30.11.03



Vamos ajudar a Suipa!

Muitos de voc�s conhecem o Riccardo Naman aqui dos coment�rios. Ele � da Suipa, uma sociedade que realmente trabalha em prol dos animais de rua, e que sobrevive �nica e exclusivamente de doa��es e do trabalho de volunt�rios; n�o recebe um ceitil do governo.

Pois l� no fotolog do Riccardo eu vi a imagem acima, com um pedido de help. Transcrevo o que ele escreveu:
"Chegou a hora de fazer um pedido aos meus amigos. Preciso que voc�s me ajudem com uma cota de R$ 15, para que possamos comprar URGENTE uma unidade de resgate para a SUIPA. Tenho certeza de que n�o ser� dificil, e que vou conseguir isso dos meus amigos!

Precisamos salvar mais vidas.

Recebemos, diariamente, e-mails e telefonemas de pessoas que viram um animal ser atropelado e n�o t�m como ajud�-lo, lev�-lo para a SUIPA ou mesmo para outro veterin�rio... Tamb�m recebemos liga��es de pessoas que querem esterilizar, vacinar, consultar seus animais e n�o t�m carro, e de pessoas que querem doar jornais, produtos para o nosso bazar, eletrodom�sticos, etc.

Infelizmente, por n�o ter um ve�culo pr�prio, a SUIPA quase nunca pode ajudar essas pessoas e, principalmente, ajudar os pobres FOCINHOS CARENTES que precisam de n�s.

Pensando nisso, decidimos fazer uma campanha para angariar fundos e comprar um ve�culo. Pensamos em um Fiorino, do tipo furg�o, que n�o � muito caro e pode ser adaptado para transportar gatos e c�es de pequeno, m�dio e grande porte.

Para facilitar as doa��es, criamos cotas de valores pr�-fixados:

  • Cota 1 - R$ 15,00 (s�o necess�rias 1.670 doa��es para comprarmos o ve�culo)
  • Cota 2 - R$ 25,00 (s�o necess�rias 1.000 doa��es para comprarmos o ve�culo)
  • Cota 3 - R$ 40,00 (s�o necess�rias 625 doa��es para comprarmos o ve�culo)
  • Cota 4 - R$ 65,00 (s�o necess�rias 385 doa��es para comprarmos o ve�culo)
  • Cota 5 - R$ 100,00 (s�o necess�rias 250 doa��es para comprarmos o ve�culo)

    Doac�es poder�o ser feitas -- at� por cart�o de cr�dito -- l� mesmo no SITE.

    Quem quiser a conta para dep�sito, a� vai:

    Banco Ita�
    Ag�ncia 0584
    Conta 32833-0
    Favorecido: Sociedade Uni�o Internacional Protetora dos Animais

    CNPJ: 00.108.055/0001-10

    S� pe�o que me passem um email com o nome e dizendo que fez o dep�sito para naman@ajato.com.br."
  • Historinha edificante sobre nossos pol�ticos: no governo passado, quando o Conde (�, esse mesmo, o vice-governador da Rosinha) era prefeito, prometeu � Suipa um grande terreno, onde os bichos poderiam ser bem abrigados. Foi uma festa -- que deu muitas mat�rias em todos os jornais, onde o Conde apareceu nas fotos, sorridente, ao lado do povo da Suipa e de alguns animais.

    MENTIRA.

    Na �poca, eu mesma conversei com ele, que me garantiu que a situa��o estava encaminhada, resolvida, o escambau.

    TUDO MENTIRA.

    A Suipa nunca recebeu o tal terreno.

    E eu vou me lembrar disso nas pr�ximas elei��es.






    Al�, gente: socorro para os humanos, tamb�m...!

    Escreve a minha amiga Bia Badaud, m�dica gente boa:
    "Os bancos de sangue do Rio 't�o vazios.
    Tem gente morrendo, por isso, por aqui.
    S� lembrando, porque aids voc� evita, e tal, j� acidentes, nem sempre se evita.
    Eu gostaria de ver uma campanha por doa��o de sangue, tamb�m.
    Que fizesse as pessoas n�o s� enfeitarem o blog, mas partirem pra a��o.
    Sei l�.
    Ainda estou chocada com a morte do garoto a quem n�o pudemos ajudar, porque n�o tinha sangue nos bancos."






    � amanh�!







    Gatinhos da Fal!

    Tem gente que acha o m�ximo bicho com pedigree. Eu, por exemplo. A diferen�a � que o que eu considero pedigree � meio diferente do que as pessoas que curtem bichinhos de ra�a levam em conta.

    Por exemplo: est�o dispon�veis em S�o Paulo, nesse exato momento, alguns gatinhos da mais alta estirpe. S�o uns vira-latas pelo-curto-brasileiros lindos, que -- aten��o! -- v�m da casa da Fal. Gente, fala s�rio: n�o � para qualquer um isso, poder ter gatinhos da Fal e, assim, se tornar indiretamente aparentado com uma mulher como aquela...!

    Se voc� � paulista e sabe o valor que tem uma coisa dessas, corra. Acho que ela est� aceitando encomendas pelo seu famoso Livro de Visitas.





    29.11.03


    �gua!

    Chove calamitosamente no Rio; sete pessoas j� morreram. Pode, isso?! Gente ainda morrer por causa de chuva...









    Ainda agora, a 15 minutos da inaugura��o da �rvore, as coisas estavam assim: tristes!!! Chove � be�a aqui em frente. Segundo colegas do jornal, a seguradora est� confirmando a inaugura��o, mas o concerto certamente j� era. Tsk, tsk.








    A inaugura��o da �rvore de Natal da Lagoa acontece hoje, s�bado, �s 20h. Rubber Vall sugeriu, e eu achei legal, a gente marcar um ponto de encontro para os fotologgers cariocas que estejam por l� e queiram dar um al� uns pros outros.

    Na minha opini�o, baseada em observa��o da festa nos anos anteriores, isso n�o vai ser muito f�cil; mas, se a gente estiver na �rea, n�o custa tentar, n�?

    A id�ia, ent�o, � fazer uma esp�cie de mini meetup, �s 19h, no primeiro quiosque do lado de Ipanema, logo depois da �rvore para quem vem do t�nel. Este quiosque � pequeno, fica meio escondido entre as �rvores e � bem na beira da ciclovia.






    Em portugu�s!

    Os 10 Maiores Perigos de se Viver na Blogosfera.

    Valeu, JCCyC! :-D





    28.11.03


    Di�logo

    Do Silva Pinto, extraordin�rio fot�grafo angolando, respondendo a um (como sempre!) an�nimo covarde que se assinou "Black and White" nos coment�rios do seu fotolog:
    Black and White: "N�o me digas que em Angola n�o h� um garoto branco...um velho de olhar terno para fotografar? E j� agora um pedido... n�o alteres muito os tons ao c�u... com programas de fotografia... perde a gra�a... ao naturele... � bem mais bonito. Abra�o!"

    Silva Pinto: "Garoto branco, garoto negro, garotos �todos iguais, todos diferentes�, todos garotos, ser� que assim �, ser� que � assim que as coisas acontecem na minha realidade.

    Bom, como tu deves saber eu vivo em Luanda � Angola, vivo em �frica onde a popula��o negra � maiorit�ria. Em Luanda, h� garotos brancos sim, h� meninos e meninas brancas, h� meninos e meninas negras. Se me perguntares se vivem todos da mesma maneira, estou tentado a dizer-te, sem te mentir, que n�o, que a esmagadora maioria dos meninos negros da minha terra n�o vive da mesma maneira que a maioria dos meninos brancos.

    Os meninos brancos de Luanda, s�o em regra, filhos de expatriados trabalhadores das petrol�feras, das ONG�s, das companhias estrangeiras a operar em Angola, do Corpo Diplom�tico acreditado em Angola, e de poucos cidad�os Europeus que por raz�es profissionais c� se fixaram ou por c� se deixaram ficar. Maioritariamente estrangeiros portanto, vivem nos luxuosos e car�ssimos bairros residenciais de Luanda, em enormes casas cercadas de muros altos bordejados de arame farpado ou cacos de garrafa com guarda fardado � entrada, n�o t�m falta de �gua nem de electricidade, frequentam as escolas privadas caras de Luanda, n�o andam a p�, deslocam-se de carro com motorista, n�o t�m paludismo, t�m piscina no jardim, n�o comem uma bucha sentados no ch�o, t�m pai, t�m m�e, t�m cart�o de vacinas, sabem onde nasceram, sabem o dia e a hora em que vieram a este mundo, t�m brinquedos, t�m sonhos de menino, n�o s�o surrados por d� c� aquela palha pelo 1� que aparece e tem necessidade de descarregar raivas antigas, dormem o sono tranquilo e fresco dos anjos velados por uma b�b� de servi�o (essa sim, quase sempre negra) que at� fala a sua (deles) l�ngua.

    Fotografar estes meninos ser� sem d�vida tarefa interessante, ser� tb tarefa muito �rdua. Imagina tu o que me fariam se me apanhassem empoleirado num escadote de camera apontada a fotografar as crian�as loirinhas e lindas do Sr. Fulano de Tal, em amena brincadeira � volta de uma piscina, numa qualquer tarde quente? No m�nimo seria acusado de qualquer coisa bizarra. Os meninos que eu posso fotografar, s�o os meninos que eu cruzo na rua diariamente, que me chamam Tio, que t�m fome (alguns), que sorriem, que choram, que brincam, que n�o t�m guardas nem b�b�s, que t�m como piscina o charco no passeio feito pela �ltima chuva ou pela conduta de �gua da EPAL que estoirou e nunca foi reparada, que n�o t�m hora de regressar a casa, ou porque simplesmente n�o a t�m, ou porque ningu�m os espera para jantar.

    Os velhos de olhar terno, esse j� � outro assunto. A esperan�a de vida em Angola, como deves saber, � de tal forma das mais baixas do mundo que encontrar um velho j� � dif�cil, ent�o encontrar um com olhar terno, ser� direi eu, um acaso muito feliz. Sabes, Black and White, eu n�o exploro a mis�ria, seria at� muito f�cil para mim faz�-lo, nem a tristeza, eu n�o invento a dor nem o sofrimento, eu n�o fabrico poses nem sorrisos, eu n�o fabrico imagens chocantes pelo simples prazer de incomodar. Por uma quest�o de princ�pios e de respeito pr�prios, e pelos outros que fotografo, eu s� capturo o que me toca, nada do que fotografo � falso ou artificial, tudo o que v�s nas minhas fotos existe � palp�vel, � natural, � verific�vel.

    Vem ver ou pergunta a quem j� viu, como � que � um c�u da minha terra, um p�r do sol da minha terra. Quem sabe eles se lembrem e te digam que �SIMPLESMENTE MAGN�FICO. Se quiseres, os ajustamentos (contraste & brilho) que fa�o �s minhas fotos no computador s�o os mesmos, que h� uns anos atr�s se faziam no ampliador, quando se escolhiam os tempos de exposi��o, fabricavam m�scaras para proteger zonas e queimar mais outras, se utilizavam determinados reveladores e emuls�es para se obterem determinados resultados. Se j� fizeste c�pias de contacto, tiras de teste, escolheste filmes e pap�is em fun��o de efeitos que queres criar deves saber do que estou a falar. Os meus azuis s�o mesmo azuis, as minhas cores s�o mesmo cores. N�o as altero, n�o as modifico, n�o as fabrico, est�o a� para quem as quiser apanhar.

    Agora, sejamos realistas, e deixemo-nos de falsos purismos. A fotografia � uma arte, � emo��o, mas tb � t�cnica. Ou por acaso sup�es que os grandes fot�grafos, n�o usam filtros, n�o polarizam os c�us, n�o ajustam contrastes? Se calhar eles n�o o fazem, mas t�m quem fa�a por eles�

    Valha-me Nossa Senhora dos Recados, que isto hoje, j� vai longo.

    Volta sempre."
    � por gente assim que vale enfrentar os "engarrafamentos" do Fotolog, as centenas de adolescentes malcriados, as fotos que n�o sobem, os coment�rios que se perdem no ar, os spammers de guestbooks e todas as ciberpragas do mundo virtual.

    O curioso nessa hist�ria � que a minha percep��o do trabalho do Silva Pinto sempre foi o oposto da do tal Black and White; o que eu mais gosto nas suas fotos � que ele n�o banaliza a mis�ria. Percebe-se a mis�ria, � �bvio, porque ela est� l�; mas o que ele retrata � outra coisa, � o cotidiano, s�o as pessoas, eventualmente alegres, nos seus afazeres e nos seus momentos de lazer.

    Em suma, ele est� mais para Cartier Bresson do que para Sebasti�o Salgado, se � que voc�s me entendem.






    Em terra estranha

    UM PASSAPORTE H�NGARO


    Um dia, Sandra Kogut, brasileira neta de judeus h�ngaros, decide pedir um passaporte h�ngaro � assim como tantos brasileiros t�m, nos �ltimos anos, pedido passaportes italianos, espanh�is, portugueses. Esse p� te�rico e pragm�tico na Comunidade Europ�ia se revela, na pr�tica, um pesadelo burocr�tico, uma volta reveladora �s origens e um filme muito delicado, t�o original quanto comovente.

