31.8.05


Diário de bordo

Há muito tempo eu não vivia a experiência de ficar desconectada e não ler jornais; em Eindhoven não tivemos tempo para praticamente nada além da visita aos laboratórios da Philips, e as pontas de tempo que sobraram usei para ir para a rua, passear e fotografar.

Sem internet, e cercada de jornais em holandês, fiquei completamente fora do mundo. Sequer soube do furacão nos Estados Unidos.

É verdade que podia ter ligado a televisão; mas isso é questão de hábito. Já me acostumei tanto a me informar pela internet que nem abro aquele armário onde os hotéis escondem os aparelhos. Passo o meu (pouco) tempo livre editando as fotos, lendo o material de trabalho e, antes de dormir, algum livro que tenha algo a ver com o lugar que estou visitando.

Agora, que estou aqui com a BBC buzinando no meu ouvido as últimas novidades, acho que preferia o estado de ignorância anterior. E olhem que eles não mencionam o Brasil nem de passagem...

* * *

Eindhoven estala de limpa, é super organizada, todo mundo anda de bicicleta, os insetos pedem licença antes de picar as pessoas mas, sinceramente, se eu tivesse que morar lá cortava os pulsos.

É quieta DEMAIS, limpa DEMAIS, educada DEMAIS.

Pelo menos para quem visita, falta à cidade aquele elemento de caos tão necessário ao cotidiano. Acredito que, para quem mora lá, o caos se faz nas relações, nos atritos do dia-a-dia, em algo que não se vê assim de passagem.

As pessoas são muito simpáticas. Vêem que você é de fora e vêm conversar, saber de onde você é, dar dicas.

Um senhor me aconselhou em relação ao angulo ideal para fotografar a igreja e falou dos anos que passou na Austrália; outro, bem velhinho, contou que a melhor parte da sua vida foram os cinco anos em que morou na Bolívia. Ele sabia que Bolívia é uma coisa e Brasil é outra, mas é o mesmo canto do mundo; conversamos em espanhol.

Esses dois amáveis holandeses, tão carregados de nostalgia dos tempos em que eram jovens e aventureiros, me deixaram comovida. Fiquei com pena deles, de mim, do mundo inteiro -- porque a vida não tem remédio, porque o tempo não volta e porque, quando a gente finalmente entende isso, já é muito tarde.

É, quando viajo fico filosófica.

* * *

A estrada entre Eindhoven e Dusseldorf é, como disse a Sheila (perdão, meninas!) Stella nos comentários, um espetáculo: exatamente o que a gente espera do campo holandês, muito verde, cheio de vaquinhas malhadas lindas, campos de girassóis, moinhos de vento aqui e ali.

* * *

Agora estou em Berlim, contemplando a escrivaninha cheia de cabos, conectores e gadgets diversos -- toda a parafernália que trouxe para me divertir e me perturbar.

Amanhã começa a pauleira da IFA, uma das maiores feiras de eletro-eletrônicos, uma espécie de equivalente européia da CES. Estive olhando o mapa. Como a Feira de Frankfurt, ela se divide em pavilhões diversos, em vez de ficar num só pavilhão grandão. Vai dar trabalho.

Além de mim, só aqui no hotel há seis outros jornalistas brasileiros, vários mexicanos, chilenos, argentinos. Deve haver outros tantos de outros cantos do mundo, apenas eu não os conheço.

* * *

Comprei um simcard alemão para usar no telefonino: acho que sai mais barato para mandar as fotinhas, 39 centavos de euro cada. Queria instalá-lo no Sony Ericsson W800, mas este telefone ainda não chegou à Alemanha; aliás, quando o rapaz da loja viu a pequena maravilha, quase teve um filho verde.

Chamou os colegas e ficaram babando no telefone. Senti uma certa alegria perversa por ter trazido do Brasil um telefone GSM que os alemães ainda não viram... ;-)






Ufa!!!!!

Nem acredito -- estou conectada, escrevendo no meu próprio notebook, no meu próprio quarto.

Tenho muita coisa para contar; a viagem está cheia de aventuras, sendo uma delas o fato de que, de repente, o meu telefone tocou em Dusseldorf. Era o gerente do hotel em Eindhoven, dizendo que tinham esquecido de embarcar as minhas malas na van do grupo: o que eu queria que eles fizessem com as malas?

Não, claro que não respondi isso que vocês estão pensando! Eram as MINHAS malas, afinal...

O final foi feliz: acabei me encontrando com as duas bonitinhas no aeroporto, bem a tempo de embarcar para cá.

Agora tenho meia horinha para tomar banho e me vestir. Janta-se cedo aqui, e a turma está exausta.

Ah, sim: o tal gel holandês não parece cimento. É cimento, aquela cola que os punks usam para esculpir aqueles cabelos sedosos e suaves...

Pode?! Como eu já passei dessa fase, e o meu corte não se presta muito a isso, vou de creme rinse e ventania, mesmo.

Isso é que dá a gente se deixar levar por embalagens atraentes.

O tempo está lindo, quente, tudo de bom. A viagem está uma perfeição, até porque não se fala em Lula, PT, CPI, nada: é como se nada disso existisse. Em vez disso, fala-se sobre HDTV, telas de plasma e tecnologia de todos os tipos; ficamos todos comparando os lugares por onde passamos com o Brasil, discutimos a comida local.

Come-se muito bem na Holanda, ou pelo menos em Eindhoven -- mesmo em cantinhos que aparentemente não prometem muito, pode-se contar com queijo, pão e manteiga de comer de joelhos.

Mais tarde faço um post decente, com fotinhas e tudo, prometo.

Agora tenho a impressão de que já estou até meio atrasada.

Beijos, pessoal! Muito obrigada pelo feedback dos comentários, vocês não calculam como é bom a gente ter tantos fios terras... :-)






"Finalmente... Berlim!"










"Aeroporto de Dusseldorf"










Dusseldorf










Parte 3










Parte 2










Parte 1









30.8.05


Garrafas ao mar










Philips










Eindhoven










Eindhoven

Cheguei ontem, sa e salva, a Eindhoven, onde ficam os laboratorios da Philips. O hotel eh otimo e super moderno -- mas so tem conexao discada que nao consigo acessar. Aqui na Philips ha wi-fi... que tambem nao consegui acessar. Os telefoninos funcionam para falar, mas para mandar fotinhas, neca.

Neste momento estou roubando cinco minutos para dar um alo e dizer que esta tudo OK. O grupo esta tomando cafe, depois de um dia inteiro de laboratorios e demos.

O tempo esta otimo, as coisas que estao nos mostrando sao interessantes, as pessoas sao muito simpaticas e a cidade eh... bem, uma pacata cidade holandesa do interior... ;-)

Amanha vamos para Dusseldorf, onde pegamos o aviao para Berlim.





29.8.05


Escala em Paris









28.8.05


Finalmente... :-)










Embarque em Sampa










A caminho










A caminho










Pe' na estrada!










Por mim...










Por mim...










Vai, viaja...










FUI!

Fiquem bem todos vocês; cuidem direitinho do blog na minha ausência, sim?

Muito obrigada!






Rumo a Brasilia

A caminhada da e-indignação (cujo selinho está aí ao lado, na coluna de banners) já percorreu quase 287 quilômetros, e conta com mais de 143 mil participantes. O seu objetivo é ir de São Paulo a Brasília, protestar contra o festival de indignidade e corrupção que assola o país.

A cada nova inscrição, ela se move dois metros.

Nas últimas semanas, a caminhada vem sendo alvo da contra-propaganda petista, que está mandando emails alarmistas a torto e a direito, alertando-as para que não assinem o manifesto por ser uma armadilha de spam disfarçada.

Em suma: fazem spam para acusar os outros de serem eventuais spammers.

Há formas muito mais simples de criar armadilhas de spam; e nada impede que você crie uma conta de email especial para usar em websites por aí. Aliás, é até recomendável que o faça.

A caminhada virtual é uma iniciativa criativa e bem bolada. O fato de estar se espalhando tão rapidamente significa apenas uma coisa: que as pessoas estão indignadas, e gostaram da idéia. Ponto.

Maiores esclarecimentos e informações no site, aqui; ou clicando no selinho aí ao lado.






Pasta Hagen: doação

Escreve o Gerson Bouzin:
"Infelizmente minha peluda mais nova faleceu, devido a complicações de uma cirurgia de obstrução intestinal. Nos ultimos dias, tarde demais, compramos uma pasta Hagen para bolas de pêlo.

Minha gata mais velha não precisa, e como essa pasta anda em falta no Rio de Janeiro queremos doar o tubo (ainda fechado e com validade até março de 2006). Pode ser que outro felino esteja precisando, e seus humanos nào estejam encontrando. Pra nos foi dificílimo achar."
Se alguém estiver precisando, por favor deixe recado aqui nos comentários, que o Gerson entra em contato, OK?





27.8.05




Auf Wiedersehen!

Numa atitude absolutamente inédita, a vossa blogueira está fazendo as malas... um dia inteiro antes da viagem!

É claro que vocês terão notícias de toda a aventura, que começa com uma semana de trabalho. A primeira parada é o laboratório da Philips em Eindhoven, na Holanda.

Estão me acompanhando dois telefoninos da pesada, o Samsung D500 (para mosaiquinhos) e o Sony-Ericsson W800 que estou testando; e duas pequenas câmeras compactas, também de teste, a Finepix Z1, da Fuji, e a V550, da Kodak.

Mais o meu fiel notebook, naturalmente, e as minhas câmeras velhas de guerra, a Lumix Z20 e a Sony P200. Isso porque câmera de teste é como sapato novo: você até leva, mas manda a prudência que leve também aquela sandália bem batidinha e muito confortável...

Parece muita coisa, mas todos esses brinquedos são leves e pequenos. O que atrapalha mesmo são os fios e carregadores.

Estou feliz: acho que esta viagem vai ser muito interessante.






Ipanema ontem, de madrugada









26.8.05



Extra, extra! Com vocês, a
Sábia Coruja das Highlands*

Povo! Tem uma entrevista maravilhosa com a Mamãe no site Velhos Amigos. Não deixem de ler; como dizem por aí, "é uma lição de vida"...



* Sábia Coruja das Highlands é o apelido da Mamãe entre os netos. Highlands por causa de Friburgo, onde ele mora; Sábia Coruja porque, de fato, ninguém sabe mais das coisas do que ela. Leiam lá, depois me digam se não é verdade...






Lula e Fabiana










Estranho...

Não estou conseguindo acessar nem o Blogger, nem o blog nem o Gmail pelo Velox. Aqui pelo notebook, acessando com uma plaquinha da Vivo, tudo OK.

A pergunta é meio cretina, tipo "Quem não veio levanta a mão"... mas vocês estão conseguindo acessar o blog e o Gmail?





25.8.05


Hmmmm...!










Tim-tim!










