30.11.04


Irresistível!

O Alexandre Cruz Almeida desencavou uma lista dos Cem Melhores Livros do Século, feita pela Folha em algum momento do passado. Essas listas são sempre uma alegria e uma frustração. Uma alegria, porque servem pra se discutir meses a fio; uma frustração, porque ninguém jamais fará a lista do coração da gente.

Concordo com o Alexandre, de quem a roubei descaradamente: dentro do dentro, é bastante boa. Mas acho que peca por um excesso de autores "sérios" em detrimento de bons autores que cometeram o crime imperdoável de se tornarem best-sellers ou, pior! terem uma irrefreável veia cômica.

A meu ver, só isso explica estarem aí tantos Virginia Woolfs e Becketts, e nenhum Somerset Maugham ou Evelyn Waugh. Do primeiro eu recomendaria Servidão Humana ou No Fio da Navalha; do segundo, A Handful of Dust, Brideshead Revisited ou The Loved One, uma obra-prima do romance satírico (não sei se foram traduzidos; provavelmente sim).

Na minha lista eu deixaria só um Thomas Mann (A Montanha Mágica) e juntaria pelo menos um Wodehouse, de preferência da série de Blandings; Encontro em Samarra, de John O'Hara; Ragtime, de E.L. Doctorow; O Dia do Gafanhoto, de Nathanael West; e O Deus das Pequenas Coisas, de Arundhati Roy.

Por questão de gosto, deixaria um só Céline (Morte a Crédito) mas acrescentaria A História, de Elsa Moranti. E acho uma injustiça não ter sobrado nem um lugarzinho para Carson MacCullers, Kurt Vonnegut (de preferência matadouro Número Cinco) e, sim, Hemingway: O Sol Também se Levanta é lindo de doer.

Finalmente, eu tiraria um Faulkner ou um Joyce e poria no seu devido lugar A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna, que é um dos melhores romances jamais escritos. Ponto.

1°- Ulisses (1922), James Joyce (1882-1941).

## 2°- Em Busca do Tempo Perdido (1913-27), Marcel Proust (1871-1922).

* 3°- O Processo, Franz Kafka (1883-1924).

* 4°- Doutor Fausto (1947), Thomas Mann (1875-1955).

## 5°- Grande Sertão: Veredas (1956), Guimarães Rosa (1908-1967).

* 6°- O Castelo (1926), Kafka.

# 7°- A Montanha Mágica (1924), Thomas Mann.

* 8°- O Som e a Fúria (1929), William Faulkner (1897-1962).

# 9°- O Homem sem Qualidades (1930-43), Alfred Musil (1880-1942).

# 10°- Finnegans Wake (1939), James Joyce.

* 11° A Morte de Virgílio (1945), Herman Broch (1886-1951).

## 12° Coração das Trevas (1902), Joseph Conrad (1857-1924).

# 13° O Estrangeiro (1942), Albert Camus (1913-1960).

* 14° O Inominável (1953), Samuel Beckett (1906-1989).

## 15° Cem Anos de Solidão (1967), García Marquéz (1928).

* 16° Admirável Mundo Novo (1932), Aldous Huxley (1894-1963).

* 17° Mrs. Dolloway (1925), Virginia Woolf (1882-1941).

* 18° Ao Farol (1927), V. Woolf.

# 19° Os Embaixadores (1903), Henry James (1843-1916).

# 20° A Consciência do Zeno (1923), Italo Svevo (1861-1928).

# 21° Lolita (1958), Wladimir Nabokov (1899-1977).

22° Paraíso (1960), José Lezama Lima (1910-1976).

# 23° O Leopardo, Tomaso di Lampedusa (1910-1976).

# 24° 1984 (1949), George Orwell (1903-1950).

* 25° A Náusea (1938), Jean-Paul Sartre (1905-1980).

## 26° O Quarteto de Alexandria (1957-1960), Lawrence Durrell (1912-1990).

27° Os Moedeiros Falsos (1925), André Gide (1869-1951).

* 28° Malone Morre (1951), Samuel Beckett.

# 29° O Deserto dos Tártaros (1940), Dino Buzzati (1906-1972).

## 30° Lord Jim (1900), Joseph Conrad (1857-1924).

* 31° Orlando (1928), Virginia Woolf.

# 32° A Peste (1947), Albert Camus.

## 33° Grande Gatsby (1925), F. Scott Fitzgerald (1896-1940).

* 34° O Tambor (1959), Gunter Grass (1927).

# 35° Pedro Páramo (1955), Juan Rulfo (1918-1986).

36° Viagem ao Fim da Noite, (1932) Ferdinand Céline.

37° Berlin Alexanderplatz (1929), Alfred Döblin (1878-1957).

## 38° Doutor Jivago (1957), Boris Pasternak (1890-1960).

39° Molloy (1951), Samuel Beckett (1906-1989).

* 40° A Condição Humana (1933), André Malraux (1901-1976).

# 41° O Jogo da Amarelinha (1963), Julio Cortázar (1914-1984).

# 42° Retrato do Artista quando Jovem (1917), James Joyce.

## 43° A Cidade e as Serras (1901), Eça de Queirós (1845-1900).

44° Aquela Confusão Louca da Via Merulana (1957), Carlo Emilio Gadda (1893-1973).

# 45° Vinhas da Ira (1939), John Steinbeck (1902-1968).

## 46° Auto da Fé (1935), Elias Canetti (1905-1994).

## 47° À Sombra do Vulcão (1947), Malcolm Lowry (1909-1957).

48° O Visconde Partido ao Meio, Italo Calvino.

* 49° Macunaíma (1928), Mario de Andrade (1893-1945).

50° O Bosque das Ilusões Perdidas (1913), Alain Fournier (1886-1914).

* 51° Morte a Crédito (1936), Ferdinand Céline (1894-1961).

* 52° Amante de Lady Chatterley (1928), D.H. Lawrence (1885-1930).

* 53° O Século das Luzes (1962), Alejo Carpentier (1904-1980).

* 54° Uma Tragédia Americana (1925), Theodore Dreiser (1871-1945).

55° América (1927), Franz Kafka.

56° Fontamara (1930), Ignazio Silone (1900-1978).

* 57° Luz em Agosto (1932), William Faulkner.

## 58° Nostromo (1904), Joseph Conrad.

59° A Vida Modo de Usar (1978), Georges Perec (1936-1982).

* 60° José e seus Irmãos (1933-1943), Thomas Mann.

61° Os Thibault (1921-1940), Roger Martin du Gard (1881-1958).

62° Cidades Invisíveis (1972), Italo Calvino (1923-1985)

63° Paralelo 42 (1930), John dos Passos (1896-1970)

# 64° Memórias de Adriano (1951), Marguerite Yourcenar (1903-1987).

## 65° Passagem para a Índia (1924), E.M. Forster (1879-1970).

# 66° Trópico de Câncer (1934), Henry Miller (1891-1980).

* 67° Enquanto Agonizo (1930), James Faulkner.

## 68° As Asas da Pomba (1902), Henry James (1843-1916)

* 69° O Jovem Törless (1906), Alfred Musil.

70° A Modificação (1957), Michel Butor (1926).

* 71° A Colméia (1951), Camilo José Cela (1916).

72° Estrada de Flandres (1960), Claude Simon (1913)

# 73° A Sangue Frio (1966), Truman Capote (1924-1984).

# 74° A Laranja Mecânica (1962), Anthony Burgess (1916-1993).

## 75° O Apanhador no Campo de Centeio (1951), J.D. Salinger (1919).

## 76° Cavalaria Vermelha (1926), Isaac Babel (1894-1944).

## 77° Jean Christophe (1904-12), Romain Rolland (1866-1944).

## 78° Complexo de Portnoy (1969), Philip Roth (1933).

79° Nós (1924), Evgueni Ivanovitch Zamiatin (1884-1937).

* 80° O Ciúme (1957), Allain Robbe-Grillet (1922).

* 81° O Imoralista (1902), Andre Gide (1869-1951).

82° O Mestre e a Margarida (1940), Mikhail Afanasevitch (1891-1940)

83° O Senhor Presidente (1946), Miguel Ángel Asturias (1899-1974).

# 84° O Lobo da Estepe (1927), Herman Hesse (1877-1962).

# 85° Os Cadernos de Malte Laurids Bridge (1910), Rainer Maria Rilke (1875-1926).

## 86° Satã em Gorai (1934), Isaac Bashevis Singer (1904-1991)

## 87° Zazie no Metrô (1959), Raymond Queneau (1903-1976).

# 88° Revolução dos Bichos (1945), George Orwell.

89° O Anão (1944), Pär Lagerkvist (1891-1974).

## 90° The Golden Bowl (1904), Henry James.

91° Santuário (1931), William Faulkner.

* 92° Morte de Artemio Cruz (1962), Carlos Fuentes (1928).

* 93° Don Segundo Sombra (1926), Ricardo Guiraldes (1886-1927).

* 94° A Invenção de Morel (1940), Adolfo Bioy Casares (1914).

* 95° Absalão, Absalão (1936), William Faulkner.

* 96° Fogo Pálido (1962), Wladimir Nabokov (1899-1977).

## 97° Herzog (1964), Saul Bellow (1915).

## 98° Memorial do Convento (1982), José Saramago (1922).

99° Judeus sem Dinheiro (1930), Michael Gold (1893-1967).

100° Os Cus de Judas (1980), Antônio Lobo Antunes (1942).

Update: Pronto, marquei os livros! Os que li estão marcados com *, # e ##.

* Os que eu li porque sou uma traça desde a mais tenra idade e pouca coisa me escapou;

# Os que li com muito gosto;

## Os que adoro.

Pensando nessas cotações, pensei quantas permaneceriam as mesmas numa releitura. Por exemplo: tenho quase certeza de que, hoje, não gostaria tanto de Jean Christophe, do Lobo da Estepe ou do Quarteto de Alexandria como gostei quando era garota. Ulisses já tentei ler diversas vezes e nunca consegui passar da metade -- e isso num tremendo esforço de reportagem. Já desisti dele há tempos, embora goste muito de Finnegan's Wake (e mais ainda de Dubliners).

Também já desisti de gostar de Virginia Woolf. Eu sei, eu sei. Falha minha.

Em compensação, cada vez gosto mais de Scott-Fitzgerald, de Joseph Conrad e de Henry James; Isaac Bashevis Singer é um dos meus favoritos, nunca li nada dele de que não gostasse. O outro Isaac, Babel, também está no meu coração. À Sombra do Vulcão, Cem Anos de Solidão, Herzog e O Apanhador no Campo de Centeio já foram e relidos várias vezes; e Proust vai e volta da cabeceira.

Enfim. Eu teria tanto a dizer a respeito de cada um desses livros, mesmo daqueles de que não gosto...! Cresci à sombra deles e de seus irmãos; não consigo imaginar o que teria sido a minha vida sem a sua companhia.

De tudo o que eu sei e sou, os livros serão sempre a melhor parte.






Net na janela

Net na janela

 Bom dia!







Fofas!!!

Gente, lá na Marina W. -- que, por sinal, lança seu livro de cinema hoje, lá na Travessa, a partir das 20hs -- tem a foto de uma família de capivaras que só vendo! Filhotinhos e tudo! A coisa mais linda!





29.11.04


Emergência felina

Giniki, que todos com certeza conhecem dos comentários, pede socorro para uma gatinha:
Carlota é uma gatinha mista de siamês, encontrada muito maltratada pela filha de uma amiga, no Grajaú, e que foi muito bem cuidada por ela(s). Levada à veterinária e tratada, agora está aqui em Niterói, num gatil, precisando de um lar!!!

A história toda está aqui, no fotolog da Bel. Ela é lindinha!!! Não posso ficar com ela, nem as amigas, que já têm um "gatão" que dá um certo trabalho pois também precisa de cuidados constantes.







Oi Multimidia



Oi Multimidia

Keaton ama caixas...








s+arck, o mouse

Um dia ganhei um mouse lindo de presente. Era transparente e tinha uma luz vermelha no coração, mas ? tristeza! ? era Mac, e eu sempre fui PC. Lá se foi o ratinho para um amigo, enquanto eu voltava para o camundongo cinza e mixuruca que habitava minha escrivaninha. Aos poucos, porém, os mouses foram ficando cada vez mais chiques e elegantes. A evolução faz sentido. Por mais caros que sejam, eles são sempre relativamente baratos dentro do contexto hi-tech; e mesmo quem não troca de computador há anos provavelmente já trocou de mouse neste meio tempo, até porque ainda não se inventou um que resista, invicto, à inclemência do uso.

