa horas e horas em aeroportos, à espera de conexões!

* * *

Minha lista de exigências é complexa, mas nascida da experiência. E nem chega a descrever uma máquina topo de linha, porque, como quero um notebook leve, a tela não pode ser muito grande; e, como trabalho com fotografia, também não pode ser muito pequena, como a dos Vaio da série T (10"5). Excluídas, portanto, as duas pontas caríssimas da parada (telas ultra grandes e ultra pequenas), excluído o tamanho padrão que influi no peso (telas de 15"), fico num meio-termo entre 12" e, no máximo, 14".

Agora é só pegar a lista e ver quais máquinas seguem esses parâmetros básicos. Há ainda mil variações possíveis a partir deles, tanto técnicas quanto estéticas, mas as chances de compatibilidade entre notebook e usuária já estão praticamente garantidas.

* * *

A receita vale, claro, para qualquer um. Se o fator preço não for preponderante, como tantas vezes é, não se deixe seduzir pela primeira carinha bonita que encontrar. Pense no que vai fazer com seu notebook, de que forma ele se encaixa no seu estilo de vida e, a partir daí, comece a montar, mentalmente, a máquina perfeita para você. Um super-portátil é muito útil para quem viaja constantemente, mas para quem é viciado em games 3D, por exemplo, não há nada que supere uma máquina parruda e potente.

Em suma: cada roca com seu fuso, cada micro com seu uso.


(O Globo, Info etc., 25.10.2004)








Esta, excepcionalmente, não é uma foto de celular.

Foi feita com a Kodak DX6490, mais ou menos do mesmo ponto de onde tirei a fotinha anterior (aquela sim, feita com o Nokia 7650); dá até uma comparação interessante.

Boa semana para todo mundo!





24.10.04


Entre raquetadas e beijos


Wimbledon -- o jogo do amor


No auge da carreira, Peter Colt (Paul Bettany) foi o 11 colocado no ranking mundial do tênis. Quando o filme começa, porém, passaram-se oito anos desde o seu momento de glória. Aos 31, ele está na 119 colocação, desanimado e pronto a abandonar as quadras. Mas eis que o destino intervém, dá-lhe uma chave errada na portaria do hotel e ele encontra Lizzie Bradbury (Kirsten Dunst), grande promessa do esporte, disputando a sua primeira competição em Wimbledon.

A partir daí, ninguém precisa ser propriamente a mãe Dinah para saber como o filme vai terminar, mas diga-se a favor do diretor Richard Loncraine que, apesar disso, o interesse do público se mantém até o fim -- nem tanto por causa da historinha de amor, mas por causa de Wimbledon, lugar tão famoso a respeito do qual sabemos tão pouco.

Todos já vimos suficientes filmes sobre Fórmula 1, basquete, atletismo e futebol -- para não falar em esportes exóticos como beisebol e quadribol -- para conhecer os seus bastidores, mas não é todo dia que aparece um filme sobre tênis. Ora, é muito interessante ver como funciona Wimbledon, como são seus vestiários, como vivem os atletas por lá. Para nós brasileiros, então, ainda há um grãozinho de emoção extra, já que é impossível deixar de pensar no Guga no meio daquela festa.

Não sei se um especialista terá a mesma impressão, mas para o Bonequinho as partidas foram ágeis, convincentes e emocionantes, garantindo bons momentos de diversão.

Quanto à dupla romântica... Bem, não é difícil imaginar pelo menos meia dúzia de atores mais carismáticas nos papéis de Peter e Lizzie -- mas, curiosamente, essa falta de charme explícito os faz mais simpáticos e plausíveis, assim como uma certa reversão de expectativa. Ela é direta e durona, ao passo que ele é gentil e indeciso, uma espécie de Hugh Grant louro e anguloso. "Wimbledon" é a típica comédia romântica inglesa, inconseqüente, leve e gostosa de assistir, ideal para quem quer dar um tempo neste insensato mundo.


(O Globo, Rio Show, 22.10.2004)






Oi Multimidia

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Lagoa









Olha os meus queridos aí: Paulinho e seus três bipinhos -- Emília, Joseph e Alicia!

Não são a coisa MAIS LINDA DO MUNDO essas criancinhas?! (pergunta a vó, absolutamente objetiva e imparcial)





23.10.04


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Oi Multimidia







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:-)







Oi Multimidia

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Aqui, agora







Por falar nisso...

Se há uma coisa que me irrita é gente que vê, em tudo, a Teoria da Conspiração da História! Neste caso do Duda Mendonça, por exemplo: o que houve de gente achando que tudo não passava de golpe para tirá-lo da campanha da Marta ou para desmoralizar a dita campanha...

Ah, me poupem!

Para começo de conversa, ao que tudo indica, a campanha da Marta é um fiasco. Tão grande, aliás, que até o Grão Marqueteiro já jogou a toalha, ou não estaria placidamente aqui no Rio, curtindo o seu "hobby" entre amigos às vésperas da eleição em São Paulo. É lógico que, a essa altura, ele sabe que não há de ser a sua presença ou a sua ausência que vai mudar o rumo das coisas.

O que aconteceu de fato é que a Polícia Federal está concluindo uma série de investigações sobre rinhas de galos, brigas de pitbulls e outros "esportes" do mesmo quilate, e vai estourar vários estabelecimentos do gênero ao longo das próximas semanas.

Calhou de pegar o ex-marqueteiro do Maluf de primeira, só isso.

Este fato constrangedor poderia ter sido evitado de forma simplíssima: bastaria que o sr. Duda Mendonça fosse uma pessoa de bem, que não se diverte vendo o sofrimento de animais. E que, se não fosse pedir muito, não se julgasse acima do bem e do mal, só porque é rico e tem amigos poderosos.

O episódio também poderia ter sido evitado se o governo exigisse de seus prestadores de serviços pelo menos um mínimo de respeito às leis do país. Se "todo o Brasil sabia" que Duda Mendonça se diverte com rinhas de galos, é de supor que seus empregadores também soubessem -- e que cobrassem dele uma postura mais digna.

Pessoalmente, acho que todos nós amigos de animais deveríamos nos lembrar do sr. Duda Mendonça nas próximas eleições, boicotando candidatos que contratem os seus serviços.

P.S. -- Gente, o que é aquele Babu???!!!






Mundo animal

O que salva a humanidade é que, se de um lado tem Duda Mendonça, do outro tem gente como o pessoal do Grupo Amigos dos Animais:
"Roberta, por favor não estou conseguindo repassar para o Grupo, repasse para mim!

Hoje, na Rodoviária do Rio de Janeiro, Plataforma 11, Embarque, corria para cá e para lá uma gatinha branca e cinza, prenha, ainda por cima... Fiquei desesperada, pois ali mesmo é que estacionam os ônibus, para os embarques para diversas cidades.

Estava vendo a hora que um deles ia atropelar a gata! Eu, sem poder fazer nada, cheia de malas e prestes a embarcar, também, aqui para Minas Gerais. Mesmo assim, consegui telefonar para a Andréa e como não a encontrei, deixei recado na secretária eletrônica.