Daniel e Bianca










Culinária no Planalto

É impressão minha, ou há um cheiro insuportável de pizza no ar?






Alternativas gaúchas

O grande Flávio Damm me mandou um bilhete. Diz ele:
"Li tua crônica de hoje: sobre gaúchos, aviões e aeroportos, como gaúcho, quero te contar que quando nascemos no Rio Grande ficamos frustrados de termos nascido gente: o nosso desejo era de termos nascido cavalo ou avião da Varig. Isto é dito no Sul com grande naturalidade, por ser verdade..."
Achei lindo isso.







Desvendado o segredo do
serviço de bordo!

Escrevem passageiros, tripulantes e até um spotter,
espécie até aqui desconhecida pela cronista



Vejam vocês como é imprevisível essa vida de cronista. Na semana passada pensei muito antes de escrever a respeito dos aeroportos, dos mistérios do serviço de bordo e do maravilhoso fondue de chocolate da Ponte Aérea. Com o país atravessando a pior crise política da sua história recente, quem é que ia se interessar por comida de avião?! Por outro lado, crise ou não crise, a vida segue -- e o fondue me pareceu não só digno de registro, como um bom gancho para falar sobre duas ou três coisas a respeito de aviões e aeroportos.

Para minha surpresa, a repercussão foi enorme. Descobri que muita gente gosta de comida de avião; e, através do Luis Fernando Verissimo, descobri até o por quê. Na crônica de domingo, ele matou a charada: "O importante não é a comida, é estar comendo a caminho de algum lugar." Como é que eu não tinha pensado nisso?! É claro, o segredo das bandejinhas está mais no significado do que no conteúdo -- embora um fondue de chocolate possa se dar ao luxo de dispensar qualquer significado.

Já o grande segredo do serviço de bordo, que sempre começa pela outra ponta do avião, me foi gentilmente esclarecido por passageiros observadores, e confirmado por tripulantes: "O serviço começa no meio, com duas equipes de comissários, que se dirigem às pontas", escreveu a comissária Danielle Rayol. "Dessa forma, tanto quem está na frente quanto quem está atrás é servido por último... Quem está no meio é que se dá bem. Também, já estão em cima da asa, pelo menos vão comer primeiro, né?"

Faz sentido, sem dúvida alguma -- e explica porque é que eu, que sempre vou bem na frente ou bem atrás, estou quase sempre entre as últimas pessoas a serem servidas. Ana Gomes, outra comissária da Ponte Aérea, completou a informação: quando há menos de 60 passageiros, ou seja, meio avião, o serviço começa pela frente.

* * *

Devo dizer, aliás, que fiquei extremamente comovida com a quantidade e com o teor dos emails que recebi de comissários de bordo e comandantes da Varig, muitos deles já aposentados. É visível que, para essa turma tão simpática, a Varig não é apenas um emprego, mas um grande motivo de orgulho, apesar dos tempos difíceis.

* * *

"Se um dia fizerem a CPI da Infraero, vai se descobrir que provavelmente não só os fingers foram construídos a metro, mas concreto e asfalto também são um grande negócio", escreveu Bruno Gelmi a respeito de outro tópico da crônica, o exasperante comprimento desses túneis nos aeroportos brasileiros.

Ele se deu ao trabalho de observar alguns aeroportos no Google Earth, programa que é um perfeito retrato da Terra, e descobriu diferenças chocantes entre o que se faz no Brasil e o que se faz no chamado mundo civilizado. Pelas fotos nota-se claramente que economia de espaço e de recursos é coisa de paisinhos que pensam pequeno, como, digamos, a Alemanha ou os EUA.

Para os fãs do Google Earth, aí vão algumas coordenadas enviadas pelo Bruno:

  • Galeão 22 48' 54,62'' S / 43 14' 52,92'' W
  • Frankfurt 50 02' 50,04'' N / 8 34' 31,12'' E
  • Los Angeles 33 56' 48,59'' N / 118 24' 14,44'' W

    * * *

    Além dos fingers esdrúxulos, outro crime está sendo cometido com a reforma dos aeroportos: todos estão perdendo os terraços panorâmicos. Quem me chamou a atenção para isso foi Daniel Carneiro, que pertence a uma espécie ainda mais estranha do que a dos gourmets voadores, a dos spotters, que gostam de apreciar pousos e decolagens. Esta galera, que leva o hobby a sério e faz fotos maravilhosas de aviões, está perdendo o seu espaço.

    "Você deve ter acompanhado a festa que era, anos atrás, uma chegada do Concorde ao nosso Galeão", observou. "Centenas de pessoas se amontoavam no (então aberto) terraço do aeroporto para apreciar o pouso da bela ave. Bons tempos que não voltam mais, pois o Concorde deixou de voar e os terraços foram reduzidos e fechados com vidraças escuras..."

    Para avaliar o que se está perdendo com o fim dos terraços, basta dar uma olhada nas magníficas coleções de imagens do Daniel, em dcpics.notlong.com e dcpix.notlong.com.

    * * *

    Já a minha apreensão com o que está por acontecer ao Santos Dumont encontrou eco no coração de Ricardo Freire, cronista da "Época" e viajante tarimbado. Na última página da revista desta semana, ele propôs a criação de um movimento contra a construção de fingers no "aeroporto mais charmoso do planeta".

    O Santos Dumont é pequeno e não precisa de obras faraônicas; só precisa que o deixem em paz. Afinal, descer do avião por uma escadinha com vista para o Pão-de-Açúcar, sentindo o cheiro da maresia, é uma felicidade que não tem preço, e que faz da chegada ao Rio algo único e deslumbrante.

    Nem preciso dizer que apoio incondicionalmente o movimento. Vamos lutar pelo tombamento do nosso aeroporto querido, antes que seja tarde!

    (O Globo, Segundo Caderno, 25.8.2005)





  • 24.8.05



    Futurismo dá nisso, ou
    O micro em 1954

    A legenda desta curiosa foto diz o seguinte:
    Cientistas da RAND Corporation criaram este modelo que ilustra como poderá ser um computador doméstico no ano de 2004. A tecnologia necessária, entretanto, não será economicamente viável para a maioria das pessoas. Os cientistas também admitem que o computador vai precisar de tecnologias ainda não inventadas para funcionar, mas esperam que, daqui a 50 anos, a ciência já tenha resolvido esses problemas. Com interface de teletipos e liguagem Fortran, o computador será muito fácil de usar.

    Huahauhauhauhauhauhauha!!!





    23.8.05



    Finalmente!

    Senhoras e senhores, com vocês, Ribondi e seu bichinho de estimação, o Negão.

    Devo dizer que a foto não faz justiça ao Negão, que é o maior cachorro que eu já vi. Agora estou tentando convencer o Ribondi a me mandar uma foto dele, Negão, em pé: é um espanto, o bicho.

    Não é lindinho?! :-)






    A assinatura que não houve

    Hoje recebi dois emails; um do senhor Ademir Assunção, afirmando que a tal carta contra a Veja e a favor do manifesto dos escritores folgados foi assinada apenas por ele, e que, portanto, a Elvira não a poderia ter assinado; o outro, da Elvira, explicando que ela se confundiu em relação à assinatura.

    Vocês se lembram, né? Foi este assunto que rendeu a ótima discussão sobre palavrões nos comentários.

    Eis o que disse a Elvira:
    ATENÇÃO: uma carta à veja e o manifesto "literatura urgente" estavam em um mesmo pdf no site fala brasil.
    a carta em cima e o manifesto embaixo.
    cheguei lá fazendo uma pesquisa "elvira vigna" no google em 19/08.
    vi a assinatura, rolei para cima, vi a carta.
    chiei
    não vi naquele momento o manifesto, sanduichado no meio dos dois.
    só fui ver o manifesto no domingo dia 21/08 e em outro site.
    a carta à veja não leva as assinaturas do manifesto.
    portanto minha assinatura irregular só consta do manifesto.
    que eu jamais li embora em novembro do ano passado tenha concordado em participar do que seria uma lista/forum de discussões.
    não participei.
    sequer soube se existiram.
    só fui ler o manifesto quando já publicado, pela internet, no domingo.
    minha assinatura já foi retirada do manifesto.
    cora rónai reproduziu em seu blog o primeiro post que coloquei no meu, em cima da minha indignação com o que eu achava que era minha assinatura na carta à veja.
    desculpas a todos. (elvira vigna)

    Aqui neste blog a Elvira não precisa pedir desculpas.

    Embora tenha acontecido uma bela confusão, continuo achando totalmente errado o uso do nome de uma pessoa em relação a algo a respeito do qual ela não foi informada.

    Uma coisa é aceitar participar de um debate a respeito de um assunto; outra é usar esta aceitação teórica como apoio a um manifesto concreto.

    Retiro o 171! do título do post porque ele se referia à carta, em que a assinatura da Elvira não entrou; e em relação a isso peço desculpas ao senhor Ademir Assunção.

    Não sei quem usou a adesão da Elvira a uma lista de discussão como endosso a um manifesto com o qual ela não concorda; mas quem quer que tenha feito isso é, sim, um estelionatário.

    Por fim, ça va sans dire, mantenho minha opinião a respeito do movimento.






    Utilidade Pública

    Pessoas, duas leitores deste blog me pediram indicações que eu não tenho. Talvez vocês possam ajudar?

  • Linda, aqui do Rio: "Você conhece algum churrasqueiro bom, que atenda uma turminha quando precisa fazer um churrasco?"
  • Miriam, também aqui do Rio -- mas essa é bem mais difícil: "Trabalho numa produtora que faz legendagem para programas da TV a cabo, Globosat. Ocorre que estamos com alguns programas eróticos com falas em húngaro e queria pedir se você tem alguma indicação de tradutor nesse idioma."

    Por incrível que pareça, eu não conheço tradutores de húngaro; muito menos nesta, digamos, área de especialidade.






  • Ah, sim, eu ia esquecendo...

    Palocci para presidente!








    O mais sexy de todos

    A CNet fez uma lista dos dez produtos de tecnologia mais sexies dos dez últimos anos, e o Razr V3, da Motorola, ficou em primeiro lugar; o iPod, da Apple, ficou em segundo.

    A lista completa está aqui.

    Eu concordo inteiramente com a escolha do V3. Amo o Samsung D500, telefone mais gostosinho do mundo, mas como design o V3 é imbatível, um dos objetos mais lindos que já vi. Chega a ser incrível como conseguiram embutir um telefone inteiro, quad band, com câmera e tudo, numa caixa tão fininha e elegante.

    No mais, acho que faltou memória ao povo da CNet. Houve muitos Thinkpads mais espetaculares do que o Vaio X505, por exemplo.

    Eu ia falar no Nec Ultralite, para mim o mais revolucionário de todos os notebooks, mas fui checar e vi que ele foi lançado em... 1989.

    Oops.

    Agora estou caindo de sono, com a pilha fraca por causa de uma dor de garganta que quer me pegar, mas tenho certeza de que ainda vou me lembrar de várias coisas.