Agora, a Microsoft lançou uma novidade que tem tudo para virar tendência: mouse de autor, com preço à altura. Desenhado por Philippe Starck (mais conhecido pela concepção de hotéis em que a decoração é o máximo para que a gente esqueça que os quartos são mínimos) o s+arck é mesmo um lindo objeto. Não parece confortável à primeira vista mas, surpreendentemente, é muito agradável de usar ? e melhor ainda de ver em cima da mesa, com a sua faixa de luz colorida.

Em tempo: eu sei que o plural de mouse é mice , mas o cotidiano tecnológico brasileiro tem razões que a gramática desconhece.

A balada do bordel virtual

Na semana passada, a Delegacia de Repressão aos Crimes pela Internet fechou um bordel virtual aqui no Rio. As moças foram interrogadas e liberadas, mas os donos foram para a cadeia. Seu crime? ?Manter, por conta própria ou de terceiro, casa de prostituição ou lugar destinado a encontros para fim libidinoso, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente?, conforme reza o artigo 229 do Código Penal.

Pois alguém precisa avisar urgentemente à delegada titular da DRCI que, num bordel virtual, não se realizam encontros , seja para fins libidinosos ou não. Neles há apenas mulheres peladas diante de webcams, usando a imaginação e brinquedos eróticos para satisfazer pedidos teclados por usuários do outro lado da tela, quando não do outro lado do mundo: o site era fechado a conexões feitas do Brasil, para preservar a identidade das funcionárias.

Custa crer que, a essa altura do campeonato, ainda se encontre, em plena cidade do Rio de Janeiro, tal grau de hipocrisia e de obscurantismo. Enquanto a zelosa delegada cuida de proteger moças que não pediram proteção, continua aberta a temporada de caça aos turistas não-virtuais que se arriscam pelas ruas.

(O Globo, Info etc., 28.11.2004)

Update: a propósito da questão do bordel virtual, achei muito interessante um dos comentários feitos aqui no blog, mas que vocês talvez não tenham visto porque o post a que ele se refere já está lá no pé da página.

A gente não deve acreditar em tudo o que lê na internet, e manda o bom senso desconfiar de todas as fontes desconhecidas mas, sinceramente, não vejo nenhum motivo para não acreditar na procdência do comentário, supostamente assinado por três das moças que trabalhavam no indigitado bordel:
"Isso que aconteceu é ridiculo. Somos o que essa delegada chama "prostitutas virtuais", trabalhamos com esse americano há mais de um ano, e nunca nenhum homem nos tocou ou fez algo que não quisessemos...

Não tem vítimas ou inocentes nessa história, já que optamos por esse estilo de trabalho, no qual conquistamos muitas coisas, não somente materiais... Temos orgulho do que somos e do que fazemos.

Por que essa delegada não vai atrás dos verdadeiros bordéis (coisa que no Rio de Janeiro nao falta...)? Deixe as prostitutas virtuais (se assim você prefere chamar)em paz, porque nosso material de trabalho não é tanto nosso corpo, mas sim nossa inteligência. Convencer um homem a pagar mais de 600 reais só para conversar conosco(por 40 minutos) é algo que não é qualquer um que consegue, coisa que as verdadeiras prostitutas têm que ficar horas sendo usadas, até mesmo correndo sério risco de vida.

Então por favor todos vcs prestem muita atenção nisso, antes de sair falando qualquer coisa na televisão, rádios e jornais, só para "mostrar" que faz alguma coisa, estude muito bem antes de acusar algo ou alguém." (Mel, Karen e Lulu)














Festa!

A noite de sábado foi de total indecisão para mim. Assistia à festa da árvore aqui de cima ou descia lá para baixo? Se descesse, assistia bem da margem (local privilegiado para fotografar os fogos), do meio da muvuca ou do camarote do Bradesco, para o qual tinha um convite?

Havia ainda a possibilidade de ir às casas de vários vizinhos amigos; está virando tradição o povo da Lagoa dar festas no dia da inauguração da árvore.

Preferi descer e explorar as possibilidades lá embaixo.

Nunca vi tanta gente aqui na Lagoa, nunca! Era quase impossível andar entre as pessoas. Consegui chegar até à beira d'água, onde encontrei um colega estrategicamente posicionado; ele estava fotografando para o Bradesco. Conversamos um pouco, fiz umas fotinhas do clima e fui em frente.

O Cantagalo era uma réplica da Central, sem tirar nem pôr.

Tinha barraquinhas de tapioca, milho cozido, açai, acarajé, salsichão, churrasquinho, frango com catupiry, cachorro quente incrementadíssimo, queijo coalho, doces variados do Sul ("se não gostar não paga", diz a propaganda auto-confiante), pizza na lenha, espetinho de camarão, sanduíches diversos, caipirinhas de fruta, cerveja, refrigerantes, sorvetes artesanais e Kibon, que mais? ah, empadinhas, algodão doce e pastel. Isso que eu vi em comes e bebes, mas muita coisa deve ter me escapado.

Havia também os onipresentes vendedores de bijuterias, alguns ambulantes oferecendo pulseirinhas e colares que brilham no escuro, mais um monte de gente trabalhando com brinquedinhos de todos os tipos, de bichos de pelúcia àquelas cobras e lagartos de papel que se mexem sozinhos quando puxados por uma cordinha.

Uma confusão desgraçada, mas muito divertida: a própria festa do interior plantada no coração da Zona Sul. O Rio tem desses baratos inesperados e surpreendentes.

Acho que não há cidade no Brasil ou no mundo em que se veja algo assim.

Fiz fotos das barraquinhas e fui para o camarote do Bradesco. Todo mundo muito chique, Cora Rónai de jeans e camiseta pretos, o ser despencado por excelência -- mas tudo bem. Com aquela árvore brilhando lá na frente, quem é que ia olhar para mim?

Achei um cantinho bom na frente do camarote, sentei no chão e fiz ótimas fotos.

Quando o concerto e a queima de fogos acabaram, me despedi dos anfitriões e voltei para o meio da muvuca, que estava irresistível. Jantei um acarajé maravilhoso e um chicabon, bebi uma água de coco e, uma hora depois, voltei para casa, onde os gatos me receberam com grandes manifestações de apreço.

Bia explicou que, durante os fogos, eles ficaram inteiramente zuretas, correndo de um lado para outro. Buscavam refúgio no quarto, mas o barulho dos fogos ecoava na pedra; fugiam para a sala e lá, além do barulho, ainda havia aquele brilho todo...

Coitados dos meus quadrupinhos!!!

Além deles, fiquei -- e ainda estou -- muito preocupada com os outros bichos do Cantagalo. A capivara não deu as caras; teve juízo para ficar quieta na sua toca, mas imagino que tenha ficado assustada demais, a pobrezinha.

Com exceção de alguns bem-te-vis, nenhum dos pássaros do pedaço apareceu no domingo, o que não seria tão grave se alguns não estivessem chocando.

Não sei como vai ser isso daqui pra frente.

O que não era problema até pouco tempo atrás, agora é preocupante, pelo menos para mim e para as pessoas que curtem a fauna local; a quantidade de pássaros da Lagoa aumentou muito no ano passado.

Como será possível conciliar a festa da árvore, que é tão bonita, com o bem-estar das criaturinhas?

Em tempo: excepcionalmente, as fotos acima não são de celular. Foram feitas com câmeras digitais "de verdade"...





28.11.04


Oi Multimidia

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A cachoeira do quarto







Oi Multimidia

Oi Multimidia

Chove muito...






27.11.04


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No Centro







O pombo

Paulo Polzonoff escreveu um lindo texto sobre o caso do pombo, que gentilmente dedicou a esta sua (dele; e de vocês) amiga.

Leiam aqui.






A festa na internet

Dica do Paulo Afonso: a festa da árvore vai ser transmitida ao vivo no seu (dela, árvore) website.






Socorro urgente!

Pessoal, será que alguém conhece alguém que conhece alguém na subprefeitura da Lagoa?

Pelo seguinte: há quatro ou cinco anos o pessoal da vela do Caiçaras mantem a tradição de sair com os barcos no dia da inauguração da árvore e esperar a sua iluminação dentro d'água. Eles põem luzes e mensagens de paz nos barcos, e enfeitam muito o evento, junto com os pedalinhos.

Mas ontem a subprefeitura proibiu que continuassem com o que, afinal, já era tradição anual. Nenhuma justificativa foi apresentada. O pior é que a probição só atinge os velejadores, já que os pedalinhos -- pagos! -- podem continuar a participar, como sempre fizeram.

A turma está arrasada. Participar da festa da árvore é um momento aguardado com muita alegria por todos, que preparam os barcos para a ocasião com o maior carinho.

Se o problema é a queima de fogos, que se estabeleça um perímetro de segurança em torno da balsa que os transporta; mas ainda que seja isso, por que esta preocupação não existe em relação aos pedalinhos?!

Já levei o caso para o jornal, mas tínhamos que encontrar alguém desta subprefeitura urgente, em tempo hábil para rever esta decisão infeliz. Proibir os maiores usuários do espelho d'água de contribuir para a festa com a presença dos seus lindos barcos é simplesmente o fim!

Ódio. Ódio. Raiva. Raiva. Grrrrrrrrrrrrrrrrr...





26.11.04


Oi Multimidia

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Engarrafamento...

Engarrafamento...









Vamos salvar o site do câncer de mama?

A Suely encontrou esta nota num blog amigo:
O Site do câncer de mama está com problemas pois não têm o nº de acessos e cliques necessários para alcançar a cota que lhes permite oferecer 1 mamografia gratuita diariamente a mulheres desprivilegiadas. Demora menos de um segundo para ir ao site e clicar na tecla cor-de-rosa que diz "Campanha da Mamografia Digital - Gratuita". Isto não custa nada e pelo nº diário de pessoas que clicam os patrocinadores (Avon, Tupperware,....) oferecem a mamografia em troca de publicidade. Aqui está o Website: Basta um clique!
Aproveitando, aí vai mais uma boa dica dos comentários:
Que tal dar uma olhada no site do Hospital Mário Kröeff? Para quem não sabe o HMK fica localizado na Penha, Rio de Janeiro. Leia a história do hospital que foi criado em junho de 1939 por um grupo de médicos liderados pelo cancerologista que lhe dá o nome, o Hospital Mário Kröeff. O dr. Mário Kröeff é considerado o iniciador do INCA, e fundou o HMK para os pacientes terminais de câncer que não tinham para onde ir.

Com 64 anos de existência, a ABAC ? Associação Brasileira de Assistência aos Cancerosos, mantenedora do Hospital Mário Kröef, cumpre fielmente as exigências da legislação filantrópica, ou seja, cuida da saúde ? na área câncer ? de uma parcela crescente da população, sem qualquer ajuda financeira dos Governos. A sobrevivência de nossa Instituição se deve, basicamente, à sensibilidade do povo, que nos apóia e ajuda, de diferentes formas, a manter os serviços de excelência que prestamos. (Marcia)






A balada do bordel virtual

Nada como um bom repórter na área! O Alexandre Cruz Almeida levantou a história do fechamento do tal bordel virtual; antes, já tinha escrito sobre as garotas de programa da internet.

A delegada pode até ser muito simpática, como ele diz, mas, sinceramente, sofre profunda falta do que fazer -- o que, convenhamos, é estranho numa cidade como o Rio. Não havia menores de idade trabalhando lá e, aparentemente, as moças estavam bastante contentes com o, hmmm, "ambiente de trabalho", digamos assim.

Levar gente para a cadeia por incitar terceiros a atos libidinosos, a essa altura do campeonato, e neste específico trecho do planeta, é de uma hipocrisia que beira a imoralidade.

Se bem entendi a delegada, sexo virtual pago só é legal em salas de chat abertas, quer dizer: só se for suruba ou orgia. Assim a dois, num cantinho discreto, nem pensar.

Faz algum sentido isso?! Não é o suprassumo do ridículo?!

A lei dá respaldo à delegada, mas nem tudo o que é legal é necessariamente justo ou sensato. Os tempos e os costumes mudam muito mais rápido do que o código penal; uma pessoa que tem o poder de uma delegada deveria ter também um mínimo de discernimento para definir as suas prioridades.

O bordel virtual não estava incomodando ninguém, pelo contrário -- imagino que estivesse até resolvendo o problema de muita gente.