    "Um passaporte h�ngaro" engana na sua aparente simplicidade. O que parece ser uma esp�cie de gincana mals� pelos corredores da burocracia �, no fundo, uma reflex�o sobre a impot�ncia do indiv�duo diante da engrenagem do estado � e, ao mesmo tempo, a comemora��o dos seus pequenos e eventuais triunfos, percept�veis numa estampilha aqui, num carimbo acol�.

    H� bem mais do que a busca por um passaporte aqui, mas cabe ao espectador chegar �s suas pr�prias conclus�es sobre a Hist�ria, sobre os dramas da imigra��o, sobre a trag�dia da condi��o de estrangeiro.

    Para mim, filha de judeus h�ngaros, ficou, acima de tudo, a sensa��o de que era da minha fam�lia que se estava falando. N�o dos R�nai, em si; mas da minha fam�lia humana.

    (O Globo, Rio Show, 28.11.2003)







    De patinhos feios a objetos de desejo

    Nos supermercados de Seul � comum ver os produtos mais triviais cuidadosamente embalados para presente: latas de �leo, pacotes de macarr�o, a��car, sab�o em p�, biscoito. Um amigo explicou: � que os coreanos trocam tantos presentes entre si que o gesto passou a representar apenas isso, um gesto. Pouca gente tem bala na agulha para cumprir o ritual com objetos cobi��veis; menos gente ainda tem tempo para trocar todos os presentes de que n�o gostou; e ningu�m, absolutamente ningu�m, tem espa�o em casa para acumular tanta quinquilharia.

    Faz sentido � mas, ainda assim, me pareceu bem frustrante. Adoro atum em conserva, por exemplo, mas acho que ficaria muito desapontada se ganhasse um presente todo bonit�o e, na hora H, descobrisse que era uma lata de atum. E olhem que uma lata de atum tem mil e uma utilidades culin�rias, ao contr�rio de tantas bobagens que a gente ganha apenas para passar adiante. Os coreanos t�m, nota-se, mais l�gica sentimental do que a gente.

    * * *

    Lembrei dessa hist�ria semana passada, numa livraria. Quando eu era crian�a, os livros eram aut�nticos presentes coreanos. Eu adorava livro, vivia lendo, mas ficava indignada quando uma visita trazia livro de presente. Afinal, l� em casa, livros eram artigos de primeira necessidade, inclu�dos na dota��o or�ament�ria. Presentes de verdade tinham que ser sup�rfluos ou, no m�nimo, bonitos, luxuosos � e, naquela �poca, salvo rar�ssimas exce��es, os livros que se faziam no Brasil eram uns monstrengos bem feinhos*.

    Hoje, pelo contr�rio, � preciso procurar muito numa livraria para encontrar um presente coreano. Os livros brasileiros n�o podiam ser (ou estar?) mais atraentes; e n�o estou me referindo apenas aos de arte, tradicionalmente bem cuidados. At� as editoras universit�rias est�o fazendo um bonito. As capas s�o sedutoras, o papel � da melhor qualidade, a mancha gr�fica � generosa. A ind�stria descobriu, enfim, que n�o basta um bom texto para seduzir o consumidor, e trouxe � tona o lado sensual dos livros. Bons de ver e de pegar na m�o, de folhear e acariciar.

    Vejam, por exemplo, �Na sala com Danuza.2�. Injusti�a cham�-lo de �nova edi��o�. � um livro todo novo, n�o s� pelos acr�scimos e modifica��es do texto, como pelo projeto gr�fico ma-ra-vi-lho-so da Pinky Wainer. Num mundo de celebridades ef�meras, nada como encontrar o artigo genu�no: Danuza Le�o tem um senso de humor afiado, � inteligente e sabe tudo. O m�ximo.

    * * *

    Quando vi �Passaporte�, de Fernando Bonassi, editado pela insupe'ravel Cosac & Naify, foi paix�o � primeira vista. Igualzinho a um passaporte na cor, no tamanho e na textura, �Passaporte� � o livro de viagem que eu gostaria de ter escrito. Em cada p�gina, h� o retrato perfeito n�o de um lugar, mas de um estado de esp�rito local. O livro � uma cole��o de pequenas fotos em palavras, instant�neos de grande precis�o e densidade at�mica.

    Devo confessar que tenho um fraco pela Cosac & Naify, que faz os livros mais tentadores que conhe�o. Livros livros, de verdade, daqueles de ler, e n�o apenas de ver figurinhas. Embora, em alguns casos, aconte�a uma feliz converg�ncia, como na �Hist�ria da arte italiana�, de Giulio Argan, puro deslumbramento. Ao contr�rio de �Passaporte�, t�o pequetitinho, s�o tr�s alentados volumes, num total de 1.400 p�ginas que deixam a gente sem saber o que fazer. Olha-se tudo primeiro, e depois se come�a a leitura, ou come�a-se a leitura e depois se descobrem as ilustra��es, devagarinho, puxadas pelas palavras? � d�vida cruel! Como sou impetuosa, estou fazendo tudo ao mesmo tempo, lendo, olhando, indo e vindo entre os volumes. Ta�. Se fosse pecado, eu estava frita.

    * * *

    O melhor de tudo � que a Cosac & Naify n�o � uma exce��o. Mesmo a Ediouro, que durante d�cadas fez livros visualmente indigestos at� para as tra�as, est� brilhando. Literalmente: �Egito: um olhar amoroso�, de Robert Sol�, traz a lateral das p�ginas gloriosamente prateada. N�o � s� bonito; � tamb�m excelente leitura, apresentando um Egito personal�ssimo, de A a Z, cheio de curiosidades e idiossincrasias.

    * * *

    Para quem quer tempos mais modernos ou localidades mais pr�ximas: �A capital da solid�o�, de Roberto Pompeu de Toledo, em amorosa edi��o da Objetiva. Nunca pensei que algu�m conseguisse escrever uma hist�ria de S�o Paulo ao mesmo tempo informativa e po�tica, mas Roberto Pompeu de Toledo conseguiu. O livro � rico e extraordin�rio, um prazer do come�o ao fim.

    * * *

    A gente sabe que o ano acabou quando os vizinhos contratam alpinistas para escalar as palmeiras do jardim e cobri-las de luzinhas.


    (O Globo, Segundo Caderno, 27.11.2003)

    * Update: Um leitor bibli�filo me escreveu muito sentido, mandando uma lista de lindas edi��es do passado. A lista n�o tem nada dos anos 60/70, d�cadas a que me refiro, mas fico pensando se n�o injusticei meus amigos livros ao cham�-los de monstrengos.






    Para angloparlantes

    Dez grandes perigos de se viver na blogosfera. �timo! V�lido tamb�m, com algumas modifica��es, para fotologueiros...








    Real Time: Keaton e Tutu me ajudando com o trabalho.





    27.11.03




    Mais uma fotinha de celular: a fila do Esta��o Botafogo. Ah, sim: l� no fotolog tem fotos novas (e noturnas!) da capivara...







    Naturalmente


    A� est�: � assim que se fotografa uma cobra! A Indiana Jones da foto � a portuguesa Isabel Catal�o, craque em fotos de batr�quios, r�pteis e outros bichos que, em geral, p�em a gente pra correr.

    Especialista reconhecida no mundo todo, Isabel mant�m um dos melhores fotologs que conhe�o: n�o deixem de conferir!

    Tudo o que ela faz � bom, de animaizinhos min�sculos a castelos.






    Nem t�o hoax assim...

    Infelizmente, a quest�o dos animais torturados em S�o Paulo procede. Vejam o que explicou a C�ssia Schittini, jornalista e coordenadora de projetos da ONG Projeto Esperan�a Animal:
    "� a Faculdade de Ci�ncias M�dicas da Santa Casa de S�o Paulo que promove cursos em que animais s�o submetidos � vivisse��o e sacrificados. Apesar de terem nomes semelhantes, a Irmandade e a Faculdade s�o entidades distintas: a Irmandade s� cede as instala��es para a Faculdade. Os cursos s�o pagos e extra-curriculares. As ONGs de prote��o aos animais receberam den�ncias de que 19 c�es seriam queimados em aulas pr�ticas em novembro para que os estudantes pudessem se familiarizar com o tratamento de queimaduras. Isso ainda n�o ocorreu porque o ano letivo est� acabando, mas suspeitamos que esses experimentos devem ser retomados no pr�ximo ano. Ou quem sabe a faculdade tenha resolvido cancelar esse curso porque os protestos foram muitos. A primeira den�ncia contra a Faculdade de Ci�ncias M�dicas da Santa Casa de S�o Paulo surgiu em uma reportagem de Marici Capitelli, do Jornal da Tarde, em meados deste ano.

    Eu, pessoalmente, at� admito que algumas experi�ncias possam ser feitas em nome da boa ci�ncia. Condeno o abuso. Ontem, 97 (noventa e sete!!!) cachorros seriam enviados do CCZ de Diadema para a Faculdade de Medicina de Botucatu, da UNESP. S� n�o foram porque roubaram o caminh�o da Unesp na estrada. Essas foram as informa��es que foram passadas para dez ativistas que estavam protestando em frente ao CCZ. Esses transportes ocorrem semanalmente. Uma amiga, m�dica, disse que em todo o seu curso de medicina foram utilizados somente quatro cachorros como cobaias. E ela ainda acrescenta que n�o aprendeu nada com isso.

    Os CCZs de Diadema, S�o Bernardo do Campo e Ribeir�o Pires est�o enviando c�es para servirem de cobaias, semanalmente, para as faculdades de medicina da Santa Casa, Botucatu, Metodista, Unisa e Anhembi-Morumbi. A Uni�o Internacional Protetora de Animais (UIPA) abriu o processo 213/2003 contra essas faculdades no Minist�rio P�blico de S�o Paulo, alegando que os procedimentos ferem a lei 9605/98, de Prote��o ao Meio-Ambiente. A People for Ethical Treatment of Animals (PETA) tamb�m acaba de entrar nesta luta, investigando e acatando den�ncias da PEA.

    Aproveito para pedir a todos que se preocupam com o assunto para apoiarem o projeto de lei 1691/2003, que regulamenta os experimentos em animais no Brasil. Maiores informa��es no link www.apasfa.org/Diversos/deputados.html

    Agrade�o pelo espa�o,

    Cassia Schittini
    Projeto Esperan�a Animal
    www.pea.org.br
    N�o preciso nem dizer, mas tenho a maior admira��o por gente que protege animais. J� a respeito do que sinto por quem pratica crueldades contra seres vivos achando tudo perfeitamente normal n�o consigo dizer nada.

    Sei que estudantes de medicina s�o, coitados, freq�entemente for�ados a usar cobaias, mas nada do que li at� hoje me convenceu da real necessidade disso. H� pouco tempo era igualmente "necess�rio" e "normal" fazer crian�as abrirem r�s e sapos vivos para ver seus cora��ezinhos batendo, a t�tulo de "educa��o".

    Tamb�m sei que cientistas usam toda a esp�cie de animal para testar produtos e procedimentos cir�rgicos, mas tampouco estou convencida da necessidade dessas experi�ncias. Acho que sou mais radical do que a Cassia.

    Nenhuma esp�cie merece sofrer em nome de outra.

    Par�nteses: alimenta��o � outra hist�ria. As esp�cies se alimentam umas das outras. � natural. Mas n�o � natural cegar um macaco para ver como reage um c�rebro privado de vis�o, por exemplo. Fecha par�nteses.

    Vamos p�r a coisa nesses termos: se algu�m sugerisse que os assassinos que mataram o casal de adolescentes em S�o Paulo fossem usados em pesquisas cient�ficas, a sociedade inteira reagiria, horrorizada.

    Agora me digam: no que � que aqueles seres monstruosos s�o melhores do que os pobres c�es que ser�o queimados em nome da ci�ncia?








    Ontem quem me fez companhia no temporal foi o Palm Zire. H� v�rias fotos do tor� no Fotolog.





    26.11.03




    A� est� a �rvore! Estava sendo testada ontem � noite.

    Infelizmente, este ano, rompendo com a tradi��o, o blog foi furado pelo Globo.

    N�o me conformo...








    Foto de telefone! Fiz ontem, durante o temporal, com o Nokia 7650. Est� tal e qual saiu do telefone; n�o tem nem corte.






    Curiouser and curiouser...

    No dia 9 de outubro, meu colega e amigo Sergio Rodrigues publicou este lindo artigo no No Minimo. S� li agora*. Ele chegou � mesma conclus�o do Shirts -- mas com algumas semanas de anteced�ncia.

    Confiram:
    " �Naquela �poca eu ensinava latim e italiano num gin�sio de Budapeste. Uma vez por semana freq�entava um caf� onde se reuniam meus amigos ling�istas. Um deles estudava o sogdiano, outro preparava um ensaio sobre os pronomes voguis, um terceiro acabara de publicar dois grossos volumes de contos tcheremissos. S� interessados em idiomas ex�ticos, tinham verdadeira paix�o pelas l�nguas dif�ceis e desprezavam minhas modestas excurs�es no dom�nio neolatino.� Por trechos como esse � que se confirma o que todo mundo anda dizendo: � bom demais esse Chico Buarque, n�o?

    Bem - n�o, nada disso. Quer dizer, o novo livro de Chico � �timo, mas o trecho que abre este artigo n�o foi extra�do dele e sim de um duplo de �Budapeste�, como Zsoze K�sta � duplo de Jos� Costa. Um livro que, escrito a partir dos anos 40 e lan�ado em 1975, compartilha com o grande best-seller do momento dois tra�os fundamentais: a oscila��o entre a capital h�ngara e o Rio de Janeiro (com a diferen�a de que parte daquela para chegar a este, enquanto o her�i buarquiano faz o caminho inverso) e a coragem de mergulhar de cabe�a nos abismos da l�ngua, das l�nguas, da linguagem.