Seria interessante que alguém que more nas imediações resgate a pobre gata, pois parecia amedontrada. Caso isto não ocorra, com certeza corre o risco de ser atropelada e morta! Beijos, Evelyn.
Não sei o final da história, mas tenho certeza de que, a essa altura, alguém já andou lá pela rodoviária procurando a tal gatinha.






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Fui!






22.10.04


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Soleil soleil







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O boteco ao lado do jornal






21.10.04


Enfim uma boa notícia!

Duda Mendonça acaba de ser preso num clube onde os freqüentadores se divertiam com rinhas de galos.

Por mim, podiam jogar fora a chave da cela.

E uma ótima sugestão!

Vejam só que boa a idéia da Deize: o dinheiro das apostas -- que, comentava-se lá no jornal, estava acima do milhão de reais (um só cheque encontrado, por exemplo, era de R$ 23 mil) -- bem que podia ser doado à Suipa e a outras entidades de defesa de animais!

Advogados da casa, por favor: num caso desses, normalmente, o que acontece com o dinheiro? Tratando-se -- como se trata -- de ato criminoso, pode esta grana ser devolvida aos proprietários? Ou vai para a União, ou desaparece durante o inquérito, ou o quê?

Há alguma possibilidade de se fazer campanha no sentido de que este dinheiro sujo venha a ser usado para o bem dos bichos?

Update: Enquanto a campanha não começa, por favor não se esqueçam de que a Suipa encontra-se em situação desesperadora, precisando muito do nosso auxílio. Qualquer quantia é bem-vinda:

Banco Itaú, agência 0584, conta 45500-0
CNPJ 00.108.055/0001-10

Na página da Suipa, é possível fazer doações através de cartões de crédito.

Se alguém tiver ração ou remédios que possa doar, vale também. A Suipa fica na Avenida Dom Hélder Câmara 1.801, em Benfica. O telefone para contato é 2501-1085.

Para updates regulares sobre a situação, freqüentem o fotolog do Riccardo Naman ou o seu website.






Mais um clique!









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Chico







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Chico







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A caminho...






20.10.04



Informação: caminho
certo para a depressão


Está muito difícil acompanhar o noticiário e ser feliz

Responda rápido: o que é mais deprimente, a reportagem do "Fantástico" sobre o Bolsa Família ou o evidente despreparo do ministro Patrus Ananias? A cidade da cocaína e da carnificina ou o estado da pouca vergonha a R$ 1? O PT querer pegar carona no desempenho da sua campeã enjeitada Luizianne ou achar perfeitamente normal aliar-se aos malufistas? A possibilidade de Bush afinal se eleger presidente ou o fato de que esta possibilidade existe?

Já pensei muito sobre tudo isso e, sinceramente, não consegui chegar a nenhuma conclusão. Tudo me parece igualmente imoral e malsão, tudo me é igualmente nojento. Ver aquelas pobres crianças miseráveis no interior do país foi de cortar o coração; ver aquele ministro patético tentando defender o indefensável foi de ferver o sangue.

A reportagem do "Independent" carregou nas tintas, mas não disse nada de novo; muito mais prejudicial à nossa imagem (e ao nosso amor-próprio) é, a meu ver, a eterna mania das autoridades "ofendidas" de enviarem cartas de protesto a governantes, produtores de desenhos animados e jornais estrangeiros. Este provincianismo crônico me dá vontade de ler o jornal escondida debaixo do sofá, de pura vergonha.

* * *

No caso do PT, o problema é, essencialmente, filosófico. Não sou petista, nunca tive qualquer simpatia pelo PT, mas, até outro dia, era obrigada a concordar quando se dizia que ele era um partido diferente dos demais. Afinal, seguia uma linha ideológica bem definida e parecia avesso a fisiologismos. A sua atual desconstrução como conjunto de pessoas unidas por um ideal (e não pela sede mesquinha de poder que se constatou por todo o país) é tão humilhante para petistas quanto para não-petistas. Em última instância, ela prova aquilo que todos estávamos cansados de saber, mas tínhamos medo de confirmar: no Brasil não existe política, só politicagem.

Para alguém da minha geração, que levou a luta social a sério e que acreditava que a raiz de todos os males era a ditadura, é triste demais ver a que ponto chegamos. Alegremente irmanado a ACM, Sarney, Newton Cardoso, Roberto Jefferson e outros exemplares do pior entulho autoritário, o PT nos dá uma lição muito objetiva: tanto faz o caráter das pessoas, tanto faz o caráter dos partidos. Pelo poder vale tudo, pelos fins justificam-se os meios, quaisquer que sejam.

Mas então, para que partidos? Para que manter essa farsa hipócrita, essa encenação a bom mercado? Para que -- e com que moral -- continuar a falar em "esquerda" e em direita""?

Aliás: existe conceito mais antigo? Será que ainda dá para se definir o mundo em termos tão simplistas? O camarada Putin, por exemplo, é de esquerda ou de direita? E o pragmático (sem perder a dureza jamais) Hu Jintao? E o companheiro Fidel? E os antigos companheiros do companheiro, que mofam na cadeia por crimes de opinião, convenientemente esquecidos pelo mundo?

Na verdade, acho que "esquerda" e "direita" transformaram-se em termos puramente afetivos, sem qualquer relação com propostas ideológicas -- exatamente como os nossos "partidos" políticos. "Esquerda", em tese, é quem está com a gente e a gente acha bacana; "direita" são os outros. Tanto faz quem a gente seja, ou quem sejam os outros: a política brasileira inventou os pontos cardeais complacentes.

* * *

De todas as razões perfeitamente válidas para depressão apresentadas pelo noticiário, a mais sinistra e perigosa é, claro, a possibilidade da eleição de Bush. Kerry está longe de ser uma figura simpática ou carismática; ele é apenas um pouco mais tolerável do que Bush e um pouco mais civilizado. É possível ouvir sua voz sem sentir ânsias de vômito, o que -- pelo menos do meu ponto de audição -- vai melhorar consideravelmente a qualidade dos noticiários da CNN e da BBC.

Tenho pesadelos quando penso num Bush legalmente eleito, livre para dar rédeas à paranóia do seu fundamentalismo cristão, solto para correr atrás do Irã ou de quem Dick Cheney considere interessante para os negócios. Mas tenho mais pesadelos ainda quando penso que, vença quem vencer, metade dos americanos está de acordo com a forma como o país vem sendo conduzido, e vai continuar se lixando para o resto do mundo.

* * *

Para não dizer que não falei de flores, termino com um ponto de luz: ouçam "Canção transparente", o maravilhoso CD da Olívia Hime, lançado pela Biscoito Fino! Gostoso, inteligente, bonito de doer -- um bálsamo contra a baixaria do cotidiano, antídoto certo para a falta de delicadeza que nos cerca.