Enquanto isso, continua aberta a temporada de caça a turistas...

* suspiro *








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Wagner Tiso







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Geraldinho Carneiro se dirige às massas







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Claudinha e Ferreira Gullar, Marilia Kranz e Olivia Hime





25.11.04


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Esta foto e' irresistivel...







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No engarrafamento







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A caminho







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Copa







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Copacabana









Diário de bordo

Dois dias em Rondônia, no set de "Mad Maria"

Terça-feira, 16 de novembro: Porto Velho, para quem espera selva fechada ou mesmo cidades como Manaus ou Belém, mergulhadas em lendas e no imaginário amazônico, é uma surpresa. É pequena, simpática e tem cantos que, não sei por quê, lembram a Ilha do Governador dos meus tempos de criança. O calor está perfeitamente razoável, mas todos são unânimes em dizer que hoje é um dia excepcional.

Amanhã saímos às sete, gravações em Santo Antônio. A produção é meticulosa e tem um quadro de avisos enorme no hall. Diz o seguinte:

Figuração:
60 barbadianos
02 espanhóis mortos
05 espanhóis
25 chineses
15 diversas raças

Gostei desses 02 espanhóis mortos. Se houver papel para uma centro-européia morta, vou me oferecer; é a única coisa que me sinto capaz de fazer em termos de interpretação. Notem que não é "morrendo", é mortos mesmo.

À tarde dormi e saí sozinha para um passeio ao pôr-do-sol. Andei bastante. Os pontos altos da cidade, numa primeiríssima impressão:

-- O cheiro das ruas. Há árvores frutíferas por toda a parte, e o cheiro é uma glória.

-- O sol enorme e avermelhado do poente.

-- A hospitalidade das pessoas.

Imaginem que comecei a conversar com três moças perto do rio e, a certa altura, perguntei se sabiam onde podia alugar uma bicicleta. Aqui não se alugam bicicletas, mas uma delas logo se prontificou a me emprestar a sua, que usa pouco. Quem vem da selva de asfalto estranha a generosidade, a gentileza.

* * *

Quarta-feira, 17 de novembro: Tive que acordar às seis, tendo ido dormir às duas; fui para um lugar tão quente que, misteriosamente, ficar ao sol era melhor do que ir para baixo das árvores; descobri que repelente para insetos não funciona com formiga. E, querem saber? Adorei cada minuto!

A produção de "Mad Maria" é uma aventura em si mesma. Se cuidar das minúcias de um filme de época já é complicado em estúdio, imaginem o que é em plena selva amazônica! Estou impressionada com a paciência de todos, do diretor aos figurantes; e cheguei à conclusão de que eu não serviria sequer para fazer um dos espanhóis mortos. Os pobres têm que ficar imóveis ao sol, derretendo, enquanto a cena se repete e se repete e se repete. Quando, afinal, os gestos ficam perfeitos, as falas entram nos lugares certos, nenhuma nuvem atrapalha e tudo se encaixa direitinho, um problema técnico qualquer estraga tudo. Eu teria um ataque; mas Ricardo Waddington, que tem fama de ser terrível, diz apenas "Raiva. Raiva. Ódio. Ódio. Grrrrrrrrrrr." com voz de desenho animado.

Encontrar a velha locomotiva de 1909 em pleno funcionamento é arrepiante. O trabalho de restauração foi feito por quatro velhinhos que a produção encontrou em Guajará-Mirim, e que ainda se lembram do que faziam há décadas, quando cuidavam da sua manutenção. Sem querer, a Globo descobriu uma espécie de Buena Vista Social Club dos ferroviários.

* * *

Ana Paula Arósio, que é, indiscutivelmente, um dos bípedes mais lindos de se ver, fotografa tudo, o tempo todo. Sei o que é isso. Para nossa decepção, porém, com exceção de insetos, há pouquíssimos bichos na área do set, vizinha a uma pedreira. Na hora do almoço, alguém lhe traz uma linda lagarta azul de presente e ela fica no auge da felicidade. Pronto. Como não gostar de alguém que sabe apreciar devidamente uma lagarta azul?!

* * *

Enquanto isso, Amora Mautner, minha amiga querida e uma das diretoras da minissérie, enfrenta um problema exótico. Tem que filmar uma cena de sucuri que já aconteceu -- sem a sucuri -- num lago escuro. A sucuri, no entanto, é empréstimo do zoológico e não pode sair da cidade. Como fazer com que a água de uma piscina adquira a mesma estranha tonalidade da água daquele lago?

Testes, testes e mais testes.

Solução: pinta-se o fundo de um certo tom de marrom e junta-se uma determinada quantidade de corante à água. Mistura-se bem, acrescenta-se sucuri a gosto e serve-se ao telespectador, que sequer desconfiará do trabalho que foi inserir a cobra na história.

* * *

Juca de Oliveira está chocado com o desmatamento que tem visto ao longo dos últimos meses. Está igualmente revoltado com o que aconteceu com a Madeira-Mamoré, e acha que alguém tinha que ser responsabilizado por isso: como se assassina de forma tão perversa uma estrada de ferro e, de quebra, a auto-estima de toda uma região?

Concordo inteiramente. O sucateamento desta ferrovia teve requintes de crueldade que nós, do Rio de Janeiro, conhecemos bem. Aqui também o Palácio Monroe foi derrubado sem qualquer razão objetiva, exceto o capricho malsão de um general no poder. Juca pensa ainda no que se poderia fazer para chamar a atenção do país para o que acontece aqui. Há tantas queimadas que não se vê mais um céu claro em Rondônia; a floresta desaparece diante de nossos olhos, literalmente, vítima da cobiça de gente que não a entende nem respeita.

Rezo para que um bom espírito o ilumine, mostrando como chegar ao coração de quem não tem alma.


(O Globo, Segundo Caderno, 25.11.2004)

Mais uma coluna que os leitores do blog já conhecem...





24.11.04


Eu, hein...

A polícia fechou um bordel virtual exclusivo para estrangeiros que funcionava no Centro. O site não podia ser acessado do Brasil e, como em todos os estabelecimentos do gênero, as moças trabalhavam com webcams e salas de chat. O preço era salgadíssimo, U$ 5 por minuto, mas, em compensação, sexo mais seguro,impossível.

A notícia do Globo On Line não dá muitos detalhes, mas se elas eram maiores de idade, se estavam lá de livre e espontânea vontade e se consideravam justa a remuneração que recebiam dos patrões, qual é o crime?!






Oi Multimidia

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Catumbi







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Botafogo







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Ipanema







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Copacabana







Música boa!
De graça!

Aviso da Laura:
Pausa para propaganda: hoje, quarta-feira, às 18h30, a Camerata Quantz (sob minha direção) vai tocar lá na Unirio, na Urca. É de graça. Venham, se puderem: o programa está bonito!








Um taxi perdido na selva

No último dia que passei em Porto Velho as gravações de "Mad Maria" foram interrompidas por volta das três, logo depois do almoço.

Chovia a cântaros.



Mais tarde, passando a chuva, se realizariam as primeiras tomadas noturnas. Para isso, uma equipe de técnicos trabalhara o dia inteiro, instalando toda a espécie de luzes e refletores na floresta.

Parece óbvio, e é, mas, para mim, observar aquilo foi uma revelação: não é que faz mesmo sentido deixar as noturnas para o fim das gravações? Imaginem só se, além de todos os problemas "normais", o pessoal ainda tivesse que se preocupar com os cabos e fios passando entre as árvores!

A primeira condução para o set deixaria o hotel às oito; a segunda, às dez.

Resolvi aproveitar o intervalo para dar uma volta de bicicleta.



Zanzei sem destino pelas ruas largas cheias de mangueiras, parando aqui e ali para brincar com gatinhos (há muitos gatos em Porto Velho), ver a vista do rio e admirar revoadas de pássaros se preparando para dormir.



Quando voltei para o hotel, todo mundo já tinha ido pro set. A tal leva das dez acabou não sendo necessária e lá estava eu, entregue à minha própria sorte. Um lado de mim queria tomar um bom banho e desabar na cama; o outro estava morrendo de curiosidade em relação às gravações noturnas.

Nem preciso dizer qual deles prevaleceu...

Havia um último taxi em frente ao hotel, com dois sujeitos ao lado. Pelo que entendi eram sócios no carro. Um sabia direitinho onde se realizavam as gravações, mas quem me levou foi o outro, depois de tomar a direção com o colega.

Já fiz várias corridas estranhas de taxi, mas esta foi, sem dúvida, a mais notável de todas. Uma estrada de terra batida e um escuro de bréu do lado de fora; um taximetro de alma nova-iorquina do lado de dentro, iluminando dois bípedes que não tinham noção do caminho.

Os telefones celulares não recebiam sinal; o rádio do taxi funcionava, mas não havia mais ninguém na escuta.

E a floresta, por toda a parte a floresta.

O set ficava a quinze quilômetros de Porto Velho; rodamos pelo menos uns quarenta. Ainda me lembro que, num determinado momento, me ocorreu que eu deveria estar apreensiva em relação àquilo; o motorista, pelo menos, não estava nada feliz. Mas achei a sensação de estar perdida num taxi em plena selva amazônica tão curiosa e original que só conseguia pensar nela.

Quando finalmente chegamos ao local das filmagens, metade da equipe já tinha voltado para o hotel; a outra metade estava correndo para as vans antes que as luzes fossem apagadas. Mal tive tempo de fazer duas míseras fotos; logo uma das produtoras me agarrou pelo braço e me carregou embora.



Eram duas da manhã. Em tese, as gravações iriam até às três, mas o trabalho rendeu tanto que acabou uma hora antes.

Fiquei muito frustrada de não ter visto nada -- mas, por outro lado, até o fim da vida vou me lembrar que, numa noite de novembro do ano de 2004, eu estava na Amazônia, dentro de um taxi que rodava perdido pela floresta.





23.11.04


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hic...

Nossa. Deu um tilt no telefonino, que saiu repetindo a foto...

Eu, hein.

Parece que bebe.






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Ufa! Há tempos venho tentando fazer uma foto direita deste camarada.

Não é bonito, ele?





22.11.04




Iuhuuuuuuuuuuuuuuu!!!

Adivinhem de quem é a foto da árvore... :-D

A bicicleta é a velha conhecida de todos, sim.







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21.11.04


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A vista da janela do quarto







Querido Diário

Lá fora está um tempo cinza e meio frio. Aqui dentro está quentinho e muito bom; acordei ao meio-dia, mais ou menos, com a Família Gato em peso na minha cama -- a Bia viajou a trabalho, de modo que até o Lucas, que tem contrato de exclusividade com ela, está aqui.

Olhei para o bonito mato que se vê nas janelas da parte de trás da casa, observei a gataiada à minha volta, a pilha de livros e revistas na mesinha de cabeceira e pensei:

-- Hoje não saio da cama, pronto.

Trouxe o notebook para cá, fiz umas pipocas de microondas, peguei uma latinha de Coca Light... e agora estou me sentindo uma criatura palerma e muito culpada, mas contentíssima na sua domesticidade preguiçosa.

Mais tarde conto um pouco mais das minhas aventuras amazônicas, OK?

Bom domingo, gente.

Ah: as fotinhas do primeiro teste de luz da árvore da Lagoa foram, claro, um furo deste blog. Para variar... :-)





20.11.04


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O primeiro teste da arvore!







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Lar doce lar







Atenção, angloparlantes!

O Janjão me mandou uma maravilha de texto que um amigo mandou para ele. Está em inglês, estou com preguiça de traduzir, mas achei que valia a pena trazer pra cá mesmo assim:

Hear hear!
To the citizens of the United States of America:


In the light of your failure to elect a proper President of the USA and thus to govern yourselves, we hereby give notice of the revocation of your independence, effective today. Her Sovereign Majesty Queen Elizabeth II will resume monarchical duties over all states, commonwealths and other territories. Except Utah, which she does not fancy. Your new prime minister (The Right Honourable Tony Blair, MP for the 97.85% of you who have until now been unaware that there is a world outside your borders) will appoint a minister for America without the need for further elections. Congress and the Senate will be disbanded. A questionnaire will be circulated next year to determine whether any of you noticed. To aid in the transition to a British Crown Dependency, the following rules are introduced with immediate effect:
O resto está aqui, é muito engraçado.







Ligeirinho

Volta e meia eu confiro de onde vêm os visitantes do blog e vou lá conhecer ou rever outros blogues. Uma das fontes mais constantes de internautas é o Ligeirinho, um blog extremamente popular.