    At� fazer essa descoberta eu nem pretendia escrever sobre �Budapeste�, apesar da sintonia de sua alma metaling��stica com uma coluna como esta, dada a filosofices sobre o tema. Cheguei a achar, diante da acolhida entusiasmada que o livro de Chico teve na imprensa, que o pessoal j� falara demais dele. Acreditava que nenhum texto em torno do texto interessaria mais ao leitor, a quem s� caberia agora embarcar na primeira frase - �Devia ser proibido debochar de quem se aventura em l�ngua estrangeira� - e se deixar levar. Ou n�o. Pegar ou largar. Mas eu estava enganado.

    Confesso que n�o sei bem o que fazer da minha descoberta. Sei, por�m, o que n�o fazer. O tal duplo de �Budapeste� � uma colet�nea de artigos chamada �Como aprendi o portugu�s e outras aventuras�, do erudito Paulo R�nai (Editora Globo). Nem fic��o �, e se o in�cio da coluna levou algu�m a esperar uma den�ncia de pl�gio ou influ�ncia excessiva, lamento. N�o se trata de nada t�o sensacional. Mesmo assim, as correspond�ncias entre as duas obras s�o impressionantes.

    De um lado, encontramos o brasileiro Jos� Costa, que por acaso ou fastio come�a a construir uma nova identidade - uma identidade h�ngara - no dia em que a m�sica de um idioma incompreens�vel o subjuga e mesmeriza. �Sem a m�nima no��o do aspecto, da estrutura, do corpo mesmo das palavras, eu n�o tinha como saber onde cada palavra come�ava ou at� onde ia. Era imposs�vel destacar uma palavra da outra, seria como pretender cortar um rio a faca.�

    Do outro lado, temos a presen�a comovente de um jovem h�ngaro, Paulo R�nai, e sua paix�o tamb�m gratuita pelo portugu�s, numa Budapeste que estava a poucos anos de se tornar quintal da Alemanha nazista. �A mim, sob seu aspecto escrito, (o portugu�s) dava-me antes a impress�o de um latim falado por crian�as ou velhos, de qualquer maneira gente que n�o tivesse os dentes. Se os tivesse, como haveria perdido tantas consoantes?�

    Jos�, antes de virar h�ngaro, se espanta: �Cortei o som, me fixei nas legendas, e observando em letras pela primeira vez palavras h�ngaras, tive a impress�o de ver seus esqueletos: � az �lom el�tti talajon t�ncol�. Paulo, �s v�speras de virar brasileiro, fica abismado: �E olhava espantado para palavras como lua, dor, pessoa, veia, procurando apanhar o que nelas restava das palavras latinas, cheias e sonoras�.

    O que se descreve nos dois livros, a partir desse momento m�gico em que novas palavras reinauguram o mundo, � a aventura da reinven��o da pr�pria vida dos narradores. Uma, a de Paulo, aventura �pica, no cen�rio da maior trag�dia do s�culo 20 e provavelmente de todos os tempos. A outra, a de Zsoze, aventura besta, circular, de significado fugidio, pren�ncio de um s�culo em que at� as grandes trag�dias prometem nos chegar esvaziadas de sentido.

    Se percursos e estilos s�o diferentes, resta o bastante de solo comum para que o livro de R�nai nos ajude a entender �Budapeste�. N�o, o romance de Chico Buarque n�o � uma ode � busca da palavra exata, como andam dizendo por a� (lugar-comum mais vazio que esse, s� o espanto com a capacidade do autor de �reconstruir� uma cidade que nunca visitou, como se o livro tivesse alguma pretens�o realista). O sortil�gio da prosa diabolicamente bem urdida, ponto mais forte do Chico escritor, parece ter confundido o pessoal. Ode � busca da palavra exata � toda a obra do autor desde �A banda�. O que distingue �Budapeste� � quase o contr�rio, uma confiss�o de fragilidade do indiv�duo falante - fragilidade t�o grande que borra a pr�pria id�ia de autoria - diante da l�ngua que ele fala.

    Ou melhor: diante da l�ngua que o fala. Chico e R�nai nos descortinam o encantamento com o fato �bvio - mas pouco considerado - de que as l�nguas nos falam tanto quanto s�o faladas por n�s. (Sergio Rodrigues)

    * Confesso: ando mesmo atrasada com as minhas leituras. Motivo? Leituras, leituras, leituras. Em outras plavras, numa outra l�ngua, information overload.





    25.11.03


    Que viagem...

    A Laura me mandou este artigo que saiu em S�o Paulo. N�o tinha visto. Achei curiosa a tese do autor; ainda n�o li o livro do Chico.

    Como aprendi o h�ngaro

    "Devia ser proibido debochar de quem se aventura em l�ngua estrangeira." Imposs�vel eu n�o me fascinar por um livro que come�a assim. Sempre fui dessa mesmo opini�o. Mas, ao mesmo tempo, � dif�cil resistir � tenta��o - a de debochar dos estrangeiros. At� minha querida filha Maria de vez em quando pede para o pai gringo pronunciar a palavra "proseco" diante das suas amigas. Atendo o pedido quando estou de bom humor. E todas d�o aquelas risadas desengon�adas das adolescentes, mesmo que n�o saibam o que significa esse voc�bulo. � uma festa. Fico a admirar como um mero erro de pron�ncia pode provocar tamanha alegria.

    Quem diz que deve ser proibido debochar de quem se aventura em l�ngua estrangeira � o Jos� Costa, protagonista de Budapeste, o �ltimo romance de Chico Buarque. N�o tenho a pretens�o de resumir o seu enredo, que � um tanto manhoso e cheio de espelhos, embora o livro seja gostoso e f�cil de ler.

    Basta dizer, por ora, que Costa est� empenhado em aprender o h�ngaro.

    N�o est� muito claro por qu�. L� pelas tantas ele conta: "Pedi um chope no bar da esquina, vi uma ag�ncia de viagens logo em frente, larguei o chope, cruzei a rua e comprei duas passagens para Budapeste".

    Costa se apaixona pela l�ngua magiar, pela sua professora de h�ngaro Krista, e se entrega de corpo e alma ao aprendizado do ex�tico idioma. Como diz:

    "Assim, depois de um m�s em Budapeste, j� me soava quase familiar a cad�ncia das palavras h�ngaras, com a t�nica sempre na primeira s�laba, mais ou menos como um franc�s de tr�s para diante."

    Depois de muito estudo apaixonado, Costa, que era um ghost-writer brilhante no Brasil, se habilita "a retocar por conta pr�pria o h�ngaro das maiores escritores da Hungria". Surge o Zsoze K�sta, a vers�o h�ngara do Jos� Costa, e os dois passam a conviver de forma meio atabalhoada dentro da narrativa.

    Zsoze acaba escrevendo at� mesmo um livro aclamado de poesia na Hungria, como ghost-writer de um festejado poeta que anda sem inspira��o.

    A hist�ria � solta e divertida e se vale, bem mais do que Benjamin e Estorvo, do sutil e irresist�vel senso de humor do seu autor.

    Pensava eu em tudo isso, enquanto lia Budapeste, deitado � noite na cama do meu quarto em Pinheiros, quando fui acometido de uma sensa��o esquisita. Eu conhecia Jos� Costa de algum lugar. Ou seria o Zsose?

    Parecia improv�vel. Afinal, ele � um personagem de fic��o - e rec�m-lan�ado ainda por cima.

    Mas, quanto mais lia sobre a sua vol�pia pelas palavras h�ngaras, pela sua vontade de dizer k�rekport, k�rekpart, ker�kp�r, sobre o seu amor pelo aprendizado de um novo idioma que continha toda a hist�ria de um povo, toda uma maneira de ser, um ritmo e uma musicalidade, mais eu tinha certeza de que conhecia esse personagem. N�o era poss�vel.

    Foi l� pela p�gina 63 que me deu o estalo: Zsose Costa � Paulo R�nai! Corri at� a estante de livros e procurei at� achar o pequeno e maravilhoso livro de cr�nicas de R�nai, Como Aprendi o Portugu�s. Logo na orelha, de 1975, reli: "Paulo R�nai, h�ngaro de nascimento e brasileiro h� meio s�culo, � dessas personagens raras que, de quando em quando, surgem na literatura para n�o s� p�r em contato duas tradi��es que antes mal se conheciam..."

    Na primeira cr�nica da colet�nea, R�nai conta como um h�ngaro que n�o conhecia o Brasil acabou se apaixonado pelo idioma do nosso Pa�s. Escreve:

    "De todos os escritores h�ngaros que eu conhecia, Desid�rio Kosztol�nyi era o �nico que se aventurara a abordar o estudo do portugu�s. Certa vez falou-me nesta l�ngua, que lhe parecia alegre e doce como um idioma de passarinhos. A mim, sob seu aspecto escrito, dava-me antes a impress�o de um latim falado por gente que n�o tivesse dentes. Se os tivesse, como haveria perdido tantas consoantes. E olhava espantado para palavras como lua, dor, pessoa, veia, procurando apanhar o que nelas restava de palavras latinas, cheias e sonoras".

    A parti da�, eu j� n�o consegui mais ler Budapeste com os mesmos olhos.

    Conclu� que havia decifrado a obra do Chico. Ele est� tentando criar uma musicalidade a partir das muitas vogais da l�ngua portuguesa, pensei. Pode muito bem ser del�rio meu, mas comecei a perceber uma escolha deliberada de termos repletos de vogais. Diz o Zsoze: "Guanabara, murmurei, goiabada, P�o de A��car".

    N�o sei se Chico se inspirou no R�nai, consciente ou inconscientemente. Mas, no fundo, pouco importa.

    Ron�i d� uma dica para entender a rica m�sica do texto do Chico.

    Jos� Costa erra as consoantes ao aprender o h�ngaro. Aqui no Brasil, n�s, os gringos, erramos as vogais. Proseco." (Matthew Shirts)






    Cl�ssico

    Ouvindo MP3. S�o mais de 20Gb s� num dos HDs, uma esp�cie de r�dio pessoal, sem propaganda, onde tudo o que toca eu gosto, tem melhor?

    De repente, uma m�sica me p�ra: "Negue", de Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos, que eu n�o ouvia h� tempos. N�o me lembrava de como � bonita essa m�sica. Voc�s sabem, n�?
    Negue o seu amor, o seu carinho
    Diga que voc� j� me esqueceu
    Pise machucando com jeitinho
    Esse cora��o que ainda � seu
    Diga que o meu pranto � covardia
    Mas n�o esque�a
    Que voc� foi meu um dia
    Diga que j� n�o me quer
    Negue que me pertenceu
    E eu mostro a boca molhada
    Ainda marcada
    Pelo beijo seu
    A interpreta��o � da Beth�nia, l�gico. N�o consigo imaginar outra. Tudo � perfeito, do arranjo ao jeito de cantar dela, escandalosamente bom -- contido, elegante, intenso, inteligente.





    24.11.03


    Horror! Era s� um hoax... ufa!

    Hoje de manh�, antes de ir dormir, encontrei uma mensagem terr�vel na minha mailbox. Tasquei aqui:

    Ando muito atrasada com a minha mailbox. A vida est� corrida, coisas demais para fazer, tempo de menos. Entre a correspond�ncia atrasada encontrei essa mensagem, enviada no dia 18. Fiquei em estado de choque. Algu�m me desminta isso, por favor!
    "� com muita tristeza que anunciamos que a partir de hoje na Santa Casa de Miseric�rdia de S�o Paulo, animais ser�o queimados vivos para fazerem testes desnecess�rios. Alegaram que queimando os animais, saber�o os cuidados que dever�o ter com os seres humanos queimados... Afinal, a estrutura do ser humano � id�ntica a dos animais, o homem tem 4 patas, etc, etc.

    Meu Deus, pra que isso? � realmente necess�rio queimar animais vivos e manter no sofrimento somente
    pra comprovar que pessoas queimadas precisam de cuidados especiais?

    Por favor, � preciso dar um basta nessas crueldades desnecess�rias. Pa�ses evolu�dos no ramo na medicina j� comprovaram que vivissec��o � algo desnecess�rio.

    Imprensa, por favor, sei que n�o � responsabilidade de voc�s solucionar esse problema, mas voces tem a chave nas m�os, s�o formadores de opini�o e podem mostrar esse crime para a popula��o, mesmo que de uma forma neutra, deixando que as pessoas tomem seu pr�prio partido. Aqueles que tem compaix�o com certeza ser�o contra, assim, teremos mais gente ciente desse holocausto, desse inferno que � a Santa Casa.

    Divulguem, falem com protetores, vamos at� a Santa Casa, vamos nos unir, nos mobilizar, pois n�o podemos esperar por milagres enquanto nossos animais agonizam. Nos ajudem!!!"
    Como � que pode?!

    Uma institui��o que pretende se chamar "Santa Casa"?!

    S�o inacredit�veis as atrocidades cometidas contra animais em nome da "ci�ncia" -- como se os animais n�o fossem seres vivos, que sentem e sofrem exatamente como n�s.

    Freq�entemente me pego pensando que, se h� vida al�m dessa daqui, se houver pelo menos algum plano metaf�sico em que, um dia, estaremos todos em condi��es de igualdade, eu n�o terei, como humana, coragem de olhar nenhum animal no olho.

