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31.7.04
 O melhor presenteHoje � meu anivers�rio, mas o presente eu j� ganhei na segunda-feira... Na montagem, umas fotinhas de telefone que fiz durante a volta da Pipoca ao lar. Mod�stia � parte -- n�o ficaram lindinhas? Tenham todos um �timo fim-de-semana! 03:27
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30.7.04
A vida na redeDepois de uma semana de confus�o e protestos, o Fotolog voltou atr�s: agora os usu�rios sul americanos pagantes n�o v�em mais a barra do Ubbi, nem ela � vista mais sobre suas fotos, ainda que por usu�rios n�o-pagantes. Quem j� era Gold Cam antes da confus�o, pagando em d�lares, poder� continuar assim, sem banners ou publicidade de qualquer esp�cie; quem se inscrever daqui para a frente, j� pagando em reais, n�o escapar�, por�m, de um cabe�alho � que, assegura o Fotolog, ser� menos obtrusivo. S� n�o digo que reina a paz porque, escabriados com a p�ssima experi�ncia, os que levaram mais a peito a invas�o do banner est�o com as barbas de molho; mas digamos que o sistema e os brasileiros voltaram a ficar de bem, o que n�o deixa de ser uma boa not�cia. * * *Enquanto isso, n�o sei mais o que fazer para me livrar do Orkut. Ou, melhor dizendo, de certos inconvenientes do Orkut � que �s vezes me parece, sinceramente, uma grande ferramenta para spams autorizados. J� desabilitei mensagens de grupos e de amigos de amigos, mas o que fazer com os amigos?! Ali�s, por falar nisso: como definir os amigos de Orkut? N�o desdenho de amizades virtuais, pelo contr�rio; tenho grandes amigos �reais� que conheci primeiro online; e muitos que nunca encontrei fora do computador, mas cuja amizade nem por isso me � menos cara ou importante. No entanto, desde os tempos dos BBS, essas amizades se desenvolveram num ritmo natural, dando a cada uma das partes o tempo de, pelo menos, decorar o nome da outra. No Orkut, por�m, simpatia � quase amor mesmo: se a gente simpatiza com algu�m acrescenta como amigo, se algu�m simpatiza com a gente, acrescenta como amigo... e o resultado � que, quando se d� por conta, l� est�o centenas de novos amigos � ou seja, centenas de novas mensagens, em geral muito simp�ticas, daquelas que d�o terr�vel dor na consci�ncia n�o responder. Apesar disso, os dias continuam com apenas 24 horas... O pior � que o Orkut � um dos sistemas de pior navega��o que j� vi: tudo requer o dobro da quantidade de cliques que seriam necess�rios num planejamento melhorzinho � e tudo � muito, mas muito lento. � mist�rio! Se deste jeito faz o sucesso que faz, imaginem o que n�o faria se funcionasse. (O Globo, Info etc., 26.7.04)Com tanta coisa acontecendo no come�o da semana, acabei me esquecendo de republicar aqui a coluna do Info etc... 14:31
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29.7.04
 Pol�cia encontra gatinha, mas alegria dura pouco A Bia e eu ainda ficamos na d�vida: ser� que uma subia enquanto a outra esperava? Assim, se uma demorasse muito, a outra podia pedir socorro. Mas nem eu queria deixar a minha filha subir sozinha, nem ela queria que a m�e corresse riscos. Est�vamos num edif�cio em Copacabana e, alguns andares acima, encontrava-se a Pipoca, nossa gata seq�estrada. Viv�amos os momentos finais da saga que envolveu um carro com placa de S�o Paulo, uma rede de mentiras, a solidariedade de leitores e amigos e uma investiga��o impec�vel dos policiais da 14� DP. J� no corredor, nem precisamos conferir o n�mero do apartamento: uma sinfonia de latidos indicava nosso destino. L� dentro, incont�veis animais, todos lindos, bem tratados e aflitos com a nossa presen�a e a superpopula��o do espa�o. Trocamos algumas palavras com o senhor que nos recebeu, n�o fizemos as perguntas que nos afligiram ao longo de 20 dias nem as acusa��es que estavam entaladas na garganta; apenas recebemos a Pipoca, assustada mas aparentemente bem, e voltamos para casa em triunfo, no auge da alegria. No nosso pr�dio, onde vive entre o jardim, a garagem e a casa do porteiro Z�, a gatinha foi recebida com grande emo��o. Os vizinhos festejaram, todos autenticamente maravilhados com a efici�ncia da pol�cia. Depois de percorrer seu territ�rio, miando muito � com certeza queria nos contar o que lhe aconteceu no cativeiro � Pipoca foi para o jardim, onde, como de h�bito, ficou se lambendo ao sol: uma luz no fim do t�nel, um pequeno milagre. Na segunda-feira, quando ganhou notinha no Ancelmo Gois com direito a foto, viveu um dia de celebridade: pessoas que moram nas redondezas vieram v�-la, felizes e empolgadas com a hist�ria que, enfim, acabou t�o bem. No blog, no fotolog e na minha mailbox, a comemora��o foi sensacional: pouca gente acreditava que a pol�cia fosse capaz, ou tivesse vontade, de encontrar uma gatinha sumida. Percebi que, para a maioria, descobrir a cortesia e a efici�ncia dos inspetores Luiz Prates e Marcelo Cupello foi t�o animador quanto saber que a Pipoca estava de volta ao lar. A felicidade tem disso: gera ondas que v�o e v�m. Os leitores que acompanharam a hist�ria que contei no blog, em cap�tulos, no fim da noite, foram dormir alegres, de alma lavada. Imprimi algumas das suas mensagens para ler na cama, acrescentando ao al�vio de ter a Pipoca de volta a onda de solidariedade e ternura que se formou em torno dela. Como isso faz bem, pensei, antes de apagar a luz. * * *No dia seguinte, de tarde, soube da not�cia terr�vel: Fernando Villela, jornalista, 30 anos, havia sido morto com um tiro no cora��o, ao reagir a uma tentativa de assalto. N�o �ramos pr�ximos, no sentido tradicional que se d� � palavra, mas �ramos, sim, muito pr�ximos � � nossa maneira internauta de ser. Fervil, como sempre o chamei e como para sempre ficar� no meu carinho, foi um dos pioneiros da informa��o online. Troc�vamos emails e coment�rios h� anos; ele tinha um talento especial para saber qual seria a pr�xima onda, o que estava no ar, o que era interessante � tanto que, neste momento, trabalhava desenvolvendo conte�do para telefones celulares. N�o � toa, volta e meia algu�m o chamava de Fervilhante: n�o era trocadilho, apenas constata��o. O fato de pouco nos vermos na vida real n�o impedia que nos consider�ssemos bons amigos, velhos camaradas, companheiros de estrada. Fiquei de cora��o partido ao ver no jornal a foto do seu pai, sentado no meio-fio ao lado do filho morto; naquele momento, o que havia de virtual na minha rela��o com o Fervil adquiriu uma realidade insuportavelmente dolorosa, superada apenas pela revolta de saber o qu�o banal est� se tornando esta cena na minha cidade, na nossa cidade, abandonada ao desgoverno mais c�nico e incompetente. A cidade que tanto amamos, mas que n�o nos permite mais o gozo singelo de 24 horas de plena felicidade. * * *Penso na equipe da 14� DP, que t�o bem me tratou e que com tanto empenho se dedicou a investigar o desaparecimento da gatinha; penso nos profissionais corretos e humanos que conheci, que vibraram com o final feliz da nossa epop�ia felina, e penso como n�o devem se sentir frustrados com o descaso que se d� � seguran�a no Rio de Janeiro. Afinal, como pode se sentir um bom policial sabendo que os crit�rios de avalia��o da sua profiss�o s�o �nica e exclusivamente pol�ticos? Como pode se sentir um bom policial num estado onde a principal qualifica��o do secret�rio de Seguran�a para o cargo que ocupa � ser marido da governadora? O seq�estro da Pipoca, que para as pessoas que n�o gostam de animais pode parecer uma bobagem, me chamou a aten��o para o drama dos bons profissionais da pol�cia, que obviamente t�m vontade de acertar mas t�m t�o pouco est�mulo para isso; a morte tr�gica do Fervil, por�m, me lembrou que n�o h� luz no fim do t�nel que resista ao obscurantismo em que estamos mergulhados. (O Globo, Segundo Caderno, 29.7.04) 11:09
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   Boletim PipocaNossa gatinha ainda est� meio cabreira com o mundo l� fora. Tem passado boa parte do dia refugiada na casa do Z�, cujo capacho continua a arranhar para completar o trabalho de destrui��o iniciado h� tempos, mas j� voltou a ficar na portaria no come�o da noite para conferir o retorno ao lar do seu rebanho de b�pedes, como voc�s podem ver nas duas fotos noturnas. A mudan�a de astral do pr�dio � not�vel. Depois de vinte dias sorumb�ticos, o clima � de satisfa��o: a gente sabe que, ao voltar para casa, l� vai estar a gatinha � nossa espera. E, mesmo quando n�o est�, h� o relat�rio completo do Cesar, porteiro da noite, que nos conta cada movimento seu. Ah, sim: os ratos sumiram todos, como que por milagre. Nenhum � macho o suficiente para encarar a Pipoca que, no entanto, j� est� dando sinais de quem quer ir � ca�a. D�-lhe, Pipoca! 03:20
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28.7.04
FervilMeu amigo Fervil morreu ante-ontem, estupidamente, baleado por um bandido ao reagir a uma tentativa de assalto. Fiquei t�o deprimida com isso que n�o consegui escrever nada. Ainda n�o consigo. Que mundo miser�vel este, em que n�o se pode mais viver uma grande alegria sem que ela seja seguida de uma tristeza ainda maior! 03:46
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Justi�a?!Acabo de chegar do jornal. No carro vim conversando com um colega que est� cobrindo o caso do Palace II, mais um dos incont�veis absurdos da nossa "justi�a". Seria c�mico, se n�o fosse t�o tr�gico: o S�rgio Naya est� solto, mas 15 funcion�rios do Banco do Brasil est�o presos desde a tarde de ontem, impedidos de deixar a ag�ncia do Forum; a Pol�cia Militar tem ordens de soltar o dinheiro para os ex-moradores assim que o dito dinheiro apare�a, mas a Pol�cia Federal deve cumprir a determina��o de levar tudo para Bras�lia. Que palha�ada. 03:36
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27.7.04
Pipoca, essa ingrataPipoca vai muito bem, apesar de ainda estar estressada, e viveu, hoje, um dia de celebridade. Depois da notinha do querido Ancelmo comunicando a sua volta ao lar, virou atra��o na vizinhan�a e recebeu muitas visitas. Todo mundo queria ver a gatinha recuperada pela pol�cia e parece que a todos ela tratou com igual cortesia. Todos, exceto... eu, vejam voc�s! Quando fui conversar com ela, me olhou meio de banda e z�s, disparou escada acima at� o primeiro andar. Como eu fui busc�-la e a trouxe no carro, deve estar me associando ao cativeiro, e n�o quer me dar nenhuma chance de lev�-la de volta para l�. Eu at� entendo -- mas certas coisas magoam... ;-)Logo mais, assim que voltar para casa, vou levar um papo s�rio com ela. Regado a petiscos de gato. 22:22
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 O Caso Pipoca: considera��es A minha primeira pergunta continua sendo por que levaram a Pipoca. Gente que recolhe animais de rua normalmente sabe distinguir os animais que est�o sendo cuidados dos sem dono.