    Aceito ajuda: vamos fazer a nossa lista?






    Papo tecnostálgico

    O Orkut tem mesmo de tudo.

    Há algum tempo entrei para uma comunidade chamada "Pioneteiros, pioneiros da web". Mas ou não prestei atenção à sua descrição na época, ou o seu criador andou aperfeiçoando o texto. O fato é que, há alguns dias, cuidando dos problemas gerados pela minha dupla personalidade -- o Orkut só permite mil contatos por página, o que para qualquer pessoa que escreve em caderno de informática é muito pouco -- voltei lá para inscrever a minha versão 2.0.

    Desta vez, dei boas risadas lendo a descrição, que levei para o blog, e que fez a alegria dos usuários d'antanho:
    Para pioneiros, dinossauros e causadores da internet no Brasil. Venha para cá se você:

  • Chegou aqui bem antes de 2000
  • Usou Winsocks no 3.1
  • Teve encarte de bolso com
  • Pior, o REDIGIU
  • Foi devoto do Netscape
  • Pesquisou no Yahi, Surf e Cadê
  • Já conectou a 9600
  • Foi viciado em IRC
  • Usou provedor de BBS, com limite hora/dia
  • Pior, foi sysop
  • Colecionou Internet World, .net, PC Magazine Brasil e Microsistemas
  • Pior, ESCREVEU nelas
  • Conheceu Tribo Internet, Meu Povo, Listas BR, Redes-L, Listas da Esquina, Ansp, Alternex e Elógica
  • Foi owner ou heavy-user do Onelist, eGroups e Makelist
  • Usou majordomo, listproc e gopher
  • Demorou a instalar o ICQ99 com medo da novidade
  • Bateu ponto no chat UOL só pra ver se alguém estava on-line
  • Já disse que "a net não é mais a mesma"
  • Foi fã do informativo Freeware/Shareware do Max Obelix Stocker
  • Pior, foi da confraria, com Max e Fervil
  • Estranhou quando nem todos mais aqui eram antenados/cultos/conhecidos

  • O papo foi animado.

    Eduardo Stuart: "Essa comunidade é o máximo! Já entrei faz um tempinho, mas ainda não tive coragem de responder aos questionários. Imagina alguém dizendo que já criou um programa que foi armazenado em cartão perfurado e que no seu primeiro computador pessoal os programas eram armazenados em fitas cassete -- que, é bom lembrar, volta e meia davam a fatídica mensagem de "erro de leitura", depois de longo 7 minutos carregando o dito. Arght! =)

    Me lembro bem da FidoNet. Foi através dessa rede que eu tive o meu primeiro endereço de e-mail, cortesia de uma das BBSs que eu assinava bem antes de surgir a internet comercial. E embora o endereço nunca tenha funcionado direito, era uma grande alegria ter um suposto "endereço de internet". Aqueles eram bons tempos, sem dúvida alguma, mas que não me trazem muitas saudades, não.

    A internet como a conhecemos hoje é muito mais prática e o acesso às informações nunca foi tão facilitado. O que sinto das BBSs eram os sempre animados encontros. Como a maioria dos assinantes moravam relativamente perto, era fácil marcar essas reuniões. Com a internet, onde uma mesma comunidade pode ser acessada por pessoas do mundo inteiro, não é assim tão fácil fazer os encontros com a maioria dos participantes."

    Marcela: "Gopher!!! Alguém ainda se lembra disto? Mas antes da internet, muito antes, antes mesmo do disquete de 5"1/4, a gente carregava joguinhos no computador com um gravador e fita cassete!!! Dava um trabalho danado acertar o volume pra conseguir carregar. Jurássico! Nos idos de 1980 eu e meu irmão pedimos a minha mãe pra comprar um driver pra disquete de 5"1/4 pro nosso Apple 2000. Minha mãe foi à Mesbla e disse ao vendedor que queria um driver. O vendedor: O que é isto? Minha mãe: Não sei..."

    Márcia: "Usei bit-net , Gopher, Veronica, Archie... E quando vi o Mosaico numa estação UNIX, fiquei maravilhada. O tempo de resposta era uma loucura de longo. Mas gostava de usar Gopher e Veronica, porque pouca gente conhecia UNIX, e isto me fazia sentir um pouco "superior" a grande maioria... Sempre fazia pesquisas usando FTP para meus colegas de trabalho. Diziam até que eu era a Rainha da Internet..."

    André Breitman: "Meu deus, como tô velho! Comecei pelo TRS-80 Modelo 1,4K; furei muito disco de 3,5 pra virar 180K (antes do double side double density de 360K que eu não tinha grana pra comprar); coloquei mais do que tirei nos arquivos com rodinhas do Capitão Gancho; fui aprendiz de sysop do forum80, primeiro BBS do Rio; tinha coleção de cartões perfurados de todas as faculdades; usei disco de 8" em um estágio (todo orgulhoso); e, um pouco mais atual, tenho um quadro com uma coleção completa de marcadores de livro da Amazon (mas boa mesmo era a books.com)".


    (O Globo, Infoetc, 22.8.2005)

    Bem, esta coluna vocês não só leram antes aqui como ajudaram a escrever: a colunista agradece a colaboração!





    22.8.05


    Mosca









    21.8.05



    ...

    Ontem os ovinhos estavam lá, perfeitinhos; hoje à tarde... :-(











    Emergências felinas!

    Nossa amiga Coruja continua à espera de um lar.

    Gente, falando sério, tartaruguinhas são tão especiais! E esta vem até com madrinha veterinária, o que não é para qualquer um.

    Ontem abandonaram mais gatinhos no Jockey: desta vez, esses lindos siamesinhos. Eles estão arrepiados porque Ana Yates, que é uma mulher prevenida, passou Front Line (um remédio contra pulgas) antes de levá-los para casa; e Front Line definitivamente não é um produto de beleza apreciado por gatos.

    São um macho e uma fêmea, com menos de dois meses.

    Siameses são gatos maravilhosos: conversam muito, são inteiramente birutas, carentes e carinhosos. Recomendo!

    Os dois irmãozinhos já foram despulgados e vermifugados; tudo o que precisam agora é de um lar onde possam viver felizes.

    Update: Já foram adotados!!!

    Informações, como sempre, com a nossa incansável Ana Yates.





    20.8.05


    Filme!










    Filme...










    Coisa linda!










    Well, well, well...

    A Well era apenas um BBS de São Francisco quando abri uma conta lá; mas era, também, o lugar mais divertido do ciberespaço. O diabo é que era quase impossível acessá-la daqui e, algum tempo depois, desisti.

    Voltei em 1996, quando os modems já voavam a 14.400. Desde então, cronai@well.com ficou sendo meu endereço de email.

    Há dois meses, cheia de dúvidas, renovei a assinatura anual. Foi uma fortuna, mas, para mim, o endereço da Well é (era) um fetiche nostálgico, uma espécie de ligação com o meu passado da rede, com São Francisco e com os meus amigos de lá.

    Os tempos mudaram.

    São Francisco mudou, muitos dos meus amigos se mudaram, a web mudou.

    A Well vai ser vendida.

    Acho que está na hora de dar adeus ao meu antigo endereço, pedir um reembolso dos meses não utilizados e assumir de vez um novo email.






    171!

    Lembram daquela turma de escritores que anda por aí querendo subvenção do governo para passear e para custear o seu ócio supostamente criativo?

    Pois agora, além disso, deram de falsificar assinaturas.

    Vejam só o que recebi da minha amiga Carol Vigna-Marú, filha da escritora Elvira Vigna:
    USO INDEVIDO do nome da minha mãe:

    "descubro, horrorizada, que meu nome consta como tendo assinado uma carta escrita por ademir assunção contra a revista veja, a respeito da idéia de obter financiamento público para escritores escreverem seus livros.

    sou contra esta idéia, embora ninguém tenha pedido minha opinião.

    não sei o que fazer contra esse abuso de usarem meu nome.

    vou deixar este post por aqui até ver o que eu faço.

    o nome da tal da carta que eu não assinei é 'o jornalismo manipulador de veja se volta contra escritores' e está datada de 15/07/05.

    porra, que abuso, caralho."

    POR FAVOR AVISEM A TODOS QUE ESTA CARTA ALEGADAMENTE ESCRITA POR ADEMIR ASSUNÇÃO FALSIFICOU ASSINATURAS.
    Amigos, por favor espalhem isso em seus blogs. Parece que a única defesa que resta às pessoas de bem deste país é sair berrando...






    Fui!









    19.8.05


    Adote um focinho carente!

    Vai ao ar amanhã, no Boqueirão, mais uma das feirinhas de adoção da Suipa.
    DIA: SÁBADO - 20 DE AGOSTO
    HORÁRIO: das 09:30 às 15:30 horas
    LOCAL: CLUBE DE REGATAS BOQUEIRÃO, perto do MAM, caminho de quem vai para a Escola Naval, no Centro do Rio.

    Para adotar é necessário: Carteira de Identidade, CPF e comprovante de residência (atualizado), em original e uma xerox.

    Se puder levem jornais... Os "focinhos" precisam muito. Doações em rações e medicamentos também serão muito bem vindos.

    As adoções também podem ser realizadas diariamente na sede da SUIPA: Av. Dom Hélder Câmara 1801, Benfica, telefones 2501-8691 e 2501-9954.






    Xexeo de cabelo novo










    Mandou bem

    Adoro o Dapieve, cronista das sextas-feiras do Segundo Caderno.

    Implico quando escreve sobre futebol, porque não gosto de futebol, mas quando vem para o mundo real, ele é imbatível.

    Um trechinho de hoje:
    (....) Delfim Netto só não foi ministro de Lula porque não quis outra pasta que não a das Comunicações, já empenhada com o PMDB. Delfim continuou deputado federal pelo PP. Além de ser o partido do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, é o do ex-governador Paulo Maluf. Diante disso, diante dos lucros legais mas imorais dos bancos, quando alguém acusa "as elites" pelos infortúnios do PT, não sei se rio, choro ou me consolo com o filósofo romeno Cioran, que disse: "Quando escuto alguém falar em 'elite', sei que estou diante de um imbecil."

    A íntegra está aqui: imperdível.






    Assim é...

    Um pequeno vídeo, para os que são a favor da carrocinha e da eliminação dos animais de rua: ou o que vocês acham que é feito deles?






    Bom dia!










    Testando o W800










    Falta de assunto... ;-)









    18.8.05


    Rua Irineu Marinho










    Rua Irineu Marinho










    Brincadeira










    Pipoca












    Comida de bordo, um raro prazer

    Fui a São Paulo na semana passada para ver as novidades em câmeras digitais. Pedi um assento na janela, do lado direito, bem na frente do avião. O detalhe do lado direito é muito importante: há poucos vôos tão bonitos quanto a Ponte Aérea, mas enquanto o pessoal do lado esquerdo só Vê um pedacinho de Niterói e muito de mar, quem vai do lado direito vê toda a baía, passa rente ao Pão-de-Açúcar, acompanha as praias e, em dias claros, tem paisagem ininterrupta até a chegada.