    Com que direito a minha esp�cie se arrogou o direito de dizimar todas as outras, de torturar e de matar todas as outras assim, sem compaix�o e sem remorsos?!

    Com que direito algu�m queima um animal vivo, de prop�sito?!

    Deus do C�u.

    Felizmente, v�rias pessoas me desmentiram! Era um hoax. Ufa! Pelo menos na Santa Casa n�o fazem isso. Minhas desculpas � Santa Casa. Que, coitada, deve estar sofrendo tanto com a quantidade de gente que caiu nessa que j� fez at� desmentido oficial:

    "A Irmandade da Santa Casa de Miseric�rdia de S�o Paulo informa que a acusa��o que esta recebendo sobre experi�ncias realizadas com animais para estudar n�veis de queimaduras � absurda e leviana.
    A Diretoria da Santa Casa jamais aprovaria este tipo de experi�ncia.

    N�o existe, nem nunca existiu, qualquer tipo de experi�ncia com animais queimados.
    Informamos, ainda, que a Institui��o possui um grupo de volunt�rios entre m�dicos e funcion�rios, que diariamente cuida das dezenas de animais, que s�o abandonados nos jardins da Santa Casa, alimentando-os e promovendo campanhas de castra��o.

    Lamentamos muito que uma Institui��o de Sa�de, quatrocenten�ria, como a Santa Casa, que atende mais de oito mil pessoas por dia sofra t�o, injustamente, com den�ncias levianas e improcedentes."


    Aqui nos coment�rios, Letra Morta escreveu:
    "Not�cias com os bichinhos s�o o seu backdoor cerebral n�? A primeira infec��o mental que te pegou foi aquela not�cia contaminada sobre a toxoplasmose."
    � verdade. Not�cias ruins sobre animais me abalam completamente. S�o mesmo � meu backdoor cerebral... ;-)

    No caso da not�cia sobre toxoplasmose, por�m, foi o contr�rio: o backdoor foi na BBC BR, que juntou alhos com bugalhos, temperou, p�s fermento e condenou todos os gatos

    �ta, n�is...








    H� algum m�dico na casa?

    O que � que a gente faz com uma porcaria de dor de garganta que simplesmente n�o passa?!







    Campe�s!

    Maria Lenk (88) e Mam�e (79 -- a de �culos), em Salvador, onde participaram do Campeonato Brasileiro de Masters de Nata��o. Campeon�ssimas nas suas respectivas categorias!

    Nesse espec�fico campeonato, Mam�e ganhou todas as provas em que se inscreveu (seis individuais e quatro revezamentos). A Maria Lenk idem... :-D

    As duas est�o entre as dez mais da FINA (Federa��o Internacional de Nata��o). Maria Lenk, que � um �cone do esporte brasileiro, e foi a primeira mulher da Am�rica Latina a ir a uma Olimp�ada, est� at� no Hall of Fame da nata��o, em Fort Lauderdale, na Fl�rida.

    Tenho a maior admira��o -- e a maior inveja -- da Mami e das suas super-amigas. Acho que aconteceu um mau contato na minha programa��o gen�tica, porque detesto fazer exerc�cio -- qualquer esp�cie de exerc�cio. Sa� pior at� do que Papai que, nem ou mal, fazia, de forma regular e europ�ia, longas caminhadas.

    Em tempo: Maria Lenk se acidentou na sexta passada, mas j� foi operada e passa bem. Ela est�, por�m, muito contrariada de perder a pr�xima etapa do campeonato...







    Not�cias do mundo, pelos amigos

    As fotos podem n�o ser t�o espetaculares, mas s�o mais �ntimas do que qualquer coisa que se tenha (ou se possa) ver na imprensa: o Reino Unido explode em protestos no Fotolog. Aqui um grupo de escoceses encara o frio e faz vig�lia em Glasgow, ali m�os desconhecidas colaram, num poste, o cartaz que avisa que o assassino est� chegando; num mercadinho, uma senhora faz seu protesto solit�rio; na rua, algu�m acrescentou um H �s letras que avisam, no asfalto, a parada de �nibus. Bus(h) Stop.

    Enquanto isso, na �rea de coment�rios, os americanos agradecem a for�a, ap�iam os protestos, vibram com a �recep��o�:

    �Eu tenho que dizer isso, ainda que saiba que o Fotolog n�o � pol�tico� � desabafa o grande Colorstalker (Tim Connor), um dos melhores fot�grafos da comunidade, no fotolog de um amigo virtual londrino. �Se voc� acha que Bush � um idiota completo e que, justamente por isso, � extremamente perigoso, por favor fa�a o que estiver ao seu alcance para tornar a visita dele ao seu pa�s a mais desconfort�vel poss�vel! Muitos americanos (que Deus perdoe meu pa�s por sua teimosa ignor�ncia) podem ser convencidos de que os franceses e outros europeus n�o s�o de confian�a, mas os ingleses s�o geralmente bem-vistos (lutamos ombro a ombro em duas guerras, bl� bl� bl� � e, ainda por cima, meio que falam a nossa l�ngua!). Assim, uma demonstra��o maci�a de resist�ncia � Guerra Sem Fim aos Agentes do Mal vai ser dif�cil de ignorar por aqui. Precisamos expulsar esse cretino carola & sua corja de hiper-capitalistas da Casa Branca! �

    Pedidos para que os ingleses fiquem com Bush e n�o o deixem voltar s�o incont�veis; e algumas respostas s�o �timas. Duas das que encontrei sugerem, coincidentemente, que ele seja despachado para uma outra ilha: Elba ou, melhor ainda, Guantanamo.

    Num mundo menos selvagem, come�amos a ver a mudan�a das esta��es. As cores de outono que coloriam os fotologs do Hemisf�rio Norte v�o dando lugar a v�rios tons de cinza; no fim da semana passada, j� nevava em diversos pontos do planeta. Mal posso esperar pelo ver�o, e pelo contraste entre as nossas fotos a 40 graus esturricantes graus contra as imagens geladas do povo l� de cima...

    (O Globo, Info etc., 24.11.2003)






    Coment�rios

    Ontem � noite, o website do F�bio Sampaio, onde ficam hospedados os coment�rios, saiu do ar.

    Isso significa que, at� a coisa se resolver por l�, o blog est� em mono, com um �nico canal...

    � tempor�rio, n�o se aflijam; logo estar� resolvido.

    Update: J� temos uma solu��o provis�ria. Os coment�rios est�o funcionando em outro servidor. Os coment�rios antigos est�o guardadinhos, podem deixar.







    23.11.03




    Sess�o Nostalgia: com Paulinho, em 1971. Voc�s n�o eram nem nascidos. Acho que nem eu...





    21.11.03




    Ontem fiz umas fotinhas bem legais do mar e de uns garotos que mergulhavam l� no Leme. Est�o, claro, no Fotolog.














    Sorria: voc� est� recebendo um telefonema!


    O foco n�o � l� aquelas maravilhas e a resolu��o podia ser melhor � mas, reparem, todas essas fotos foram tiradas com telefones celulares! H� poucos anos, a gente ficava admirada quando falavam; hoje, j� acha normal que fa�am e enviem fotos... e at� reclama do resultado. Estamos sendo exigentes demais com essas maquininhas que, afinal, s�o apenas o primeiro est�gio evolutivo de uma nova forma de comunica��o.

    O MMS (Multimedia Messaging System, ou sistema de mensagens multim�dia) promete ser uma revolu��o t�o radical quanto, � sua �poca, foi o telefone. Naquele tempo, pessoas que se comunicavam por escrito passaram a se falar � dist�ncia; hoje, quem fala vai passar a transmitir imagens, registrando coment�rios visuais do seu cotidiano: as flores que chegaram direitinho, o carro que quebrou em pleno tr�nsito, a beleza da tarde. Essas pequenas imagens n�o devem ser julgadas pelos par�metros habituais que se aplicam �s fotografias (foco, resolu��o, profundidade de campo etc.) mas sim pela efici�ncia do recado, pelo inusitado da composi��o, pelo inesperado da cena. Elas s�o informa��o, e n�o mem�ria.

    O impacto da novidade � previs�vel. Hoje j� se vendem mais celulares com c�mera do que c�meras digitais. Junto com eles, por�m, espalha-se pelo mundo uma onda de preocupa��o com a privacidade das pessoas: h� pa�ses em que os telefones celulares j� est�o sendo banidos de �reas p�blicas, como bares e academias de gin�stica.

    O fato � que c�meras fotogr�ficas criam, ao seu redor, um estado de alerta, permitindo aos poss�veis alvos das fotos um m�nimo de defesa. Mas os celulares com c�mera, pequenos e ainda pouco conhecidos, n�o despertam nenhuma desconfian�a. Resultado: milh�es de fotos de gente pagando mico, na maior inoc�ncia, cruzam os ares rumo a outros celulares. Ou � pior! � rumo � internet, onde j� existem v�rios blogs e fotologs que dispensaram o computador, sendo atualizados diretamente atrav�s de telefones.

    Algumas empresas jornal�sticas j� descobriram o potencial dos celulares 3G. A principal delas � a BBC, que h� cerca de um m�s transmite, com regularidade, reportagens inteiramente produzidas nos telefones dos seus correspondentes. Todas deixando muito a desejar em termos de imagem � mas, em compensa��o, trazendo para o notici�rio a vis�o, em tempo real, de um mundo em que tudo, afinal, � vis�vel.

    (O Globo, Info etc. especial sobre telefonia m�vel, 20.11.2003)






    A bolsa em baixa

    O mote da coluna passada (�O que � mais cafona: uma bolsa Vuitton aut�ntica a R$ 3.500 ou uma falsificada a R$ 300?�) era uma pergunta apenas ret�rica mas, aparentemente, tocou num ponto sens�vel da pinimba coletiva. Entre e-mails e coment�rios no blog, onde reproduzi o artigo � sem falar nas dezenas de pessoas que se manifestaram no Fotolog � 118 leitores deram opini�o a respeito do assunto.

    Os t�tulos de algumas mensagens que chegaram ao longo da semana d�o uma id�ia do esp�rito geral da correspond�ncia: �Esse artigo � tudo de bom!�, �Obrigada!�, �O absurdo das griffes�, �Sen-sa-ci-o-nal!�, �Maravilha!�, �A bolsa dos gritantes contrastes e absurdos�, �Bolsas e bobagens�, �Enfim a verdade!�, �Que show!�, �� isso mesmo!!!�, �Maravilhoso do in�cio ao fim!!!�, �Arrasou...� , �Lavou minha alma!�.

    * * *

    Em resumo: havia mais gente, al�m de mim, com a tal bolsa entalada na garganta! Das 118 pessoas, 107 concordaram inteira e entusiasticamente comigo, o que me deu enorme alegria. N�o s� porque, como todo mundo, prefiro elogios a cr�ticas, mas, sobretudo, por ver que tanta gente est� atenta ao problema do consumismo patol�gico.

    Um amigo querido discordou gentilmente, e me mandou uma carta maravilhosa sobre produtos de luxo; duas pessoas concordam com o que eu disse, mas n�o exatamente com a minha forma de diz�-lo; e oito me descascaram com gosto.

    Eu adoraria publicar todas as mensagens aqui. Muitas t�m sugest�es interessantes e pontos de vista engra�ados � mas, infelizmente, o espa�o � pequeno. Assim, destaco apenas trechos dos que escreveram contra o que eu disse. Vamos ouvir o outro lado:

    �Com rela��o � bolsa temos o mesmo discurso, que a senhora e v�rios outros defensores dos ideais politicamente corretos sustentam como real causa de uma s�rie de problemas, que, analisando-os racionalmente, n�o t�m nada a ver com o que dizem, nesse caso, a senhora se parece com qualquer moralista religioso, colocando para baixo do tapete a complexidade da quest�o e apelando para um discurso manique�sta.� � diz o Carlos Perlini. � �Imagino que a explica��o para essa atitude deve-se a uma necessidade de se sentir puro e bom numa sociedade corrompida por esses valores ego�stas que s�o a causa de todos os nossos problemas. Vivemos no capitalismo usufruindo suas benesses, mas n�o temos nada a ver com o que de ruim acontece, nossos valores s�o outros!�

    * * *


    �Eu li a reportagem no Ela de s�bado passado. A reportagem enojou-me, mas por motivos distintos � e, sem querer soar arrogante, ao menos pertinentes, como tentarei explicar� � escreveu o Pedro N. Ara�jo, l� no blog. -� �De minha parte, recuso-me terminantemente a usar produtos falsificados. O fato � que n�s, brasileiros, estamos contribuindo para estragar uma marca, no caso a centen�ria Louis Vuitton. Ao inv�s de atacar o problema � uma marca centen�ria sendo vilipendiada por piratas internacionais sustentados por pessoas que simplesmente n�o t�m condi��es de comprar uma original e, portanto, mimetizam-na �- a colunista prefere expor um �dio cru � sua pr�pria incapacidade de possuir uma, destilando um recalque �mpar. Para n�o expor t�o mesquinhos sentimentos, prefere tentar aplicar um verniz esquerdista � coisa, com toda a cantilena de situa��o do pa�s, resgate da d�vida social e que tais, ciente de sua cumplicidade pelos leitores.�

    * * *

    Luiz von Paumgartten, que acha que eu tenho opini�es �muito pessoais� (aspas dele) desde os tempos em que defendia o DOS (uma velha quest�o inform�tica), observa: �Seu artigo sobre a bolsa da novela � a s�ntese da desinforma��o sobre �propriedade�. � o que leva o nosso povo ao desest�mulo a atividades criativas, base das sociedades modernas evolu�das. Por essa concep��o � que ningu�m cria nada aqui, vem tudo pronto de fora.�

    J� Jorge Ribeiro acha que �O sentido geral do texto revela um grande preconceito ideol�gico contra os indiv�duos bem-sucedidos. Suas frases �...no fogo do inferno, que se alimenta basicamente na fogueira das vaidades burguesas� e �N�o h�, numa bolsa, material ou qualidade de trabalho que justifiquem um pre�o desses� transbordam marxismo que, como se sabe, � muito menos inteligente que pagar R$ 3.500 por qualquer bolsa, porque o marxismo � uma teoria toda baseada em meias verdades e sofismas. (....) A melhor lei da economia, que os burocratas estatais insistem em sempre desrespeitar, � a lei da oferta e da procura... (....) Portanto, relaxe! Um pouquinho de vaidade burguesa n�o � pecado (a senhora mesmo admite que gosta de luxo, como afirmou Jo�osinho Trinta). A senhora � perfeitamente normal. Apenas aprendeu na cartilha errada e formatou seu pensamento num sistema l�gico equivocado, o que estreita o racioc�nio.�

    * * *


    Ah, sim. A Vuitton tamb�m n�o gostou. Vide Cartas dos Leitores.