Explica-se: cada segundo ou terceiro post é uma mulher pelada, ou um link para uma coleção inteira de fotos de mulheres peladas. Haja mulher!

Tem também uns MP3s bem escolhidos e umas piadinhas que, digamos, não ficariam bem no internETC.

Mas o interessante é que, entre uma coisa e outra, o Ligeirinho é um excelente blog de tecnologia. Sempre atualizado, sempre em cima do laço, enfim -- muito bom mesmo.






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Puxei este post pra cá pra cima de novo porque os comentários estão ótimos; agora, já temos até o depoimento de uma vencedora da promoção Swatch da Coca Light!

Outra pergunta

Depois de passar vários meses conferindo cuidadosamente as tampinhas das garrafas e o fundo das latas de Coca Light, vejo que chegou ao fim a promoção do Swatch.

Eu sei que há autoridades que garantem a lisura do processo, e ademais quem sou eu para duvidar da Coca-Cola e de outras honradas empresas que promovem sorteios do gênero -- mas a verdade é que nunca, jamais, em tempo algum, ganhei, ou conheci alguém, que tivesse ganhado qualquer coisa em especiais de refrigerante, margarina, sabão em pó, o que seja.

Vocês conhecem?





19.11.04

Segredos de uma minissérie

Quando "Mad Maria" for ao ar, vocês vão ver uma cena chocante: num dado momento, os chineses voltam para o acampamento trazendo um trabalhador e uma capivara mortos.

O trabalhador é um figurante que morreu de mentirinha, está vivo e bem e faturou uma diária legal; já a capivara, coitadinha, morreu de verdade.

Veio congelada de São Paulo, de uma fazenda onde se criam capivaras para abate (!).

Graças a Deus essa cena foi filmada na semana passada e fui poupada de ver a falecida; afinal, o fato de ser criada em fazenda não a torna menos capivara ou menos digna de viver sua pacífica vidinha de roedora.

O resto de assado da foto, porém, é falso como uma nota de três.



Vocês também vão ver os personagens de Fábio Assunção e Ana Paulo Arósio mergulhados em tonéis de banha, engordurados até a raiz dos cabelos, mas não precisam ficar com nojo. A "banha" era manteiga de Karité, um creme cheirosinho e ótimo para hidratar a pele.



Como faz um espanhol morto que está de olho aberto para não parecer um espanhol vivo? Fácil: ele fica olhando fixo para um objeto, no caso um pedacinho de carvão, perfeitamente integrado à paisagem. A técnica serve para falsos-mortos dequalquer nacionalidade, em qualquer produção.

Não subo a foto porque, a essa altura, acho que ninguém aguenta mais ouvir falar nos espanhóis mortos, né?



O índio Joe Caripuna, que tem um papel importante na história, não é um ator se fazendo de índio mas, ao contrário, um índio se fazendo de ator -- e se saindo muito bem. Ele foi escolhido através de testes e "importado" diretamente de Manaus.



No romance do Márcio Souza, os jovens enfermeiros ingleses recém-chegados mantém a pose e continuam se vestindo à maneira européia. Se vocês acham que Marcelo Serrado e André Frateschi contaram com algum moderníssimo truque de figurino para suportar o calor debaixo daquela roupa toda, esqueçam.

O figurino deles é WYSIWYG (*): jaleco de manga comprida sobre camisa de manga comprida sobre camiseta de manga comprida...

Ah, o que não se faz pela arte!

(*) WYSIWYG: antiga abreviatura de tecnologia, para What You See Is What You Get. Usava-se na época em que, normalmente, o monitor mostrava uma coisa e o que saía na impressora era outra. É difícil imaginar, hoje, a emoção que essas sete letras causavam nos usuários. Pronuncia-se uíziuig.






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Mad Maria, pelo telefonino







Nossos comerciais

Mudei a barra dos anúncios aí para cima. Do jeito que estava era mais discreto mas, por outro lado, eles ficavam sempre na mesma... assim como a minha conta do Google, que está ridícula: os últimos 30 dias renderam U$ 10,37 -- e isso só porque alguns de vocês são uns amores e clicam nos benditos quadradinhos chova ou faça sol. Porque anúncio interessante, mesmo, não aparece aqui há tempos.

Vamos ver se na nova posição o Google capta o espírito da coisa e põe aí uns reclames bacaninhas, como os da Cosac & Naify, por exemplo, ou aquela pérola que apareceu no Alma Carioca, recomendando os cinco quartinhos acolhedores de uma pousada... em plena favela!












Próxima parada: Porto Velho, Rondônia

"Vemos na paisagem do Pampa rio-grandense um pássaro chamado quero-quero, que é considerado a sentinela do Pampa. O quero-quero, diferentemente de outras aves, faz os seus ninhos no chão, vivendo a maior parte do tempo em contato com a terra e apegado ao lugar onde vive. A este lugar em que o quero-quero, outros bichos e o próprio ser humano costumam ficar, no linguajar gaúcho nós chamamos de "querência". Em português esta palavra se reporta ao verbo querer. A querência é um lugar que tem uma vontade, um querer originário, conforme a própria etimologia da palavra indica. Mas não é um querer isolado e separado do querer humano, dos animais e das plantas que ali vivem. O querer da querência requer o querer de tudo o que ali vive, de tudo o que pertence ao lugar, inclusive a paisagem. Ser apegado a um determinado lugar é ser aquerenciado. O processo de se apegar a um lugar se expressa com o verbo "aquerenciar". Ser aquerenciado significa também estar de bem com a vida, estar na posse da plenitude do sentido da vida. Na sabedoria camponesa aqui do sul do Brasil, da Argentina e do Uruguai, do gaúcho, a felicidade é o próprio sentido de pertencer a um lugar.

A querência é a intimidade com a natureza e com as coisas do local em que se vive. É ser parte das histórias das pessoas, dos animais e das plantas de um lugar. É ter a própria identidade pessoal, a própria história individual, inseparável de toda a teia destas histórias. É estar em casa no mundo. Por outro lado a pessoa que é infeliz, que não encontrou o seu lugar no mundo, que está de mal com a vida, é "desaquerenciada". A pessoa desaquerenciada não tem paradeiro fixo, vive inquieta, sempre à procura de um outro lugar, insatisfeita, angustiada, no estado de carência, de falta. Na perspectiva da sabedoria gaúcha, o problema ecológico é a Humanidade estar desaquerenciada da Mãe Terra, da Pachamama, de Gaia, a suprema morada do homem.

O Fórum Social Mundial é uma tentativa planetária de aquerenciar a Humanidade na Terra. Mas, para que isso aconteça, cada ser humano deve ser alerta e vigilante como o quero-quero, deve exercer a sua condição de cidadania planetária defendendo a Terra e a Humanidade em cada local onde vive. Cada cidadão do mundo pode se inspirar no exemplo da sentinela do Pampa: ao pressentir a aproximação de um perigo, o quero-quero dá o alarme, começa a gritar o canto que deu origem ao seu nome e a fazer investidas contra o intruso através de vôos rasantes".


Este é o começo da "Declaração de Porto Alegre pelo aquerenciamento planetário", do ecologista e filósofo Celso Marques, da Associação Gaúcha de Proteção Ambiental. A leitora Marlene Zornitta mandou o link e acertou em cheio: fiquei encantada de encontrar os passarinhos de que tanto gosto como símbolos de causa tão justa e nobre. Amar o planeta é mesmo a conseqüência mais ampla de amar o seu canto, a sua querência; o mundo começa no quintal da gente. O resto vem por acréscimo.

Leiam a íntegra do artigo, vocês vão gostar. Ele está disponível no site do Projeto Roessler, em querencia.notlong.com.

* * *

Um dia, quando eu ainda morava em Brasília, um amigo voltou da Amazônia trazendo fotos extraordinárias. Era o fotógrafo Marcos Santilli, que não vejo há tempos; mas ainda vejo, gravadas na memória, algumas das imagens que ele foi buscar na Madeira-Mamoré -- que eu, carioca ignorante, nem sabia que existia. Nos meus 25 anos, estava descobrindo o Brasil; saber daquela estrada de ferro morta, em Rondônia, foi uma experiência fascinante.

A duras penas -- ainda não havia internet! -- consegui desencavar algum material sobre aquele delírio do capitalismo equivocado; quando Márcio Souza escreveu ?Mad Maria?, o livro caiu como uma luva na minha imaginação, povoada por pedaços soltos de informação.

Resultado: cismei que queria porque queria ir lá, ver por mim mesma o que ainda havia para ver. Infelizmente, não consegui convencer nenhum dos meus editores da urgente necessidade disso; e, mãe de dois filhos pequenos, tampouco consegui convencer a família de que aquele era um bom lugar para as nossas férias.

Fiquei frustradíssima. Mas depois o mundo mudou, eu mudei e, já de volta ao Rio, a Madeira-Mamoré acabou muito longe, tanto geográfica quanto emocionalmente. Até que, há coisa de um ou dois meses, eu soube que a Globo estava produzindo uma minissérie baseada no livro do Márcio. Lá mesmo, em plena selva.

Caramba, pensei, preciso ver isso! É agora ou nunca.

De modo que, quando vocês estiverem lendo esta crônica, estarei em Rondônia, realizando o sonho de muitos e muitos anos. Na volta conto tudo, prometo -- até porque, maravilha das maravilhas, é exatamente para isso que eu vou.

(O Globo, Segundo Caderno, 19.11.2004)

Vocês já leram trechos desta coluna antes, aqui no blog. Ela foi enviada ao jornal no domingo de madrugada, com essas três fotos do casal de quero-queros do Cantagalo, porque eu não conseguia me decidir entre elas.

A foto que saiu publicada foi a primeira. Acho que a minha favorita é a dos passarinhos ao pôr-do-sol, mas este tipo de foto, que funciona bem no monitor, em geral sai horrível na impressão.

De qual vocês gostam mais?





18.11.04





Comigo me desavim, ou
Ana Paula Arósio e a lagarta azul


Cheguei há pouco, estava tomando banho e pensando na lagarta azul quando caiu uma ficha de lascar: o meu futuro como fotógrafa de celebridades, ou como fotojornalista tout court é zero.

Zilch.

Null.

É óbvio que a foto era a Ana Paula Arósio fotografando a lagarta!

É evidente, e claro como o dia; mas quem diz que ao ver aquela pequena maravilha consegui ter esta brilhante idéia?!

Tudo o que eu queria era uma boa macro da lagarta, muito difícil de obter, aliás, porque ela não parava quieta e estava doida para ir embora.

* grande suspiro *





17.11.04




Mad Maria

Tive que acordar às seis da manhã tendo ido dormir às duas; fui para um lugar tão quente que, misteriosamente, ficar ao sol era mais jogo do que ficar debaixo das árvores; descobri que repelente para insetos não funciona com formiga.

E, querem saber? ADOREI CADA MINUTO!

A produção de Mad Maria é uma aventura épica em si mesma. Se cuidar das minúcias de um filme de época já é complicado em estúdio, imaginem o que é na selva amazônica. A simples quantidade de repetição de cenas só porque os atores estão suando demais é de enlouquecer; mas não adianta enxugar a cara com uma toalha, porque é preciso que exista algum suor.

A diferença entre algum suor e suor demais é, acreditem, abissal. Constatei isso por mim mesma, vendo as imagens naquele monitorzinho através do qual os diretores acompanham a câmera.



Fiquei impressionada com a paciência de todos, do Ricardo Waddington aos figurantes; e cheguei à conclusão de que eu não conseguiria fazer sequer um dos espanhóis mortos de que falei no post de ontem. Os pobres têm que ficar imóveis ao sol, derretendo, enquanto a cena se repete e se repete e se repete.

No fim, quando afinal tudo dá certo, os gestos ficam perfeitos, as falas entram nos lugares e nenhuma nuvem atrapalha, há um problema técnico qualquer.

Eu com certeza explodiria em xingamentos; mas o Ricardo Waddington apenas diz "Raiva. Raiva. Ódio. Ódio. GRRRRRRRRRRR" com voz de desenho animado.

São todos doidos, mesmo.



Ver a velha locomotiva fabricada em 1909 restaurada e funcionando direitinho foi muito emocionante. O trabalho de recuperação foi feito por quatro velhinhos que a produção descobriu em Guajará-Mirim, que ainda se lembravam do que faziam há décadas, quando cuidavam da sua manutenção.