    Ir bem na frente é menos importante, mas também tem suas vantagens, sobretudo para quem gosta de fazer fotos aéreas, já que não há asa atrapalhando a vista; além disso, o desembarque é mais rápido, porque nos fingers de Congonhas não se usa a porta traseira. Fingers, vocês sabem, é como se chamam aqueles corredores móveis que se encostam ao flanco dos aviões, e que substituíram as escadas nos aeroportos de quase todas as grandes cidades.

    Antigamente eu achava os fingers o máximo da modernidade, uma das grandes invenções do engenho humano; mas não há como continuar gostando deles depois de ver as barbaridades que fizeram na parte nova do Galeão, em Guarulhos e em Congonhas. Pensados originalmente para facilitar a vida dos passageiros, e tornar embarques e desembarques mais rápidos, aqui eles se transformaram em labirintos intermináveis, que funcionam exatamente ao contrário do que seria de se esperar. No dia em que alguém fizer a CPI da Infraero, vai se descobrir que foram negociados a metro. Não há outra explicação.

    O resultado é que hoje chego a sentir ternura pelos pequenos aeroportos à antiga, cada vez mais raros, e me assusto em pensar no que vão fazer com o Santos Dumont, que tanto amo. Cada vez que desembarco de volta, olhando a nossa paisagem extraordinária através dos tubinhos transparentes que cobrem as escadas, fico com o coração apertado.

    * * *

    Os estrangeiros que vêm ao Brasil ficam bestas com a Ponte Aérea, e não só por causa da paisagem: há poucos lugares no mundo em que ainda se serve alguma coisa em vôos tão curtos. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde as companhias aéreas já eram mesquinhas antes do 11 de setembro, corre-se atualmente o risco de se atravessar o país de um lado a outro sem se receber nada além de um mísero refrigerante.

    Acho o máximo apresentar amigos de fora aos luxos da Ponte Aérea e ver o seu ar de espanto diante das caixinhas de comida que as aeromoças mal têm tempo de distribuir.

    Pena que, na semana passada, estava sozinha. É que, dessa vez, até eu me espantei quando o comandante -- sim, ele em pessoa! -- nos informou que havia uma surpresa para os passageiros no serviço de bordo: fondue de chocolate com frutas frescas.

    Fondue?! Num avião?!

    Minha curiosidade demorou a ser satisfeita. A equipe começou a servir os passageiros de trás para frente, e fui das últimas a ser atendida. O fondue veio em duas caixinhas, uma com pedaços de fruta, outra com chocolate amargo derretido. Delicioso!

    Resultado: na volta, por causa desta maravilha da culinária aérea, pedi um lugar no fundo do avião (também do lado direito, com vista para a restinga, as montanhas, o Maracanã e o cais do porto, com direito à Ilha Fiscal lindamente iluminada ao anoitecer). Eu estava convencida de que garantia, assim, um fondue com o chocolate pelando de quente.

    Pois sim! Alguns mistérios são insondáveis para o mortal comum, e entre eles está a ordem do serviço de bordo -- que nunca jamais consegui acertar, em vôo algum. Este não foi exceção, e começou, claro, lá pela frente. Um dia, quem sabe, eu talvez adivinhe certo.

    * * *

    Sim, adoro comida de avião, mesmo quando não é tão surpreendente. Nos velhos tempos, a única pessoa que me entendia era o Luis Fernando Veríssimo, um gourmet que não tem medo de confessar o que, para tanta gente, é heresia gastronômica.

    Agora, com a Internet, percebo que não estamos sozinhos. A comida de avião tem uma legião de admiradores, cujo ponto de convergência é o utilíssimo site www.airlinemeals.net, única e exclusivamente dedicado ao assunto.

    Lá o conhecedor pode se entreter com milhares de fotos de refeições de bordo, servidas por centenas de companhias aéreas, entre elas as falecidas Braniff e Pan Am; as refeições são minuciosamente descritas, com notas dadas pelos passageiros e tripulantes que as fotografaram.

    Só do Concorde da British Airways há 101 fotos; da Singapore Airlines, universalmente considerada a melhor companhia aérea do mundo, há 661 fotos, acompanhadas das mais diversas manifestações de encanto e prazer.

    Nem preciso dizer que já mandei para lá umas fotinhas do fondue de chocolate da nossa Varig.

    Dei nota 10.


    (O Globo, Segundo Caderno, 18.6.2005)





    17.8.05


    Pioneteiros

    Dei risada lendo a descrição da comunidade Pioneteiros: pioneiros da web, do Orkut. Quem foi da época vai rir também, aos outros peço desculps pelo post tecnostálgico:
    Para pioneiros, dinossauros e causadores da internet no Brasil. Venha para cá se você:

    * Chegou aqui bem antes de 2000
    * Usou Winsocks no 3.1
    * Teve encarte de bolso com TODOS sites da net BR
    * Pior, o REDIGIU
    * Foi devoto do Netscape
    * Pesquisou no Yahi, Surf e Cadê
    * Já conectou a 9600
    * Foi viciado em IRC
    * Usou provedor de BBS, com limite hora/dia
    * Pior, foi sysop
    * Colecionou Internet World, .net, PC Magazine Brasil e Microsistemas.
    * Pior, ESCREVEU nelas
    * Conheceu Tribo Internet, Meu Povo, Listas BR, Redes-L, Listas da Esquina, Ansp, Alternex e Elógica.
    * Foi owner ou heavy-user do Onelist, eGroups e Makelist
    * Usou majordomo, listproc e gopher
    * Demorou a instalar o ICQ99 com medo da novidade
    * Bateu ponto no chat UOL só pra ver se alguém estava on-line
    * Já disse que "a net não é mais a mesma"
    * Foi fã do informativo Freeware/Shareware do Max Obelix Stocker
    * Pior, foi da confraria, com Max e Fervil
    * Estranhou quando nem todos mais aqui eram antenados / cultos / conhecidos






    Coração de mãe

    O PT está arrasado, pede desculpas ao país pelos atos dos antigos dirigentes e espera que fique tudo por isso mesmo, com os antigos dirigentes dando as cartas e mostrando que os novos dirigentes não estão com nada.

    Com aquele Trevisan que cuidou da negociata do filho do Lula já a bordo, não me espantaria se recontratassem o Duda Mendonça pelos bons serviços.

    Sabe como é coração de mãe, perdoa tudo.






    Emergência felina!

    Coruja, esta legítima tartaruguinha, quase foi uma das vítimas do Jockey. "Sumiu" da sua colônia há uns dois meses mas, graças a uma protetora, conseguiu ser resgatada do famigerado "gatil".

    Ela é uma das sobreviventes da turma antiga, tem aproximadamente sete anos, é muito meiga e está em lar temporário, à espera de alguém que a adote.

    É uma companhia maravilhosa, um bichinho três-em-um: Coruja, gatinha e tartaruga...

    Ana Yates pode dar maiores informações sobre a gatinha.




    Aggiornando

    Às vezes não dá pra ler tudo sempre e acabo com as leituras mais importantes atrasadas. Por exemplo: só hoje tive tempo de passar lá na Fal:
    Provocação

    Sr. Duda Mendonça acaba de dizer que não quer usar a inteligência dele para fazer mal ao país.

    Esse povo tá me atentando, Juraci, me segura que eu vou ter um troço.

    Huahuahauhauha!






    Adeus às ilusões

    Em menos de dois anos, e por menos de dois milhões, o PT conseguiu fazer o que a ditadura militar jamais conseguiu, apesar do empenho de décadas: desmoralizar a UNE.

    Estudante pelego.

    Taí, isso é novidade pra mim.






    Voltando pra casa









    16.8.05


    Assim falava Bakunin

    Recebi este trechinho supostamente atribuído a Mikhail Bakunin (1817-1876); estou sem tempo para checar se é ou não dele, mas me lembro do conceito, que li ou ouvi há tempos, e que considero incontestável. Vejam só:
    "Sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão (o governo popular proposto pelos marxistas), chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares por uma minoria privilegiada.

    Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários.

    Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, deixarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo.

    Quem duvida disso não conhece a natureza humana."





    15.8.05


    Mosca, de bigode amassado










    E o outro










    Um lado...










    Cactos










    Comparando










    Comparando










    Fatos & fotos

    A Photo Image Brazil é a nossa maior feira de fotografia. É muito simpática e genuinamente nacional, apesar do nome agringalhado, e um excelente termômetro do mercado de equipamento fotográfico brasileiro.

    Pois a julgar pela última edição, encerrada na sexta passada em São Paulo, não faltam motivos para comemoração: este ano, segundo pesquisa da GFK, serão vendidos dois milhões de câmeras digitais num Brasil que, apesar da crise política, parece que não abre mão de registrar os bons momentos da vida.

    Os números, revelados pelo primeiro estudo sobre o setor no país, são de fato muito interessantes. Apenas em maio, e apenas nas lojas e canais de distribuição rigorosamente oficiais e legalizados, 52.471 câmeras digitais foram vendidas no Brasil; para os especialistas, quantidade pelo menos igual deve circular por baixo do pano, seja entre as maquininhas que turistas trazem legalmente na bagagem mas não precisam declarar por causa do custo inferior a US$ 500, seja através do contrabando puro e simples.

    O aumento da vendas em relação a abril foi de 46,8%, o que, mesmo levando em consideração o Dia das Mães, é uma grandeza. O único mes melhor foi, compreensivelmente, dezembro do ano passado, quando nada menos de 56.258 câmeras voaram das prateleiras para baixo da árvores de Natal dos consumidores. Estima-se que só o mercado legal feche 2005 com um milhão de unidades vendidas.

    É importante observar que esses números referem-se, única e exclusivamente, a câmeras digitais, e não levam em consideração outros objetos capazes de gravar imagens, como celulares, players multifunção ou PDAs.

    Segundo a GFK, cerca de 40 milhões de celulares serão comercializados no país ao longo de 2005; em maio passado, 13% dos telefoninhos tinham câmera embutida, mas este percentual deve crescer com a queda de preços.

    * * *

    Para o instituto de pesquisa, celulares com câmera e câmeras propriamente ditas convivem bem e sem disputa de market share. Para o consumidor brasileiro, aparentemente, está claro que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

    Faz sentido. Uma coisa é a fotinha simples de celular, curtição extra permitida por aparelhos cuja função essencial é falar; outra é a foto "de verdade". Além disso, a resolução da maioria dos celulares topo-de-linha ainda está em 1.3 megapixels -- e as câmeras com menos de 3 megapixels já estão em baixa. As rainhas da parada são, no momento, as que vão de 3 a 4 megapixels, responsáveis por 50% das vendas; as câmeras entre 4 e 5 megapixels tiveram o maior crescimento relativo (13%) e detém, hoje, 30% do mercado.