(O Globo, Segundo caderno, 20.10.2004)






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Home sweet home!







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Odeio ir embora depois que o pessoal da limpeza chega...






19.10.04


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Continua chovendo







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Ufa!







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O transito nao transita







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Il pleut...







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Piove, governo ladro!







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Downtown






18.10.04


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Real-time: Mami falando com Paulinho, que mandou as flores pela internet, viu a foto no blog e ligou na sequência. Já o post foi clicado e está seguindo pelo telefone...







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Olha como vieram lindas as flores, Paulinho! Vovó ficou toda feliz...







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Vejam que maravilha!







:-D

Amigos, tenho ótimas notícias!

Tudo correu tão bem que, acreditem, a Mamãe já está em casa...

Muito obrigada a todos pelo carinho e pelas vibrações positivas!

Isso é o que vale na vida, e disso se faz a vida.

Viva!!!






Mami

Mami






17.10.04


Off-line

A parada na sorveteria e a passada pelas Lojas Americanas descritas nos posts abaixo foram para espairecer um pouco.

Ontem de manhã o telefone tocou cedo ao lado da minha cama: era Mamãe, dizendo que a tia Eva, de 89 anos (última irmã do Papai), havia levado um tombo dentro de casa, na cozinha, e que, aparentemente, estava com o braço quebrado.

Mamãe veio para cá, enquanto eu pulava da cama, tomava banho e me vestia; fomos pegar tia Eva na casa dela e levá-la ao Hospital Silvestre, onde um ortopedista muito simpático e atencioso constatou a fratura perto do ombro e imobilizou o braço. A tia fica com as faixas até terça, quando o médico vai decidir se deve operá-la ou não.

Mas antes disso, na segunda de manhã, quem vai ser operada é Mamãe, que está com nódulo no seio. Os médicos dizem que o dito nódulo foi descoberto bem cedo e que não há motivos para maiores preocupações, mas a gente se preocupa, naturalmente.

Gravatá já está tendo uma conversa séria com os orixás, para que fiquem de plantão amanhã...







iPod mini, a febre


Quando o iPod mini pintou nas paradas, muita gente olhou, achou lindo mas não entendeu muito bem o que levaria alguém a gastar cerca de US$ 250 por um player de 4Gb, podendo comprar um iPod de 20Gb, de quarta geração, por apenas US$ 50 a mais. Do ponto de vista de espaço, a relação custo X benefício entre o mini e seus irmãos mais velhos não tem mesmo muita lógica; mas desde quando as coisas do coração têm a ver com lógica?!

O iPod mini é mais do que um reles player; é uma paixão, que está levando milhares de jovens à loucura, no mundo inteiro. Ele é miudinho, colorido e levinho, cabe em qualquer bolso, tem acessórios espertos como braçadeiras e... ora, é um iPod mini!

O mundo é do iPod, que une forma e função como nenhum outro player. Imbatível no quesito design, expert em lançar tendências, a Apple anunciou, quinta passada, que seus lucros simplesmente dobraram no último trimestre; em nove anos, este é o melhor resultado da companhia, que em apenas três meses vendeu dois milhões de iPods. Com isso, passam a existir no mundo cerca de seis milhões de felizes proprietários do gadget sonoro mais quente de todos os tempos.

A concorrência não está dormindo no ponto, mas não há muito que possa fazer. A Sony, que perdeu o bonde da história ao abrir mão do MP3 nos seus players -- nisso é que dá produzir ao mesmo tempo música e tocadores de música! -- já se confessou muito arrependida e promete uma nova linha, quem sabe antes do fim do ano; e, na mesma quinta em que a Apple divulgava o seu balanço, a Dell anunciava um novo player miudinho, o Pocket DJ, de 5Gb, que chega às lojas em novembro por US$ 200. Vi as fotos. O brinquedo é jeitoso e bonitinho, mas... não é um iPod.

Por enquanto, o único player não-Apple que me parece capaz de despertar a cobiça da turma que sonha com um iPod noite e dia é o Gmini XS200, da Archos, este mês no mercado pelo mesmo preço do iPod mini e mais ou menos o mesmo tamanho, mas com 16Gb a mais, ou seja, 20Gb de disco: capacidade para cinco mil músicas, contra as mil do mini. A Archos, fundada na França em 1988, sempre se caracterizou por fazer produtos práticos e compactos, com ótimo design; mas trabalha em pequena escala e é desconhecida no Brasil.

E que tal o iPod mini? Sinceramente? Perfeito! Depois de duas semanas de convivência harmoniosa, estou, eu também, apaixonada pelo bichinho. Sim, ele podia ter mais espaço de armazenagem; e, sim, lógico, podia ser mais barato. Mas o som é o mesmo som impecável dos iPods mais velhos, os comandos do seletor que é a marca registrada da família são suaves como carícias e o download do PC via USB funciona sem falhas. A bateria dura umas oito horas (no meu caso, um dia inteiro e mais um pouco) e as cerca de mil músicas que armazena dão para passar o fim de semana fora tranqüilamente, sem sentir falta do som de casa. Fomos juntos para Florianópolis, e ele se mostrou um companheiro de viagem impecável: já estou com a maior saudade...

(O Globo, Info etc., 18.10.2004)







Gato! Gato! Gato!

Desta vez, a festa é do meu gatinho bípede, o Joseph -- todo pimpão na foto com o presente que pediu de aniversário!

Não é o máximo um tiquinho de gente desses pedir um violão de presente?

Por enquanto, Paulinho e Kelyndra dizem que ele demonstra mais talento para barulho do que para música propriamente dita, mas como os maiores autores divergem em relação ao que é música propriamente dita, pode ser que vocês estejam vendo uma foto histórica.

Para a vó coruja que vos tecla, uma coisa é certa: todas as fotos deste gatinho são históricas.






Tempo, tempo, tempo

Mais um!

E outro!






Desodorantes, preços, maternidade

Nas Lojas Americanas parei em frente à gôndola de desodorantes, pensando na vida: Nivea ou Dove?

-- Nossa! -- exclamou uma senhora ao meu lado. -- Caríssimo! Vi na Drogasmil a três e cinqüenta.

Outra ouviu a conversa e juntou-se a nós.

-- Mas olha, o preço deste está ótimo!

Era uma promoção, três pelo preço de dois, só que eu não conhecia a marca.

-- Moderato? É bom -- me garantiu a primeira senhora, pegando um pacotinho e olhando a, digamos, configuração.

Para mim não servia, não tinha opção sem cheiro. Não uso cremes, desodorantes & cia com cheiro. A senhora que havia chegado por último também não. A outra não se incomoda, desde que o cheiro não seja muito forte, e nos mostrou um Rexona até razoável.

Fato é que lá ficamos um bom tempo, trocando idéias sobre desodorantes e cheiros, três alegres comadres. Depois peguei um Dove, a outra pegou o tal Moderato e a terceira foi para a Drogasmil. Nos despedimos contentes, desejando umas às outras a suprema glória carioca: que dê praia amanhã.