Supondo que a tenham levado na melhor das inten��es, por que n�o a devolveram quando entramos em contato?
Por que tantas mentiras? Por que mentir para o Zeca, para mim e, finalmente, para a pol�cia? Por que isso?!
A pol�cia foi fundamental para encontrarmos a Pipoca. Sem os inspetores Luiz Prates e Marcelo Cupello, nunca ter�amos encontrado a gatinha, que teria passado o resto dos seus dias na maior infelicidade, presa entre outros animais, longe dos seus banhos de sol, dos seus amados ratos e do chamego da gente. E logo aqui ao lado! Agrade�o de cora��o a essa turma legal da 14a, do Leonardo Hazan, que me atendeu no balc�o naquele domingo chuvoso, ao delegado Rafael Menezes: eles refor�aram a minha f� na cidadania.
O Z� e eu conversamos e chegamos � conclus�o de que a Pipoca deve viver exatamente como vive, solta no jardim e na garagem, curtindo os prazeres felinos. Ela nasceu no pr�dio e est� acostumada � liberdade de ir e vir, de tirar sonecas nas pedras quentinhas do sol, de se aninhar sobre o cap� dos carros que chegam � noite. Ela dorme com o Z� e a S�lvia (mulher dele) e faz a sesta no sof� da sala. Quando est� calor, o Z� at� liga o ventilador de teto para que se refresque. Mas ela s� fica em casa se quiser. N�o vamos trancar a bichinha a essa altura.
Aqui nos coment�rios algumas pessoas falaram em dar um lar � Pipoca. Ela tem lar e tudo o que precisa. Toma vacinas, vai ao veterin�rio quando necess�rio e, �s vezes, at� toma uns banhos. Se fica imunda � por gosto, por se meter entre as coisas da garagem ou rolar na terra. Est� muito mais feliz assim do que estaria dentro de uma casa -- que, para um gato, n�o � necessariamente um lar.
Pipoca vai, naturalmente, passar a usar uma coleirinha com o meu telefone.
N�o vou negar que tenho medo de vingan�as contra ela. Ent�o, mais ou menos como Don Corleone naquela cena antol�gica do Poderoso Chef�o, declaro que sou supersticiosa. Ao pessoal que levou a gatinha, e que sei que anda lendo este blog: por favor, vamos deixar as coisas como est�o! Voc�s esquecem a minha gata e eu esque�o voc�s. Se qualquer coisa acontecer � Pipoca nos pr�ximos meses -- sumi�o inexplicado, envenenamento, atropelamento, o que seja -- eu volto � delegacia, e volto com raiva.
Mas enfim, bem est� o que bem acaba. E agora, vamos dormir!
00:29
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26.7.04
O Caso Pipoca: Final Feliz Passei uma das noites mais angustiantes, com o telefone ao lado da cama, esperando, esperando. De manh� ligou o inspetor, para saber como havia sido a conversa. Ficou muito desapontado quando eu disse que n�o houve conversa. Mas nem bem desligou, tocou o telefone novamente -- e era, agora sim, o marido da senhora hospitalizada.
A conversa foi cheia de dedos e de retic�ncias. N�o era momento de acusar ningu�m. Aceitei a explica��o de que n�o sabiam de nada e combinei ir busc�-la.
Liguei para a Mam�e e para a Laura, para dar a boa not�cia; e me arrumei para sair com a Bia, o cora��o disparado de alegria.
Tocou o telefone. Era Jandira, empregada da Mam�e, preocupad�ssima com a nossa ida � casa onde estava a Pipoca: "Como � que voc�s podem saber quem vai estar l�? Uma sobe, a outra espera, pelo amor de Deus! Se n�o descer em dez minutos, chama a pol�cia..."
Enquanto eu falava com a Jandira, a Sandra, aqui de casa, sem saber da minha conversa, dizia para a Bia: "Eu, se fosse voc�s, n�o ia l� assim n�o... N�o � melhor uma ir e a outra ficar?"
Impressionadas com a coincid�ncia de pensamento da Jandira e da Sandra, Bia e eu ainda ficamos meio assim assim -- mas como � que uma ia deixar a outra subir sem ir junto?! Na d�vida, telefonei para o inspetor Prates, a essa altura velho amigo da casa, e falei que est�vamos indo buscar a Pipoca. Ele ficou felic�ssimo e disse para n�o nos preocuparmos, que tudo ia correr bem.
O edif�cio � um daqueles bons edif�cios de classe m�dia de Copacabana. Deixamos o carro na garagem e subimos, mas ao chegar no andar nem precisamos olhar o n�mero da porta: os latidos nos informaram que era l� mesmo.
Surpresa: o senhor que nos recebeu � muito gentil. N�o consegui contar quantos animais havia na casa, entre c�es e gatos, todos muito bonitos e bem tratados, mas todos meio aflitos com a nossa visita -- e tamb�m, imagino, pela superlota��o quadr�pede. Fiquei com o cora��o apertado s� de pensar nos dias da Pipoca no apartamento, por mais bem tratada que tenha sido: ela que tem tanto espa�o s� para ela, que desconfia de gatos e detesta c�es.
Finalmente, uma mo�a nos trouxe a Pipoca, estalando de limpa, com uma coleira e... um vestidinho! Muito estressada, coitada. N�o quis ser indelicada mas tirei o vestidinho; Pipoca nunca usou coleira porque, quando tentamos p�r uma nela, odiou aquilo profundamente. Gatos t�m um senso de rid�culo muito agu�ado.
No carro, veio olhando a paisagem, desconfiada. Tensa mas quietinha: � mesmo um dos melhores gatos que conhe�o. Quando chegamos ao Corte de Cantagalo, desandou a miar angustiadamente. Estava reconhecendo o seu peda�o.
Eu n�o tinha dito ao Z� para onde ia: quis fazer surpresa. Quando chegamos em casa com a Pipoca, foi uma emo��o geral! O Z� n�o cabia em si de contente, os vizinhos ficaram felic�ssimos, uma como��o.
Pipoca tratou de fazer o reconhecimento do territ�rio. Foi para a garagem, se esfregou nos carros e nas motos e continuou miando -- tenho a impress�o de que estava nos contando o que lhe aconteceu no cativeiro. Depois foi para o jardim -- o seu jardim -- deu uma corridinha na grama e se sentou ao sol, onde ficou se lambendo. Um pequeno milagre.
N�o sei quem estava mais feliz, se ela ou n�s.
(Termina aqui; mas continua...)
23:36
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O Caso Pipoca: a trama se adensa Dois dias depois da conversa, me telefonou o inspetor Luiz Prates. O carro suspeito estava envolvido num crime... no Rio de Janeiro! A sogra da propriet�ria, que estava ao volante, havia sido v�tima de uma tentativa de assalto em Nil�polis, e fora baleada. Estava no hospital.
A propriet�ria do carro e seu marido (que moram em S�o Paulo)haviam sido convocados para depor e estavam na 14a DP, onde afirmavam ter emprestado o carro h� apenas tr�s dias. Tamb�m continuavam negando conhecimento de qualquer fato relacionado a gatos. O inspetor perguntou se eu concordava em falar com o marido. Naturalmente!
O homem se identificou, disse que era m�dico e que estava exausto daquilo tudo. Que estava cheio de problemas de sa�de na fam�lia. Que n�o gostava de gatos. Que se eu n�o cuidava direito dos meus gatos n�o era problema dele.
Neste ponto, o inspetor tomou o telefone e disse que eu n�o era obrigada a escutar coisas assim e que podia encerrar a conversa. Eu disse que estava tudo bem, que entendia o nervosismo do homem; mais uma vez, fiquei muito angustiada. O coitado com a m�e baleada no hospital tendo que explicar o roubo de um gato do qual n�o tinha a menor id�ia...!
Voltei a falar com ele, que disse que tudo o que desejava era resolver o problema. Respondi que isso era tamb�m o que eu mais queria, mas que para mim o assunto s� estaria resolvido quando tivesse alguma not�cia da Pipoca. Nisso ficamos.
Mais tarde o inspetor telefonou. Apesar das negativas do casal, que inclusive deu para a pol�cia um endere�o falso como resid�ncia da m�e, as investiga��es indicavam que o ve�culo estava no Rio h� mais de um ano, sendo usado pela sogra da propriet�ria, moradora de Copacabana conhecida por ter diversos animais em casa (!!!).
Problema 1: Como esta senhora est� no hospital, o inspetor n�o achava conveniente levar l� o porteiro para identific�-la. Problema 2: Ele estava convencido de que ela de fato roubara a Pipoca, mas tinha medo de que a fam�lia abandonasse a gatinha num lugar qualquer ou fizesse coisa at� pior, para se livrar da evid�ncia.
Pedia portanto minha autoriza��o para dar meu telefone ao marido da senhora hospitalizada. Queria que eu tranquilizasse a fam�lia em rela��o �s minhas inten��es. Concordei, l�gico.