    * * *

    A Photo Image, porém, não é só uma coleção de números; é, sobretudo, uma amostra do que se vai encontrar no mercado em breve. Isso porque seus principais expositores são fabricantes e distribuidores, e o público é formado basicamente por fotógrafos e comerciantes de produtos fotográficos.

    Algumas coisas com jeito de coqueluche me chamaram a atenção: câmeras muito fininhas e estilosas, que não são apenas máquinas de colher imagens mas belos objetos de desejo; muito material para scrapbooks, ou seja, aqueles álbuns de recortes e lembranças, que começam a pegar firme entre crianças e adolescentes; e terminais de fotografia auto-atendimento, com entradas para todo tipo de mídia, em que o usuário pode editar suas fotos à vontade em sistemas de toque na tela.

    Todos os grandes fabricantes têm quiosques assim; a maioria aceita inclusive transferência por Bluetooth, que está virando item essencial para câmeras e, sobretudo, celulares com câmera e PDAs.

    O sucesso dos quiosques está diretamente vinculado à gratificação instantânea da cultura da imagem digital: para que esperar que um laboratorista cuide da cópia se com meia dúzia de toques (e cerca de um ou dois reais) pode-se manipular a própria foto?

    * * *

    A preocupação com o look dos equipamentos é evidente, mesmo nos mais baratinhos; as velhas câmeras de poucos megapixels e mau acabamento são coisa do passado, definitivamente. É tão sério isso, aliás, que quase todos os fabricantes apresentaram linhas de câmeras em cores diversas, e um deles -- a Mitsuca -- chegou a convocar Ana Hickmann para ser madrinha de duas câmeras, uma fotográfica e uma filmadora.

    Outra preocupação é manter os preços dentro de níveis razoáveis, para evitar a concorrência avassaladora do contrabando. Isso se nota em todo o espectro do mercado, de híbridos de webcam de 2,1 megapixels por menos de R$ 300 a semi-profissionais como a P880 da Kodak, de 8 megapixels e lente Schneider-Kreuznach Variogon 24 -140mm por R$ 3 mil.

    A Kodak, aliás, está altamente competitiva. Sua linda Z740, de 5 Mp e zoom óptico 10x tem preço sugerido de R$ 1,3 mil.

    * * *

    Num sinal dos tempos, a Nokia participou pela primeira vez da Photo Image -- e o fez em grande estilo, trazendo os fotógrafos JR Duran e Ricardo De Vicq para clicar as atrizes Samara Felipo, Ana de Biasi e Daniele Suzuky com o N90, celular com display basculante e lente Zeiss, capaz de produzir fotos de até 2 megapixels.

    As moças, gentis, posaram também para fotos com o público; o estande bombou.


    (O Globo, Info etc., 15.8.2005)






    CAT, imperdível!

    O CAT está passando uns dias de cabeça pra baixo, lá do outro lado do mundo. A coluna que mandou pro Info etc. desta semana está interessantíssima:
    "Gelado ou quente, chá verde é a bebida nacional no Japão. A gente acaba entrando na onda, vira quase vício. Meia-noite, exausto, depois de um dia inteiro caminhando em Tóquio, tinha acabado de ferver água no quartinho apertado do hotel e estava rasgando o saquinho de chá quando, de repente, o cômodo inteiro começou a sacolejar. Era meu primeiro terremoto."
    O resto está aqui.






    Como se fosse necessário

    Pesquei no Noblat, que pescou no Globo:
    "O publicitário Duda Mendonça pode não ter dito toda a verdade quando, em depoimento à CPI dos Correios, afirmou que recorreu à conta de uma off-shore no exterior pela primeira vez em 2003 e por exigência do empresário Marcos Valério de Souza Fernandes. Relatório reservado do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal informa que entre 1997 e 2000, Duda e a sócia dele, Zilmar Fernandes da Silveira, fizeram transações de US$ 1,6 milhão com a Agata Internacional, off-shore nas Ilhas Virgens Britânicas, administrada pelo doleiro Roger Clement Haber."
    Então tá.

    Um sujeito com aquela cara, torturador de animais, amicíssimo do Babu (!), que ganhou milhões convencendo as pessoas de que o Maluf é honesto e o Lula preparado -- alguém ainda precisa de relatório reservado da Polícia para achar que ele "pode não ter dito toda a verdade"?!

    Fala sério!

    Por falar em Noblat, está ótimo o clipping que ele vem fazendo dos jornais do dia: um grande serviço de utilidade pública.





    14.8.05


    Hmmmm...










    Jantar by Laura










    Mosca










    Tarde de domingo









    13.8.05


    Els gats










    Caulos, Geraldinho e Wagao










    Cheese!










    Altos papos










    Festa!










    Enquanto espero










    Bom dia!










    Bem feito

    Alguém acredita realmente que Duda Mendonça só abriu uma conta nas Bahamas a pedido de Marcos Valério?!

    E alguém acredita que esta é a sua única conta no exterior?!

    Conviver com Paulo Maluf com a proximidade que dá uma campanha política equivale a um PhD em lavagem de dinheiro; Duda Mendonça deve saber mais sobre off-shore e sonegação do que Jacques Cousteau sabia de mergulho e vida submarina.

    Duvido, mas duvido muito, que ele sequer saiba o que é uma contabilidade honesta, exceto como cortina de fumaça para o que, certamente, considera contabilidade "normal".

    Como Leona Helmsley, ele leva todo o jeito de achar que imposto (assim como a letra da lei) é coisa para gentinha.

    Acabo de ver na GloboNews o impoluto Berzoini, aquele carrasco de velhinhos, anunciando que ele vai levar um baita calote do PT.

    Não sei o que é mais torpe, se o Duda fingindo a inocência que não tem, ou o PT negando-se, na maior cara de pau, a pagar o que deve a um fornecedor -- alegando, vejam só, que a negociação foi feita na ilegalidade.

    É pilantragem demais, francamente.

    Duda Mendonça e o PT se merecem.






    Missao cumprida









    12.8.05


    Ah, não digam!

    Segundo o Jornal Nacional, alguns parlamentares petistas começam a achar que o discurso do presidente não foi suficiente para contornar a crise.

    Indeed.






    O Mandatário Supremo dirige-se ao zé povinho

    O presidente Lula acaba de ler um discurso na televisão, escrito sabe-se lá por quem -- mas algo me diz que não foi o marqueteiro Duda Mendonça.

    Teve a cara de pau de dizer que todo o escândalo apareceu por causa de investigações da Polícia Federal, que se sente traído e indignado e que mandou punir os responsáveis.

    Em suma: mais uma vez, mentiu deslavadamente.

    Como sabe até a Família Gato, que sequer se interessa por política, o que está acontecendo não veio à luz por investigações da polícia, mas sim por causa da lavagem de roupa suja no Congresso -- que o governo, por sinal, tem feito tudo o que pode para atrapalhar.

    Traído?!

    Indignado?!

    Então tá, me engana que eu gosto! Não havia um pingo de indignação na voz de aluno aplicado lendo o que seu mestre mandou; havia apenas uma tentativa canhestra de resgate da imagem do Lulinha Paz e Amor que -- este sim -- traiu e enganou a nação.

    E... punir os responsáveis?!

    Mas quem foi punido até agora, exceto o povo brasileiro?! Pois se até o infame Delúbio continua no PT!!!

    Em suma: o vosso presidente continua achando que governa um país de imbecis.





    11.8.05


    A peixinha da Marcela






    Gente, vejam que show de foto a Marcela conseguiu fazer com a câmera nova!

    Se vocês clicarem na foto, chegam ao Flickr; mas clicando aqui pegam um atalho para a foto em tamanho original.

    Sensacional!

    Dá para contar os ovinhos... :-O






    :-)))










    Voltando pra casa










    Adeus ao hotelzinho barulhento











    O livro meu irmãozinho

    História de alguns segredos de família


    Nasci no Brasil mas, por circunstâncias do destino, só aprendi português quando fui para a escola. Antes falava húngaro, a língua oficial da família, comum tanto a meu pai, que nasceu em Budapeste, quanto a minha mãe, que nasceu em Fiume, cidadezinha que pertencia então à Itália, mas antes pertencera à Hungria e hoje pertence à Iugoslávia.

    Meu avô materno, o Nonno, que morava conosco, meus tios e minha avó paterna, a Nagymama, que moravam logo ali na esquina, as visitas que iam e vinham -- todos falavam húngaro.

    Até hoje o húngaro tem, para mim, o som lá de casa. Perdi quase todo o conhecimento prático da língua, que ainda consigo compreender embora fale com dificuldade, mas a música das palavras ficou para sempre gravada no meu DNA como algo especial, só nosso, uma espécie de Código Rónai ao qual pouquíssima gente tinha acesso.

    Quando fui à Hungria pela primeira vez, em 1977, fiquei em estado de choque ao constatar que todo mundo (todo mundo!) tinha a chave do nosso segredo. Taxistas, vendedoras de castanhas, garçonetes da Gerbeaud, jornaleiros -- todos falavam húngaro! E muito melhor do que eu! Era revoltante. Aquela peculiaridade única da nossa família, o nosso tesouro secreto, estava ali, devassado, aos ouvidos de todos.

    A esta primeira sensação seguiu-se uma descoberta interessante: a de que só eu sabia o que sabia. Hippie de cabelão desgrenhado, usando calça Lee desbotada e um inseparável poncho peruano, eu era uma perfeita ET naquela cidade atemporal, esquecida num desvão qualquer do pós-guerra, onde não havia sonho de consumo mais inatingível do que jeans como os que eu usava -- e por causa dos quais era parada nas ruas diversas vezes, por gente disposta a comprá-los a todo custo.

    É difícil imaginar isso no mundo globalizado de hoje, em que quinquilharias chinesas competem com cacarecos coreanos em qualquer camelô, e onde se pode importar de tudo, de toda a parte, sem sair do computador; mas na Budapeste comunista dos anos 70 não havia jeans nas lojas.

    Aliás, não havia praticamente nada nas lojas. Lembrando bem, quase não havia lojas.

    As exceções eram as confeitarias gloriosas e as livrarias, onde livros e LPs, subsidiados pelo governo, custavam uma ninharia. Infelizmente, sempre fui analfabeta em húngaro, que só consigo ler em voz alta, soletrando as palavras, para que, uma vez ouvidas, possa enfim compreendê-las. Isso funciona com placas de rua e eventuais manchetes de jornal, mas é impraticável para qualquer coisa além disso; de modo que os livros ficaram todos lá.

    Mas, como eu ia dizendo, só eu sabia que, por baixo da imagem de estrangeira exótica, morava uma criatura que entendia bastante bem o que se dizia à sua volta. Um dos meus prazeres era me sentar num café e ficar ouvindo o que os húngaros, convencidos da ininteligibilidade do seu idioma, achavam daquela evidência ambulante da decadência do mundo ocidental.