-- Vamos torcer, né?

Mais adiante, indecisa entre pipoca para micro-ondas light ou normal, quase fui atropelada por um menino que queria porque queria que a mãe fosse lá do outro lado da loja para ver não sei o quê.

-- Manhêêêêê! Manhêêêêê!!! Manhêêêêê!!!!!

A mãe deu dois berros com o garoto e virou-se para mim:

-- Ô palavrinha mais chata essa, "Manhê"...! Quem é que aguenta isso o dia inteiro?!

Como é que alguém pode tratar assim a mais sublime de todas as palavras?! Simples: basta ser mãe. Manifestei, pois, minha mais completa solidariedade -- embora ficasse brincando com essa idéia na cabeça, enquanto ela desabafava do estresse que é o cerco publicitário do Dia da Criança.

Ainda estava muito traumatizada, pobre mulher.

Filosofia à parte, fui para o caixa meia hora depois, com muito mais compras do que precisava e duas grandes certezas: a de estar levando tudo errado, e a de que uma das coisas que mais amo na minha terra é esta infindável capacidade que a gente tem de jogar conversa fora com desconhecidos.





16.10.04


Love, love, love

No começo da noite, parei para comer um sorvete de figo com água de coco no Mil Frutas da Garcia Dávila. Na mesa ao lado, um típico casal da Zona Sul: bronzeados e em forma, ele com o cabelo ligeiramente grisalho, ela de short cáqui, pernas bonitas e sandália da Mr. Cat. Elegantes, quase discretos; classe média muito bem tratada.

Não, não costumo reparar tanto assim nas pessoas; pelo contrário, seria a pior das testemunhas num tribunal. Mas acontece que eles estavam "discutindo a relação" e, aos poucos, minha atenção se afastou do Treo, onde conferia a mailbox, para a conversa dos dois.

Logo cheguei à conclusão de que, se ele não é terapeuta, faz terapia há tanto tempo que já incorporou todos os cacoetes verbais à linguagem, perdão!, ao discurso; já ela está de mal com o mundo, não sei dizer se temporária ou definitivamente.

Francamente -- que papo chato! Que sucessão de clichês! Que cena pobre!

Há quantos bilhões de anos homens e mulheres não repetem esta mesma conversa, com as devidas variantes?! Quanto tempo e energia a humanidade já não gastou neste mesmo quadro, ela arrasada e chorosa, ele cheio de razão, ambos insuportáveis?!

No meio da discussão que, percebia-se, é recorrente, ele olhou o relógio e pediu a conta. Ela foi ao banheiro, deu um jeitinho na cara e os dois foram embora de mãos dadas, só assim, como se nada houvesse.

Mais um casal daqueles que a gente vê de longe e pensa: "Ah, como é lindo o amor!"






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15.10.04



Suipa: socorro urgente!

A Suipa, que existe há 61 anos, é uma sociedade que vive única e exclusivamente das doações de gente que gosta de bichos. Hoje abriga oito mil animais abandonados, em sua maioria cães e gatos, contando apenas com a generosidade alheia.

Não é uma tarefa simples; mas, com a greve dos bancários, o que era dramático virou trágico. A situação é alarmante. As dívidas acumuladas somam R$ 650 mil, os salários dos funcionários estão atrasados e a sociedade periga fechar de vez.

Por favor, amigos, não vamos permitir que isso aconteça! Qualquer doação, por pequenina que seja, será muito bem-vinda.

A Suipa abriu uma conta corrente exclusivamente para esta emergência. Aqui estão os dados:

Banco Itaú, agência 0584, conta 45500-0.

Se alguém tiver ração ou remédios que possa doar, também serão bem-vindos. A Suipa fica na Avenida Dom Hélder Câmara 1.801, em Benfica. O telefone para contato é 2501-1085.

Lá no Fotolog, reproduzi o pedido de socorro do Riccardo Naman, um dos diretores da Suipa.







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Sou sempre a ultima a sair... *suspiro*







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Na redacao se veem coisas estranhas...






14.10.04



Demorou!

Há tempos o povo do Google fala numa ferramenta de busca para desktops, semelhante à que a gente usa na web, só que habilitada a encontrar documentos na máquina do usuário.

Pois a beta do Google Desktop acaba de ser lançada e já está disponível aqui!

Estou louca para chegar em casa e testar a novidade...






Em boca fechada não entra mosca...
ou algo no gênero

Volta e meia aparece algum estudo provando, por A + B, que o uso de celular faz mal à saúde. No dia seguinte, aparece meia dúzia de estudos provando que não, bobagem, nada disso.

A bola hoje está no campo do Sim, celulares fazem mal. Leiam aqui.







Tempos ruins, pessoas
boas: lembranças


Na Brasília dos anos 70, respeitar sertanistas como
Apoena Meirelles era mais fácil do que entendê-los



Fui morar em Brasília em 1972 e só não fui infeliz para sempre porque, antes que a década seguinte começasse para valer, já estava de volta ao Rio. Detestava aquele barro vermelho que grudava em tudo, a aridez da paisagem, a falta de humanidade das superquadras; não estava preparada psicologicamente para morar em endereços chamados W3 e SQS, para depender de automóvel para as mínimas coisas e para conviver com os protagonistas e figurantes de uma ditadura que me oprimia. No dia-a-dia deste convívio, mais do que a brutalidade do regime me chocava a brutalidade das pessoas, a grossura das autoridades, a sua falta de educação, o seu despreparo, a insensibilidade ampla, geral e irrestrita.

A famosa falta de esquinas nem me fazia tanta falta assim. Naquela época o Rio ainda era uma cidade onde a gente andava a pé com calma, e saía para passear na rua, à toa, para bater perna, ver vitrines, por os assuntos em dia, espairecer. Em algumas esquinas havia barzinhos onde se parava para beber alguma coisa ou tomar café em pé com os amigos; mais ou menos como hoje, com a diferença que só se tinha taquicardia quando se via o namorado passando no ônibus ou se olhava para o lado e se dava de cara com uma lenda viva tomando cafezinho. Um grupo de moleques correndo era só isso, um grupo de moleques correndo, não um arrastão. E arrastão, por sinal, era só um tipo de pesca, e um grande sucesso da Elis Regina.

A esquina não era uma referência geográfica, mas existencial. Para mim não era a esquina urbanística que fazia falta na Brasília dos anos 70, mas tudo aquilo que fazia a vida de uma cidade, especialmente de uma cidade civilizada. Amigos que até hoje moram lá e amam perdidamente os seus pagos ficam sentidos com a minha visão, mas a percepção do espaço é sempre pessoal e, lógico, influenciada pelas circunstâncias da vida e dos gostos de cada um. Viver no depósito de autoridades boçais, milicos perigosos e funcionários públicos contrariados que era a Brasília de então foi o lado escuro da minha existência, a parte amarga que me foi dada para que eu pudesse apreciar, devidamente, cada dia que veio depois.