Sem querer, descobriram uma espécie de Buena Vista Social Club dos ferroviários.



Ana Paula Arósio, que é indiscutivelmente um dos bípedes mais lindos de se ver, fotografa tudo. Sei o que é isso. Para nossa decepção, porém, há pouquíssimos animais na área do set, que fica perto de uma pedreira; mas a certa altura alguém trouxe para ela uma linda lagarta azul de presente e ela ficou no auge da felicidade.



Eu não conhecia a Ana Paula, a não ser de encontros casuais, mas como não gostar de alguém que sabe apreciar devidamente uma lagarta azul?!




Amora Mautner, minha queridinha e uma das diretoras, estava com um problema exótico. Tem que filmar uma cena de sucuri que já aconteceu, sem a sucuri, num lago muito escuro perto daqui. A sucuri, no entanto, é um empréstimo do zoológico e não pode sair daqui.

Como conseguir fazer com que a água de uma piscina fique da mesma cor da água do lago?

Testes, testes e mais testes. Solução: pinta-se o fundo de um certo tom de marrom e junta-se uma certa quantidade de corante à agua. Mistura-se bem, acrescenta-se sucuri à gosto e serve-se à platéia, que sequer desconfiará do trabalho que foi inserir a cobra na história.



Juca de Oliveira está chocado com o desmatamento que tem visto ao longo dos últimos meses. Também está revoltado com o que aconteceu com a Madeira Mamoré, e acha que alguém tinha que ser responsabilizado por isso: como se assassina de forma tão perversa uma estrada de ferro e auto-estima de uma cidade?

Concordo com ele, totalmente. O sucateamento desta ferrovia teve requintes de maldade que nós conhecemos bem no Rio, onde o Palácio Monroe foi derrubado pelo mesmo motivo -- o capricho malsão de meia dúzia de milicos.




Na hora do almoço, conversando com os atores, fiquei sabendo que rola um clima de intriga muito chato na imprensa local. Frases que eles nunca disseram são inventadas, outras, que disseram, são tiradas de contexto e distorcidas, gerando uma sucessão de mal entendidos.

Rondônia fica a 3.500 kms do Rio, a minissérie acaba logo e, em tese, isso não teria -- como não tem -- a menor importância. Mas eles estão tristes porque, sem exceção, estão adorando o lugar e a aventura magnífica que estão vivendo.

A relação dos fãs com as celebridades sempre me assusta.

Os fãs desenvolvem sentimentos fortíssimos e irreais pelos seus ídolos; alimentam uma paixão de mão única que a rigor não é nada, mas que à menor contrariedade transforma-se num ódio igualmente intenso e inexplicável.

Estranho, muito estranho.



Terminei o dia fazendo um tour pela cidade com os meus mais novos amigos de infância, a Iva (a da bicicleta) e René, seu marido. Os dois vieram me buscar no hotel, me mostraram muitas coisas bonitas, me falaram da sua vida aqui e, por fim, me levaram a um barzinho ideal, cheio de coisas boas para beliscar.

Ao contrário do dia, a noite estava amena, com uma brisa gostosa que vinha do rio.

Estou gostando demais de tudo aqui, do meu encontro inesquecível com Mad Maria à simpaticíssima hospitalidade local.

Até a ducha do banheiro, que ontem estava meio assim-assim, hoje virou um Niágara. Não sei o que deu nela, e nem vou perguntar: vai que ela se chateia e volta a ser o que era...

Bom, pessoas, com isso me retiro. Com sorte, tenho quatro longas horas de sono até o despertador tocar.





16.11.04


Porto Velho

A cidade, para quem esperava selva fechada ou mesmo cidades como Manaus ou Belém, mergulhadas em lendas e no imaginário amazônico, é uma surpresa. É pequena, simpática, tem cantos que, não sei por que, me lembram a Ilha do Governador dos meus tempos de criança.

O calor estava perfeitamente razoável, mas todos foram unânimes em dizer que ontem foi um dia excepcional.

O hotel é bom, tem um restaurante correto, bons colchões, a ducha é mais ou menos, mas o ar refrigerado é nota mil.

Amanhã saímos às sete, gravações em Santo Antônio. A produção é meticulosa e tem um quadro de avisos enorme no hall.

Um deles diz:
Figuração:

60 barbadianos
02 espanhóis mortos
05 espanhóis
25 chineses
15 diversas raças

Gostei desses 02 espanhóis mortos. Se houver papel para uma centro-européia morta vou me oferecer; é a única coisa me sinto capacitada para fazer em termos de interpretação -- notem que não é "morrendo", é mortos mesmo.

À tarde dormi e saí sozinha para um passeio ao pôr-do-sol. Andei bastante. Os pontos altos de Porto Velho, numa primeiríssima impressão:

-- O cheiro das ruas. Há árvores frutíferas por toda a parte, e o cheiro é uma glória.

-- O sol enorme e avermelhado do fim da tarde.

-- As pessoas, muuito simpáticas. Imaginem que comecei a bater papo com três moças perto de rio, e perguntei se elas sabiam onde eu podia alugar uma bicicleta. Aqui não há aluguel de bicicleta, mas a Iva -- este o nome dela -- vai me emprestar uma que comprou e nunca usou. Tem que encher os pneus, mas amanhã vou lá pegar. Não é a coisa mais gentil?

Boa noite a todos. Amanhã tenho uma longa jornada pela frente.

Ah, sim: em relação à conexão -- sem problemas! A plaquinha CDMA da Vivo é o que há de bom, estou pilotando o notebook a 230,4Kbps.

Enquanto isso, ouço a trilha sonora de Chocolat, escrita por Rachel Portman (que também fez a maravilhosa trilha de Cider House Rules); as caixinhas de som são ótimas.

Estou feliz.





15.11.04


Olá, vocês aí embaixo...!

Conforme se vê, cheguei sã e salva, inda que morta.

Dormi quatro horas, e agora vou sair para ver um pouco da cidade. Aqui são 17h28, duas horas de diferença, pois.

Fiquem bem!

Beijinhos para todo mundo.






Oi Multimidia

Oi Multimidia

A primeira etapa e' daqui a Brasília. Depois, Porto Velho.







Oi Multimidia

Oi Multimidia







Oi Multimidia

Oi Multimidia







Oi Multimidia

Oi Multimidia

Fui






14.11.04


Recadinho da Laura

A Laura, como quase todo mundo aqui já sabe, é a minha irmã. Pois ela me pediu para divulgar esta notinha:
A nossa amiga Suely Vendas está dando aula como voluntária na creche do Pavão-Pavãozinho. São crianças de 1 a 5 anos de idade. Ela me disse que falta tudo. Tudo mesmo. Estamos pedindo doação daquelas coisas básicas que se usam em creche: lápis de cor e de cera, pilots, pinceis, tintas guache, massa de modelar, papel colorido, cartolina, cola, carimbos, tesouras infantis, papel celofane ou crepom, livros, brinquedos e jogos de todo o tipo, além de produtos de higiene pessoal -- toalhas, sabonete, shampoo, pasta de dente e escovinhas infantis -- para o banho da criançada. Biscoitos também servem! E o que mais as pessoas inventarem!

As doações podem ser feitas direto para a Suely: 2539 5462
ou para mim: Laura: 2539 7848, São Clemente 158 apto 604.

Muito obrigada!

Em tempo: é ajuda direta mesmo, ninguém vai embolsar dinheiro, não passa por ONG ou programa governamental, nada.

Portanto, pessoas, está dado o recado. Quem puder contribuir com alguma coisa a gente agradece muito.






Taí, é mesmo...

Colhido na mailbox: "Com Bush reeleito, o Exterminador do Futuro ao seu lado e o Super-Homem morto, quem é que vai nos defender agora?!"






Historinha felina

Para começar bem o domingo, a linda e verídica historinha felina vivida pela família da Bia Petri; por "manhã de hoje" entenda-se, porém, uma semana atrás -- é que a vossa blogueira anda meio lerda nos posts...
"Eram 6:20 da manhã de hoje quando eu e meu marido acordamos com miados de nossa gatinha mais nova -? chama-se Iali.

Mas era aquele tipo de miado que comunica que alguma coisa muito errada está acontecendo. Moramos numa cobertura, no 12 andar, em Icaraí, Niterói. Temos rede de proteção em todas as janelas, mas não na mureta do terraço. Temos cinco gatas -? que são nossa vida... ?- há oito anos e nunca nenhuma delas havia manifestado tanta vontade de conhecer o toldo do apartamento do andar abaixo do nosso.

Mas gato é assim, inventa sempre uma história diferente.

Pois bem, Iali pulou da mureta do terraço para o tal toldo. Embora meu marido seja bem alto, e por mais que ele tentasse alcançá-la, não havia jeito. Para piorar a situação, o material do toldo -? que já estava velho -? furou.

Liguei então para os bombeiros -? 3 GBM de Niterói -? e rapidamente eles chegaram aqui. Em poucos minutos salvaram Iali.

Já escrevi ao Comandante da Corporação para agradecer a presteza e a eficiência desses bombeiros. Esse tipo de ação exemplar só faz aumentar nossa confiança numa Corporação já reconhecidamente competente.

Antes de irem embora, agradecemos muito a eles e eu comentei como a população se sente amparada pelo trabaho deles. Um dos bombeiros então deu um pequeno sorriso de satisfação.

Foi bonita a cena!

(....)

Ver hoje o trabalho competente e a dedicação dos bombeiros para salvar o que boa parte da população chamaria de um simples gatinho preto me traz um alento enorme, quase impossível em tempos tão intoxicantes como este em que vivemos.

Iali, Sofia, Alice, Brigite e Miú Miú, meu marido e eu começamos a semana com um grande exemplo de humanidade." (Bia Petri)







13.11.04




A última foto da mariposa.

E agora? Qual saiu melhor?

Nessa tem um detalhe que eu photoshopei pra ver como ficava: o poste. Detesto esses postes altíssimos aqui da Lagoa, que atrapalham tudo o que a gente fotografa da janela.






Rondônia

Pessoas, hel-lô-ou...

Estou vendo pelos comentários que há certa confusão em torno das datas da viagem; mas eu só vou na segunda, OK?

Depois de amanhã.

Ainda há tempo para dicas... :-D






Oi Multimidia

Oi Multimidia

Indo para casa







Oi Multimidia

Oi Multimidia

Copa







Oi Multimidia

Oi Multimidia

E outra...







Oi Multimidia

Oi Multimidia

Uma já chegou...







Oi Multimidia

Oi Multimidia

Esperando pela Laura, pela Bia e pela Mamãe









Outra versão da foto da mariposa (a terceira é parecida com esta, mas vertical; depois eu posto também).

Bom fim de semana para todos!






Oi Multimidia

Oi Multimidia

Martinália e Fafá, com um dos seus modelitos mais discretos...






Oi Multimidia

Oi Multimidia






12.11.04


Oi Multimidia

Oi Multimidia

Show!!!







Oi Multimidia

Oi Multimidia

No engarrafamento









Adivinhem só quem me chamou a atenção para esta pequena mariposa pousada do lado de fora da janela? Mal tive tempo de pegar a câmera; fiz três fotinhas e zum, ela foi embora.

Não sei se teve idéia do cruel destino que a aguardava do lado de dentro, ou se cansou de ficar parada.

Agora tem sete peludos inconformados aqui ao meu lado, miando para a janela...

*suspiro*






A vida por um (sem) fio

Celular -- um grito de socorro


Cena um: mãe amorosa leva filhinho para a escola. No caminho, ficamos sabendo que Jéssica Martin (Kim Bassinger) é professora de ciências.

Cena dois: Jéssica volta para casa, troca duas palavras com a diarista e, antes que a gente possa dizer Sony-Ericsson, é seqüestrada por um bando sinistro que não hesita em matar a doméstica. Que não restem dúvidas na cabeça do público: eles são maus, muito maus.

Cena três: em pleno cativeiro, Jéssica consegue conectar os fios de um telefone quebrado -- ela é professora de ciências, lembram? -- e pede socorro ao desconhecido que atende do outro lado da linha. Este calha de ser Ryan (Chris Evans), um boyzinho desocupado mas de bom coração, que se comove com o que escuta e vai à luta.

A única coisa que os une, e que pode levar à salvação de Jéssica, é aquela precária conexão telefônica. Mas se ela está pendurada por dois fios tênues como a plausibilidade dessa história, ele está de posse, Deus seja louvado!, de um Nokia 6600, a última palavra em celular.