    Os mais velhos ficavam horrorizados, os mais jovens, com inveja; e todos, sem exceção, faziam as suposições mais estapafúrdias a respeito das minhas origens. Esta era a parte de que eu mais gostava, até porque, como esfinge, fazia um bonito, vindo, na verdade, de lá mesmo.

    Eu tinha 24 anos e a vida era bela.

    Além do húngaro, guardávamos outros segredos em casa: os escritores húngaros, muitos dos quais haviam sido amigos de meu Pai. Nomes como Petöfi, Arany János, Ady Endre, Attila Jozsef, Karinthy, Molnár, Krúdy Gyula ou Sándor Márai eram tão comuns na conversa quanto, digamos, Drummond ou Guimarães Rosa. Mas, como a língua, eram só nossos. Papai nos falava deles e nos lia seus contos e poemas, prestando socorro aqui e ali com a tradução de uma palavra mais complicada.

    Pois eis que, de uns tempos para cá, começaram a aparecer nas livrarias alguns destes velhos conhecidos, vestidos em edições caprichadas e assumindo ares de best-sellers. A sensação que tive ao topar com um primeiro Márai na Argumento não foi muito diferente da que senti ao pisar em Budapeste em 1977. Como, os "meus" escritores, ao alcance de todos?! Lá se ia mais um segredo de família...

    Por outro lado, este súbito interesse pela literatura húngara vem me dando grandes alegrias. Pude finalmente ler romances dos quais apenas tinha ouvido falar, fiquei apaixonada por Sándor Márai, um dos escritores mais envolventes que conheço, e, há dois meses, tive a felicidade de ver "Os meninos da rua Paulo" chegar às livrarias em toda a sua glória.

    Ao longo de toda a vida acompanhei o destino deste livro, tão amado por meu Pai e por ele traduzido um ano antes do meu nascimento. Tudo o que Papai queria era que outros pudessem ter o mesmo prazer que ele havia tido com a leitura do seu Molnár favorito; a certeza de ter alcançado este objetivo se renovava sempre que alguém lhe falava dele, o que acontecia constantemente, apesar das edições acanhadas e feiosas a que o livrinho parecia condenado.

    Acontece que, como um patinho feio, "Os meninos da rua Paulo" realizou o sonho de todo livro, e foi parar no catálogo da CosacNaify -- de onde alçou vôo, como o belo cisne que é, para as boas casas do ramo.

    O que não faz uma edição carinhosa! Ele está, finalmente, tão bonito por fora quanto por dentro, tão bem cuidado editorialmente quanto bem cuidada foi a sua tradução.

    Que seja muito feliz este meu irmãozinho na sua nova vida, e que conquiste muitos e fiéis leitores.

    Ele merece.


    (O Globo, Segundo Caderno, 11.8.2005)






    Estranho, muito estranho...

    Tirando a localização pavorosa, o barulho dos aviões e o hall bisonho, que me lembra "A Morte do Caixeiro Viajante" com seu vaivém de hóspedes tristes, o Quality Inn em que me hospedo não é um mau hotel.

    Os funcionários são simpáticos e, a despeito da cortina cinza que causa péssima impressão, o quarto é grande e limpinho. Os móveis são de madeira clara, a cama é boa, a ducha é ótima e o shampoo e os sabonetinhos tentam agradar, com imagens de flores nos rótulos.

    Tudo é simples, mas correto -- exceto a internet banda larga, que censura o acesso a uma série de sites, entre os quais este blog que vos fala. Não só ele, claro, mas todos os blogs que tentei acessar no blogspot; e todos, mas virtualmente TODOS os sites de proxy surfing (como o Anonymizer, por exemplo) que poderiam contornar o problema.

    Agora estou baixando um bypass client que encontrei depois de muito procurar uma saída; vamos ver se funciona.

    Como vocês podem imaginar, já enfrentei toda a espécie de problema de acesso em hotéis, mas, fora da China, esta é a primeira vez que dou de cara com censura a blogs; e, diga-se a favor da China, lá, pelo menos, o acesso aos proxies era livre.

    Vá entender...

    (Curiosamente, na China também o acesso ao Blogger, isto é, à ferramenta com a qual escrevo o blog, era livre; quer dizer, chiar pode, não pode é se informar sobre a chiação.)





    10.8.05


    Jantando com Ramalho










    Help!










    Mais do mesmo










    Photo Brasil










    Comparando










    Um local aprazivel...









    9.8.05


    Photo Brasil










    Antes da chuva










    Saudades do meu tigrinho...










    Que frio!










    Fui!










    A caminho










    Arghhhhhhhhhhhhhh!!!

    Tenho que ir a São Paulo e não consigo desgrudar da TV. Mas que praga esta CPI!!!






    Eu era assim, fiquei assim...

    Valeu, Tom!






    O lado mundano do blog






    Enfim, a legenda: Ontem à noite, quando saí do jornal -- seriam 23h30, por aí -- resolvi passar na festa da Playboy, ali ao lado, no MAM. Achei que talvez desse uma boa crônica mas, além de me encontrar com vários morangos com chocolate e com alguns amigos, tudo o que consegui foram umas fotos genéricas, que me serão muito úteis para ilustrar qualquer coisa que venha a escrever a respeito de celebridades.

    A festa não estava suficiente bizarra, como eu achei que estaria, para render uma boa crônica. Era apenas mais uma festa paulista, luxuosamente produzida.

    A rampa estava enfeitada com slides enormes de fotos e um painel com frases pinçadas das entrevistas. Adorei as frases, e achei muito eloqüentes as fotinhas que as acompanhavam -- sobretudo as do vosso presidente, em tempos de Sapo Barbudo, e as da Xuxa, absolutamente irreconhecível, mostrando o poder do arsenal de que dispõe o mulherio com grana, determinação e, digamos, um mínimo de material de trabalho.

    As fotos dos "grandes momentos" eram outra história. De modo geral eram lindos nus comportados que só faziam bem ao ego das fotografadas mas, aqui e ali, havia algumas daquelas poses constrangedoras -- ao lado das quais, curiosamente, as moças posavam bem descontraídas.

    Eu, que sou do século passado, achei um mico.

    Também fiquei com uma certa pena das moças que obviamente estavam lá na esperança de conseguir alcançar O Grande Objetivo da Mulher Famosa: posar pra Playboy. A noite estava fria e elas lá, indo e vindo, com sainhas de renda microscópicas sem nada por baixo, decotes vertiginosos e cara de quem topa tudo -- e não está nem aí para o frio.

    Millôr, aliás, está convencido de que mulher bonita não sente frio.

    A Leilane (Neubarth) fez uma observação interessante: há muito não se via uma festa com tantos homens heterossexuais dando sopa. Verdade. A noite carioca é essencialmente gay, e a fauna desta festa era completamente diferente do habitual.

    -- Uma amiga minha acaba de desenvolver uma teoria, -- disse ela. -- É a cadeia alimentar. Eles vêm atrás delas.

    Além das moças bonitas de profissão indefinida, atrás de quem supostamente viriam os caras, a festa devia estar cheia também de celebridades, mas como sou péssima fisionomista, certamente passei batida por muito outdoor. Tudo o que sei é que estava numa festa de criaturas vindas de um planeta diferente do meu, onde ninguém usa cabelo curto ou pesa mais de 50 quilos, onde usa-se muito silicone e pouquíssima roupa, e onde as mais baixinhas têm, no mínimo, 1m70 -- mas quase não há baixinhas!

    Pouco depois da meia-noite, contente com as fotos que consegui, com os morangos e com o papo com os amigos, voltei para casa, onde gatos e gatas de outro tipo me esperavam.






    Trabalhadores









    8.8.05


    Mosaico V










    Mosaico IV










    Mosaico III










    Mosaico II










    Mosaico I









    7.8.05


    * suspiro *

    Ainda às voltas com discos rígidos: haja saco! Descobri que o Maxtor frito ainda tem um sopro de vida, mas o sistema não o reconhece quando o Samsung está instalado. Já tentei mudar os switches, mas nem assim.

    Quando tiro o Samsung e deixo o Maxtor (mais um Seagate de 80Mb), o Windos insiste em pedir uma senha que não existe, e sem a qual nada posso fazer.

    Alguém tem alguma idéia de como se pode dar a volta no aparecimento desta tela? E de como entro direto no sistema?






    Parganismo II










    HOJE! PROTESTO NO JOCKEY!!!

    Pessoal, pede-se a quem estiver a favor dos gatinhos do Jockey que compareça ao protesto dos protetores, hoje, às 14h30, na entrada principal.

    Como rola um papo de que o Jockey pretende PROIBIR a manifestação, a idéia é levar um pano preto para usar como mordaça, em protesto mudo contra mais esta (possível) arbitrariedade.

    O seguinte texto será distribuído ao povo que chegar para o Grande Prêmio:
    JOCKEY CLUB EXTERMINA GATOS COM AJUDA DA PREFEITURA

    (ONDE ESTÃO OS 300 GATOS QUE "DESAPARECERAM" DO CLUBE?)

    Há mais de 20 anos, pessoas irresponsáveis abandonam gatos, adultos ou filhotes, de raça ou não, nas dependências do Jockey Club.

    Comovidos com a situação dos animais, moradores das redondezas, frequentadores e mesmo sócios do clube passaram a cuidar deles, não apenas alimentando-os, mas também esterilizando-os, para controle de natalidade, proporcionando-lhes assistência veterinária e promovendo a adoção dos felinos por pessoas responsáveis, tudo isso com seus próprios recursos.

    Durante todo esse tempo, esse trabalho voluntário era feito em harmonia com a direção do clube, que inclusive providenciou crachás para os voluntários.

    Esse belo trabalho veio por água abaixo quando o Sr. ELAZAR DAVID LEVY assumiu a direção do Departamento do Hipódromo, no ano de 2002. Ele proibiu a entrada dos protetores, privou os gatos de água e alimento por vários dias, e só permitiu que os animais voltassem a se alimentar (mal) devido à intervenção da polícia, da Justiça e da antiga Secretária Municipal de Defesa dos Animais.

    Ao invés de tentar coibir o abandono de gatos nas dependências do clube e de apoiar o programa de esterilizações, que é eficaz e ético, a direção do Jockey resolveu acabar com o problema na base da ignorância, da injustiça e da crueldade: EXTERMINADO OS ANIMAIS.

    Muitos despareceram misteriosamente, outros (saudáveis) apareceram mortos da noite para o dia, e os que restam (saudáveis ou doentes) estão sendo capturados e confinados no cercado de extermínio, onde já chegam estropiados, machucados e às vezes fraturados, devido à captura truculenta e cruel, e onde definham e morrem de fome, contaminação, descaso, maus-tratos.

    A Secretaria Municipal de Defesa dos Animais, que, atualmente, de defesa só tem o nome, está ajudando o Jockey, retirando os gatos doentes do cercado da morte, supostamente para "tratá-los".