É óbvio que, no meio daquela escuridão toda, existiram algumas luzes; muitas, até, se eu pensar nos amigos e nas descobertas que a cidade me proporcionou, entre elas a visão de um Brasil que ia muito além daquele que se via do Rio de Janeiro. Em Brasília descobri, por exemplo, a melhor de todas as tribos indígenas -- a dos sertanistas, como os irmãos Cláudio e Orlando Villas-Boas e Apoena Meirelles, assassinado no último domingo. Volta e meia eles estavam lá, resolvendo coisas na Funai.

Eu trabalhava em outros setores e não tinha convívio contínuo com eles; mas todo mundo se conhecia naquela capital ainda pequena, e todos os caminhos levavam aos mesmos lugares. Encontrá-los era uma aventura intelectual de alta voltagem. Eu era fascinada pelos Villas-Boas, já então verdadeiros mitos, mas, naturalmente, me sentia mais à vontade com Apoena -- pertencíamos à mesma geração. A essência da minha lembrança dele é, paradoxalmente, uma sucessão de discussões acaloradas, com poucas chances de entendimento.

Explica-se. Nascido na selva, ele era um defensor feroz e intransigente dos índios, ao passo que eu, cética criatura urbana, sempre vi com desconfiança a questão indígena. Do meu ponto de vista, era muito difícil, quando não impossível, entender certas posições suas, invariavelmente marcadas pela parcialidade irracional dos apaixonados; mas, até por isso, não havia como não gostar dele e, sobretudo, como não respeitá-lo.

A verdade é que, apesar de tantas vezes discordar dos sertanistas, sempre tive a maior admiração pelos que conheci. Pessoas bem preparadas, em que a formação humanista se aliava a uma coragem extraordinária, eles combatiam, todos, o bom combate; afinal, se eventualmente erravam, era por idealismo e dedicação, ao contrário dos sórdidos poderosos que enfrentavam.

Voltei para o Rio em 1981. Nunca mais vi nenhum sertanista ? mas, às vezes, tinha notícias daqueles meus antigos conhecidos pelos jornais. Ainda há pouco, no caso dos garimpeiros assassinados, lá estava o Apoena, mais uma vez dando razão aos índios -- e eu, do lado de cá da página, ainda discutindo, em pensamento:

-- Caramba, rapaz, se toca, não há inocentes nessa história!

Ainda assim, há heróis; e Apoena Meirelles foi um deles.


(O Globo, Segundo Caderno, 14.10.2004)





13.10.04


Oi Multimidia

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Favela da Mare







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Xerem









Projeto Médici

Taí uma empreitada histórica da pesada: desde junho passado, um grupo de especialistas está exumando e estudando os Médici, de Florença, a família mais poderosa do Renascimento italiano, em busca de pistas sobre sua saúde, alimentação, características físicas e outras informações contidas nos restos mortais.

Primeira Grande Revelação: Garcia e Giovanni, filhos de Cosimo I que faleceram praticamente ao mesmo tempo em 1562, e que desde então se acreditava terem sido vítimas de assassinato, morreram provavelmente de malária, doença que, logo depois, levaria sua mãe, Eleonora de Toledo.

Acontece que não há qualquer marca de corte nos ossos dos rapazes, o que aponta contra a teoria do assassinato: ainda que seja teoricamente possível liquidar alguém com facas e espadas sem atingir os ossos sequer de raspão, na prática isso não é provável.

Enquanto aguardam os resultados dos testes de DNA, os historiadores se debruçam sobre os relatos da época que dão conta de severos acessos de febre sofridos pela família pouco antes da trágica seqüência de mortes.

Eleonora de Toledo, que media 1m58 e que, como as damas do seu tempo, usou saias compridas a vida inteira, não escapa do momento da verdade, ainda que este chegue quatro séculos depois de sua morte: tinha as pernas tortas.

Tinha também dentes muito ruins, o que foi normal durante séculos: reparem como ninguém sorri com dentes à mostra nos retratos antigos.

No total, a equipe de cientistas vai investigar 19 múmias, duas múmias esqueletais (seja lá isso o que for), 23 esqueletos e ossos de cinco outros indivíduos.

É uma pena que justamente os dois membros mais famosos e interessantes do clan, Cosimo "Pater Patriae" (1289-1464) e Lorenzo, o Magnífico (1449-1492), fiquem fora do projeto. Seus túmulos, esculpidos por Michelangelo, foram considerados frágeis demais para se abrir.

E, já que estamos nisso: "Abril Sangrento -- Florença e o complô contra os Médici", de Lauro Martines (Imago, 343 páginas) é um dos melhores livros que li ano passado. Um complemento perfeito para a minha "biografia" favorita da família, "Ascensão e queda da casa dos Médici", de Christopher Hibbert, publicado aqui pela Companhia das Letras.





12.10.04


Fotos do Treo 600 -- e três letras polêmicas

O mundo dos congressos também tem a sua moda: ultimamente, nada mais chique do que organizar eventos em Florianópolis, de preferência no Costão do Santinho -- onde fiz fotos testando o Treo 600 descrito pelo Sérgio Stern nesta edição. O resort é a construção cercada de pássaros da foto do centro; mas a verdade é que, num congresso como o Secop 2004, em que os participantes têm apenas três dias para saber tudo o que está acontecendo em termos de informática pública, o máximo que se consegue é respirar o ar da praia, comer uns camarões e voltar para casa jurando que um dia se vai lá de férias...

Uma das grandes notícias do Secop 2004 (que reuniu cerca de 400 participantes) aconteceu na própria abertura do evento, quando Pedro Jaime Ziller de Araújo, presidente da Anatel, anunciou o lançamento do Serviço de Comunicação de Dados, ou SCD -- uma espécie de gigantesca intranet que se propõe a levar a internet, em banda larga, aos mais distantes rincões do país.

Para que tão nobre propósito saia do campo das boas idéias e passe para a realidade, serão usados recursos do Fust -- e a criatividade dos envolvidos no processo, de prestadores de serviços a autoridades municipais.

A criação do SCD, que já rendeu muita discussão e pano para as mangas, nascerá de um decreto (!) que já está prontinho para ser assinado pelo presidente Lula. Por enquanto, uma das poucas coisas que se sabe a seu respeito, concretamente, é que os prestadores do serviço e seus concessionários deverão usar software livre. Isto é lógico e faz todo o sentido: afinal, governo algum pode ficar dependendo de uma ou outra empresa (sobretudo uma) para garantir o bom andamento da máquina administrativa.