    (O Globo, Segundo Caderno, 20.11.2003)

    Update: Eis a carta da Vuitton, que n�o est� mais na p�gina do jornal.
    A Louis Vuitton do Brasil, ciente do artigo da jornalista Cora R�nai publicado em 13/11, lamenta o conte�do do texto. O grupo LVMH -- Louis Vuitton Mo�t-Hennesy -- est� investindo R$ 9 milh�es na cidade do Rio de Janeiro com a constru��o de uma nova loja na Rua Garcia D��vila, em Ipanema.

    A partir dessa obra, 150 empregos indiretos foram gerados. A Louis Vuitton, marca francesa, fundada em 1854, abriu sua primeira loja no Brasil h� 15 anos, tendo sido sua primeira loja carioca aberta em 1990.

    A Louis Vuitton sempre teve uma postura pr�-ativa com a imprensa, em total sinergia e transpar�ncia com todas as m�dias. Manifestamos nosso profundo desagrado com o artigo, que cita de forma agressiva e preconceituosa um nome sin�nimo mundial de tradi��o e qualidade.

    Marcelo Noschese, Diretor






    20.11.03


    Atentados em Istambul

    Primeira conseq��ncia da viagem do Bush � Inglaterra (al�m dos milhares de protestos, milh�es de libras gastos em seguran�a e assim por diante): dois atentados em Istambul, feitos ao HSBC (banco com sede na Inglaterra) e ao consulado ingl�s. As bombas mataram dezenas de pessoas e feriram sabe-se l� quantas.

    Do outro lado do Atl�ntico, a Casa Branca est� sendo evacuada, ainda n�o se sabe por qu�.

    Isso est� virando o trivial simples: 15 minutos de BBC b�sicos enquanto me visto, correndo, para sair para um almo�o de trabalho.







    Classe!

    Atendendo a pedidos: esses s�o os modelos de camisetas que a Leila tem.

    A URL � www.sosgatinhos.tk. Clicando AQUI voc� vai direto para a Lojinha.

    Os pre�os est�o entre R$ 15 e R$ 18.

    Quer dizer: al�m de fazer uma �tima compra, voc� ainda ajuda a manter os bichinhos que a valente galera do SOS Gatinhos protege...






    Larry King

    Eu estava indo do Discovery para o Animal Planet quando passei pelo Larry King, que est� fazendo 70 anos hoje; est�o comemorando ao vivo no programa e, ou ele � um �timo ator, ou realmente foi pego de surpresa pela produ��o.

    At� aqui, t� chaaaaaaato...

    (Mas no fim acabou ... bizarro! S� vendo a fauna que apareceu!)





    19.11.03




    Enquanto isso, em Londres...

    A foto � do fotologger que atende por hihihi.






    Fotolog

    L� no grupo de discuss�o o estresse � geral. Os servidores do Fotolog est�o mesmo fora do ar. Muita gente com crise de abstin�ncia, tentando descobrir formas alternativas de vida...

    Update: VOLTOU!!!

    Update: Mas t� quase imposs�vel subir foto...








    M�os ao alto!

    Por causa da charge acima, meu colega e amigo Nelito Fernandes, que tantos conhecem do Eu, Hein?, e que mant�m uma coluna de humor no Extra, est� sendo processado por um advogado que conseguiu reunir at� agora 20 PMs que pedem, cada um, R$ 10 mil de indeniza��o por danos morais.

    Segundo o advogado, os PMs se sentiram ofendidos e querem repara��o.

    N�o, gente, n�o � piada.

    Segundo o advogado (!), os PMs (!!) est�o moralmente ofendidos. Topam esquecer a ofensa por R$ 8 mil cada um (R$ 10 mil - R$ 2 mil para o r�bula).

    Coisas assim me d�o um nojo e uma sensa��o de impot�ncia indescrit�veis.

    Eu n�o conhe�o uma pessoa, uma s�, que n�o tenha sido, em algum momento, achacada pela PM. A ind�stria da multa � um fato conhecido e reconhecido, assim como a corrup��o generalizada que corre solta sempre que carros e PMs se encontram.

    Mas n�s, que j� n�o podemos atravessar a nossa pr�pria cidade sem correr riscos f�sicos ou financeiros, que n�o temos defesa nenhuma nem diante de bandidos nem diante da PM, agora estamos perdendo tamb�m o nosso �ltimo direito: rir da nossa pr�pria desgra�a.

    N�o � a primeira vez que isso acontece.

    Humoristas -- e jornalistas em geral -- v�m sendo processados �s d�zias, e em geral pela esc�ria da sociedade. (Lembram daquele Karfunkelstein, que destratou os Masters de Nata��o? Est� me processando.) Cada processo desses, mesmo que n�o d� em nada, � uma p� de cal na liberdade de express�o.

    N�o h� forma de censura mais demolidora do que a auto-censura; que � o que acontece, fatalmente, quando cada charge ou cada den�ncia levam a um processo.

    H� PMs gente boa, eu sei, e tamb�m alguns advogados bacanas. Tamb�m sei que � tudo "legal", e que todos t�m direito de processar a tudo e a todos. Mas o resultado final de palha�adas assim ser� uma imprensa amorda�ada, falando sobre o tempo e a sa�de.

    Ganham os corruptos, os que t�m rabo preso e sempre, sempre, os advogados (quem disse que o crime n�o compensa?!); perdemos todos n�s.






    ETs

    O que � que passou pela cabe�a das autoridades inglesas e americanas ao idealizarem essa visita do Bush � Inglaterra?! Achavam que ele ia ser recebido de bra�os abertos?! E achavam -- incr�vel! -- que as fam�lias dos soldados mortos teriam qualquer prazer em receb�-lo?!

    Que imbecis!

    � assustador como os governos, em toda a parte, n�o t�m no��o do que vai pelo cora��o e pela mente da popula��o.






    C�us!!!

    O Fotolog est� fora do ar!!!

    J� tentei chegar l� via Explorer, Mozilla e Opera e a resposta � a mesma: nada de acesso ao servidor remoto.

    YIKES.





    18.11.03




    H� uma nova safra de camisetas de gatos da Leila l� no SOS Gatinhos! S�o �timos presentes de Natal e ajudam a galera a cuidar dos bichinhos...

    Confiram, s�o realmente lindas: ningu�m faz um gato como a Leila, ningu�m.






    A Biblioteca Nacional recupera a altivez

    Nas m�os de Pedro Corr�a do Lago, a velha casa torna-se fonte geradora de cultura e de id�ias


    Ver Pedro Corr�a do Lago entre as imponentes estantes da Biblioteca Nacional � ver uma pessoa perfeitamente integrada ao seu elemento. � o homem certo no lugar certo. Bibli�filo, livreiro, editor e um dos mais importantes colecionadores de documentos raros do pa�s, ele re�ne as qualidades necess�rias para p�r a Biblioteca no centro da vida cultural do pa�s: ama livros profundamente, tem uma cultura vast�ssima, um c�rculo de relacionamentos inestim�vel, uma curiosidade insaci�vel a respeito de pap�is e imagens. E, last but not least, � um homem de a��o, acostumado a correr atr�s dos seus sonhos � e dos patrocinadores para torn�-los realidade.

    A revista �Nossa Hist�ria� � s� a primeira amostra do vendaval de novas id�ias que, desde a posse do novo presidente, varre a outrora calma biblioteca. At� porque, com a reforma administrativa do Minist�rio da Cultura, que passou � sua esfera as atribui��es da Secretaria Nacional do Livro � brevemente exercida por Waly Salom�o at� sua morte prematura, em maio passado � a Biblioteca Nacional tornou-se o centro da pol�tica do livro no pa�s. Isso significa que tudo passa por l�, da divulga��o do livro brasileiro no exterior � cria��o de bibliotecas p�blicas nos cerca de mil munic�pios onde elas ainda n�o existem.

    � Herdei do meu antecessor Eduardo Portella duas obras extraordin�rias, o audit�rio e o portal internet, � diz Pedro. � Agora, quero dar maior relev�ncia � atua��o da Biblioteca no pa�s; afinal, como o nome diz, ela � nacional. Precisa ter pelo menos um p� em S�o Paulo e outro em Bras�lia, centros mais �bvios de extens�o. Ao mesmo tempo, vamos trabalhar para que tenha maior intera��o com o Rio: a Biblioteca tem tudo para entrar no roteiro tur�stico da cidade.

    Ao contr�rio do que muita gente sup�e, a Biblioteca Nacional n�o � uma biblioteca onde se podem pegar livros emprestados. Ela funciona como guardi� dos livros e da mem�ria nacional, e boa parte de suas instala��es � fechada ao p�blico. O que � uma pena: o pr�dio � uma das mais lindas constru��es do Centro. Para mudar isso um pouco, Pedro Corr�a do Lago vai transformar as galerias do quarto andar, onde hoje funcionam �rg�os da diretoria, em �rea de exposi��o permanente dos Tesouros da Biblioteca.

    Naturalmente, j� tem patrocinador para o projeto, assim como tem patrocinador para o programa de bolsas para pesquisadores: um time de trinta profissionais, produzindo t�o ativamente que, para o ano que vem, j� est�o programados cerca de 50 brochuras e oito livros de arte. Todos ligados, primordialmente, ao acervo da Biblioteca, com temas variados, que v�o da obra de fot�grafos contempor�neos a documentos sobre a escravid�o.

    � A Lei Rouanet � muito favor�vel a uma institui��o como a nossa, � diz ele. � Vamos us�-la ao m�ximo em benef�cio das nossas publica��es. A Biblioteca vai deixar de ser apenas um reposit�rio de id�ias. � muito importante que seja, tamb�m, um centro de cria��o, uma institui��o geradora de pensamento.

    Como colecionador, por um lado, e editor, por outro, ele tem perfeita no��o do valor do patrim�nio da BN � e est� disposto a cuidar para que esse valor d� retorno � casa. Hoje, al�m de cobrar royalties por suas imagens, a Biblioteca Nacional se reserva o direito de ser co-editora de qualquer livro em que mais de 30% do material iconogr�fico tenha sa�do de seu acervo.

    � N�o que a gente v�, necessariamente, invocar esse direito, � explica Pedro. � Mas tamb�m ningu�m quer que isso aqui vire a Biblioteca da M�e Joana, n�?

    Os fi�is escudeiros de Pedro Corr�a do Lago no grande projeto de revitaliza��o da Biblioteca Nacional s�o o diretor executivo Luiz Eduardo Conde, o diretor de administra��o Carlos Eduardo Tavares e seu chefe de gabinete Jo�o Luiz Bocayuva. Curiosamente, todos t�m 45 anos, com diferen�as de meses de um para outro. Todos t�m, tamb�m, a mesma disposi��o de ir � luta. Para Pedro, contudo, nada seria poss�vel sem a mulher Bia, filha do escritor Rubem Fonseca, e sua incans�vel parceira de neg�cios. Ele s� aceitou a presid�ncia da Biblioteca porque ela, por sua vez, se disp�s a tocar sozinha as livrarias do casal e a sua editora � que atende pelo charmoso nome de Capivara.

    (O Globo, Segundo Caderno, 17.11.2003)






    Procura-se!

    A Beth, leitora do blog, pede ajuda:
    "Meu pai tem Alzeihmer e sumiu hoje �s 16:30, pr�ximo ao Minist�rio da Fazenda, no Centro do Rio. J� tomei as provid�ncias de praxe. Ele tem mais ou menos 1m60, � branco, cearense e se chama Raimundo. Estou desesperada."
    Terr�vel, isso!

    Pessoal, por favor, se algu�m tiver not�cias, souber de alguma coisa, tiver uma boa id�ia, deixe recado aqui nos coment�rios ou mande um email para a Beth, em bethemarcelo@ig.com.br.

    Estamos torcendo por voc� e pelo seu pai, querida. Espero que o encontrem r�pido e bem.