    Só que a secretaria não responde à pergunta que não quer calar:

    ONDE ESTÃO OS GATOS RETIRADOS DO JOCKEY, QUE JAMAIS RETORNAM, SE A PREFEITURA NÃO TEM LOCAL ADEQUADO PARA ABRIGÁ-LOS?

    Na tentativa de ludibriar a imprensa e a opinião pública e de desacreditar os protetores dos animais, o Jockey Club e a Prefeitura fazem uma "maquiagem" no cercado de extermínio, chamado por eles, cinicamente, de "gatil", substituindo sempre os animais que adoecem no cercado pelos que estão saudáveis fora dele (e levando os doentes para destino ignorado e suspeito).

    Tentem fazer uma visitinha ao "gatil" em dia de chuva, e sem que a diretoria do clube e a Prefeitura desconfiem disso...

    O processo criminal contra o Jockey se arrasta há três anos, pois os protetores são cidadãos anônimos e o clube é uma instituição poderosa, que acredita na impunidade, COMO É DE PRAXE ENTRE OS PODEROSOS DESTE PAÍS.

    Mas os protetores e os cidadãos que respeitam a natureza, os animais e as leis do país (que protegem a fauna) não desistirão e continuarão lutando por JUSTIÇA!

    PROTETORES DOS ANIMAIS DO RIO DE JANEIRO
    Só tenho uma coisa a dizer: eu confio nos protetores, em quem acredito totalmente. Eles conhecem cada um dos gatos e devotam suas vidas a esta causa.

    Eu não acredito nada na direção do Jockey, e menos ainda (menos do que nada existe?) na Sepda, que é uma secretaria extremamente mal intencionada.

    Não tenho nada contra o fato de o secretário ser ator, muito menos mau ator; mas sou radicalmente contra a escalação para este cargo de uma pessoa que despreza bichos sem raça, que ignora todas as ações feitas em prol dos animais mas participa, com entusiasmo, de todas as farsas montadas para exterminá-los.

    O ninho de mentiras e covardia que se fez na Sepda é, sem tirar nem pôr, um espelho das CPIs e da vida pública deste país.






    Ufa!

    Acabo de ouvir na GloboNews que os marinheiros russos presos no submarino se salvaram.

    Boa notícia para começar o domingo! :-)






    R.I.P.

    Ele não era exatamente novo,mas também não era muito velho. Há um mês começou a fazer uns barulhos esquisitos, a dar umas roncadas quando executava certos comandos.

    Ontem, quando eu estava fazendo uma colagem de fotos da Família Gato (uma carinha de cada um) deu o último suspiro, exibiu a Tela Azul da Morte e puft, mó-rreu.

    Era um Maxtor de 80Gb.

    Acho (não tenho certeza) que nada de grave se perdeu: nele estavam instalados basicamente programas e cópias de arquivos.

    Mas era o meu disco de boot e, conseqüentemente, aquele canto onde estavam organizadas todas as coisinhas, direitinho. Não dá para calcular quantas horas de trabalho lá estavam embutidas.

    Agora estou recomeçando do zero a partir de um Samsung de 160Gb.

    Não tenho mais paciência para essas coisas não... :-(





    6.8.05


    Afe!

    "Nossos empregados são de baixa qualidade e agem como se fossem nossos patrões. Não são. E, em relação a Sua Excelência (ou Sua Incompetência, como preferem uns), também é preciso dizer que não estamos aqui para sermos insultados. Que vá Sua Excelência esculachar quem devia esculachar, ou seja, os que lhe são subordinados. O povo não lhe é subordinado e saiba ele que, ao esculachar de modo geral, estará sendo esculachado também, como já é, em todo o país. Eu mesmo o faço, na inviolabilidade de minha casa, pelo menos enquanto não vem aí uma medida provisória revogando essa inviolabilidade. Não o faço publicamente por respeito à instituição que ele incorpora e por não querer cometer injúria. Sou cidadão livre, não devo nada a ele, tenho os mesmos direitos, exceto foro privilegiado e puxa-saquismo e, diferentemente dele, cumpro minhas obrigações. Só tenho é que me precatar contra eventuais prejudicados ou fanáticos, pois até a assassinatos ligam o PT, apesar de, como sempre, o PT não saber de nada.

    Vocês aí, se já eram tidos como malandros relapsos ou 300 picaretas, no dizer de Sua Excelência, podem ferir mortalmente a democracia. Vão trabalhar e suar a camisa pelo dinheiro que tomam de nós a rodo e querem mais. E a Sua Excelência conto que, a cada xingamento seu, a resposta mínima é "é você" e a máxima é conhecida de todos. Vá trabalhar também, Excelência, e se informe sobre seus subordinados, entre os quais não está o povo. Pare de bazofiar e negue de vez a seus empregadores que conhecia a sujeira que o circunda desde a campanha. Sua obrigação não é viajar e discursar, é governar e prestar contas a quem o elegeu e a quem deve obediência e lealdade."
    João Ubaldo, no Globo deste domingo: a tinturaria da minha alma.








    Faça o seu próprio mapa!

    Cadê meu passaporte?

    Achei um brinquedinho sensacional no Ricardo Freire: um mapinha que mostra os países que você já visitou. Como ele mesmo diz, o mapinha é algo exagerado -- eu estive em Moscou e ganhei a Rússia toda, e duas viagens, uma a Hong Kong e outra a Shangai, coloriram a China inteira.

    As grandes áreas em branco são a África, a Ásia e a Austrália, que nunca visitei.

    Ainda assim, eu, que achava que já viajei um bocado, fui forçada a me confrontar com o tamanho do mundo: só estive em 16% dos países!






    Até que enfim!

    Demorou, mas finalmente alguém tomou uma atitude contra o Pânico na TV. Assisti uma vez a esta baixaria e fiquei horrorizada: o que dá a esses caras o direito de tripudiar de todo mundo?!

    Gozar celebridades instantâneas e vulgares que fazem de tudo para aparecer ainda pode ser aceitável, mas atacar atores respeitáveis só porque cometeram o crime de se tornarem célebres é de uma arrogância e de uma prepotência simplesmente nojentas.

    Aliás: por que é que, em vez de perseguir Carolina Dieckmann e seu filho, que estão quietos no seu canto e não devem explicações a ninguém, os dois corajosos "humoristas" não vão se meter com quem tem rabo preso?

    Podiam começar com o Roberto Jefferson, por exemplo, ou com o Zé Dirceu. Ibope por ibope...





    5.8.05





    Socorro: há algum ornitólogo na casa?!

    Há coisa de duas semanas, descobri que os quero-queros estavam chocando dois ovinhos. Fix fotos mas fiquei na minha, morrendo de medo que alguém descobrisse.

    É que o lugar que eles escolheram é uma tragédia; há tempos acompanho a vidinha do casal, que nunca conseguiu procriar. Acontece que, como é próprio da sua espécie, eles fazem os ninhos no chão; mas uma coisa é um pasto no Sul ou um campo de aviação, e outra, bem diferente, é a Lagoa, cheia de gente, cachorros e movimento.

    Inocência minha achar que só eu ia perceber o ninho!

    Uns dias depois, uma leitora me escreveu lá para o jornal, preocupadíssima. Tinha fotos melhores do que as minhas, e uma dor de cabeça igualmente grande: como proteger os bichinhos?!

    Tenho ido constantemente patrulhar o pedaço; mas isso significa alguns minutos por dia, se tanto. Cheguei à conclusão de que, ao contrário do segredo, a divulgação entre os vizinhos é a melhor saída.

    Já mostrei o ninho a vários amigos de confiança e alertei o pessoal do quiosque. Quanto mais gente da área estiver alerta, melhor.

    Ainda assim, fico no auge da preocupação.

    Hoje no final da tarde passei por lá e fiquei muito mal: nenhum dos dois deu o alerta quando me aproximei, e um estava mancando muito. Me lembrei que, no domingo, tive que enxotar dois meninos que estavam jogando bombinhas de São João neles.

    Os ovinhos, pelo menos, continuavam lá; mas os quero-queros estavam tão alheios à minha presença que fiquei com a impressão de que, com o trauma do machucado, haviam abandonado o ninho.

    Fiquei desolada num canto, olhando para os meus queridinhos aparentemente apáticos e maltratados. Um senhor que ia passando também foi até o ninho, olhou, e veio desabafar comigo.

    Estava tão revoltado quanto eu a respeito da avezinha manca, e também preocupadíssimo em relação aos ovinhos.

    Uma pessoa evidentemente do bem. Imaginem que está realizando, junto com o filho, um levantamento dos tipos de beija-flor da cidade. Já conseguiu registrar 24.

    Nos despedimos melancólicos e abatidos.

    Fiquei na área mais um pouco, fotografei o pôr-do-sol e fui ver o ninho de novo. Nem sinal dos quero-queros.

    Quando voltei para casa vim direto para o computador.

    Havia feito várias fotos do quero-quero manco e as ampliei, para ver se percebia o que havia de errado. Não consegui notar nada em particular, mas não tenho o olho treinado para isso.

    Mergulhei na rede para pesquisar, e vejam o que descobri:
    "O quero-quero afasta os intrusos que se aproximam de seu ninho fingindo-se ferido."
    Será possível?!

    Será que está tudo bem com o meu quero-querido?!

    Verdade?!

    Ai, que alívio...

    Agora resta o Grande Problema: o que fazer para proteger o ninho?

    Aceito dicas, sugestões, pitacos, aulas de ornitologia; antecipadamente agradeço.






    Brasil 1










    Al mare










    Lagoa










    Tigre!










    Tigre!










    André Arruda, aqui






    4.8.05


    Da Fal

    Discurso

    No canal 5 da NET o Lula tá fazendo um discurso. Ele tá contando que a vida dele foi muito dura. Que ele foi muito pobre. E disse que a mãe dele, que teve uma vida duríssima, nunca perdeu a esperança. E disse que vendo o esforço das pessoas pobres e lutadoras do nordeste, ele volta pra Brasília achando que o Brasil tem jeito.

    Caras, falando sério, isso é muita sacanagem de se dizer praquele povo sofrido da porra. Chega a ser cruel.

    Tudo bem, eu tenho um plano

    A primeira coisa que eu quero é depor numa CPI. Certo? Aí, depois de dizer que não lembro de nada, eu saio peladona no Globo Rural. Daí eu me elejo vereadora. Daí eu arrumo a vida docêis tudim. Sério, em 4 anos, cês tão tudo bonito na foto. E se a gente for pego? Num tem pobrema. Vcs depõem na CPI. Saem pelados na revista (numa melhorzinha que eu). Se elegem vereadores.

    Viveram felizes para sempre.
    Fim.

    Num disse? Eu tenho um plano.
    O diabo é que é tão bom este blog, mas tão bom, que a gente fica com vontade de copiar logo tudo de uma vez e pronto.