Segundo Pedro Jaime, que dividia seu tempo no Secop com a Assembléia Mundial de Normalização das Telecomunicações (não tou dizendo que organizar congresso em Santa Catarina virou moda?), o SCD vai garantir o acesso à rede com equipamentos de baixo custo em todas as escolas públicas de ensino fundamental e médio, "num horizonte de cinco anos", beneficiando 170 mil unidades de ensino e cerca de 39 milhões de alunos. "O SCD reúne diversas inovações tecnológicas e promove a convergência de terminais, das redes, dos serviços e conteúdos, estabelecendo um novo paradigma da prestação de serviços de telecomunicações", disse ele. Se for mesmo assim, tá ótimo e a gente aplaude de pé -- mas, como já estamos em outubro, e a burocracia não é propriamente uma Fórmula 1, na melhor das hipóteses as primeiras licitações para o SCD só serão feitas no ano que vem.


(O Globo, Info etc., 11.10.04)

As fotinhas a que me refiro são aquelas que vocês viram aqui, em primeira mão...





11.10.04


Mas soltaram todas as bruxas ao mesmo tempo ou o quê?!






Adeus, Super Homem

Nossa, mas o noticiário está de lascar!

Agora acabam de dizer que morreu o coitado do Christopher Reeve.

Que vida, né? Tragédia grega perde...






Apoena



Apoena

Acabo de chegar em casa. Liguei a televisão para ver o repeteco do Fantástico, na GloboNews, e o assunto era o assassinato do Apoena Meireles.

Foi um choque.

Conheci Apoena em Brasília, há mais de 20 anos. A cobertura da Funai e das questões indígenas em geral era feita pelas sucursais da capital, e eu trabalhei em duas delas, a da Folha e a do JB.

Nunca cobri a área. Ao contrário, sempre tive certa implicância com quase tudo que diz respeito a índio; implico com a idéia do bom selvagem, com o tamanho das reservas que, mais dia menos dia, viram um país à parte, com a política indigenista e com a suposição de que o índio é, necessariamente, amigo da natureza.

Isso não quer dizer que não tenha pena -- muita pena -- da situação em que se encontram os nossos índios, até porque não vejo qualquer possibilidade de sobrevivência, a longo prazo, das suas tradições e do seu antigo estilo de vida.

Pois quando eu estava em Brasília discutia muito tudo isso com os colegas e com os sertanistas que conheci por lá.

Um deles era o Apoena.

Me lembro bem dele, um dos defensores mais intransigentes que os índios jamais tiveram. Muitas vezes me irritava com a sua posição, que me parecia de uma parcialidade quase irracional; mas ele era tão sincero que, no fim, era impossível não gostar dele e não respeitar aquela teimosia tão apaixonada.

Voltei para o Rio em 1981. Nunca mais nos vimos mas, pelos jornais, às vezes sabia dele. Ainda há pouco, naquele caso dos garimpeiros assassinados, lá estava o Apoena, mais uma vez dando razão aos índios -- e eu, do lado de cá da página, ainda discutindo, em pensamento: "Caramba, Apoena, se toca, não há inocentes nessa história!"

Que morte mais besta, meu Deus.

Que tristeza.





10.10.04




Capivara!

Eu sei, eu sei -- estou devendo várias figurinhas que prometi postar no fim de semana, mas estou um caquinho. Quem sabe amanhã não tenho mais energia?

Para não dizerem que não fiz nada, porém, olhem quem encontrei hoje quando passeava de bicicleta pela Lagoa...!






Segredo

Olha ela ...





9.10.04



8.10.04


Novo brinquedo

Pronto, mais um vício na praça: o Link, espécie de crossover de Orkut e Multiply, by Estadão...






Oi Multimidia

Oi Multimidia

Florianopolis







Oi Multimidia

Oi Multimidia

Floripa







Florianópolis, direto!

Olha, eu não sou de contar vantagem, não gosto de humilhar ninguém, mas acontece que o Cesar Valente fez uma ampla cobertura da minha viagem no Carta Aberta, com fotos e tudo!

Sei que estou pegando pesado, mas puxa, não é qualquer um que pode se vangloriar de ter reportagem num dos melhores blogs.BR, não mesmo... Além disso, ADOREI a minha mini-temporada em Santa Catarina, onde me encontrei com tantos amigos e tantos camarões.

No fim de semana, quando virar gente novamente, vou postar umas fotinhas feitas com câmera de verdade; agora estou tão cansada que tou naquela de pensar se vale o esforço de me levantar daqui da cadeira para ir até a cama, sabem como é?

zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...





7.10.04


Um zoológico
no meu quintal


Fica muito difícil ir à academia de ginástica
quando se vive em plena selva urbana



Quando voltei de férias, resolvi começar vida nova. Passei a acordar mais cedo e a ir menos a festas, cortei os restaurantes e cheguei a me matricular numa academia de ginástica, onde fiz muitas aulas de spinning. Fiz também a bobagem de escrever uma crônica a respeito disso e, desde então, volta e meia recebo emails de leitoras empolgadas e solidárias, que querem saber a quantas anda minha vida de atleta.

Bem, tenho boas e más notícias.

Sinto dizer que não tenho feito grandes progressos no spinning, mais ou menos pelos mesmos motivos pelos quais jamais ganhei na loteria: é que nunca jogo na loteria.

Tenho explicações. Andei bem gripada uns dez dias, depois fui a São Paulo, voltei pro Rio, fui a São Paulo de novo, voltei, aí veio o festival de cinema e, se tudo correr conforme o previsto, quando vocês estiverem lendo esta crônica, estarei na aprazível cidade de Florianópolis, exercendo o meu lado hi-tech no Seminário Nacional de Informática Pública (Secop 2004).

Entre uma coisa e outra trabalho no jornal, sou mãe de família, atendo às necessidades dos gatos que me deixam usar parte da casa, leio, brinco com celulares e câmeras digitais, mantenho um blog. Meu tempo não está dando nem para a saída. Se a academia ainda ficasse longe e eu precisasse ir de carro, tudo bem; mas quem pode se dar ao luxo de fazer spinning numa academia ao lado de casa, à qual se vai de bicicleta?!

Acontece que adoro andar de bicicleta na Lagoa. Por isso, em vez de ir pelo lado do Caiçaras e chegar rapidinho, vou pelo lado do Cantagalo - e não chego nunca. O problema é que há tantas atrações pelo caminho que, quando finalmente passo por lá, já estou atrasada demais para a aula. Às vezes até paro naquele antro de saúde e disposição, bebo um suco, tomo um café, faço uma social e um pouquinho de exercício. Mas o spinning, mesmo, acho que só vou retomar na próxima segunda.

Se a relação com o spinning não anda lá aquelas maravilhas, a relação com a bicicleta está cada vez melhor. Ainda não sei subir e descer meio-fios, mas já me ponho em movimento com certa dignidade, paro sem dar vexame e até tiro as mãos do guidon - uma de cada vez, é claro.

Nesses meses todos levei apenas um tombo. Lá ia eu pelo lado de dentro, na faixa de areia, para um possível encontro com a capivara, quando vi um casal de frangos d'água pertinho da margem. Dei uma freada brusca, um tanto incompatível com a areia; que, ao contrário, provou ser altamente compatível com meu joelho (mais tarde, em casa, levei um tempão tirando os grãozinhos do machucado). Felizmente, ninguém me viu pagar este mico; mas, infelizmente, os frangos d'água se assustaram com o barulho e foram embora, os ingratos.