O filme, que em mãos erradas poderia ser o mais longo comercial de telefone de todos os tempos, é uma delícia. É cheio de suspense, de viradas inesperadas, de bom humor e de boas sacadas, cumprindo às mil maravilhas a nobre missão de divertir o espectador.

A única coisa que me aflige, neste e em todos os outros filmes em que celulares da Nokia fazem figuração, é o comportamento bizarro dos usuários. Embora conheçam todos os truques dos aparelhinhos, nenhum deles jamais se lembrou de fazer a primeira coisa que faz qualquer cidadão ao comprar um celular na vida real: mudar o som da campainha.


(O Globo, Rio Show, 12.11.2004)








Próxima parada: Rondônia!

Pessoas, estou indo a Porto Velho na segunda, e fico até quinta. Vou aproveitar a desculpa de acompanhar as gravações de uma minissérie da Globo para ver de perto a estrada de ferro Madeira Mamoré, que me fascina desde que, nos anos 70, ainda em Brasília, um amigo chamado Marcos Santilli, de quem me perdi ao longo da vida, voltou de lá com umas fotos assombrosas.

Um ou dois anos depois, outro amigo, Márcio Souza, escreveu "Mad Maria" -- que devorei como uma traça ansiosa. Este é, por sinal, o romance que deu origem à série agora filmada.

Já estive em Manaus e em Belém algumas vezes, mas esta é a primeira vez que vou a Rondônia.

Pergunto: alguém já esteve lá? Alguma recomendação especial, dica, sugestão?

Agradeço de antemão!

Mesmo tendo que embarcar às oito da manhã, estou empolgadíssima com esta viagem... :-)












Quando desci para fazer umas fotos na Lagoa, acabei me encontrando com a nossa popstar quadrúpede -- que estava num ótimo dia, disposta a conversar com a imprensa. Aproveitei a oportunidade e... clic clic clic!






11.11.04










The ugly American

Vocês viram o site onde os americanos conscientes de que dividem o planeta com outras pessoas pedem desculpas ao resto do mundo.

Pois é claro que já existe um outro, onde os americanos que querem que o mundo se lasque dão a resposta (obrigada pela dica, Maurício!).

Olhei para alguns daqueles caras e fiquei muito impressionada; perto deles, Bush parece um intelectual refinado, um poeta lírico, praticamente uma flor de estufa.

Não é à toa que, no site do bem, apareceu esta foto:



O texto diz:
"Querido Mundo, sentimos muito. Metade de nós está apavorada. E com raiva. Tanta raiva que estamos cuspindo fogo. Por favor, perdoem-nos. Nós estamos tentando consertar as coisas. Eu tinha medo do meu presidente, mas agora tenho medo do meu país também... Com votos de Paz e Amor, Angela e Massachusetts"


Houston, we have a problem!







Adeus, "Brasileirinho"!

Maria Bethânia despede-se no Canecão e cronista divaga, pensando no Napster e nas gravadoras


No comecinho de setembro recomendei aqui, aos 17 leitores do Xexéo (os meus 17 estavam de férias), que não perdessem, por nada!, o extraordinário ?Brasileirinho?, da não menos extraordinária Maria Bethânia ? disparado um dos shows mais lindos que já vi e, certamente, o mais afinado com o momento que vive o brasileiro, em geral, e o carioca, em particular, tão feridos na sua auto-estima.

O Brasil de "Brasileirinho", dizia eu e continuo dizendo, é o avesso da pocilga política, o oposto da boçalidade violenta e acachapante que nos corta os dias; é a pátria querida, o país do coração e das memórias que tanto amamos, e no qual, afinal, nos reconhecemos.

Pois depois de uma temporada paulista, "Brasileirinho" está de volta ao Canecão. São só três dias, a partir de amanhã. E aí -- definitivamente -- adieu, adiós, good-bye, porque a vida segue e há novos sons e novos caminhos a percorrer. "Brasileirinho" será, então, apenas uma lembrança na estante e no player , entre os outros CDs e DVDs.

Depois não digam que não avisei.

* * *

Quando Maria Bethânia foi contratada pela Biscoito Fino, em 2002, ouvi gente estranhando, achando que ir para uma gravadora independente era uma espécie de mau passo para quem, como ela, vinha de uma carreira vitoriosa nas grandes multinacionais, as famigeradas "majors". Nunca entendi este ponto de vista. Para mim, era exatamente o contrário; e mais uma prova da intuição fenomenal de Bethânia.

Tendo acompanhado de perto a luta que as "majors" travaram para liqüidar o Napster (a rede onde se trocavam arquivos de música pela internet), eu estava convencida, como ainda estou, de que elas são organismos fadados à extinção, por falta de agilidade e de visão.

* * *

Para quem ignora o sucedido: no Napster, que era uma única rede, situada num único e específico ponto da internet, alguns milhares de usuários, na maioria estudantes, trocavam músicas entre si. A maior demanda era, claro, pelo som da moda; mas posso assegurar que poucas vezes se viu tanta gente tão interessada em descobrir a música e a cultura de outros países do que naqueles servidores.

Durante aquele tempo feliz, conheci cantores gregos, espanhóis, africanos; recomendei uma quantidade de canções brasileiras e até alguns fados para desconhecidos que, dos pontos mais distantes do planeta, batiam na minha janela virtual perguntando o que havia de bom para se ouvir na minha língua.

E lá -- só lá -- encontrei Domenico Modugno cantando "L?uomo in frack", depois de ter percorrido dezenas de lojas de discos italianas ao longo de tantas e tantas férias.

A verdade é que, para um imenso contingente de ouvintes, o Napster virou também a rede ideal para resgatar do descaso das gravadoras cardumes inteiros de intérpretes e repertórios esquecidos, presos em discos e fonogramas cuja reedição não oferecia suficientes atrativos comerciais.

Para as gravadoras, incapazes de perceber o que estava acontecendo por trás dos computadores, o que havia ali era única e exclusivamente uma coisa: pirataria. Conseqüentemente, apontaram contra o Napster a sua resposta padrão para qualquer ameaça -- o exército de advogados mais bem pagos do planeta. Foi uma luta feia e equivocada, bastante semelhante, guardadas as devidas proporções, à luta de Bush contra o terrorismo.

Primeiro resultado: graças à publicidade gerada pela repercussão do processo, o Napster, até então relativamente desconhecido, virou febre na internet -- e gente que sequer ouvira falar em MP3 viu-se, de um dia para outro, baixando música freneticamente.

Segundo resultado: assustados com a fúria assassina das gravadoras, os milhares de antigos e milhões de novos usuários se espalharam por dezenas de outros sistemas, todos parecidos com o Napster, mas sem a sua universalidade e centralização. Pior: uma multidão fugiu para os braços dos piratas de verdade, esses que vendem CD a dois real, e que seriam um alvo tão legítimo para a RIAA.

Terceiro resultado: em meio à batalha jurídica, a roupa suja das gravadoras acabou sendo lavada em público. Junto com a perseguição movida ao Napster e aos usuários, isso lhes valeu a antipatia eterna de seus principais consumidores. Tiro no pé é pouco.

* * *

Ora, neste cenário praticamente pós-apocalíptico, num mercado em que, além de tudo, a única preocupação parecia ser vender quantidades cada vez maiores de músicas cada vez piores, o espaço para as gravadoras independentes foi se ampliando. Livres dos efeitos colaterais da Grande Guerra do Napster, caprichosas e sem medo de nadar contra a corrente, elas são, hoje, a salvação de quem quer ouvir o que quer ouvir -- e não o que as gravadoras querem que ouça.

Vejam o eclético catálogo da Biscoito Fino, por exemplo, para ficarmos apenas na que nos trouxe o inesquecível "Brasileirinho". Tem Olívia Byington, Zé Renato, Yamandú Costa, Paulo Moura, Wagner Tiso, Miúcha, Billy Blanco, Bibi Ferreira e mais uma constelação de sonho, sem falar na prata da casa, Francis e Olivia Hime -- uma de suas donas, junto com Kati Almeida Braga. Logo terá quase todo o Tom Jobim, junto com a Jobim Music.

É um verdadeiro chão de estrelas, a Elenco do (ainda) novo milênio.


(O Globo, Segundo Caderno, 11.11.2004)





10.11.04


Oi Multimidia

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Que tal?







Oi Multimidia

Oi Multimidia

Copa







Oi Multimidia

Oi Multimidia

Update: Não sei por que, a legenda não veio. Dizia:

Da série Gatos que Ralam: esta gatinha trabalha na Taywana Bijuterias, na Figueiredo de Magalhães 219 -- e é, claro, o xodó da clientela. A loja é humilde, não tem nada de muito especial, mas sempre se acham umas coisinhas lá.






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Em Copa...







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No Copa







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Tutu embaixo da mesa







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Bom dia!

















Ah, coitados...

Há um site onde americanos que não votaram em Bush estão pedindo desculpas ao resto do mundo. Não vai adiantar nada, porque estamos todos fritos do mesmo jeito, mas pelo menos é muito simpático da parte deles.

Convenhamos, aliás, que esses inocentes estão em pior situação que a gente. Nós pelo menos não precisamos viver no meio daquela paranóia, ouvindo tudo o que o Grão Biltre tem a dizer; já eles não têm para onde fugir, até porque não cabe todo mundo no Canadá.

Tsk, tsk...







Oi Multimidia

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Lar doce lar!







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Sempre a minha espera... :-)







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FUI!







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F-O-I







Surfando espero

Enquanto espero o carro da redação para ir para casa, descobro isso: há 35 configurações possíveis de Vaio 170!






Eu, hein...

Vi no Pedro Doria, marquei, só agora tive tempo de conferir se era o que eu estava pensando.

Estranho, muito estranho. Já vi bastante disso, mas com domínio com.br é a primeira vez.

Ou a polícia tá dando mole, ou armou uma arapuca hi-tech.

Update: Só agora ouvi a música, aliás muito manieirnha -- os micros do jornal não têm som. Tá com todo jeito de trote.






Oi Multimidia

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Madrugada no jornal





Exatamente!

Marina W também foi ao show da Bebel Gilberto. Não cheguei a vê-la por lá, mas lendo o seu blog vi que tivemos a mesmíssima impressão; a diferença é que ela descreveu esta impressão muuuuuuuuuito melhor do que eu.

De quebra, lembrou uma coisa que me deixou revoltada, mas que esqueci de comentar: o preço da Coca-Cola. R$ 8.50 a latinha, pode isso?!

O Waldir também foi, mas este eu encontrei -- só que, enquanto eu vinha embora às carreiras, pra pôr o trabalho em dia, ele ficou até altas horas, comemorando o aniversário.

Parabéns, querido Waldir!





9.11.04


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S+arck







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Revezamento: Tati







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Menina do Rio

Desde que a Bebel Gilberto virou Bebel Gilberto eu não assistia a show dela; vale dizer, há muito tempo.

Pois ontem fui ao show do Tim Festival, no Golden Room -- e adorei.

O repertório é ótimo, a voz nem se fala e a banda está à altura.

Mas o melhor é ver a Bebel no palco, uma espécie de resumo todo nosso da World Music. Os ritmos e os gestos têm um quê de indiano, um tanto de africano e muito de Brasil; mais especificamente, de um jeitinho bem dengoso e carioca de ser.

Taí: um show de show.







8.11.04


Oi Multimidia

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Netcat







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Um dois tres testando...











Para quem andava reclamando -- e com razão -- da falta de fotos da Família Gato, aí vai a Pipoca em dose dupla.

As duas fotos foram feitas no mesmo dia, quinta ou sexta, não lembro bem; a diferença de tonalidade é que uma (a de cima) foi feita sem flash, e a outra com.

Não está linda a minha popstar quadrúpede?





Deu no Estadão

O Link, equivalente do Info etc. do Estado de São Paulo, revela alguns segredos da minha vida digital.

Eles foram capturados pela Mari-Jô Zilveti, como borboletas presas na rede de uma longa conversa que começou num dos telefones fixos aqui de casa, prosseguiu por dois celulares no taxi e terminou num dos ramais do Globo.

Fiquei muito feliz com o carinho dela e dos meus demais colegas do Link, e orgulhosa da sua atitude simpática e generosa.





7.11.04



Um notebook pra chamar de meu

Há tempos -- desde 1998, mais precisamente -- eu não configurava um notebook meu do zero, quer dizer: uma máquina novinha para ser minha fiel companheira, com a qual me sinta completamente à vontade e na qual não sinta falta de nada.