O inspetor ligou de novo. Havia conversado bastante com o marido da senhora hospitalizada, e explicado que n�o tinham nada a ganhar mentindo, pelo contr�rio. Se o animal fosse devolvido eu retirava a queixa e n�o se falava mais no assunto. O inspetor n�o podia me garantir nada, mas disse ter sentido uma d�vida no outro lado do telefone que lhe dava esperan�as de que a Pipoca ainda estivesse l�. Disse tamb�m que o marido da senhora me ligaria em seguida -- mas isso n�o aconteceu.
(Continua! Eu n�o disse que a hist�ria era enrolada?!)
22:25
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O Caso PipocaAgora que afinal estamos todos reunidos diante da lareira, passo aos fatos -- que, honestamente, ainda n�o consegui entender de todo. Vou pular a parte do seq�estro e da queixa na delegacia, que voc�s j� conhecem, e come�o do meio da semana passada. Depois de um telefonema dos investigadores, a dona do carro suspeito finalmente telefonou para mim, de S�o Paulo. Repetiu o que havia dito � pol�cia e, anteriormente, ao Zeca, marido da Leila, M�e de Todos os Gatos: ela n�o sabia de nada, nem tinha no��o do que pudesse ter acontecido. Queixou-se de que estavam ligando muito para a casa dela. Acabava de voltar do hospital onde o filhinho de seis meses estivera internado por causa de uma pneumonia. O carro estava em S�o Paulo e n�o sa�ra da garagem nos �ltimos 15 dias. Eles t�m cachorros, n�o teriam uso algum para um gato.
Fiquei consternada. A gente d� uma queixa contra algu�m que roubou o gato, mas n�o quer causar transtornos a inocentes, obviamente. Pedi muitas desculpas pela eventual chatea��o, mas expliquei que se tratava de um animal muito querido e observei que a quest�o do carro era s�ria. Ou era o carro deles, ou era um carro clonado. Sugeri que procurasse o Detran para ver se havia alguma coisa que indicasse a segunda op��o. Desejei melhoras para o filhinho e nos despedimos. Cordialmente, suponho.
Alguma coisa na conversa estava errada. N�o sei dizer o qu�, mas arrisco que tenha sido a falta de surpresa. Se algu�m me dissesse que o meu carro estava envolvido no roubo de um suricato em Curitiba, por exemplo, eu ia querer todos os detalhes da hist�ria. O Zeca j� tinha tido essa mesma impress�o.
(Continua!)
20:22
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    Pipoca!!!Vou ser muito r�pida, porque tenho centenas de coisas para fazer, mas o resumo da �pera �: a Pipoca est� de volta!Foi devidamente localizada pelos agentes da 14 DP -- a quem, ali�s, agrade�o de cora��o -- gra�as � placa do carro corretamente anotada pelo porteiro, e trazida para casa por mim e pela Bia, que fomos busc�-la em Copacabana, onde "mora" o tal carro com placa de S�o Paulo. Conto os detalhes depois; mas, por enquanto, imaginem s� a festa que n�o foi a volta dela ao lar! Todos os vizinhos festejaram, vieram ver, deram telefonemas para parentes que tamb�m estavam sentindo a falta dela. � felicidade! :-) 00:14
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25.7.04
Deus � brasileiro... :-DOu, pelo menos, gosta mais do nosso futebol do que do dos argentinos... 19:29
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Gato & ratoQuando os gatos s�o roubados, os ratos sobem na mesa: mais pura verdade! Hoje � tarde, quando voltei do clube, em vez de encontrar a Pipoca tomando sol no jardim, topei com uma ratazana enorme, que quase atropela minha bicicleta. Comentei o fato com o Z�, que confirmou. Os ratos est�o todos voltando, coisa que nem sonhariam em fazer se a nossa ca�adora branquinha estivesse na �rea. A pol�cia, por�m, est� trabalhando no caso. H� uma luzinnha no fim do t�nel -- muito muidinha, mas h�. 17:05
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S�bado em fam�liaSe algu�m acompanhou as figurinhas do moblog a� ao lado, deve ter notado que, ontem, voltaram ao ar umas carinhas lindas que eu adoro: � que as crian�as, que estavam em Bras�lia, passaram parte do dia no Rio a caminho de casa, no Texas. Fui busc�-los no aeroporto. Deixamos a tralha no maleiro, contratamos uma van e fomos para o Porc�o Rio, uma churrascaria no aterro muito bem preparada para receber crian�as: tem bal�es, uma sala de jogos, essas coisas. E uma comida �tima! Ontem, por acaso, tinha tamb�m uma exposi��o de cavalos, e eu e a Em�lia -- que � a mais chegada a bichos -- fomos conversar com eles. Al�m dos cavalos, vimos tamb�m muitas gaivotas, uns peixes grandes, provavelmente golfinhos, saltando l� longe na �gua, um gato tigrado amistoso e at� uma chinchila, no colo de uma garota. A pr�xima parada foi o P�o-de-A��car, onde chegamos exatamente ao p�r-do-sol. As crian�as adoraram o passeio de bondinho e n�s, adultos, ficamos babando com a vista. Fizemos fotos, curtimos o fim do dia e, de l�, infelizmente, voltamos para o aeroporto. J� estou morrendo de saudades dos meus queridos, t�o carinhosos e bonitinhos. 01:56
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23.7.04
Duplo gol contra -- e bota contra nisso!O comit� do Conde est� mandando spam para os eleitores. Como se n�o bastasse, o que recebi hoje diz o seguinte:Conde � o candidato da governadora Rosinha Garotinho
Garotinho: "Conde � o meu candidato. Com ele poderemos implantar as pol�ticas do governo Rosinha Garotinho na prefeitura do Rio." Isso � propaganda a favor????
Pois eu tremo s� de pensar nessa possibilidade!!!
J� nem discuto a "l�gica" da pe�a: se Conde � o candidato da governadora, porque a declara��o em destaque � do suposto secret�rio de seguran�a?!
Que nojo.Menos mau...Luciana, da campanha do Conde, esclarece: Cara Cora,
Gostaria de informar, em nome da campanha de Luiz Paulo Conde, que jamais enviamos, ou enviar�amos, spam para os nossos eleitores.
N�o temos a informa��o sobre quem poderia fazer esse tipo de coisa, e desconfiamos das inten��es de quem est� por tr�s disso.
O endere�o do nosso site est� sendo distribu�do em todo o nosso material de campanha, e posteriormente no hor�rio gratuito eleitoral. N�o precisamos de spam para divulg�-lo, nem o far�amos, por consideramos que emails n�o solicitados s�o anti-�ticos.
Em breve colocaremos um esclarecimento no nosso site a respeito. Lamentamos muito que isto esteja ocorrendo, mas infelizmente, garanto, isso foge � nossa responsabilidade.
Cora, enviarei email para voc� em breve, com o meu n�mero de celular, para que a gente possa esclarecer isso.
Atenciosamente,
Luciana, Comit� Conde 15. Valeu, Luciana! 23:37
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Propaganda enganosaAntes de eu me matricular na academia no clube, todo mundo dizia que, depois de come�ar a fazer exerc�cio, eu ia ser outra pessoa: com muito mais energia e muito mais disposi��o e, quem sabe, at� um pouco menos de peso. Bom. J� estou l� h� quase um m�s. Em rela��o ao quesito peso, n�o tenho queixas. Estou mesmo um pouco -- bem pouquinho -- menos pesada. Mas mais energia?! Mais disposi��o?! De onde tiraram isso, meu Deus?! Honestamente: depois de uma aula de spinning, tudo o que eu quero na vida � me espichar em algum lugar confort�vel e dormir 24 horas seguidas. Passo o dia como um zumbi. � verdade que, depois das primeiras duas aulas, eu passava o dia como um zumbi atropelado, com dor pelo corpo todo. Agora n�o d�i mais nada, mas o cansa�o que d� nem vos conto. Reclamo disso com os amigos experts em fitness, que n�o saem da academia do clube, e eles me dizem: -- Ah, mas � que voc� come�ou no outro dia! Daqui a um mes ou dois voc� vai ver s�, vai at� sentir falta de exerc�cio... Ent�o t�. Eu fa�o de conta que acredito. S� quero ver qual vai ser a explica��o daqui a um ou dois meses. Ainda neste cap�tulo, por�m, tenho que confessar que uma coisa que estou gostando de fazer � andar de bike na Lagoa. � um jeito f�cil e r�pido de conferir o meu peda�o, de encontrar umas fotos e, eventualmente, at� de fazer uma fotoss�ntese b�sica. Recom�inndo. 21:47
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Ufa!Depois de exatamente uma semana de protestos, bate-boca e estresse generalizado, o Fotolog voltou atr�s na quest�o do banner do Ubbi -- que agora aparece apenas para os usu�rios gratuitos do sistema, como deveria ter sido desde o princ�pio. A sensa��o geral � de al�vio, mas um al�vio esquisito, parente daquele que a gente sente quando tiram o bode da sala, sabem como �? Para mim, pessoalmente, o saldo de toda a confus�o foi positivo. Acabei me aprofundando no Fotola, que � meio dif�cil de entender, mas que � muito interessante quando, enfim, a ficha cai. N�o vejo mais necessidade de abandonar o Fotolog, como era minha inten��o caso o famigerado banner permanecesse, mas, sinceramente, estou com as barbas de molho. Vamos aguardar os pr�ximos cap�tulos. Ah sim: algu�m ainda tem paci�ncia pro Orkut?! 01:30
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22.7.04