De resto, tenho tido muito sucesso nos meus encontros com bichos. Dar uma volta de bicicleta dia sim dia não me ajuda a conhecê-los melhor. Há duas garças brancas grandes e uma pequena no Cantagalo que já não me estranham; há também um casal de quero-queros, chocando, que não quer-quer intimidades com estranhos. Os dois franguinhos d'água daquele trecho também são meio desconfiados mas, neste caso, a culpa é toda minha: é óbvio que não causei boa impressão no primeiro encontro. Ainda no Cantagalo, há socós, viuvinhas e uns bem-te-vis enfezados que, semana passada, botaram um gavião para correr. Se eu não tivesse visto não acreditava, mas assim foi.

Há garças-azuis em alguns pontos específicos, especialmente perto do Piraquê e na colônia de pesca; a da foto adotou o Antônio do coco e vive no barco. Come na mão dele e está tão mal acostumada que recusa savelhas. De modo geral, as aves da colônia são muito mansinhas. Já emfrente ao Vasco, em pleno território da capivara, há a maior passarada de todas. Num só dia, contei seis diferentes tipos de aves por lá.

O meu grande desafio animal da Lagoa é, agora, encontrar e fotografar as tartarugas do Piraquê. Segundo fontes fidedignas, há pelo menos três, de bom tamanho, no canal da General Garzon. Alguns amigos estranham que elas sobrevivam àquela poluição toda; pois eu, sinceramente, estranho ainda mais que sobrevivam aos humanos.

(O Globo, Segundo Caderno, 7.10.04)






Foto de telefone

Foto de telefone







Foto de telefone

Foto de telefone







A vista do quarto

A vista do quarto







Foto de telefone

Foto de telefone







Foto de telefone

Foto de telefone







Foto de telefone

Foto de telefone






6.10.04

Nourrau



Aha! Descobri como fazer tags de html...





Postando do Secop 2004, via Treo 600:



Ainda preciso aprender a configurar certas caracteristicas desta maquininha, mas ja descobri uma ferramenta de blog do Avantgo.



Estou na abertura do Secop, aqui em Florianopolis. Pelos primeiros discursos, ja da para ver qual vai ser a tonica do encontro: todo o poder ao software livre.



Sei que muita gente tem objecoes a isso, mas eu acho que e totalmente por ai: sistemas de informatica publicos nao podem ser fechados, dependentes de uma ou outra - especialmente uma - empresa estrangeira.





5.10.04


Oi Multimidia

Oi Multimidia

Fui!







Oi Multimidia

Oi Multimidia







Oi Multimidia

Oi Multimidia

Para variar sai as carreiras, mas ainda tive tempo pra fazer um lanche no aeroporto - estava morrendo de fome. Obrigada, amigos, pela ajuda metereologica!







Socorro meteorológico

Estou correndo contra o tempo, terminando um texto que tinha que ter sido entregue na sexta passada; daqui a algumas horas embarco para Florianópolis, pro Secop 2004.

Há algum leitor manezinho na casa pra me dizer como está o tempo aí, por favor?

Muito grata!






Oi Multimidia

Oi Multimidia

Fiz toda uma série, com o telefone, dos gatos vistos de baixo para cima. Mesinhas de vidro têm sua utilidade!







Oi Multimidia

Oi Multimidia

Tutu adora se esconder no tubo do móvel deles







Awwwww

Ele até ronrona...






Vapt-vupt

Gozado: o Jampa pegou um pitaco daqui, e eu peguei um de lá.

Não deixem de conhecer a Realidade Virtual!





4.10.04


Oi Multimidia

Oi Multimidia

Pipoca



Não é que funcionou?! Mandei a foto direto do celular, através do Flickr...








VIVA!!!

Hoje é aniversário da minha gatinha querida -- a minha gatinha bípede Emília que, na foto, está posando junto com a Pipoca durante a sua última visita ao Rio, em julho passado.

É um desconsolo a gente ser avó à distância, vendo os bipinhos da gente crescendo em fotos e ouvindo relatórios dos pais; mas, por outro lado, é uma felicidade ter uma neta engraçada, bonita e inteligente como a minha Emília, a minha interneta.

Muitos beijos, queridinha, que você seja sempre feliz e que continue sendo, sempre, a grande fonte de alegria que é para toda a família!






Fotolog: como sair do buraco?

Na quarta-feira passada, o Fotolog surpreendeu os usuários com uma tela de abertura inusitada: nela, Cypher, um dos seus três fundadores, pedia a ajuda de todos para evitar o colapso definitivo do site. A questão é que o Fotolog está na bacia das almas. Tem dívidas superiores a U$ 70 mil, porque não é fácil sustentar um site com meio bilhão de page views por mês (equivalentes a 22 Terabytes de banda) se, dos seus supostos 650 mil "inquilinos", apenas oito mil, se tanto, pagam o aluguel. No momento, o Fotolog tem uns 70 servidores para processar e armazenar 21 milhões de fotos com respectivas mensagens. Apenas na última sexta-feira entraram cerca de 125 mil novas fotos no ar.

Para quem acompanha o site desde o inícioo, esses números são, justamente, a razão dos seus males. O que fez o sucesso do Fotolog foi, ao lado da interface imbatível, a facilidade de uso e a velocidade de postagem e visualização das imagens. Quando ele "explodiu" e começou a crescer de forma desordenada, o que antes funcionava tão direitinho passou a ser, como era de se prever, uma corrida de obstáculos.

* * *

Ao longo do último ano, praticamente não houve momento em que alguma coisa não estivesse enguiçada. Ou eram as fotos que não abriam, ou os comentários que se trancavam, ou as listas de favoritos que desapareciam. A administração reconhecia os problemas, informava que estava instalando novos servidores, agradecia a paciência do distinto público... e continuava fazendo tudo como antes, mantendo as portas abertas ao maior número possível de inscrições gratuitas. Num mínimo de tempo.

Este comportamento, profundamente injusto para com os pagantes, foi questionado à exaustão no grupo de discussão, onde um núcleo de fotologgers aguerridos sugeria providências sensatas como trancar o site para novas inscrições gratuitas até que o sistema se estabilizasse, criar uma limitação para o número de fotologs por usuário ou dar um tempo determinado para os testes grátis. Pensem em qualquer saída possível para um site de comunidades e ela foi, em algum momento, aventada no forum.

* * *

Ninguém entende por que a administração insiste em se manter numa rota visivelmente equivocada; mas o poder de sedução do Fotolog é tão grande que, mesmo desestimulados e sentindo-se desprestigiados, os floggers de fé continuam gravitando em torno da sua órbita. A tal ponto que, em menos de 48 horas, o "chapéu" do Paypal recolheu mais de U$ 8 mil. Usuários que há tempos haviam cancelado o pagamento das mensalidades em protesto contra as constantes falhas do serviço voltaram a ativá-las; outros registraram-se como pagantes pela primeira vez.