Aproveitei o fim-de-semana chuvoso, praticamente não saí de casa e dediquei a maior parte do tempo que sobrou dos escreve.escreve.escreve.escreve. lê.lê.lê.lê... lá de baixo para arrumar o Vaio -- que já está quase no ponto.

Desinstalei muitas coisas, instalei outras tantas.

Saiu o Norton Antivirus, entrou o Avast; saiu o Internet Security, entrou o Zone Alarm; saiu o Works, entrou o Office; saiu o IE, entrou o Firefox; saiu o Outlook, entrou o Thunderbird. Pela primeira vez, tenho uma máquina sem Eudora; vamos ver se consigo sobreviver sem ele.

Criei vários tipos de conexão, inclusive uma discada, movida a ISM, meu provedor favorito. Baixei o iPass, software de uma espécie de consórcio global de provedores, que funciona às mil maravilhas em todas as partes do mundo.

Que mais? iTunes e Winamp, para música; Irfanview, meu software de predileção para dar uma olhada rápida e fazer ajustes básicos em imagens; Photoshop 7; Picasa; o Houaiss e o Maxi Dic, da Melhoramentos, um dicionário multilíngue.

O Aurélio não entrou porque as minhas instalações estão esgotadas -- arghhhhhhhhhhhhhhhh, o horror que eu tenho a proteções de software mal pensadas!!!

Depois disso, claro, tive que configurar cada programa de acordo com as minhas idiossincrasias: as imagens devem ser exibidas em janela cheia? Uma após a outra? Que tipo de arquivo é aberto com o quê? E assim por diante.

Só o Photoshop é coisa para um dia de trabalho, considerando-se que uso pelo menos meia dúzia de plugins.

E o pior é que tenho que prestar atenção em todas as instações, porque o HD desta máquina não é afinal tão grande, e é bom guardar espaço para as músicas e as fotos.

Os toques finais (ou quase): escolher uma foto para wallpaper (que ainda vai mudar milhares de vezes) e colar minhas iniciais na tampa. Há alguns anos achei uma loja que vendia alfabetos cortados em plástico adesivo, em diversos tamanhos. Comprei uma coleção de C, T e R amarelos, em vários modelos. Pois o último set acaba de ser colado no Vaio.

Na parte de baixo, um adesivo de Veneza, que já trouxe de caso pensado para o meu futuro notebook; para que ele possa sonhar com o lugar ao qual um dia iremos juntos, passar uma boa temporada.










A querência e os quero-queros

"Temos na paisagem do Pampa riograndense um pássaro chamado quero-quero, que é considerado a sentinela do Pampa. O quero-quero, diferentemente de outras aves, faz os seus ninhos no chão, vivendo a maior parte do tempo em contato com a terra e apegado ao lugar onde vive. A este lugar em que o quero-quero, outros bichos e o próprio ser humano costumam ficar, no linguajar gaúcho nós chamamos de "querência". Em português esta palavra se reporta ao verbo querer. A querência é um lugar que tem uma vontade, um querer originário, conforme a própria etimologia da palavra indica. Mas não é um querer isolado e separado do querer humano, dos animais e das plantas que ali vivem. O querer da querência requer o querer de tudo o que ali vive, de tudo o que pertence ao lugar, inclusive a paisagem. Ser apegado a um determinado lugar é ser aquerenciado. O processo de se apegar a um lugar se expressa com o verbo "aquerenciar". Ser aquerenciado significa também estar de bem com a vida, estar na posse da plenitude do sentido da vida. Na sabedoria camponesa aqui do sul do Brasil, da Argentina e do Uruguai, do gaúcho, a felicidade é o próprio sentido de pertencer a um lugar." (Celso Marques)







6.11.04








escreve.escreve.escreve.escreve.telefone.blablabla.blablabla.blablabla.escreve.
escreve.escreve.escreve.escreve.telefone.blablabla.escreve.instalasoftware.
configuramáquina.reboot.brincacomgato.instalasoftware.reboot.testa.testa.testa.
lê.lê.lê.lê.lê.lê.lê.lê.escreve.escreve.fazcarinhonogato.escreve.telefone.
blablabla.blablabla.tiragatodecimadoteclado.blablabla.blablabla.blablabla.
estudatelefone.liga.desliga.conecta.lê.lê.lê.fazcarinhonogatox7.desce.
bicicletanalagoa.banhodechuva.sobe.cumprimentagatox7.banhodechuveiro.escreve.
escreve.escreve.telefone.blablabla.gatonocolo.blablabla.seveste.sai.FESTA.FESTA.
volta.cumprimentagatox7.tratafoto.tratafoto.tratafoto.tratafoto.limpavômitodegato.
tratafoto.tratafoto.tratafoto.tratafoto.capinablog.regablog.cama.
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...

no som, diversos concertos para violencelo tocados por jacqueline dupré.





5.11.04


Surfe de cordel

Fábio Fabuloso


O Bonequinho está olhando porque esta é, sinceramente, a posição mais neutra que consegue assumir. Não sendo surfista, não tem como avaliar, pragmaticamente, a qualidade do que lhe é apresentado na tela. Achou bonitas algumas tomadas de cena, empolgou-se com a habilidade de Fábio Gouveia ? o ?Fábio Fabuloso? do título ? e dos outros surfistas apresentados.

O Bonequinho acha que, para quem pratica o esporte, o filme é um prato cheio, digno de ser aplaudido de pé; para as namoradas dos surfistas, que vão ao cinema fazer companhia aos queridos, é legal, e pode ser aplaudido sentado. O problema é que nem só de surfistas e namoradas de surfistas se faz o público.

Para o resto da humanidade, que até acha surfe um belo esporte mas contenta-se perfeitamente com os eventuais cinco minutos que vê na televisão, ?Fábio Fabuloso? pode ser uma roubada: a gente só se dá conta de que ele foi filmado nos lugares mais lindos do mundo por causa das legendas: Taiti, Fernando de Noronha, Havaí... Na tela, o que se vê é sempre a mesma coisa: uma onda enorme, habilmente cavalgada por um rapaz montado numa prancha.

O que salva ?Fábio Fabuloso? da mesmice dos filmes de surfe é que ele não nega as origens paraibanas nem no sotaque nem na apresentação: é um cordel da gota serena, em que as pranchas substituem, assumidamente, as peixeiras dos cabras.

(O Globo, Rio Show, 5.11.2004)






Coisas de telefone

O telefonino está doente, coitado: não consegue enviar fotinhas. O pior é que estou às voltas com um Motorola V710 que ainda não sei usar direito, e nem tenho tempo para ver o que há de errado com o bom e velho Nokia.

Essa minha profissão tem um lado bom e um lado ruim. O lado bom é que a gente vê os brinquedinhos antes de todo mundo; o lado ruim é que, quando começa a se acostumar com eles, eles vão embora...

O Treo 600, por exemplo: estou com muita saudade. E estou também muito frustrada, porque o que eu mais queria saber a respeito da brincadeira não fiquei sabendo: quanto custa usar intensamente aquele aparelhinho, tal como usei na viagem a Florianópolis (aliás: não desesperem, amigos -- um dia, as nossas fotos serão postadas!).

A Claro diz que os chips de teste não têm velocímetro, não marcam o uso. Acho essa explicação estranha; então não há registro algum do que aquele específico número consumiu em voz e envio de dados?! Eu, hein.

Por outro lado, ontem mesmo me escreveu um leitor dizendo que a operadora não oferece mais GPRS para pessoas físicas, só para o mercado corporativo. Ele, que gastou os tubos num daqueles Sony Ericsson sonho-de-consumo está, agora, a ver navios.

Tenho a impressão de que a razão pela qual não me disseram quanto custa usar um Treo é que o uso deve sair quase tão caro quanto o aparelhinho em si; ainda não me esqueci da primeira semana de férias na Itália, de telefonino em punho, contentíssima por estar vivendo sem fronteiras -- até ver os cem euros que tinha posto no celular desaparecerem como num passe de mágica.

No fim da temporada, com o que gastei usando o telefonino, poderia ter comprado o seu irmão mais novo e mais esbelto...






Grrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!

Eu DETESTO horário de verão.

DETESTO.







4.11.04


Fotinha de telefone

Fotinha de telefone

Estou testando um novo telefone com camera. E apanhando que só...






03-11-04_2338.jpg

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Nelson Freire, ontem de noite.






Thunderbird

Instalei o Thunderbird, novo cliente de email Mozilla, no notebook. Isso foi há três dias e, até aqui, tudo bem, como dizia o suicida que pulou do décimo andar ao passar pelo terceiro.

Ele me parece um crossover do Outlook com o Eudora; a cara é mais para Outlook, as funções mais para Eudora. Importou muito bem os endereços e filtros do Eudora, mas até agora não percebi o seu potencial anti-spam.

Acho que estou chegando ao limite da resistência humana; 99% do que chega à minha mailbox é spam. As mensagens de verdade são trituradas no meio do caminho pelos muitos filtros com que, inutilmente, tento me defender.

Aliás, não sei se está acontecendo com vocês também -- mas na minha mailbox o último hit do mundo spam é relógio falsificado. Acho que já há mais spam de Rolex falso do que de Viagra, Xanax e Vicodin, até aqui os campeões incontestes do lixo digital.

Vá entender.









O Rio de Janeiro continua lindo

Felicidade: uma longa pedalada noite adentro

O Millôr gosta muito de usar uma frase que, há tempos, é piada particular na nossa roda: "Cuándo yo pienso que yo soy general del glorioso ejército de la Republica del Paraguay, yo me tiemblo de mi mismo". Não tenho noção de onde ele tirou isso, mas no sábado passado me senti meio assim. Quando lembro que passei quase seis horas andando de bicicleta, yo me tiemblo de mi misma.

Tudo começou da forma mais simples possível. Não resisti à luz deslumbrante lá de fora, peguei a câmera e fui para a Lagoa. Parei no Cantagalo para fotografar o casal de quero-queros e a minha garcinha branca favorita, que acompanhei enquanto pescava o jantar e que consegui, até, fotografar de caranguejo no bico. É mansinha e, se a gente não fizer movimentos bruscos, pode passar a tarde a seu lado, que ela não se incomoda.

No Cantagalo me encontrei, por acaso, com um ótimo amigo que só conhecia de internet (viva, André, até que enfim!); com a Marcela, minha vizinha de porta, acompanhada pelas duas cadelinhas que, até hoje, desafiam o entendimento dos gatos; e com o Ney Latorraca, que mora logo ali, e que me contou uma ótima história de encontro com a capivara.

Depois de toda a social, segui pelo lado da Curva do Calombo e parei na altura do Vasco para ver a outra capivara, que anda meio arredia. Já estava escuro, não havia mais um fiapo de luz mas, usando o tronco de uma árvore como apoio para a câmera, ainda consegui fazer uma foto dela. É certamente a pior foto de capivara do mundo, mas pelo menos o momento ficou registrado...

De lá passei no clube, onde desencontrei da Bia para a aula de spinning das seis e meia (até porque já eram quase oito), mas me encontrei com a Renata Sabóia, que consegue manter a linha mesmo fazendo os melhores sorvetes do planeta. Conversamos sobre uns sabores tentadores que vão entrar em cartaz no verão, tomei um café e segui em frente. Quando estava na reta para casa (pedalando -- yes!!! -- sem as duas mãos) vi a lua surgindo, linda linda, por trás da montanha. Parei encantada e, enquanto tirava mais fotos, decidi correr até a praia. Uma lua daquelas, sinceramente, tinha que ser fotografada sobre o mar.

O detalhe é que, até então, eu ainda não havia saído de bicicleta pelo meio do trânsito, muito menos do trânsito noturno. Mas lá fui, assim mesmo. Peguei a Vinícius e consegui chegar à Vieira Souto pelo meio dos carros e do povo sem atropelar ninguém e sem me machucar; da ciclovia de Ipanema fui até o Arpoador, segui para Copacabana e, viva! ainda peguei a lua cheia, redonda como um tamanco, iluminando os pescadores do Posto Seis.

A noite estava tão bonita, porém, que decidi continuar. Parei de novo logo adiante, para fotografar a estátua do Drummond (que ainda não conhecia) e, de lá, fui até o Copacabana Palace, de onde comecei a jornada de volta.