A gata, os leitores, o delegado e o Ribondi N�o, pessoal, a Pipoca infelizmente ainda n�o apareceu, nem tenho not�cias dela; ainda n�o perdi de todo as esperan�as de encontr�-la, mas confesso que, a cada dia que passa, fico mais desanimada. Se tantos humanos desaparecem mundo afora sem deixar vest�gios, imaginem uma gatinha quieta e pequenina, t�o parecida com tantas outras gatinhas brancas, sem import�ncia aparente ou valor de mercado... Por outro lado, perdi a conta das manifesta��es de solidariedade que recebi desde a semana passada, depois que descrevi minha ida � 14 DP para registrar o roubo da gatinha. Foi muito reconfortante saber que o sumi�o de um bicho de estima��o ainda comove as pessoas � tanto pelo bicho quanto pelas pessoas. Acho que h�, a�, um sentimento que vai al�m da preocupa��o por um quadr�pede, coisa pouca diante das grandes trag�dias que nos cercam: a consci�ncia de que estamos todos, gente e bichos, no mesmo barco existencial, refor�ada pela certeza de que, afinal, toda esp�cie de amor vale a pena. Leitores telefonaram e mandaram e-mails contando casos parecidos acontecidos com animais seus; alguns at� me ofereceram filhotes branquinhos iguais � Pipoca. Mas o que me surpreendeu mesmo foi a quantidade de gente que apoiou o fato de eu ter registrado queixa na pol�cia � o exato oposto do �nico leitor que, de S�o Paulo, resolveu soltar os bichos: �Registrar o roubo de um gato? Ser� que voc� n�o acha que a pol�cia tem coisas mais importantes a fazer? Ou ser� que voc� � que n�o as tem? Prest�en��o, madame!!!� Mas a madame aqui, que achou muito curioso o uso deste �prest�en��o�, folga em dizer que at� a pol�cia se manifestou favoravelmente: �Meu nome � Ricardo Andreiolo, sou delegado de pol�cia e, at� a semana passada, eu era titular da delegacia especializada de atendimento ao turista, colada com a 14 DP; agora estou na Fran�a para um ano de estudos na Escola Nacional Superior de Pol�cia, da pol�cia nacional francesa. Escrevo para agradecer pelo seu �ltimo artigo, pois s�o raros os elogios � pol�cia por parte da imprensa e, como diz nosso Caetano, �� que um carinho �s vezes cai bem�. Na totalidade t�cnica das vezes, o policial � vilipendiado pelo jornalista � pois o elogio n�o � uma not�cia espetacular, portanto n�o rent�vel; e a�, para meu desgosto (minha primeira faculdade foi jornalismo na UFRJ) fui percebendo que a voz do jornal, que costumamos associar ao interesse p�blico, � ditada por uma l�gica de otimiza��o do lucro como em qualquer empresa multinacional. Isto sem falar no desrespeito aos policiais por parte de promotores e ju�zes � e geralmente aos bons policiais, que s�o aqueles que agem dentro da lei e portanto v�em o resultado de seu trabalho na esfera do poder Judici�rio. N�o adoto aqui uma postura corporativista: acho que o policial bandido deve mesmo ser denunciado pelo promotor, tratado com firmeza pelo juiz e denunciado ao p�blico pelo jornalista; mas quando isto se torna sistem�tico, patol�gico, n�o causa efeito algum sobre os maus policiais � que estar�o roubando de qualquer forma � e s� faz desanimar aqueles que querem trabalhar direito. Desta forma est� sendo jogada fora uma nova gera��o de excelentes policiais, pois muitos agem exclusivamente por interesse p�blico, apesar de exercerem uma profiss�o ingrata que ainda lhes coloca a vida em risco, e deveriam, portanto, ser tratados a pires de leite, como se fossem � justamente � gatinhos de luxo. Quanto � Pipoca, desejo boa sorte e acredito que a investiga��o ter� �xito, j� que a placa do ve�culo foi anotada: o propriet�rio ser� identificado e intimado a prestar depoimento. Acredito que o crime tenha sido registrado como furto, j� que a nossa legisla��o, infelizmente, trata os animais como objetos. Assim, matar o cachorro do vizinho � um simples crime de dano, muito menos grave do que o crime de furto: o objetivo aqui � resguardar a propriedade privada (exacerbadamente protegida pelas nossas leis), e n�o a vida de um gato ou de um cachorro.� * * *Enquanto isso, l� no blog, meu querido amigo Alexandre Ribondi disse tudo: �Uma vez, no meio de uma s�bita e esquisita onda de viol�ncia aqui em Bras�lia, os jornais deram destaque ao nascimento de um le�ozinho no zool�gico. Aquilo foi como se outra onda, mais alta, e de ternura, houvesse lambido a cidade inteira. Eu abri o jornal e sorri. Deu al�vio. Deu vontade de ir l� no zool�gico abra�ar a m�e, s� para ter a sensa��o de que viv�amos em paz, com tempo para essas delicadezas. Assim tamb�m � que vejo a preocupa��o e a consterna��o da Cora e dos seus amigos e leitores com a gatinha branca. Enquanto a gente achar que � definitivamente importante correr atr�s de bicho sumido, essas coisas admir�veis como o carinho, o amor, o companheirismo, a amizade profunda ainda far�o sentido, mesmo que o resto do mundo esteja desabando em nossa volta. Pipoca, ent�o, � a vontade inabal�vel de que tudo isso para sempre exista. Viva Pipoca. Onde quer que voc� esteja, minha menina branca e linda, estarei, eu tamb�m, pensando em voc�.� (O Globo, Segundo Caderno, 22.7.04)12:29
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20.7.04
Mist�rioEstou fazendo uma enquete entre amigos, leitores, familiares: Voc� j� perdeu guarda-chuva?
Voc� j� achou guarda-chuva?
22:01
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 Acaso mioDe repente, me deu vontade de ouvir Amado Mio, lembram? aquela m�sica linda galhardamente defendida por Rita Hayworth em Gilda. Procura daqui procura dali, n�o tenho mais no��o de onde foi parar; at� porque, como sempre, uma das m�quinas da casa est� fora de combate. Fui pra rede, onde encontrei duas outras vers�es da m�sica, uma com Pink Martini, muito boa, e a outra com um saxofonista de quem eu nunca tinha ouvido falar, Fausto Papetti. Fu�ando o Google, descobri que ele nasceu em 1923, morreu em 1999 e tem, at� hoje, uma legi�o de f�s na It�lia, onde era conhecido como the sax symbol. Achei at� um site com quase mil grava��es suas e pequenas amostras em MP3. A sua vers�o, menorzinha, veio mais r�pido que a da Martini. Come�ou a tocar e era uma interpreta��o surpreendente, com diversas vozes em canon e efeitos de eco... simplesmente deslumbrante! Fui ver mais informa��es sobre aquele g�nio que eu desconhecia no arquivo, e s� a� descobri que estava com tr�s Winamps abertos, cada qual tocando no seu pr�prio tempo. A vers�o ao natural � �tima tamb�m, mas juro que acabei me arrependendo de ter acabado com o meu trio de Winamps improvisado. 01:23
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19.7.04
 Fotolog + Ubbi: como marcar um gol contra Depois de muito tempo de busca, o Fotolog finalmente conseguiu uma parceria na Am�rica Latina. Associou-se ao provedor gratuito Ubbi, o que pode resolver parte dos s�rios problemas de performance que enfrenta por causa da sua grande quantidade de usu�rios, al�m de permitir aos fotologgers da regi�o o pagamento de mensalidades em moeda local. Com isso se matam dois robustos coelhos de uma s� cajadada, j� que os brasileiros, maioria entre os usu�rios (cerca de 213 mil no fechamento da edi��o), t�m dificuldades em se cadastrar como pagantes junto ao PayPal, eficiente mas enrolad�ssimo sistema americano, que s� aceita d�lares. O que poderia ter sido motivo para j�bilo e comemora��o, por�m, caiu como uma bomba no meio da comunidade. De um minuto para outro, sem qualquer aviso pr�vio, todos os usu�rios sul americanos � inclusive os que pagam U$ 5 mensais como contribui��o ao servi�o, conhecidos como Gold Cams (de Golden Camera) � foram contemplados com um banner horripilante, apoiado, ainda por cima, por um texto pat�tico: �Nossos fotologgers na Am�rica do Sul ver�o, a partir de agora, um pequeno cabe�alho Ubbi no topo de nossas p�ginas. Nossos usu�rios gratuitos ver�o neste cabe�alho publicidade de patrocinadores que ap�iam o Fotolog. Os Gold Camera Members na Am�rica do Sul, neste espa�o, ver�o apenas os olhinhos amig�veis do logo de Ubbi! � Assim � que, numa �nica tarde, duas das grandes for�as do Fotolog, a universalidade e a limpeza do design, ru�ram fragorosamente. Enquanto o resto do mundo continuava desfrutando do bom e velho layout, n�s, cucarachas, n�o pod�amos mais dar um clic sem esbarrar nos abomin�veis �olhinhos amig�veis� � que, inicialmente, ocupavam pelo menos tr�s vezes mais espa�o do que a marca do pr�prio Fotolog. A medida pode n�o ter sido gerada por preconceito, mas ela funciona, efetivamente, como uma segrega��o visual humilhante. Resultado: poucas vezes uma marca relativamente desconhecida conseguiu angariar tantos inimigos em t�o pouco tempo. Duas horas depois dos infames �olhinhos amig�veis� entrarem no ar, o Fotolog era um festival de protestos contra o Ubbi, dos velhos palavr�es e fotos pornogr�ficas com que turmas de adolescentes costumam saudar toda e qualquer mudan�a no site a pondera��es s�rias como as de Sinistra, estrela absoluta da casa, que observa, com raz�o, que n�o basta eliminar o banner das p�ginas dos pagantes para restabelecer o equil�brio ecol�gico do sistema. Afinal, o barato do Fotolog n�o � apenas ver, mas tamb�m ser visto � e ningu�m se sente bem em perder horas de trabalho editando fotos e combinando cores numa p�gina para que, no fim, tudo seja estragado por um cabe�alho horrendo. H� ainda outra quest�o a considerar, especialmente no caso dos usu�rios de maior visibilidade, como Sinistra, Bsamp, os Zipper, Helenbar e Cris Carriconde, por exemplo, todos Gold Cams e todos igualmente furiosos com os aspectos visuais da associa��o Ubbi + Fotolog. � que a marca est� pegando carona na sua popularidade, sem que, em qualquer momento, eles tenham sido consultados a este respeito. Em tempo: antes mesmo que os �olhinhos amig�veis� pudessem piscar, um jeitinho de tir�-los do ar j� havia sido descoberto e circulava pelo site. Isso n�o atenua a quest�o b�sica da falta de sensibilidade demonstrada pelo Fotolog mas, pelo menos, resolve o problema est�tico. Subi as receitas para Mac e PC para www.ubbi.tk. (O Globo, Info etc., 19.7.04) Em tempo: Para quem est� perguntando, j� que o �ltimo post foi meio cr�ptico: meu fotolog est� fechado, sim. Adoro meus amigos fotologueiros e a variada e divertida comunidade que l� se formou, mas acho que a falta de sensibilidade da administra��o passou dos limites. Criar um gueto visual para uma regi�o geogr�fica � inaceit�vel. At� segunda ordem, estou no Fotola, onde, aos poucos, vai se formando um interessante n�cleo de dissidentes. O Fotola � pequeno, estranho e "devagar" em compara��o com o Fotolog, mas para mim est� de �timo tamanho. 02:27