A verdade é que, apesar de todas as imitações e novidades do ciberespaço, ainda não se inventou nada melhor do que o Fotolog; e, ainda que se invente, será difícil, se não impossível, reproduzir num outro contexto o mesmo clima de "família" que se criou por lá. Resta agora torcer para que, com o susto -- e a notável demonstração de afeto recebida -- a administração dê ouvidos aos usuários e pise no freio enquanto há tempo.

Para quem gosta do Fotolog, e até hoje não se tocou de que internet é um negócio muito caro, fica o meu mais sincero apelo: aproveitem que agora, através do Ubbi, se pode pagar em reais (e em diversas modalidades) e -- por favor! -- registrem-se como pagantes. Sério mesmo. Abram mão de um cinema, de umas cervejas, de um lanche no MacDonalds, de uma camiseta nova, um brinco ou um brinquedo. Garanto que quinze reais mensais não vão fazer nem parte da falta que fará o Fotolog, caso venha a ser desativado.


(O Globo, Segundo Caderno, 4.10.04)






Teoria conspiratória da história.
Será?

Já vi muitos websites que põem em dúvida a existência do avião que atingiu o Pentágono, mas nenhum se compara a este aqui.

É de arrepiar.





2.10.04


Arrumação

Gostaram da tirinha de fotos aí da esquerda? É uma das bossas do Flickr, uma espécie de Fotolog com toques de Multiply, para onde está se bandeando uma turma antiga, basicamente angloparlante, do Fotolog. Não que a gente acredite que o Fotolog vai realmente acabar; mas seguro morreu de velho.

Com as barbas de molho, o Flickr não cobra por espaço de armazenagem e sim por uso de banda.

Espertos, eles.

* * *

Vou ter que pensar seriamente sobre a minha vida digital. Do Orkut, felizmente, já estou mais ou menos fora; mas ninguém tem tempo, saúde e criatividade para manter blog, moblog, Fotolog, Multiply, Flickr e que sei mais eu.

Sem falar no email; mas este, no meu caso, já é página virada. Há coisa de dois anos, achei totalmente catastrofistas as previsões que diziam que em breve o spam ia matar o email.

Hoje dou a mão à palmatória.

Há dias em que simplesmente não abro mais a mailbox. Não compensa. São quase mil msgs no jornal, umas 200 em casa. O simples trabalho de conferir o que é ou o que não é spam me consome o dia inteiro, e tenho mais o que fazer.

Todos os filtros que testei são ridículos. Seguram mensagens de amigos, convites para festas e fotos dos netos, mas deixam passar tudo o que é anúncio de Viagra, scam do Serasa e chamada de site pornô.

Haja.






Tá feia a coisa

Já estão processando blog... por causa de comentário! Foi o que aconteceu com o Imprensa Marrom, que teve que sair do ar por causa de uma liminar judicial.

Assino embaixo do que o Inagaki escreveu; não dou meu pitaco agora pelo adiantado da hora e por estar ainda no jornal, às voltas com a coluna de segunda-feira.

Mas, de certa forma, nem preciso, né? Acho que, a essa altura, a maioria de vocês já sabe o que penso a respeito deste tipo de coisa...

E agora, de volta ao trabalho.

*suspiro*

Update: O que eu penso disso?

Penso que, para variar, estamos imitando os Estados Unidos no que o país tem de pior -- no caso, processos movidos pela ganância e pela má fé.

O pior é que o judiciário brasileiro está inteiramente despreparado para lidar com questões relativas à internet. Ainda que houvesse fundamento na causa, dono de blog com sistema de comentários aberto não pode ser processado por comentários lá deixados.

A empresa que se julgou prejudicada podia, no máximo, ir atrás de quem fez o comentário, e olhe lá.

Preparem-se.

Este caminho em geral não tem volta e tende a ficar cada vez pior.





1.10.04


Dos comentários

Há tempos estou para trazer este excelente comentário do Oswaldo Claro Jr. para cá; ele se refere ao caso do avião brasileiro derrubado no Adriático, lembram?
Olá Cora,

como leitor regular de suas colunas desde a época do JB não poderia deixar de comentar sobre o caça brasileiro afundado no litoral italiano durante a segunda guerra que vc. relatou na quinta-feira passada.

Por coincidência, faço parte da equipe do Sentando a Pua! , site sobre a aviação militar brasileira na Segunda Guerra. Este site originou um filho, o site sobre o P-47 Thunderbolt.

Em ambos os sites acredito que vc. encontrará as informações que procura, senão, vejamos:

1. A FAB enviou a Itália não uma esquadrilha mas sim todo um grupo de caças (o 1o. Grupo de Aviação de Caça - 1o GAVca) composto de quatro esquadrilhas de P-47D.

2. O 1o GAVca realizou 445 missões com vinte e uma aeronaves derrubadas e sete pilotos mortos (cinco em combate e dois em treinamento)

3. Não temos conhecimento de nenhuma queda sobre o mar porém, se tiver acontecido, o mais provável é que tenha sido nas missões 297 (aeronave B4 pilotada pelo Corrêa Neto), 215 (aeronave B6 pilotada pelo Brandini) ou 436 (aeronave C6 pilotada pelo Goulart). Em todas essas missões os pilotos saltaram de para-quedas além de terem realizado os ataques próximo da costa italiana. Aliás, a missão 297 passou por cima do Adriático próximo a Veneza.

4. Se vc. quiser dar uma olhada no mapa dessas e outras missões é só apontar para este link. Lá, vc. tem como ponto de partida o histórico de cada uma das esquadrilhas.

5. Pela foto que vi no jornal tudo leva crer ser de fato um Thunderbolt e, se não podemos afirmar ser da FAB, com certeza não era inglês pois a RAF só utilizou aquele tipo de caça no teatro de operações CBI (China-Birmânia-Índia) e por um breve período no Egito. A França Livre só os utilizou contra alvos alemães sobre território frances e posteriormente sobre a própria Alemanha.
URSS voou P-47 apenas localmente e o México só nos últimos meses da guerra no Pacífico. Ufa!

Portanto, se caiu durante a guerra, ou é brasileiro ou americano (hipótese que acho mais provável).

Além disso, o Jackson Flores tem razão em lembrar que a AMI (Aeronautica Militare Italiana) voou P-47 após a guerra e bem poderia ser um deles a aeronave afundada. Está certa também a informação do acidente do ten. Santos em 07/01/45 quando caiu com o P-47 (B2 da esquadrilha amarela). Ele conseguiu saltar e salvou-se mas, pouco depois, foi abatido voando um P-47 da esquadrilha azul (44-20339; P-47D-30-RE) vindo a falecer.


Abraços

Oswaldo Claro Jr.
Equipe Sentando a Pua!










Dúvida ornitológica

Alguém sabe me dizer o nome deste passarinho?

Ele é bem pequeno, arisco e muito veloz, não pára quieto.