    Update: Vejam que boa not�cia!
    "Encontramos!!!!
    Obrigada pela solidariedade.
    Ele pegou o metr� e foi para Copacabana. Estava sentado em um banquinho, no Leme, debaixo de uma amendoeira.
    Deu um trabalho danado mas serviu para sentir a aten��o e delicadeza das pessoas -- todas, sem exce��o -- que nos atenderam nos hospitais, delegacias, etc.
    Obrigada por tudo, Beth"
    Que �timo, Beth! Tenho certeza de que est� todo mundo aqui feliz e aliviado por voc�s. Beijos!





    17.11.03




    Hoje cliquei outro objeto voador. Dessa vez, n�o foi com o celular, mas sim com a Kodak DX6490: eu estava na janela -- quinto andar! -- fazendo umas fotos e essa sacola ia e vinda conforme os carros passavam. Cliquei num break entre um carro e outro, enquanto ela ainda estava voando.





    15.11.03


    O Jockey continua o mesmo... :-(

    Escreve a Ana Yates, protetora dos gatinhos do Jockey:
    "Apesar da aben�oada interfer�ncia da Secretaria de Defesa dos Animais, conv�nio desta feito, ou a ser feito h� mais de UM ANO com a Dire��o do Jockey, os habitantes felinos do Clube continuam sofrendo capturados e confinados e morrendo.

    Estimamos uma baixa de 70% dos antigos. Apesar da triste realidade, o tr�gico abandono continua intenso, terr�vel. Os volunt�rios, poucos, mas determinados, proibidos de entrar para cuidar dos animais de forma consistente e organizada como antes, o fazem pelas beiras (muros). Muitos doentes tem sido retirados e internados e filhotes aos baldes, doados com a inestim�vel ajuda da Pet Legal (na Volunt�rios, quase esquina da Matriz em Botafogo, RJ). Quem quiser e puder ser "pai/m�e" respons�vel, eles est�o l� na vitrine. Outros em nossas casas.

    Ser� que Bia ou Mel - n�o lembro quem foi � �rea de confinamento (s�o raros os sobreviventes - existe uma nova popula��o), poder� fazer uma visitinha novamente ao famigerado "gatil" do Hip�dromo? De prefer�ncia quando estiver chovendo, ou ap�s chuva e informar -- fotografar o que viu? As informa��es que conseguimos s�o as mais variadas, depende se o informante gosta ou n�o de gatos, ou tem ou n�o interesses pessoais a serem defendidos...

    Como n�o podemos entrar, fica o ouvido e visto pelo lado de fora. Ana"
    Ent�o, algu�m se habilita? Eu mesma vou tentar dar uma incerta l�, mas n�o sei se vou poder entrar.








    De capivaras e jacar�s

    Escreve o Celso M. Serqueira:
    "Leitor mais ou menos ass�duo de sua coluna, n�o pude deixar de me sensibilizar com as not�cias sobre as capivaras da Lagoa, que voc� informa estarem gordinhas e felizes.

    Carioca radicado em Goi�nia, aproveito para retribuir a informa��o: hoje foi iniciada a recupera��o de um trecho de 400 metros do Rio Meia Ponte aos fundos da Secretaria Estadual da Fazenda, onde h� alguns meses se abriga uma fam�lia de pelo menos seis bichinhos desses, em pleno cora��o da metr�pole goiana. O rio abastece mais de 2 milh�es de pessoas em Goi�s e est� muito degradado justamente na parte que atravessa Goi�nia. Pelo menos agora as capivaras ter�o margens limpas para se esticarem ao sol.

    Uma curiosidade goiana: ao fazer uma oficina sobre Turismo na cidade de Porangatu, a 430 km de Goi�nia, me mostraram a maior atra��o tur�stica da regi�o: uma enorme lagoa urbanizada, no centro da cidade, mais ou menos com a metade do tamanho da nossa Rodrigo de Freitas. Nela convivem mais de 800 tartarugas d'�gua e tr�s jacar�s enormes!!! De tardinha, � comum ver as m�es passeando com seus filhinhos na orla da lagoa, jogando miolo de p�o para a bicharada.

    Os jacar�s sempre levam vantagem na disputa com as tartaruguinhas pelo petisco. Por volta de 17h, eles chegam junto � margem e tomam as melhores posi��es. S�o absolutamente selvagens e ningu�m sabe quando se instalaram por ali. Problema s� houve uma vez, durante uma enchente: a lagoa transbordou e os jacar�s (e centenas de tartarugas) se espalharam na avenida principal de Porangatu. O pr�prio povo levou os bichos de volta pra lagoa. � Brasil!!! Grande abra�o, Celso M. Serqueira"
    Ganhei o dia! :-D

    Celso M Serqueira





    14.11.03






    Falar n�o fala, mas faz cada foto...

    O Nokia 7650 tava uma chiadeira s� ontem. Em compensa��o, caprichou nas fotinhas. Fiquei t�o contente!





    13.11.03




    Acima, flagra do encontro de fotologueiros cariocas ontem, na Cobal. Por Pikyto.






    A bolsa ou a vida!

    O que � mais cafona: uma bolsa Vuitton aut�ntica
    a R$ 3.500 ou uma falsificada a R$ 300?



    Quem leu o Ela no s�bado passado sabe: Maria Clara Diniz, a hero�na da novela das oito, usava bolsa Vuitton falsificada. Inacredit�vel! A contraven��o foi descoberta pelo diretor-geral da marca que, chocado com o faux-pas da produ��o, prontamente enviou para a Rede Globo uma bolsa original. Agora, o pessoal da Delegacia de Repress�o contra os Crimes de Propriedade e Material (que n�o se perca pela extens�o do nome), rec�m-criada aqui no Rio e primeira do Brasil, j� pode respirar aliviado: sai a bolsa cafona de R$ 300, entra a bolsa cafona de R$ 3.500.

    Embora, tirando o atento diretor-geral da Vuitton, ningu�m v� reparar na diferen�a.

    � muito grave o problema social criado pela bolsa Vuitton falsificada. Medidas urgentes t�m que ser � e ser�o! � tomadas para garantir que a patroa, ao sair pelo elevador social com sua bolsa comprada a peso de euro, de ouro, em Paris, n�o passe pelo constrangimento de cruzar na portaria com a empregada, que entra pelo elevador de servi�o, portando uma bolsa n�o-Vuitton, igualzinha, comprada a dez real ali na esquina. Onde � que n�s vamos parar? Assim, vamos acabar batendo com a cabe�a na igualdade.

    * * *

    N�o � c�mico. � at� muito s�rio. Mas n�o pelo artigo pirata, e sim pelo artigo genu�no. H� algo errado, at� socialmente doente, com uma bolsa de R$ 3.500. E h� algo de muito errado com uma sociedade em que algu�m que compra uma bolsa de R$ 3.500 � considerado chique, e n�o ot�rio.

    N�o h�, numa bolsa, material ou qualidade de trabalho que justifiquem um pre�o desses; a n�o ser, � claro, o valor intang�vel daquelas letrinhas estampadas, cuja �nica finalidade � proclamar aos c�us que ali vai uma pessoa com muito dinheiro e pouco crit�rio. Em suma: um ot�rio. Feminino, na grande maioria dos casos.

    * * *

    Ao contr�rio do que esse par�grafo pare�a insinuar, eu n�o sou uma Ralph Nader tardia. Como quase todo mundo � intelectuais do Jo�osinho Trinta � parte � gosto de luxo e riqueza, e j� fiz extravag�ncias de consumo suficientes para arder para sempre no fogo do inferno, que se alimenta basicamente na fogueira das vaidades burguesas.

    Mas h� uma perversidade na rela��o custo-benef�cio de uma bolsa Vuitton, um exagero de consumo, que me revolta pela evidente agress�o social que projeta. H� uma profunda deseleg�ncia moral naquelas letrinhas estampadas. Seriam mais honestas se fossem cifr�es. Que me desculpem a Maria Clara Diniz, o diretor-geral da marca e as mo�as todas que andam por a� de Vuitton a tiracolo, falso ou verdadeiro. � tudo falso.

    * * *

    E � implic�ncia minha sim. Mas n�o com a Vuitton, especificamente. A Vuitton � apenas o emblema moment�neo do meu completo desgosto com pessoas cujos valores sociais e humanos s�o t�o prim�rios, mas t�o prim�rios, que dependem de bol$a$ como essas para saber com quem devem se relacionar.

    * * *

    E, por falar em valores sociais e humanos deformados: o ministro da Previd�ncia continua pedindo desculpas pelo inc�modo e humilha��o a que submeteu os velhinhos. Sinto, mas n�o acredito na sinceridade dessas desculpas � que s� sa�ram, a custo, quando o governo viu a rea��o indignada da sociedade. Continua valendo a imagem do burocrata arrogante, que n�o s� achou perfeitamente normal suspender o pagamento das pens�es dos nonagen�rios como, ainda por cima, n�o viu necessidade alguma de pedir desculpas a ningu�m. Enquanto, � claro, se sentia seguro no cargo.

    Para mim, a qualidade fundamental do ser humano � a bondade, e essa o ministro j� provou que n�o tem. Uma pessoa que n�o preza o seu semelhante, que n�o leva em considera��o os sentimentos e o bem-estar dos outros � ainda por cima quando esses outros s�o, justamente, a parcela mais fr�gil da popula��o � n�o merece cr�dito nem confian�a.

    � no m�nimo desconcertante verificar que o governo do PT � supostamente �popular� � n�o pensa assim. Ao classificar a barbaridade que se viu como um simples �erro operacional�, o presidente Lula perdeu (mais uma) �tima chance de ficar calado.

    * * *

    Antes que me acusem de ingratid�o, e de ter abandonado as capivaras depois de tudo o que elas fizeram por mim, informo que as duas (sim, s�o definitivamente duas!) capivaras da Lagoa est�o vivas e bem, e cada vez mais gordinhas. Ambas foram vistas no �ltimo fim-de-semana nas suas respectivas quer�ncias. A que vive em frente � minha casa, e � macho (sim, j� se sabe que h� uma capivara macho e uma capivara f�mea!) foi, inclusive, fotografada por um amigo, que gentilmente me cedeu as fotos. Elas est�o no meu fotolog, em www.fotolog.net/cronai.

    (O Globo, Segundo Caderno, 13.11.2003)





    12.11.03




    PessoALL, hoje tem encontro de fotologgers cariocas!

    Na Cobal Humaita, a partir das 20h, no Esp�rito do Chopp.

    Para quem n�o sabe -- ser� que tem algu�m que n�o sabe?! -- fica na Rua Volunt�rios da P�tria 446, lojas 3 e 4, na parte de tr�s, da Humait�.

    Todo mundo l�!





    11.11.03


    Enlouqueceram de vez!

    O Governo t� maluco ou o qu�?!

    Depois do bloqueio �s pens�es dos velhinhos, agora � a vez das crian�as portadoras de defici�ncias: o presidente Lula simplesmente vetou um projeto que incluia no c�lculo do Fundef esses alunos!!!

    Quer dizer: a Uni�o se recusa a contribuir para a manuten��o das Apaes, das Pestalozzis e de outras institui��es que v�m, h� d�cadas, exercendo um papel que, de resto, deveria ser desempenhado pelo Estado.

    � que, para o Minist�rio da Fazenda, o projeto n�o atende aos "interesses p�blicos".

    Ent�o t�. Agora, se dar educa��o e assist�ncia a portadores de defici�ncias n�o atende aos "interesses p�blicos", o que atende?! As alegres viagens do presidente?!

    � isso o "governo humanit�rio" do PT?!










    Emerg�ncia felina no Rio!

    Recebi um email urgente da Valeria Cordeiro e, mais uma vez, apelo para quem tem vagas dispon�veis para gatos:
    "A gatinha das fotos est� vivendo em frente a um condom�nio no Est�cio, e est� amamentando quatro filhotes. Ela � superd�cil e carinhosa, mas os moradores exigem a sua retirada imediata do local. N�s j� conseguimos ado��o para tr�s filhotinhos, mas a m�e e um filhotinho est�o ao relento, sob amea�a de expuls�o, e precisam urgentemente de um lar. Quem quiser adot�-la, ou ao filhote, ou a ambos, deve mandar um email para Val�ria, em valcord@uol.com.br."
    O pessoal do condom�nio, obviamente, prefere ratos... :-(














    Fotinhas de celular

    A� est�o algumas fotinhas feitas e enviadas por telefones celulares: um Nokia 7650 da Tim, e um Samsung Twist da Vivo. Estou adorando esses aparelhinhos!

    Os dois t�m fotologs que fiz para eles, em www.fotolog.net/nokia7650 e www.fotolog.net/samsung, respectivamente.





    10.11.03


    U�, mas logo aqui?!

    Um fotologger indignado com outros fotologgers est� mandando o pessoal vir discutir... aqui!

    Queixa-se da falta de educa��o da maioria dos brasileiros que usam o Fotolog (o que n�o deixa de ser verdade) mas falha, ele mesmo, num quesito b�sico de boas maneiras: pedir licen�a para redirecionar a sua (dele) discuss�o pra c�.

    Tudo bem, o internETC. sempre esteve aberto aos mais diversos temas, mas tamb�m n�o � o Blog da M�e Joana, n�?






    Easy share: easy mesmo!

    Eu conhecia o sistema Easy Share da Kodak de (quase) teoria. Tinha lido a seu respeito e j� o tinha visto, v�rias vezes, em lojas e feiras de fotografia: uma base em que se p�e a c�mera e que, automaticamente, carrega as baterias e transfere as fotos para o computador, mais ou menos como uma base de PDA. Achava curioso, mas de certa forma desnecess�rio. Afinal, carregar baterias e descarregar cart�es de mem�ria n�o chegam a ser tarefas extenuantes.