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18.7.04
 Stormy weatherCabou-se o que era doce. N�o s� l� fora, mas tamb�m aqui em casa: Paulinho, Kelyndra e os meus tr�s bipinhos lindos foram embora no fim da tarde. J� estamos todas morrendo de saudades. A mod�stia de av� me impede de dizer como as crian�as est�o lindas, mas tenho umas fotinhas que vou subir oportunamente. Voc�s n�o perdem por esperar... ;-)A fam�lia conheceu finalmente a Alicia, que ainda n�o tinha vindo ao Brasil. Ela � um daqueles beb�s sorridentes, rechonchudos e bonitinhos que p�ram as pessoas na rua. A gente sai com ela e todo mundo vem conversar, fazer um carinho, perguntar a idade, essas coisas. Muito engra�ado. Bia est� cada vez mais apaixonada pelo Joseph, que � muito s�rio e tem uma d�vida existencial permanente: "Por qu�?". J� a Emilia se apaixonou pela Manuela, a prima grande com quem bateu altos papos. O curioso � que ela � mesmo capaz de manter longas conversas sem perder o fio da meada; tem um vocabul�rio enorme, muita imagina��o e um senso de humor meio sarc�stico, que fica divertid�ssimo numa pirralhinha de cinco anos e pouco. Quanto ao front quadr�pede, nada de novo. Continuamos sem not�cias da Pipoca. � muito triste chegar em casa e n�o receber as boas vindas dela. 02:29
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17.7.04
 Cena cariocaO veranico (� palavra esquisita!) j� foi embora. Chove, faz frio, nem d� vontade de sair da cama. Mas ontem, enquanto aquelas aves s�bias aproveitavam o sol, um b�pede implume tamb�m tirava a sua casquinha do bom tempo. 12:22
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16.7.04
 VeranicoHoje, passeando de bicicleta pela Lagoa, curti o restinho do tal de veranico que a meteorologia prometeu. Fiquei com a impress�o de que os bigu�s e as gar�as tamb�m estavam estocando todo o sol que podiam para enfrentar o fim-de-semana. 20:52
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15.7.04
 O dia em que fui parar na delegacia Domingo, quase onze da noite, uma chuva danada, um frio de amargar � e l� estava eu, de capa, cachecol e guarda-chuva, feito uma inglesa, sentada diante de um investigador da 14 DP, no Leblon, registrando uma queixa. A delegacia, para minha surpresa limpa e bem iluminada, estava praticamente vazia. Na mesa ao lado, um casal aflito ligava em v�rias l�nguas para uma s�rie de n�meros, cancelando cart�es de cr�dito roubados num assalto; l� do fundo vinha uma gritaria infernal, feita, como soube depois, pelas tr�s mulheres de um dos presos. Se n�s viv�ssemos em tempos mais amenos, eu at� diria que, com tanta baixaria do lado de fora, ele n�o devia estar achando a cadeia um lugar de todo ruim. * * * Relutei muito antes de ir � delegacia. Digamos � para dizer pouco � que aquele n�o � bem o meu ambiente; n�o sei o que fazer, o que dizer, a quem me dirigir. Tenho sempre um vago medo do que pode acontecer, n�o necessariamente comigo, mas ao meu redor: que cenas de sangue e terror n�o estar�o � minha espera? Al�m disso, em meio � verdadeira guerra civil em que vivemos, ser� que ainda adianta chamar a pol�cia para qualquer caso que n�o envolva pelo menos um assassinato, meio quilo de p� e um arsenal de uso exclusivo das For�as Armadas? * * * Antigamente, havia uma linha de bonde que passava perto do Bairro Peixoto, onde n�s mor�vamos. Havia tamb�m uma favela no alto da Santa Clara, quase na sa�da do T�nel Velho. Uma das minhas primeiras lembran�as de crian�a � estar com a minha tia Clara neste bonde � palavra que ent�o designava apenas um inocente meio de transporte coletivo � quando um moleque pulou no estribo, arrancou a bolsa dela e fugiu morro acima. Foi uma como��o. Minha tia gritou �Pega ladr�o!�; o bonde parou e meia d�zia de cavalheiros saltaram e partiram, c�leres, atr�s do malfeitor. Naqueles tempos ainda se gritava �Pega ladr�o!�, ainda havia cavalheiros, e n�o s� ainda havia bondes, como uma bolsa roubada era caso suficientemente s�rio para par�-los. Pensando no incidente tantos anos depois, vejo que a maior diferen�a de todas, por�m, � que, ent�o, ainda era perfeitamente poss�vel a um cidad�o desarmado, mas corajoso, subir morro atr�s de ladr�o. Mas, enfim: l� ficou o bonde parado nos trilhos at� a volta dos cavalheiros: suados, esbaforidos e... de m�os abanando. A pequena multid�o que se formara se desfez, desapontada, e o bonde retomou seu caminho. A pol�cia foi devidamente notificada, mas a bolsa nunca mais foi vista � ainda que, durante uns tempos, tenha sido assunto de conversa, n�o s� l� em casa como na vizinhan�a inteira. � que, naquela �poca, as pessoas ainda ficavam indignadas. Ningu�m dizia �Que bom que foi s� a bolsa!�, como se fosse uma sorte (e n�o �?) perder dinheiro e documentos sem ser ferido ou morto. * * *Pois foi esta antiga cena que me veio � mente domingo � noite, antes de ir, sozinha, � delegacia. N�o importa que a pol�cia jamais tenha encontrado a bolsa da minha tia. O que importa � que todo mundo, naqueles tempos quase id�licos, reagiu como reagiam as pessoas ainda n�o anestesiadas por tantos e tantos anos de viol�ncia. O que importa � que ningu�m se fingiu de morto. * * *Quando cheguei � 14 DP, um rapaz simp�tico veio ao balc�o me atender. � Olha, eu sei que este n�o � um tipo de ocorr�ncia muito comum, mas vim registrar o furto de um gato. � Perd�o? � Um gato. Quadr�pede. Uma gatinha branca, linda, que me levaram. � E a senhora quer registrar? � Justamente. Se o rapaz achou que eu era maluca, foi suficientemente educado para n�o deixar transparecer nada. Pediu um minutinho e foi l� dentro se consultar com um superior, para saber se era poss�vel registrar o fato de que a Pipoca, gatinha que ca�ava os ratos do edif�cio e encantava os moradores, havia sido raptada por uma mulher que dirigia um Palio escuro com placa de S�o Paulo. Era poss�vel, sim � e logo eu estava diante de um inspetor que cuidadosamente registrou o acontecido. Em menos de uma hora, sa� da delegacia com a ocorr�ncia na m�o, e com a sensa��o de que, mesmo que a investiga��o n�o venha a dar em nada, pelo menos o rapto de uma criatura a quem quero tanto bem, e que tanta falta me faz, n�o ter� passado em brancas nuvens. (O Globo, Segundo Caderno, 15.7.2004) 02:35
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14.7.04
Novidades no FotologAcaba de entrar no ar: o Fotolog fez uma associa��o o Ubbi para que os usu�rios brasileiros que queiram ser Gold Cam possam pagar em reais. A parceria promete Fotolog em portugu�s, pre�os mais baratos e promo��es e concursos s� para brasileiros. Eu n�o tinha id�ia do que (de quem?) � este Ubbi, e ainda n�o sei muito bem, exceto que � ligado ao Cidade Internet. Tudo bem que o Fotolog sempre enfrentou problemas com os brasileiros, mas ningu�m merece o que fizeram com a gente -- sobretudo, nenhum usu�rio que j� paga pelo servi�o, em d�lares. � que o tal Ubbi, que tem um logo horroroso, tasca uma faixa medonha no alto da p�gina, que toma a maior parte do seu flog, seja voc� Gold ou n�o. E ainda some com a sua lista de favoritos. ARGHHHHHHHHHHHH!!! 17:36
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*sigh*"Oh mammy, oh mammy mammy blue, oh mammy blue... oh mammy, oh mammy mammy blue, oh mammy blue..." YIKES!!! Algu�m me arranja uma outra m�sica qualquer, pelamordedeus?! 01:17
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13.7.04
Piadinha politicamente incorretaJanj�o me mandou, pra gente rir um pouco. Disclaimer: Isso � s� uma piada.
Quem se sentir ofendido pode trocar o argentino da hist�ria por um cidad�o de qualquer outra nacionalidade.
Um franc�s, um argentino e um brasileiro est�o visitando a Ar�bia Saudita, e resolvem tomar umas doses de whisky, quando a policia aparece e os prende. A simples posse de bebida alco�lica � uma ofensa grave na Ar�bia Saudita e os tr�s s�o sentenciados � morte, num julgamento sum�rio.
Entretanto, ap�s v�rios meses e com a ajuda de bons advogados, eles conseguem que a senten�a de morte seja transformada em pris�o perp�tua. Por um capricho da sorte, no anivers�rio da Ar�bia Saudita, o benevolente Sheik resolve abrandar ainda mais a pena e decreta que os mesmos poder�o ser soltos ap�s receber 20 chibatadas cada. Quando eles est�o se preparando para a puni��o, o Sheik anuncia:
-- "Hoje � anivers�rio de minha esposa, e ela me pediu para permitir a cada um de voc�s um desejo antes da puni��o."
O franc�s foi o primeiro da fila, pensou um pouco e pediu:
-- "Por favor, amarrem dois travesseiros nas minhas costas".