No meio do caminho, encontrei a Claude Amaral Peixoto com seus dois cãezinhos, muito parecidos com os da Marcela. Demos um tempo num quiosque para pôr a vida em dia e, na seqüência, enquanto ela ia passear com os bichinhos, eu voltava para a ciclovia.

Minha idéia era ir direto para casa, mas tive que parar no Posto Seis. É que havia uns pássaros interessantíssimos perto do mar, uns três martins-pescadores e uma meia dúzia de outros, que nunca tinha visto, meio parecidos com pingüins e com um penacho branco bem comprido. Carreguei a bicicleta para areia e lá fiquei, contente, observando como driblavam as ondas. Ainda tentei fotografá-los também, mas eles não me deixaram chegar suficientemente perto -- e milagre, afinal, a câmera ainda não faz.

Considerando que já era quase meia-noite e que, àquela hora, até as capivaras já estariam dormindo, me despedi deles e toquei para Ipanema, onde refiz o caminho da ida, às avessas. Na Vinícius, comi duas empadinhas de camarão no botequim que fica ao lado da Casa Nelson e, pouco depois, estava em casa, contemplando, no computador, a colheita do dia. A primeira foto da tarde foi feita no bosquezinho em frente de casa, às 16h58; a última, dos pássaros, às 23h17.

Foi uma tarde puxada mas dormi feliz, de alma leve. No dia seguinte, o resultado das eleições completou o fim-de-semana perfeito.

* * *

Mudando de assunto: juro que não entendi o auê contra os médicos que atenderam a Cássia Eller. Uma pessoa bebe todas, cheira todas, chega ao hospital nas últimas -- e a culpa é dos médicos? A overdose foi de Plasil, é isso? Acho que está faltando bom senso nessa história. Ou boa fé. Enquanto isso, ainda não li uma linha sobre os veterinários que atendiamm os galos nas rinhas recentemente estouradas. Quem são -- e onde estão -- esses Harry Shibatas do mundo animal?

(O Globo, Segundo Caderno, 4.11.2004)

Os leitores do blog, naturalmente, já leram esta crônica -- ou quase ela -- antes. Na verdade, a sugestão de que o post sobre o passeio fosse publicado no jornal partiu daqui mesmo, dos comentários; valeu, gente! :-)





3.11.04


Resumindo

Bia recebeu um email de um amigo americano:
"Well, you probably already heard the news . . . Bush won. I am moving to canada. Talk to you later.







Oremos, irmãos!

O pessoal da Internacional diz que tudo depende agora de Ohio -- mas não sinto qualquer otimismo neles.

Para o Brasil, Bush ou Kerry dão na mesma. Pessoalmente, acho os dois igualmente insuportáveis -- com a diferença que, como já escrevi aqui uma vez, consigo ouvir o Kerry falar sem ter ânsias de vômito.

No Palácio do Planalto, a torcida (não declarada em alto e bom som, por motivos óbvios, mas sabida de todos em Brasília) é por Bush; em tese porque o Kerry seria ainda mais protecionista do que o Bush.

Acontece que o Brasil não é uma ilha solta no mundo, como os americanos acreditam que (eles) são. Acho uma (provável) vitória de Bush um desastre mundial, nem tanto pelos que os Estados Unidos venham ou não a fazer -- e que Kerry não faria ou deixaria de fazer muito diferente -- mas por causa do recado que o eleitor americano dá ao mundo, e que é simples, muito simples: Dane-se, mundo.

Uma vitória de Bush significa que os Estados Unidos estão contentes em ser o que são: um país arrogante, totalitário e paranóico, isolado da comunidade mundial, detonando o meio ambiente sem remorsos -- isso quando não o ambiente inteiro, que o diga o Iraque.

Uma vitória de Bush é o triunfo do terrorismo, tanto o propriamente dito quanto o de estado; é o cerco cada vez maior às liberdades civis, às diferenças de pensamento, a uma existência mais esclarecida, mais entrosada, mais consciente.






2.11.04


Enquanto isso, lá em cima...

As coisas estão apertadas!

Pesquisas de boca de urna dão vitória para Kerry, mas os colegas da internacional, que estão acompanhando as apurações passo a passo, dizem que, por enquanto, ainda não dá pra prever nada.

Afe.






Mundo animal

O Renato Guimarães postou esta notícia nos comentários; taí uma cena que eu consigo imaginar perfeitamente!

Você põe a roupa na máquina, se ausenta um minuto e pronto, é o que basta para um gatinho fazer besteira.

Isso quase aconteceu aqui em casa algumas vezes, quando eles eram menorzinhos...
Gato sobrevive a dez minutos na máquina de lavar

Um filhote de gato com oito semanas de vida sobreviveu dentro de uma máquina de lavar ligada por dez minutos na Grã-Bretanha. A dona do gatinho Milo, Ginny Troth, de Worcestershire, ligou a máquina sem perceber que o filhote tinha entrado dentro dela.

Depois de percebido o erro, o filhote foi levado imediatamente ao veterinário com hipotermia e água nos pulmões, mas parece ter se recuperado completamente. (BBC, Londres)


Ri muito com isso.

Em compensação, fiquei arrasada com a primeira página do jornal, ao ver a cara dos cães descritos como "Matilha assassina". As pessoas maltratam os animais, deixam que passem fome e sede, não demonstram qualquer carinho por eles -- o que esperam em troca?!

Tenho pena da senhora que foi morta mas, de todo o coração, mais pena ainda tenho dos pobres bichos, que devem ter levado vidas de cão, literalmente -- e agora estão no CCZ, com a pecha de "assassinos", provavelmente à espera de serem sacrificados.

O caso dos pitbulls é diferente. A vítima não tinha nada a ver com eles, estava apenas levando lixo para a lixeira. Os dois cães que a atacaram foram mortos a pauladas. Neste caso, pelo menos, há pessoa certa em cana: a que criava os cachorros.

Pitbulls são um caso problemático para mim. Alguns amigos dizem que são cães de boa índole, deturpados pelos criadores; mas há tantos e tantos casos de ataques que fico pensando se ieso é realmente assim.

Até porque nunca vi um dálmata deturpado a este ponto, digamos, ou um cocker, ou mesmo um labrador, que é um cão de todo tamanho que poderia dar cabo de uma pessoa, se quisesse -- mas os que eu conheço não querem nada, só brincar e beber água de coco.

Há diferenças de temperamento muito claras entre os cães de várias raças; não sou especialista neles, mas acho provável que exista, sim, uma ou outra raça particularmente agressiva.

O que eu sei, com certeza, é que cada episódio desses só faz queimar a imagem dos bichos, em geral. Por que alguém tem que criar exatamente a mais agressiva de todas as raças?! Ou a mais facilmente transformável em fera?!

Para mim, o cachorro diz muito a respeito do dono -- exceção feita aos protetores, que recolhem, sem distinção de raça, credo ou cor os coitadinhos criados por humanos pouco confiáveis.

Mas isso já é outra história.









Danke!

Há algum tempo eu soube que o site do Deutsche Welle, canal de notícias alemão, estava fazendo um concurso para escolher os melhores blogs do mundo, os BOBs (Best of the Blogs).

Não levei muito a sério.

Acho impossível a tarefa de escolher sequer o melhor blog de uma única modalidade numa só língua, quem dirá o melhor blog genérico do mundo: afinal, como comparar um blog técnico em árabe com um blog coletivo sobre a União Européia em alemão?!

De qualquer forma, o fato é que, para minha (grata, confesso) surpresa, acabo de saber, pelo Marcelo Conceição, do Estraga Filmes, que o internETC. está entre os dez finalistas da categoria Blogs Jornalísticos em Português (há sete línguas oficiais na parada).

Como seria de se esperar, o que não falta é concorrente brasileiro; amanhã vou fazer uma lista completa dos conterrâneos que estão na disputa.

É bacaninha esta brincadeira, porque há bons prêmios tanto para votantes quanto para votados... :-)







1.11.04




Bike in Rio, a polêmica

Muito interessante o rumo que tomaram os comentários no post sobre o passeio de bicicleta. A cidade anda tão intranqüila que o singelo relato de uma tarde de lazer por pouco não vira roteiro de aventura.

Não é à toa que as pessoas estão assustadas. O Rio está mesmo violento. É uma cidade sem lei, onde o suposto secretário de segurança se dá ao luxo de deixar o cargo para fazer campanha por um pudim.

Faroeste perde.

Mas -- não minimizando em absoluto o caos em que estamos mergulhados -- maior do que a violência é o sentimento de insegurança. E, a meu ver, é isso o que mais tem afetado as nossas vidas.

A gente saber que pode ser assaltado logo ali, a qualquer hora do dia ou da noite, é uma violência enorme, ainda que a gente jamais venha a ser assaltada. O pior é que é isso que leva as pessoas a se trancarem, a evitar a noite, a viver sem paz.

Não tenho dúvida de que um dia vai chegar a minha vez. Já fui assaltada em Olinda, em Salvador e em Roma; em Nova York levaram a minha bolsa no front desk do Drake, um hotel supostamente chique.

As estatísticas estão contra mim aqui no Rio, onde nunca me aconteceu nada [toc toc toc].

Ainda.

Mas vivo aqui, amo esta cidade e não quero deixar de aproveitar o privilégio de ser daqui.

Não que eu me recuse a tomar conhecimento da situação; apenas não vou deixar de viver a vida porque, um dia, alguém pode (vai) me levar a bicicleta e/ou a máquina, ou mesmo (tomara que não!) me dar um tiro.

A minha idéia, porém, é que, se a gente se deixa influenciar excessivamente por isso, acaba agindo como aquelas pessoas que não se envolvem com ninguém por medo de sofrer no futuro, ou que não têm bichos de estimação porque, quando eles morrem, a gente quase morre também.

Claro que tomo precauções; também não sou doida! Guardo a chave num bolsinho interno da bermuda, por exemplo, ou pendurada no pescoço: ficar sem bicicleta é chato, mas pior é, num caso desses, ficar trancada do lado de fora da casa. Levo apenas o crachá do jornal, porque tiro segunda via no dia seguinte, sem burocracia.

Também não saio de bicicleta usando jóias; guardo a câmera numa bolsa de pano comum, sem qualquer aspecto hi-tech. A bicicleta, como vocês já viram nas fotos, é a Caloi mais simples que há.

Evito fotografar perto de grupos suspeitos -- mas tento evitar mais ainda a paranóia de achar que todo mundo é suspeito. Há mendigos que se abrigam embaixo de uma árvore no território da capivasca. Pois são só mendigos; nunca tive problema com eles.

Sinceramente? Ontem tive mais medo de ser atropelada ou de atropelar alguém do que de ser assaltada, porque nunca havia andado antes no trânsito.

E pronto, é isso.

Confesso que adoraria ter uma bicicleta melhor, e gostaria muito de poder sair com as duas câmeras -- mas aí seria provocar demais o destino, e eu não abuso da sorte.







Assessoria ornitológica


Pessoal, por favor, alguém sabe me dizer o nome dessas aves?

São grandinhos, um pouco maiores do que pombos, e estavam na beira d'água ali na altura da colônia de pescadores do Posto Seis, bem tarde da noite, aparentemente caçando caranguejos ou tatuís.

Obrigada!






Impeachment a R$ 1. Já!

A derrota dos garotinhos em Campos é algo a comemorar com brinde e fogos de artifício. Imaginar que o sr. garotinha pudesse se candidatar à presidência me deixava doente, literalmente doente.

Afastado o susto, fico me perguntando como é que a dupla ainda está solta, depois de tudo a que se assistiu nos últimos dias; a política fluminense chegou, nessas eleições, a um grau de bandalha inaceitável, eu diria até jamais visto se, neste país, a gente já não tivesse visto de tudo.

Até quando vamos ter que conviver com isso?!

Será que assistir passivamente ao desmonte total do estado por esta chusma é tudo o que nos resta a fazer como cidadãos?!

ARGHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!






Muito bom!

Acabo de ver um anúncio ótimo na GloboNews! A câmera vai mostrando um monte de marmanjos tristíssimos, com legendas assim: "o time dele ganhou de 6 x 3", "o time dele ganhou de 5 x 2" e por aí vai; ao fundo, a solene música para os funerais da Rainha Mary, de Purcell -- aquela mesma que Kubrick usou na trilha sonora de "Barry Lindon" (que é, aliás, um dos meus filmes favoritos).

O comercial é para o pacote de jogos do Brasileirão e, com certeza, não é novidade para ninguém; mas ando vendo tão pouca televisão que, quando dou com uma coisa legal, fico empolgada.