    Ao longo dos �ltimos meses, por�m, convivi com o Easy Share em duas ocasi�es distintas. Primeiro com uma LS433 e, mais recentemente, com uma DX6490, que vieram me visitar para darmos umas voltinhas juntas. Agora me pergunto como � que nenhum dos outros fabricantes de c�meras digitais ainda n�o se saiu com algo semelhante.

    Nunca houve nada t�o pr�tico e simples. � exatamente como a gente imagina na teoria, mas muito melhor na pr�tica. J� deixei de fazer algumas fotos caseiras por n�o ter uma bateria carregada na hora, ou por pregui�a de descarregar o cart�o. Mas, enquanto estive com o Easy Share, nenhuma foto, por boba que fosse, me escapou: � que a c�mera est� sempre l�, sempre dispon�vel, sempre carregada. Sensacional.

    O grande problema do Easy Share, aqui no Brasil, � o eterno problema do pre�o, enfeitado com todas aquelas guirlandas de impostos. A base, que n�o vem com a maioria das c�meras, custa, aqui, cerca de R$ 300. � muito salgado em compara��o aos US$ 60 cobrados nos EUA, razo�veis para um acess�rio t�o �til. A base mais divertida de todas, a Printer Dock 6000 � que, al�m de base, � impressora termal e produz excelentes c�pias 10 x 15 � pula dos US$ 200 do mercado americano para R$ 1000 ao atravessar o Atl�ntico. Isso desvirtua a id�ia b�sica da Kodak de oferecer uma m�quina familiar, um sistema simples de usar para quem n�o gosta, n�o sabe ou n�o quer se envolver com detalhes t�cnicos.

    A base impressora trabalha com kits de m�dia, que v�m com tinta e papel para um n�mero certo de fotos. Essa � uma vantagem das termais sobre as jato de tinta, em que descobrir quanto custa cada foto envolve equa��es t�o complicadas que, pelo sim pelo n�o, a gente desiste antes mesmo da primeira tentativa. Um kit com 40 folhas sai a R$ 119 na loja online da Kodak, ou seja, quase R$ 3 por foto. � tr�s vezes o custo de c�pias feitas em lojas � mas h� ocasi�es em que este �efeito polaroid� n�o tem pre�o.

    Papos: Palms e spam

    A Abranet (Associa��o Brasileira de Provedores de Acesso) realiza no pr�ximo dia 24, em S�o Paulo, um semin�rio inteiro dedicado ao spam. Inscri��es em www.spam2003. com.br. J� aqui no Rio, na quinta-feira, dia 13, Marcelo Rodrigues, evangelista dos micrinhos de m�o, fala sobre o Palm como ferramenta de conhecimento. No Senac Barra, na cobertura do Marapendi Shopping, �s 20 hs. Info em www.rj.senac.br ou pelo tel. 3138-1018.

    (O Globo, Info etc., 10.11.2003)





    9.11.03





    Capivara!

    Vejam s� quem apareceu ontem em frente � minha casa!

    A capivara do Cantagalo, que eu fotografei h� algumas semanas deitadinha, tomando sol, lembram?

    Dessa vez, quem fez o flagrante foi o meu amigo e vizinho Jayme, que por acaso tinha levado a m�quina para tentar fotografar uns miquinhos que vivem num morro ali em frente. Miquinho n�o viu nenhum mas, em compensa��o, quando ia voltando para casa...

    Havia diversas pessoas em volta dela, embevecidas. Agora imaginem que um rapaz, certamente bem intencionado, estava tentando telefonar para o Ibama... para que viessem recolher a nossa capivara!!!

    Felizmente, foi dissuadido a tempo. Al�m disso, me parece que o dito Ibama, e mais alguns bombeiros, j� tentaram pegar a bichinha, mas ela n�o � boba nem nada, e escapa sempre.

    Ufa.

    Ah, gente, voc�s n�o imaginam como eu fico feliz quando essa capivara aparece!

    Eu adoro esse animal... :-)))





    8.11.03


    P�ra.com

    Eu hein. Fui comer uma p�ra, tinha um rotulozinho onde estava escrito www.dovex.com. Fruta com URL. Era s� o que faltava.








    Fui comprar �culos novos na Lunetterie e dei a maior sorte: me encontrei por acaso com o Lula Rodrigues, amigo querido que � um super produtor e entende tudo de visual. Quando ele chegou eu j� estava l� h� horas, e tinha reduzido as minhas indecis�es a tr�s armaduras mais ou menos parecidas.

    Ele confirmou que a que eu estava gostando mais era mesmo a que ficava melhor em mim. Voc�s n�o imaginam que al�vio! Escolher �culos sempre foi uma tortura para mim.

    Aproveitei o encontro e fiz uma fotinha com o Nokia 7650: nela estamos o Lula e eu no espelho, e o Everaldo, da �tica, atr�s.

    Os �culos ainda s�o os de sempre.





    7.11.03




    Ganhei umas lindas fotos de gatinhos clicados em Israel pelo Jo�o Nuno -- que, nesse momento, participa de um encontro internacional de fotologgers em Praga.

    Ter amigos internacionais � chique, n�? :-)






    Um homem, uma mulher, um celular

    Fuso Hor�rio do Amor


    Pense num chav�o qualquer de com�dia rom�ntica: ele certamente estar� em �Fuso Hor�rio do Amor�. Dos protagonistas que se encontram no meio de uma viagem � mocinha vulgar e maquiada que vira uma beldade sem o modelito �Pretty Woman�, est� tudo l�, inclusive o gal� cheio de neuras e problemas que quer fazer qualquer coisa no mundo, menos se apaixonar.

    Quando o filme come�a, nossos her�is Rose (Juliette Binoche) e F�lix (Jean Reno) est�o mergulhados numa t�pica situa��o de estresse moderno: h� uma greve geral em Paris, os avi�es se atrasam, o aeroporto est� um caos, h� passageiros descompensados e bagagens extraviadas por toda a parte.

    Para c�mulo das mis�rias de Rose, ela v� seu celular sumir descarga abaixo logo na primeira cena. Poderia ter sido mais cuidadosa? Com certeza � mas a� n�o ter�amos filme, j� que, no pr�ximo instante, ela pede o celular emprestado a um desconhecido. O resto praticamente se adivinha.

    O que faz de �Fuso Hor�rio� um bom filme, por�m, � um pequeno detalhe que conta muito: a nacionalidade. A mesma hist�ria filmada em Hollywood daria engulhos. Os franceses, por�m, acreditam que as pessoas � e, conseq�entemente, as plat�ias, como coletivos de pessoas � s�o, ou pelo menos ficam, adultas. De modo que, apesar das situa��es previs�veis e for�adas, seus personagens falam e se portam como gente, e n�o como caricaturas de adolescentes.

    Rose e Felix s�o �pessoas usadas�, no bom sentido: j� passaram dos 15 h� algum tempo e, ainda que o roteiro n�o ajude muito, conseguem convencer o p�blico de que n�o se materializaram assim do nada no aeroporto Charles De Gaulle. Nisso, ali�s, os cr�ditos v�o todos para Binoche e Reno. Sem eles, a diretora e roteirista Daniele Thompson estaria t�o perdida quanto uma mala embarcada pela Air France.

    (O Globo, Rio Show, 7.10.2003)





    6.11.03


    N�o tou dizendo?

    A gente come�a, mal e mal, a ter uma p�lida id�ia do que vai acontecer com as comunica��es atrav�s dos celulares e PDAs com c�mera. A nossa forma de ver, de interpretar a imagem, de mandar not�cias -- tudo vai mudar muito.

    Estamos s� no princ�pio, os telefones ainda s�o car�ssimos, os custos operacionais idem... mas ponham uns cinco anos na hist�ria. Neste momento, celulares com c�mera j� est�o vendendo mais do que c�meras digitais.

    Lembrem-se: h� meia hora hist�rica, s� milion�rios tinham telefone celular. Hoje h� muito mais pessoas com celulares do que com linhas fixas.

    Por que esse papo? Porque vivo pensando nisso, ultimamente; mas tamb�m porque a BBC acaba de incorporar telefoninhos 3G ao seu arsenal de trabalho.

    Gosto muito de ser testemunha ocular dessa Hist�ria.






    Netos de chocadeira

    Vi, no Jornal Nacional, os velhinhos nonagen�rios tentando se recadastrar no INSS. A not�cia do bloqueio das suas aposentadorias (cinicamente chamadas de "benef�cios") j� havia me indignado ontem; mas as cenas de hoje foram de ferver o sangue.

    Cora��o a gente j� viu que eles n�o t�m -- mas onde � que esses imbecis da Previd�ncia andam com a cabe�a?!

    Vai ficar por isso mesmo?!

    Esse ministro vai continuar no cargo?!






    Estou aqui...








    Fam�lia Gato Convida

    A Fam�lia Gato convida para a exposi��o de seus trabalhos em CAT =^..^= ART, uma edi��o especial do fotolog.






    O mundo por um fio:
    viajando em trevas

    Nada mais claro, no escuro, do que o �bvio: estamos presos a uma tomada


    E, de repente, l� estava eu, �s voltas com um problema absolutamente in�dito: como distinguir o shampoo do creme rinse no escuro? N�o, n�o estou falando desse escurinho fajuto aqui do Rio, sempre temperado pela luz de um luminoso ou de um carro que passa l� embaixo. Estou falando de um escuro medieval, em que n�o se enxerga o proverbial palmo diante do nariz; um escuro em que qualquer b�pede com um m�nimo de ju�zo recolhe-se � toca e enfia-se debaixo das cobertas, para esperar a salvo a luz redentora do dia seguinte.

    O b�pede que vos tecla, contudo, que ainda acha a falta d��gua um mal maior do que a falta de luz, decidiu ir para o chuveiro enquanto o banho era poss�vel. Eu estava num hotel em Florian�polis, em pleno apag�o, e as duas embalagenzinhas rigorosamente id�nticas eram apenas mais um dos inesperados desafios da noite. Em geral, a gente n�o precisa sequer ler as etiquetas do creme rinse e do shampoo para saber qual � qual: basta olhar para eles. Pois �.

    * * *


    Quando o apag�o come�ou, na hora do almo�o, eu estava no Centro de Conven��es, participando de um evento de telecomunica��es muito apropriadamente chamado de Futurecom � ou algu�m a� imagina o futuro bem iluminado e sem problemas? Nisso, ali�s, Florian�polis provou estar na vanguarda da modernidade, seguindo tend�ncia apontada por S�o Paulo, Nova York e Londres.

    Como o dia ainda estava claro, ningu�m se preocupou com a situa��o. Afinal, blackouts s� se tornam blackouts ao cair da noite. At� l�, atendem por nomes menos amea�adores, como queda de energia ou falta de luz, e causam no m�ximo irrita��o. Com o tempo, a irrita��o d� lugar a sentimentos mais complexos: inquieta��o, desasossego, inseguran�a, preocupa��o. H� quem chegue ao p�nico. Eu, no negrume do quarto, fazendo a mala � luz de um Palm � computadorzinho de bolso com bateria animal e tela brilhante, uma tecnologia de ponta que nunca pensou em exercer a humilde fun��o de lanterna � cheguei � filosofia. Pensava e pensava, e n�o conseguia parar de pensar.

    Sobre o escuro, � claro.

    Desde o come�o da tarde, a vida em Florian�polis havia se transformado numa grande li��o. Tudo denunciava a nossa crescente depend�ncia da energia, dos celulares mudos aos computadores mortos, passando pelo almo�o frio por falta de microondas, pelos refrigerantes quentes por falta de gelo e pela falta d��gua geral nas torneiras nos banheiros p�blicos, acionadas por sensores el�tricos. Isso para n�o falar da pior falta de todas, a de not�cias.

    * * *


    At� princ�pios do s�culo passado, a humanidade convivia relativamente bem com a ignor�ncia dos fatos. Navios levavam meses para atravessar o oceano com as novidades, cartas chegavam at� depois da morte dos remetentes ou dos destinat�rios e pa�ses como a China, que ficavam do outro lado do mundo, eram apenas material de lenda e anedota.

    Hoje, cercados de antenas e de conex�es, n�o s� estamos em permanente comunica��o com os amigos e com a fam�lia, como ficamos consternados quando a televis�o nos mostra os parentes das v�timas do avi�o que acabou de cair no Tajiquist�o. O mundo virou uma esp�cie de CD metaf�sico, com muito mais informa��o e sem lado B. Tudo � aqui, e tudo tem que ser agora.

    * * *


    Depois de quase uma hora de caminhada por ruas suspeitas e semidesertas, nosso intr�pido grupo de jornalistas chegou ao hotel. Apesar do mobili�rio espartano e do desconforto imbat�vel do estabelecimento, o sagu�o estava cheio de gente. Ningu�m queria ir para o quarto. L�gico: o escuro compartilhado pode ser at� engra�ado, mas o escuro a s�s, num lugar estranho e pouco convidativo, � o que h� de deprimente. Al�m disso, nas �reas p�blicas ainda havia l�mpadas de emerg�ncia, ao passo que nos quartos n�o havia nem velas, proibidas por medo de inc�ndio.