Assim foi feito, mas os travesseiros s� duraram 10 chibatadas antes de completar a puni��o e quando tudo terminou ele teve que ser carregado sangrando e com muita dor. O argentino viu o que tinha acontecido e, sendo segundo, pediu:
-- "Por favor, amarrem quatro travesseiros nas minhas costas".
Por�m, mesmo assim, ap�s 15 chibatadas os travesseiros n�o suportaram e o argentino foi levado sangrando e maldizendo o acontecido.
O brasileiro foi o �ltimo e, antes que pudesse dizer o seu pedido, foi interrompido pelo Sheik:
-- "Voc� � um de um pa�s bel�ssimo, do futebol e das mulatas. Eu adoro o Brasil, e vou lhe agraciar com dois pedidos antes da puni��o."
-- "Obrigado, Alteza", disse o Brasileiro. "Em reconhecimento � sua bondade, meu primeiro desejo � que eu receba 100 chibatadas e n�o 20 como previsto, pois eu me sinto culpado pelo ocorrido".
Ao que o Sheik respondeu:
-- "Al�m de ser um homem honrado e gentil, o senhor tamb�m � um homem corajoso. Que assim seja! E qual � o seu segundo pedido?"
-- "Quero que amarrem o argentino �s minhas costas".
04:37
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A vida como ela �Alexandre Ribondi, que � das pessoas que eu amo e admiro h� mais tempo no mundo, escreveu este coment�rio. Puxei para c�, porque n�o queria correr o risco de que voc�s deixassem de ler coisa t�o bonita: Uma vez, no meio de uma s�bita e esquista onda de viol�ncia aqui em Bras�lia, os jornais deram destaque ao nascimento de um le�ozinho no zool�gico. Aquilo foi com se outra onda, mais alta, e de ternura, houvesse lambido a cidade inteira.
Eu abri o jornal e sorri. Deu al�vio. Deu vontade de ir l� no zool�gico abra�ar a m�e, s� pra ter a sensa��o de que viv�amos em paz, com tempo para essas delicadezas.
Assim tamb�m � que vejo a preocupa��o e a consterna��o da Cora e dos seus amigos -- e leitores -- com a gatinha branca. Enquanto a gente achar que � definitivamente importante correr atr�s de bicho sumido, essas coisas admir�veis como o carinho, o amor, o companheirismo, a amizade profunda ainda far�o sentido, mesmo que o resto do mundo esteja desabando em nossa volta.
Pipoca, ent�o, � a vontade inabal�vel de que tudo isso para sempre exista.
Viva Pipoca.
Onde quer que voc� esteja, minha menina branca e linda, estarei, eu tamb�m, pensando em voc�. Ribondi 03:05
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12.7.04
PipocaAinda sem not�cias! Hoje, por causa da coluna, v�rias pessoas ligaram para o jornal, a maioria dizendo que est� na torcida para que ela volte logo, e muitos oferecendo gatinhos branquinhos iguais a ela. Achei isso muito simp�tico e delicado, mas o problema � a falta que a gente est� sentindo daquela branquinha dengosa em particular... Tamb�m ligou um senhor, que � investigador aposentado, se oferecendo para ajudar a procurar por ela. Isso me animou. Hoje de manh�, tamb�m, me ligou a m�e da Zilda, que � a dona do carro. Ela me disse que eles ficaram em S�o Paulo este tempo todo, direto, e que o carro n�o saiu de l�. Meu amigo Jason, que sabe tudo de autom�vel, diz que n�o h� placas com letras parecidas com DIK aqui no Rio; fico me perguntando se a placa n�o ter� sido clonada. Afinal, de uma pessoa que rouba um animal de estima��o pode-se esperar qualquer coisa. Ontem � noite, muito infeliz com a falta de not�cias, tomei coragem e fui � 14 DP registrar queixa. Pode parecer maluquice a gente registrar o roubo de um gatinho numa cidade com tanta coisa teoricamente mais grave acontecendo, mas quem sabe at� por causa disso um investigador n�o pega o caso? Fui muito bem atendida pelo pessoal de plant�o e, se algu�m me achou maluca, n�o disse nada... 18:16
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 Bom companheiro de viagemNa semana passada mostrei algumas fotos que fiz e enviei com o celular, durante as f�rias. Meu companheiro de viagem foi um aparelho como este, o Nokia 7650, vov� dos telefones com c�mera mas, a meu ver, at� hoje entre os melhores da esp�cie � at� porque o slide cobre a lente, protegendo-a de arranh�es. Sair de f�rias com celular no bolso � uma aventura relativamente nova e muito interessante. Voc� pode levar o seu pr�prio telefone e, dependendo da operadora e do aparelho, at� o seu pr�prio n�mero; mas lembre-se que, se o roaming internacional � a op��o mais pr�tica, � tamb�m a mais cara. Vantagem: liga��es pagas na volta pela conta normal do telefone, em reais. Desvantagem: pre�o muito alto. Apenas para remeter o dinheiro para o exterior, por exemplo, a operadora (ou seja, o usu�rio) paga 33% de impostos. Junte-se a isso custos variados, PIS, Cofins e ICMS e, j� viu, o c�u � o limite... A opera��o, por�m, � praticamente autom�tica. Basta procurar a operadora e habilitar o servi�o antes da primeira viagem do aparelho. No caso dos telefones CDMA (Vivo), dependendo do pa�s visitado, recebe-se um novo n�mero; no caso dos GSM (Oi, Tim e Claro), conforme a freq��ncia usada no pa�s e o seu celular (os modelos tri-band funcionam em praticamente todo o mundo) � s� fazer a habilita��o e sair falando. Ou ouvindo: ligar do Brasil para um celular em roaming internacional � exatamente como ligar para o aparelho aqui, inclusive em termos de custo. Quem paga a longa dist�ncia � quem recebe a chamada, l� fora, quer dizer: voc�! A meu ver, a melhor solu��o para quem tem aparelho GSM � comprar um chip novo no pa�s visitado, e usar cart�es pr�-pagos, que ajudam a segurar a onda. O n�mero muda, mas gasta-se bem menos, inclusive porque se pode optar pela operadora que tem as melhores tarifas (no roaming, ela � escolhida de acordo com a for�a do sinal recebido). Antes de viajar, contudo, cheque com a operadora se o seu aparelho aceita simcards de outras empresas, e se afreq��ncia� compat�vel com a do pa�s que voc� vai visitar. Finalmente, se voc� viaja muito mas o seu telefone tem limita��es, considere comprar um aparelho multiband, desbloqueado, que funcione em qualquer canto GSM do mundo. Gatinha raptadaNa ter�a-feira de madrugada, pouco depois que me despedi dela, como fazia todas as noites ao chegar em casa, Pipoca, a gatinha do pr�dio, foi raptada. O porteiro do lado viu tudo: um Palio escuro parou em frente ao edif�cio, uma mulher desceu, pegou a gatinha e, quando ele saiu da portaria para ver o que estava acontecendo, ela correu para o carro com a Pipoca e sumiu na noite. Tenho certeza de que a pessoa que levou a minha querida gatinha n�o o fez por mal; possivelmente pensou que era um bicho de rua, sem teto. Se esta pessoa por acaso estiver lendo esta coluna, pe�o que por favor nos traga a Pipoca de volta. Ela vive solta mas tem lar, e uma fam�lia humana que est� sofrendo muito com a sua aus�ncia. Telefone para contato: 2534-5752. (O Globo, Info etc., 12.7.2004)04:39
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*sigh*"Oh mammy, oh mammy mammy blue, oh mammy blue... oh mammy, oh mammy mammy blue, oh mammy blue..." 04:29
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11.7.04
   �lbum de fam�liaS� para dar um gostinho, porque estou -- para variar -- meio atolada: a� est� a galera! Todos prestes a virar ab�boras, depois de uma viagem exaustiva... Continuamos sem not�cias da Pipoca. Leila tentou falar com a dona do carro em S�o Paulo, sem sucesso; eu tamb�m tentei. Nada. Agora vou, finalmente, � delegacia. Eu fiquei muito relutante em rela��o a isso, porque nunca se sabe se a pessoa n�o pegou a gatinha por bem, mas n�o estou vendo outra sa�da pro caso. 21:31
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Sess�o nostalgiaArrumando uns MP3, encontrei Mammy Blue, com Roger Whittaker, vers�o original de 1971. Tsk. H� quanto tempo eu n�o ouvia isso. 01:20
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 Beleza puraO Fotolog tem disso: �s vezes a gente esbarra com umas coisas assim. 50mm � um dos meus favoritos; a autora, a respeito de quem n�o sei quase nada, mora na �ndia. A legenda diz: "A m�sica na minha cabe�a era Old Friends/Bookends, de Simon & Garfunkel". Quem conhece esta m�sica sabe: � mesmo a trilha perfeita, n�o �? 00:17
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10.7.04
  Nada, ainda... :-(Continuamos sem not�cias da Pipoca. Estou pondo mais duas fotinhas dela aqui pra ver se d�o sorte. Fico trist�ssima agora, quando chego em casa, e sei que ela n�o est� na portaria esperando para conversar um pouco e ganhar um carinho. Por outro lado, a solidariedade dos amigos na rede est� sendo comovente e reconfortadora. H� sugest�es de todos os tipos, torcidas, gente que fez cartazinhos tipo "Procura-se", fotologers de S�o Paulo ligando para o n�mero da dona do carro (que n�o responde) e, claro, voc�s aqui, sempre, dando a maior for�a. Muito obrigada, pessoal! Tenho certeza de que de que ela vai voltar para casa. * * *A boa not�cia � que, amanh�, desembarcam no Rio, bem cedo, o Paulinho, a Kelyndra e os tr�s gatinhos b�pedes mais bonitinhos do mundo! 16:54
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9.7.04
 Ainda sem not�cias...At� agora, nada da Pipoca! O Z� e alguns vizinhos j� reviraram toda a vizinhan�a, procuraram, fizeram perguntas. Nada. Amanh� -- quer dizer, hoje, logo mais -- vou � delegacia dar queixa. N�o sei se vai adiantar, mas pelo menos a gente tenta, n�? 01:59
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8.7.04
   Emerg�ncia felina!!!Ante-ontem de madrugada, pouco depois que me despedi dela, como fa�o todas as noites ao chegar em casa, Pipoca, nossa gatinha do pr�dio, foi raptada. O porteiro do lado viu tudo: um Palio escuro parou aqui em frente, uma mulher desceu, pegou a gatinha e, quando ele saiu da portaria para ver o que ela estava fazendo, ela correu para o carro com a Pipoca e sumiu na noite. A placa foi anotada. Pelo que consegui descobrir, � uma placa de S�o Paulo: DIK 0741. J� descobri o telefone, mas neste momento s� h� uma empregada na casa que n�o soube me informar se o carro est� ou n�o aqui no Rio. Fiquei pensando que talvez a placa n�o seja exatamente esta; mas, em caso de placa do Rio, quais seriam as variantes poss�veis? Socorro! O Z�, nosso porteiro, est� inconsol�vel; os moradores que j� sabem do caso est�o revoltados; e eu, nem preciso dizer, estou arrasada. H� algum detetive na casa que possa me dizer o que � que a gente pode fazer? 14:22
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Dica da LauraImperd�vel: o pianista Patrick Cohen, um dos grandes mestres do repert�rio rom�ntico, hoje, �s 19h, na Sala Cec�lia Meireles. Um super programa - bom, bonito e... gr�tis! 03:54
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Pondo a vida em dia com Harry Potter e VermeerQuando a gente volta das f�rias, acaba esbarrando num certo descompasso de assuntos. Fiquei muito contente com as novas cadeiras da reda��o, por exemplo, mas, como elas j� tinham chegado h� duas semanas, n�o encontrei mais ningu�m com quem compartilhar o meu entusiasmo. Uma das capivaras da Lagoa andou sumida e reapareceu, mas como eu n�o soube nem de uma coisa nem de outra, n�o pude nem me preocupar nem me regozijar quando afinal a revi ao sol, gorda e altaneira. Na semana em que viajei, �Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban� estava por estrear. Pois agora, que vi o filme, ele j� est� em vias de encerrar carreira no circuito comercial, atropelado pelo sucesso do �Homem-Aranha� � e, suponho, pela p�ssima reputa��o de seus antecessores, que tirou at� dos mais fan�ticos harry-potteiros a vontade de acompanhar as aventuras do her�i nas telas. Ainda assim, correndo o risco de chover no molhado, aviso: apesar de continuar tudo mais ou menos igual em Hogwarts, tudo est� � at� que enfim! � radicalmente diferente. Para mim, os dois primeiros filmes da s�rie, dirigidos por Chris Columbus, n�o passaram de ilustra��es para os livros, com suas cenas burocraticamente fi�is ao texto e suas intermin�veis (e chat�ssimas) partidas de quadribol. Era imposs�vel adivinhar, atrav�s deles, o segredo do sucesso de Harry Potter. Entreguem-se os mesmos ingredientes a um diretor de real talento, por�m, e o que se v� n�o � apenas um grande filme, mas um dos melhores filmes de aventura dos �ltimos tempos, movido a imagens poderosas, �timos achados e muito senso de humor. Que tal um perigos�ssimo livro sobre monstros que rosna e sai mordendo o que encontra pela frente? Ou uma �rvore perversa dada a comer alegres e inocentes passarinhos azuis? Hogwarts, que nos epis�dios anteriores parecia um comercial da Disney, virou, nas m�os de Alfonso Cuar�n, um castelo sombrio e vagamente sinistro; a natureza, espetacular, assumiu ares de protagonista; e, acima de tudo, as emo��es dos personagens se tornaram reais o suficiente para envolver o p�blico � ainda que este conhe�a a hist�ria de cor e salteado, saiba que nada de mau acontecer� a Harry e a seus amigos e, eventualmente, at� reclame que esta ou aquela cena do livro tenham ficado de fora do filme. Os jovens atores est�o um pouco menos jovens e um pouco mais atores, embora Daniel Radcliffe, o Hugh Grant em miniatura que faz Harry, deixe a desejar em termos de express�o dram�tica. N�o chega a ser grave. Quem j� assistiu sabe: h� grandes atores de sobra para garantir o bom andamento dos trabalhos. Se voc� viu os primeiros filmes e perdeu a vontade de acompanhar Harry Potter no cinema, por�m, reconsidere: este filme corresponde, enfim, ao livro que tanto amamos. Se voc� n�o viu nenhum dos filmes anteriores, odeia Harry Potter e detesta filme de aventuras, reconsidere tamb�m: este � um Grande Filme, independentemente de r�tulos, g�nero ou prop�sitos. * * * Num momento mais cabe�a, fui assistir a �Mo�a com brinco de p�rola�. O filme � inacreditavelmente bonito, lind�ssimo de ver, um verdadeiro Vermeer em movimento � mas, sinceramente? N�o me disse nada. N�o encontrei qualquer densidade emocional na tela ou qualquer qu�mica entre as personagens. Alguns detalhes do livro de Tracy Chevalier, como as paradas da jovem Griet sobre a rosa dos ventos na estrada, foram incompreensivelmente respeitados; outros, como o destino dos brincos, muito mais importantes na hist�ria, foram desprezados, sabe-se l� por qu�. O pior � que nem ao menos tenho certeza de ter gostado do livro. Achei boa a inven��o da empregada Griet a partir da mo�a an�nima do quadro, e at� me envolvi com o ritmo da trama, que consegue recriar o cotidiano de um tempo passado. Tamb�m gostei das incertezas que ficam no ar e que, no filme, perdem muito da sutileza, assim como Griet, narradora no papel, perde muito da personalidade, ao permanecer quase muda em cena. Mas o romance tem problemas s�rios, a come�ar pelo chav�o da esposa neurast�nica que, a despeito da longa vida em comum, � incapaz de compreender a arte do marido genial � prontamente compreendida, por�m, pela empregadinha analfabeta rec�m-chegada � casa. Como se n�o bastasse, em dois tempos esta empregadinha compreensiva encontra a solu��o visual perfeita para um quadro em que Vermeer � Vermeer! � estava empacado h� semanas. Ent�o t�. Frescura minha implicar com isso, eu sei: o elogio da ignor�ncia � o que h� de mais moderno. S� que eu ainda sou do tempo em que a educa��o tinha o seu valor, e o g�nio, o seu merecimento. (O Globo, Segundo Caderno, 8.7.2004) 03:18
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7.7.04
A flor do meu segredoPois �, eu sei, ando sumida. Mas � que o Fotolog finalmente desemperrou, e estou podendo, aleluia! postar as fotos das f�rias -- o que n�o � uma tarefa t�o simples quanto parece. Gosto que as fotos do dia tenham uma rela��o entre si e, se poss�vel, sigam um roteirinho, quase como um filme mudo. Mas escolher seis fotos entre as centenas que fiz � uma dificuldade! O Fl�vio Damm gosta muito de lembrar o que o Z� Medeiros dizia: -- Fotografar qualquer idiota sabe. Dif�cil mesmo � editar. E olhem que o Z� Medeiros n�o chegou a pegar a era da foto digital, em que esta verdade se tornou, de fato, absoluta. Depois, h� sempre umas legendinhas a fazer; e outras legendinhas, mais ou menos iguais, em ingl�s, porque adoro manter contato com amigos dos quatro cantos do mundo. A outra raz�o do meu sumi�o � at� meio chata de contar, mas como n�s somos �ntimos... � que n�o s� estou tentando manter a minha vida no saud�vel fuso hor�rio europeu, como tenho feito spinning com certa regularidade l� no clube. Como ainda n�o estou acostumada com essas coisas, fico num cansa�o que s� vendo. O pior � que me disseram que quando eu come�asse a exercer uma atividade f�sica teria mais disposi��o e energia -- e eu acreditei... 18:33
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5.7.04
    Aventuras de um telefoninoEstas s�o algumas das fotos que tirei durante as f�rias com o Nokia 7650 � que, na It�lia, como todo celular, atende por telefonino . Gostei da palavra, e adotei o nome para o meu fiel companheiro eletr�nico. Elas foram enviadas em tempo real para o moblog (uma esp�cie de blog de figurinhas para internautas em tr�nsito) e, em alguns casos, em que a baixa resolu��o n�o atrapalhava muito, at� para o Fotolog. Tudo atrav�s do telefonino, j� que tive pouqu�ssimo acesso � internet por computador. Durante 20 dias, ele foi a minha liga��o com o mundo � em todos os sentidos. Era com ele que eu acessava a web, recebia not�cias, trocava mensagens, atualizava o blog. Mais do que m�quina de voz, seu papel preponderante no Rio, o telefonino virou m�quina de dados, e como tal funcionou bastante bem. Longe das facilidades ergon�micas do computador, acabei me adaptando a ler na telinha mi�da e, at�, a escrever em T9, a linguagem dos telefones m�veis. Foi uma experi�ncia sensacional. Foi, tamb�m, uma experi�ncia car�ssima. Como o telefonino � GSM, pude usar, na It�lia, um chip local da TIM, em sistema pr�-pago, com um n�mero italiano. � uma solu��o melhor para quem viaja do que usar o seu pr�prio n�mero em roaming internacional; e, nem preciso dizer, muit�ssimo melhor do que usar o telefone do hotel, assalto �s vezes inevit�vel para quem precisa, por exemplo, conectar um notebook em viagem. Na semana que vem eu conto os detalhes. PS: As fotos n�o chegam a ser novidade para voc�s, que acompanham o blog; mas, no jornal, eu publiquei 15 fotos de telefonino que, mod';estia � parte, sa�ram bem bonitinhas na impress�o... :-)(O Globo, Info etc., 5.7.2004) 11:28
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4.7.04
 FotologO macete de subir as fotos por email funcionou direitinho, de modo que, finalmente, comecei a subir as fotos das f�rias! No momento, j� est� no ar parte da s�rie do Campeonato de Masters. Se voc�s forem aos arquivos, h� tamb�m algumas fotos da Fashion Rio e, ainda antes disso, uns grafites bem bonitos de Barcelona. 20:01
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Viciante!Clique em start e tente guiar o coitado, que est� muito mamado. Acho que a essas alturas todo mundo j� conhece este joguinho -- recebi o link tr�s vezes! -- mas mesmo assim n�o resisti... *hic* 02:50