    * * *


    O que me salvou foram as maquininhas que me fazem companhia. A luz do Palm, plantado em frente a um espelho, foi suficiente para mostrar os m�veis e me deixar adivinhar objetos; o celular, que pisca a intervalos regulares, funcionou perfeitamente como indicador de onde estavam os �culos, que deixei a seu lado.

    S� depois do banho, com a mala pronta e as m�quinas afinal desligadas, � que me deixei envolver de vez pelo apag�o. N�o sei o que era mais denso, se o escuro ou o sil�ncio, despido da cacofonia que habitualmente nos cerca, e em que nem reparamos mais. A geladeira, o ar refrigerado, o ventilador, as l�mpadas fluorescentes � todos falam, � sua maneira. Como acontece tantas vezes, s� os ouvimos quando se calam.


    (O Globo, Segundo Caderno, 5.10.2003)






    Tupigrafia

    Id�ia legal: o Tony de Marco p�s a Tupigrafia no Fotolog. Boa forma de divulgar a revista!





    5.11.03


    Of�lia, os meninos chegaram!

    Finalmente, not�cias de Paulinho & Cia.:
    "Chegamos!!!

    Um calor�o delicioso, a casa est� linda e assinamos a escritura amanh�. A Emilia melhorou um pouco, mas ainda est� com uma febrinha chata e tossindo. O Joseph, assim que saiu do carro em Austin, resolveu correr pra dentro de um irrigador de grama que estava funcionando a pleno vapor. Ficou encharcado, enlama�ado e feliz da vida!

    A Al�cia, descobrimos, � al�rgica ao Joseph. Se comportou muito bem na viagem, pois veio no meu carro comigo enquanto os outros dois vieram com a Kelyndra. Assim que juntamos todo mundo e o Joseph come�ou a urrar, ela desandou a chorar e n�o parou at� agora. Beijos,

    Paulinho"
    Agora s� ficam faltando as fotos...






    Censura no ar!

    O Blog'n'Roll, �timo programa sobre blogs que rolava na All TV, acabou.

    Motivo: censura e grossura expl�citas de um cidad�o chamado Marcos Barreiro (de quem, confesso, nunca tinha ouvido falar) e que, pelo visto, toca algum apito por l�, j� que os seus desafetos n�o podem ir ao ar.

    Solid�ria com seu quase-entrevistado Marcelo Duarte, a rapaziada do Blog'n'Roll pegou seus ter�ns, e foi embora.

    Agiram correta e decentemente, ao contr�rio do tal Barreiro.

    E a gente aqui achando que All TV era uma coisa bacana, alternativa... Pfui.





    4.11.03




    E voc�s ainda se queixam de spam...

    A Bia me mandou este press release que recebeu no trabalho. Assim mesmo, TODO GRITADO:
    "O ATOR E HUMORISTA SERGINHO MONTENEGRO PASSOU O FINAL DE SEMANA SUPER FELIZ. LONGE DE CASA H� MAIS DE UM ANO, NA SEXTA-FEIRA PASSADA SERGINHO RECEBEU A VISITA DE SUA IRM� ALINE MONTENEGRO, QUE VEIO DA PARA�BA DIRETAMENTE PARA SUA CASA, MATAR AS SAUDADES.

    "AL�M DE REVER A MINHA IRM�, H� MUITO TEMPO N�O COMIA T�O BEM. COMO MORO SOZINHO E N�O SEI COZINHAR, ESTE FINAL DE SEMANA PUDE ME ALIMENTAR MELHOR E RELEMBRAR DAQUELE TEMPERO GOSTOSO DE MINHA M�E", EXPLICOU O VENCEDOR DA CASA DOS ARTISTAS 3."
    Eu dava tudo para saber o card�pio.








    Tartarugas online

    O Projeto Tamar inaugurou uma loja online. O visual meio tosco das fotinhas dos produtos n�o combina com o site do Tamar, que � todo bonit�o e sofisticado, mas, de qualquer forma, oferece a possibilidade de se colaborar com um dos projetos ambientalistas mais simp�ticos e bem sucedidos do pa�s.

    No site do Tamar, por sinal, voc� pode adotar uma tartaruga marinha por R$ 100. � uma ado��o virtual, l�gico, mas d� direito a um "kit ado��o", com certificado com o nome da tartaruga e camiseta bonitinha.

    Quando estive na Praia do Forte, h� alguns anos, "adotei" uma tartaruga para a Em�lia. Espero que essa Tartaruga Em�lia ainda esteja por a�, singrando os mares, feliz da vida; e que um dia volte � Praia do Forte, e tenha muitas e muitas tartaruguinhas.







    Ela: em �timas m�os

    A nova editora do Ela � a Ana Cristina Reis, dona de um dos melhores textos que conhe�o em jornal atualmente. Uma �tima escolha, que agradou a todo mundo na reda��o. Ana Cristina, que trabalhava com Mara Caballero, � inteligent�ssima, antenada e muito engra�ada. Em suma: uma sucessora � altura da Mara.

    Ali�s, escrever bem, no caso dela, � de fam�lia. Ana Cristina � filha do Eduardo Almeida Reis, prima do Fernando Brant, sobrinha da Vera Brant, neta da Sarita -- que tem status de mito em Minas -- e last, but not least, bisneta da Alice Brant, que tanta gente conhece como Helena Morley, pseud�nimo que adotou para assinar "Minha Vida de Menina".

    Por uma dessas coincid�ncias curiosas, a capa da primeira edi��o deste livro foi feita pela minha m�e.







    Fotolog

    O nosso brinquedinho querido continua fora do ar. Agora h� uma nova mensagem do Cypher, explicando que a transfer�ncia dos coment�rios para os novos servidores est� sendo mais lenta do que esperavam. Enquanto isso, vamos fazer outras coisas: jantar dormir, por exemplo, que tal?

    Update: A mensagem mais recente do pessoal recomenda que a gente volte no final da manh�, a� pelas 11h, hor�rio de Nova York, ou seja, pelas duas, nosso hor�rio.

    S�bio � o Mill�r, que diz o seguinte: "Livro n�o engui�a".





    3.11.03


    Kit apag�o

    Eu sei, eu sei, parece a maior rasga��o de seda -- ele diz uma coisa linda a meu respeito de l�, eu digo uma outra daqui -- mas, s�rio, n�o deixem de ler as instru��es do Cesar sobre kit apag�o. � para valer, e � uma �tima id�ia.






    Diferent�o!

    Acabo de receber um press release sobre essa gracinha, o novo notebook da Acer. Chama-se Ferrari 3000. O que tem um notebook a ver com uma scuderia? Em tese nada, mas como a Acer � fornecedora oficial da equipe, pode se dar a esse luxo. E, Ferrari ou n�o Ferrari, o fato � que achei lindo um notebook vermelho. At� que enfim uma cor realmente diferente nesse mundo bege, cinza, preto e prateado!

    Debaixo dessa cara sedutora, ele tem tela TFT de 15 polegadas, placa gr�fica ATi Radeon Mobility 9200 e mem�ria de v�deo de 128MB, 512MB DDR RAM, disco r�gido de 60GB e DVD-RW. Mais portas USB, sa�da S-Video, interface FireWire IEEE 1394 e leitor de cart�o de mem�ria 4-em-1. A m�quina � baseda num processador AMD.

    Em termos de conectividade, o Ferrari 3000 tem wi-fi (IEEE 802.11g), Bluetooth, conex�es de LAN via 10/100 Mbps Fast Ethernet e suporte � linha telef�nica com fax ou modem V. 92 de 56Kbps, ou seja: � completinho.

    Nos Estados Unidos, o pre�o � bem razo�vel: U$ 2.000. Aqui, com a quantidade de imposto que o governo cisma em tascar sobre bens de inform�tica, vai a U$ 2.900, ou seja, uns R$ 8.300.

    Ele chega �s lojas dentro de umas duas semanas (l�) mas j� se aceitam encomendas. Aqui, os distribuidores s�o CDI, Isatec, Ingram, Metrocomm e Travel.






    Fotolog

    O Fotolog est� fora do ar para manuten��o. N�o era sem tempo. Nos �ltimos dias, o povo s� estava subindo foto de teimoso. Os bugs est�o come�ando a tirar a gra�a da brincadeira, e isso � sempre perigoso numa comunidade virtual: quando a galera desiste, desiste de vez.







    Paulinho en route

    "Os primeiros dois dias de viagem foram super tranq�ilos. Hoje cruzamos a fronteira do Texas! Muita foto interessante pra mostrar depois. Todo mundo est� bem apesar de a Emilia estar com febre o tempo todo. Toma rem�dio, melhora um pouco e volta a ter febre. Tossindo muito tamb�m. Mas antes a Em�lia do que a Alicia ou o Joseph: ela sabe se comportar e � uma gracinha. Amanh� chegamos a Austin. Am�m. Beijos pra todo mundo."






    Futurecom: um nome prof�tico

    Realizou-se semana passada, em Florian�polis, a V Futurecom, maior feira de telecomunica��es do Brasil. No segundo dia, um acidente com um cabo de energia deixou a cidade inteiramente desconectada, sem luz, �gua e, em muitos casos, telefone. No Centro de Conven��es, alguns estandes e as salas de confer�ncia foram mantidos funcionando gra�as a geradores, e as pessoas faziam piada com o nome do evento, como se o futuro fosse, necessariamente, claro e bem iluminado.

    No entanto, a menos que eu esteja redondamente enganada � e espero estar, mesmo contra as evid�ncias � o blackout de Florian�polis n�o podia ser mais emblem�tico. A humanidade nunca dependeu tanto da eletricidade quanto agora � e, conseq�entemente, nunca esteve t�o exposta a apag�es. No futuro, salvo sejam tomadas medidas radicais (e inteligentes) de gera��o, transmiss�o e manuten��o das redes de energia, apag�es como o de Santa Catarina ser�o cada vez mais freq�entes. S�o Paulo passou por um susto desses h� pouco tempo. Nova York idem. A Inglaterra tamb�m.

    A despeito do, digamos, percal�o, a V Futurecom foi uma demonstra��o de for�a (sem trocadilho)� ou, pelo menos, vitalidade � do setor de telecomunica��es. As teles disseram presente, assim como os principais fabricantes de equipamento e autoridades.

    At� a ZTE, principal provedora de sistemas CDMA da China, que se instalou no Brasil em julho do ano passado, montou um estande luxuoso, onde mostrava as suas armas: muito equipamento de infraestrutura, sistemas wireless e alguns telefones muito cobi��veis. L�der em seu pa�s � um dos maiores mercados do mundo, se n�o o maior � a ZTE come�ou a se aventurar pelo mundo h� apenas quatro anos. Hoje atua em 40 pa�ses espalhados por cinco continentes, das Filipinas ao Tajiquist�o, passando pela Z�mbia e pelo Vietnam. Em suma: pense num pa�s ex�tico, meio Terceiro Mundo, e a ZTE estar� l�.

    Um dos principais assuntos da �rea continua sendo o cabo de guerra entre as tecnologias GSM e CDMA. O GSM teve um desempenho extraordin�rio desde o lan�amento da sua primeira rede no Brasil. Em menos de um ano e meio, conquistou quase cinco milh�es de usu�rios e chega, em novembro, a deter 12% do mercado de telefonia m�vel.

    Por outro lado, a Vivo, principal operadora de CDMA, tem sido a primeira a oferecer novidades engra�adinhas � clientela de luxo, como o download de tons, imagens e clipes e, em breve, a possibilidade de acessar webcams a partir do celular.

    � um duelo de tit�s, com bons argumentos para os dois campos. O GSM det�m 70% da base instalada de celulares do planeta e � um sistema aberto; por outro lado, o CDMA, desenvolvido pela americana Qualcomm, � uma tecnologia mais nova, e est� � frente em v�rios pontos. Quem vai ganhar essa parada? � dif�cil prever: o consumidor, que ainda vai ser muito bombardeado pelo marketing das operadoras, est� com a palavra.

    Esse vai longe...

    H� um novo website na pra�a que tem tudo para ser campe�o de visitas. � o Endividado.com, criado pela Associa��o dos Consumidores Endividados, com tudo o que todos n�s sempre quisemos saber sobre taxas de juros, bancos, recursos legais e assim por diante. Utilidade p�blica � isso a�!

    (O Globo, Info etc., 3.10.2003)














    Webcam

    Tirei -- espero que temporariamente -- o link para a simp�tica webcam do P�o de A��car, que estava quebrado. O ambiente dessa webcam, que -- entre tantos outros -- o Tom Taborda, o Raphael Perret e eu sempre observamos com intensa aten��o, passou por muitas transforma��es nos �ltimos tempos.

    O que antes nos parecia a sala de um apartamento virou escrit�rio e, mais recentemente, sala de reuni�es. Tudo isso a gente podia ver � noite, quando o interior se refletia no vidro fechado.

    Como ela j� passou por per�odos de inatividade antes, ainda n�o perdi de todo a esperan�a de v�-la funcionando de novo. Mas o meu sonho � ter uma webcam aqui na janela, mostrando a Lagoa. Uma vez, o Florio Cimieri at� chegou a fazer um or�amento completinho para mim, mas eu estava sem bala na agulha para ticar a id�ia.

    Continuo mais ou menos na mesma, mas continuo sonhando.






    1.11.03


    Mais blackout

    Se uma foto vale por mil palavras, tem bem umas seis mil novas palavras l� no Fotolog: s�o o final da s�rie sobre o blackout.