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Sic transitMuitas coisas acontecendo, muitas coisas passando em branco enquanto tento me ajustar aos meus novos hor�rios e � minha nova vida de pessoa que acorda em tempo de ir ao clube; eu queria escrever sobre Marlon Brando, por exemplo, por tantas coisas, mas sobretudo porque nunca vi homem t�o bonito quanto ele no "�ltimo Tango em Paris"; porque nunca vi ator como ele no "Chef�o"; e porque, afinal, ele tinha aquele jeito estranho de ser, aquela atitude muito peculiar em rela��o � vida que se somou ao resto, e fez dele uma esp�cie de esfinge adiposa, muito mais interessante aos 150 quilos do que aos 30 anos. Quando vi "Don Juan de Marco" pela primeira vez gostei demais; depois fui deixando de gostar, e hoje n�o sei nem se � um filme que assistiria se estivesse de bobeira num domingo � tarde. Mas uma coisa sempre mexeu muito comigo neste filme: o destino da Faye Dunaway. Houve um tempo em que fazer par rom�ntico com Marlon Brando era o sonho de todas as mulheres. Penso ent�o numa jovem Faye Dunaway consultando uma cigana que l� a sua sorte e garante que ela, um dia, vai realizar este sonho; e n�o � que a profecia se concretiza, e de fato ela faz uma cena rom�ntica... com um Marlon Brando cem quilos acima do peso? A vida � especialista em fazer este tipo de brincadeira de mau gosto com as pessoas. Ainda assim, o diabo do homem era um charme. ::::: A morte de Brando me lembrou a de Nino Manfredi, uma das primeiras not�cias de impacto que li na It�lia, durante as f�rias; foi uma como��o nacional, com p�ginas e p�ginas nos jornais, edi��es especiais das revistas de celebridades e muitas reedi��es de filmes nas bancas. Nunca cheguei a ser f� de Manfredi como era de Marcello Mastroianni ou de Vittorio Gassman, por exemplo, talvez at� porque ele n�o tivesse tanta visibilidade fora da It�lia quanto os outros; mas fiquei muito sentida pelo significado da perda, pelo fim dessa extraordin�ria gera��o de atores italianos que, exatamente ao contr�rio de Brando, sempre me pareceram t�o pr�ximos e t�o humanos. 01:27
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1.7.04
FotologO Fotolog est� perdendo a gra�a. Est� imposs�vel subir fotos, a menos que a gente tenha tempo e paci�ncia para ficar tentando, tentando, tentando -- e o problema � que estou come�ando a perder tanto uma coisa quanto a outra. � muito frustrante fazer as fotos, imaginar seq��nciazinhas de seis, editar tudo e, na hora do upload, morrer na praia. Como (ainda) sou Gold Cam e, em tese, poderia subir at� seis fotos por dia, por teimosia ando conseguindo emplacar uma ou duas. Mas o mais grave acontece com os usu�rios que s� t�m direito a uma foto, n�o conseguem fazer seus uploads e acabam perdendo o dia. Ao mesmo tempo, quando quero ver e comentar as fotos dos amigos, os guestbooks n�o abrem; isso, quando o sistema est� bom. No geral, o que n�o abre mesmo � a foto. O segredo do sucesso do Fotolog foi a interface extremamente simples e inteligente, a facilidade -- e velocidade -- de uso e a possibilidade de se criar um cotidiano de imagens e de intera��o com os outros. Quando isso se rompe, a brincadeira acaba. � muito triste, porque o Fotolog �, disparado, a melhor das comunidades virtuais que j� encontrei. S� continuo tentando manter o meu flog ativo por causa das pessoas que conheci por l�, e a quem quero muito bem -- ainda que saiba que as chances de encontr�-las na vida "real" sejam, em muitos casos, �nfimas. Que pena ver uma id�ia t�o boa sendo t�o mal administrada. Ah, sim: Esta tela reflete perfeitamente o estado de esp�rito da comunidade. 13:22
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Nossos comerciaisEnquanto eu passeava, de f�rias, os anunciozinhos do blog trabalhavam. Humildemente, tadinhos, mas ainda assim arrecadaram U$ 10,50. Passados tr�s meses, continuo boiando em rela��o aos crit�rios gerais. Ontem, quando vi um an�ncio do site da L'Oreal criado para a Fashion Rio, fiquei muito contente pela adequa��o ao conte�do; mas, em geral, o que mais se v� -- ou o que mais eu vejo -- s�o an�ncios de blogs e de ferramentas para blogs. Os valores tamb�m s�o incompreens�veis. Num dia seis cliques rendem 51 centavos; no dia seguinte, 24. Acho que nunca vou entender como isso funciona. 12:58
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Reflex�es sobre a �gua: modas, usos e costumes Entre a Europa e a Fashion Rio, cronista pensa no que leva o b�sico a se transformar em atitude
A primeira vez que reparei em turistas andando com garrafas de �gua na m�o foi num ver�o em Veneza, h� muitos e muitos anos. Os turistas eram quase sempre alem�es, estavam quase sempre de shorts e camisetas min�sculos e eram, invariavelmente, barrados nas igrejas e nos restaurantes, onde se exigia � e ainda se exige � um m�nimo de decoro. Os donos da pens�o onde me hospedava, que vieram a se tornar bons amigos, suportavam, com a resigna��o da necessidade, os que viviam sob o seu teto; mas, na hora das refei��es, me seq�estravam para a cozinha. Acho que ficavam perturbados com a id�ia de deixar uma mo�a latina entre aqueles novos b�rbaros. Al�m das roupas inadequadas e das garrafas de �gua que eu n�o conseguia entender, os alem�es usavam tamb�m uma sand�lia com meia que, apesar de esquisita, me parecia muito confort�vel. Rodei a cidade toda � procura da tal sand�lia, que, finalmente, achei numa sapataria perto da esta��o, bem longe do glamouroso com�rcio do centro. Pedi-a ao vendedor, que me trouxe a que estava ao lado � delicada, de salto, muito bonitinha. N�o, n�o era aquela; era a do lado. Ah, sim, desculpe. E l� veio mais uma sand�lia refinada que, na vitrine, estava do outro lado da que eu queria. � N�o, n�o, o senhor n�o est� entendendo. Quero aquela do meio, sem salto. A da sola de corti�a. � Aquela?! Mas aquela n�o � para a senhora. Aquilo � coisa de alem�o, n�o fica bem numa mulher. Nunca foi t�o dif�cil comprar um sapato! Tive que explicar que estava interessada n�o por motivos est�ticos, mas porque me parecia confort�vel, e eu ainda tinha muito ch�o pela frente; disse que queria apenas experimentar, ver qual era a da tal sand�lia � que, por sinal, j� naquele tempo remoto, era car�ssima. O homem resistiu o quanto pode, mostrou mais sand�lias italianas bonitas (e at� confort�veis) para me fazer mudar de id�ia, mas eu estava irredut�vel. No fim, quando entregou os pontos e trouxe a sand�lia que eu queria, fez quest�o de deixar claro que, se me arrependesse da compra, poderia voltar a qualquer momento para troc�-la por algo mais apropriado. N�o foi preciso. Fiquei apaixonada pelo meu primeiro par de Birkenstocks, que deixou os donos da pens�o desconfiados de mim e, j� aqui no Rio, horrorizou as minhas amigas, que n�o entendiam como algu�m podia usar, por gosto, aquela coisa ortop�dica � e, ainda por cima, com meia. Depois de mais umas viagens, cheguei a ter uma pequena cole��o delas � at� que, um dia, viraram moda. Na �poca eu era uma criatura radical, que nunca tinha ido a um desfile e fazia quest�o absoluta de n�o usar nada, mas absolutamente nada, que estivesse na moda; o que, hoje percebo, n�o deixava de fazer de mim uma fashion victim como as outras, j� que era a moda, afinal, que ditava o que eu n�o ia usar... Esta, por�m, � uma hist�ria do passado. Continuo fora de moda porque sou mesmo um caso perdido, mas atualmente cultivo o meu lado fashion com prazer. Gosto de ver como a moda interpreta e revela o seu tempo, e como o tempo exp�e e desfaz a moda. Aquelas garrafas de �gua mineral, por exemplo, que eram t�o rid�culas quanto as Birkenstocks h� 20 anos, est�o cada vez mais pr�ximas das passarelas. Em v�rios desfiles da Fashion Rio o p�blico recebeu garrafinhas de �gua-de-coco em pr�ticas bolsinhas a tiracolo. Da� � figura��o com a Gisele � um pulo. * * * Enquanto isso, na Europa, n�o s�o mais apenas os turistas alem�es que carregam a sua �gua para cima e para baixo, causando estranheza nos demais. Na verdade, a impress�o que se tem � que um dos acess�rios mais chiques do ver�o l� de cima � a garrafa de �gua mineral. Todo mundo leva uma na mochila e bebe o tempo todo, como se a sede simplesmente n�o pudesse esperar a pr�xima parada. J� deixou de ser necessidade; virou atitude. Mais fashion do que a onipresente garrafa d��gua s� as nossas boas e velhas Havaianas, de prefer�ncia com bandeirinha brasileira na tira. J� tinham me contado isso, mas eu, boba, achei que era exagero. Pois n�o � n�o. N�o s� as Havaianas leg�timas est�o por toda a parte, a m�dicos R$ 70, como, por quaisquer R$ 40, pode-se levar uma imita��o aut�ntica, vinda da China ou � vejam s�! � da Argentina. Essas c�pias bisonhas atendem por diversos nomes, entre os quais o �timo Da Baiana. No mais, h� uma tal profus�o de verdes e amarelos por l� que, pela primeira vez, n�o senti nenhuma hesita��o na hora de escolher as cores da minha sand�lia na Fashion Rio: fui direto ao hit parade europeu, marcando sola amarela e tiras verdes. Ficou o m�ximo! * * *Como n�o vi o Ronaldinho com sua nova paix�o, o ponto alto da Fashion Rio foi, para mim, o desfile da Lenny: elegante, caprichado, lindo de ver. E, o que � melhor: apresentando mai�s e roupas que podem ser usados por pessoas com mais de 15 anos � e mais de 35 quilos. (O Globo, Segundo Caderno, 1.7.2004) 02:39
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