    Mas eu também tenho um plano:

    Fal para presidente!

    O país podia até não melhorar (o que acho quase impossível, considerando-se a atual conjuntura) mas, com certeza, ficava muito mais inteligente e divertido.






    Mosca ajudando no trabalho










    Querida blogueira

    A Rosana Hermann descobriu uma loja muito curiosa em Londres...






    Do Noblat

    Estão brincando!

    Só hoje a Polícia Federal foi às sedes das agências de Marcos Valério em Belo Horizonte e à casa da diretora financeira da SMPB, Simone Vasconcelos, atrás de documentos que possam comprometê-los.

    Se havia documentos dessa natureza por lá, eles sumiram ao longo dos últimos 60 dias.

    A sempre tão ágil Polícia Federal foi de uma lerdeza escandalosa.
    Aliás, os comentários do Noblat estão de volta; mas agora é preciso fazer cadastro. Está certo. Blog com aquela quantidade de visitas só com leão-de-chácara na porta, mesmo.






    Até que enfim!

    Demorou, mas finalmente ouço alguém dizer de público que Daniel Dantas tem que ser investigado. Foi o deputado Paulo Pimenta, do PT: está coberto de razão.






    A angústia da cronista diante da página

    A crise política seqüestrou as atenções do país,
    mas o mundo continua cão aí fora



    Madrugada de quarta-feira. Enquanto escrevo, Keaton, a gatinha da foto, dorme esparramada na escrivaninha, ao lado de uma pilha de livros que esperam que eu os leia; na mesma escrivaninha, há fotos ainda não editadas de um passeio de barco pela Baía de Guanabara, alguns cartões de parabéns pelo aniversário que ainda não respondi e uns CDs que preciso passar para o computador.

    O conjunto é uma espécie de colcha de retalhos da minha vida, mas os cartões que deixei de responder, os livros que ainda não folheei, os discos que não ouvi e as fotos que nem pude ver dão conta de como esta vida está fora do ritmo, refém da crise política que insiste em tomar o tempo, o espaço e a alma da gente. Um dos aspectos mais desgastantes da CPMI é o seqüestro da nossa atenção; é como se não houvesse outro assunto, como se nada tivesse a menor importância diante do que está acontecendo em Brasília.

    No dia em que alguém se der ao trabalho de fazer as contas do número de horas que o país gastou diante da televisão, indignado com o tenebroso espetáculo do poder, vamos todos levar um susto.

    * * *

    Enquanto isso, a vida segue. Como os absurdos e abusos não se restringem ao noticiário de Brasília, há duas semanas recebo mensagens desesperadas de donos de cachorros supostamente ferozes que, de um momento para o outro, foram varridos das ruas, banidos da luz do sol. É um castigo medonho, que não se dá mais nem a monstros como um Fernandinho Beira-Mar; mas graças aos deputados Alice Tamborindeguy, Corry Pilar e Nilton Salomão, que alteraram para pior a já questionável lei do deputado Carlos Minc, centenas, talvez milhares de pitbulls, dobermans, rottweillers e filas estão condenados à noite eterna, proibidos de sair às ruas antes das 22h.

    A imensa maioria destes cães jamais fez mal nenhum a ninguém. São apenas cachorros, coitados, que não têm consciência da polêmica que os envolve; mas, de um momento para outro, viram suas vidinhas viradas pelo avesso, ficaram confinados, perderam a alegria de ver um dia claro.

    Independentemente da opinião que se tenha a respeito deles, nada, absolutamente, justifica esta norma medieval. Até porque, agora eles só podem sair de casa com guia de condução curta, coleira com enforcador e focinheira.

    * * *

    Dito isso, esclareço: como sabem os 17 leitores que o Xexéo me empresta às quintas-feiras, não sou especialista em cães. Talvez por isso, me incluo naquela parcela da população que não acredita em pitbulls mansos -- ou, melhor dizendo, mansos com todo mundo.

    Tenho, além disso, bronca com a quantidade de donos de pitbulls que, obviamente, criam os animais como armas; ainda que a maioria deles seja alegre e dócil como são os cães tratados com amor e respeito, é óbvio que nove entre dez psicopatas que precisam de cachorros para mostrar ao mundo como são machos preferem pitbulls. Isso é um grande problema.

    Mas problema maior ainda é que, em todos os lugares onde certas raças de cães foram proibidas, os resultados não foram nada animadores. Houve abandono de cães, discriminação de proprietários e muita infelicidade. Criaram-se "mercados negros" para os bichos proibidos e outras raças foram escolhidas como símbolos de pretensa virilidade por pit boys imbecis.

    Todos os ativistas de direitos animais com quem troquei idéias a respeito do assunto concordam: não são os animais que deveriam ser punidos, e sim os donos irresponsáveis. Crie-se uma legislação realmente severa, apliquem-se as penas da lei a tais donos, e logo os problemas das "raças ferozes" serão resolvidos.

    Naturalmente, é muito mais fácil pôr três ou quatro raças na clandestinidade do que criar uma legislação inteligente e bem pensada. A dra. Andréa Lambert, presidente da Anida (Associação nacional de implementação dos direitos dos animais), resumiu a questão lá no blog:

    -- Qualquer cão criado confinado e sem contato com pessoas pode ser um potencial agressor, independentemente de raça. E tentem fazer uma denúncia na Delegacia de Proteção e Meio Ambiente de um cão acorrentado ou de outro tipo de maltrato. O descaso é total. O poder público não tem interesse real em coibir os ataques de cães, pois a maioria acontece dentro das residências. As leis do pitbull e dos cães ferozes são simplista e inócuas. São boas para mídia e para esconder a verdade, que é a incompetência do poder público para lidar com a relação homem/animal.

    * * *

    Comovido com a situação dos gatinhos do Jockey, que descrevi há algumas semanas, o dr. Wanderley Rabello Filho, da OAB-RJ, interessou-se pelo caso ? e descobriu uma prova cabal da incompetência a que se refere a presidente da Anida. O processo que rola na Justiça há dois anos contra o clube é, acreditem, uma obra de ficção! O Ministério Público simplesmente se "esqueceu" de fazer a denúncia contra o clube...

    Ou seja: papéis e mais papéis acumularam-se sobre nada, seguindo seu rumo a lugar algum. Pobres dos gatos. E, sobretudo, pobres de nós, tão mal servidos pelos funcionários que sustentamos!

    (O Globo, Segundo Caderno, 4.8.2005)






    MMS










    MMS










    O Grande Estadista

    "Peço que os que não cometeram nenhum delito e que tiveram seus nomes nas manchetes dos jornais, que na hora em que ficar comprovado que são inocentes, pelo menos a imprensa brasileira divulgue e peça desculpas àqueles que acusaram injustamente. Vamos ser duros com os culpados e justos com os inocentes. Muitas vezes misturam o arroz com a casca e depois a gente não sabe se vai separar o joio do trigo."
    Então tá, né.






    O que não se fez

    As quantias escandalosas mencionadas pela corja dominante continuam me deixando perplexa; nem em jogo de monopólio vi cifras tão mirabolantes. Dói no coração imaginar quantas pessoas morrem por dia nos hospitais públicos por falta de recursos, quantas crianças ficam sem escola, quantas obras essenciais se deixam de fazer, para que esses canalhas se forrem de dinheiro.

    Mas isso é só o que eu consigo imaginar de imediato e mais óbvio.

    Ainda há pouco, arrumando a caixa postal, encontrei uma carta perdida da dra. Niéde Guidon, a extraordinária cientista da Serra da Capivara; a situação da região, que é patrimônio cultural nacional e mundial, está cada vez mais crítica.

    O sítio arqueológico vem sendo sistematicamente invadido com o beneplácito das autoridades. É uma longa e lamentável história. A dra. Niéde, que não tem papas na língua e que luta contra todas as formas de ignorância e demagogia, já foi até ameaçada de morte -- mas o nosso esclarecido e preclaro governo, naturalmente, só vai reconhecer o seu valor se a ameaça se cumprir.

    Eu fico arrasada com tudo isso!
    Cora,

    Achei perfeita sua crônica sobre a doença que tomou conta do Brasil desde a criação de Brasília.

    Neste momento, estou cansada de correr o mundo atrás de recursos para a Serra da Capivara, um tesouro que poderia resolver o problema da fome nesta região (indo até Guaribas, onde também há sítios arqueológicos!) muito melhor do que com os famosos cartões que vão sempre parar em mãos erradas, atraindo três milhões de turistas/ano -- desde que as obras do aeroporto tivessem continuidade e o mesmo fosse aberto, hotéis fossem construídos, estradas deixassem de ser uma fita de buracos!

    Em minha cabeça apareceu um lema que acho que é o único que poderia resolver o problema brasileiro: Delenda Brasilia!

    Assisto aos depoimentos, vejo com que facilidade falam em milhões e penso que, agora em fins de julho, se não conseguirmos uma fonte de recursos, terei que demitir a todos e deixar o Parque Nacional somente sob os cuidados do IBAMA e do IPHAN. E não precisariamos mais do que R$ 400 mil por mês! E para aplicar em um patrimônio nacional, não em uma firma privada!

    Nesta região, onde trabalho desde 1973, vi a corrupção transitar livremente nos governos militares, e no de todos os presidentes eleitos.

    Acho que é mal endêmico e não tem cura.

    Um abraço,

    Niéde Guidon





    3.8.05


    Deu no Globo Online

    Aumenta manifestação a favor dos gatos na Gávea

    Ronaldo Braga (do GLOBO)

    Com faixas, cartazes, apitos e gravações de miados de gatos, num volume alto, cerca de 50 pessoas continuam fazendo uma manifestação contra o Jockey Club do Rio. Os manifestantes estão em frente ao Supermercado Zona Sul, ao lado do Quiosque do Florista, na Gávea. A revolta dos criadores e defensores dos animais é porque o Jockey e a Secretaria de Promoção e Defesa dos Animais (SEPDA) estariam realizando a captura de gatos que circulam pelo clube. Os manifestantes denunciam que os animais estão sendo caçados para serem mortos.

    Eles também condenam a secretaria, comandada atualmente pelo ator Victor Fazano. Cerca de 25 pessoas fazem um mutirão para impedir nova captura de animais. A barreira ficará no local até as 20h desta quarta-feira.






    Não obstante...

    A CPMI continua ajudando o Brasil a conhecer seus políticos: Chico Alencar, por exemplo.

    Tsk.






    Sumiço

    Gente, desculpem pela falta de post de ontem. Não foi só falta de tempo não; é que meus olhos estão vermelhos e muuuuito irritados, quase não consigo olhar para a tela.

    Ou é overdose de monitor, ou peguei uma conjuntividade daquelas.

    O pior é que só consegui começar a escrever a coluna prá lá de meia-noite e fui terminar às cinco -- tudo, em suma, que eu não queria na minha nova vida pós-aniversário.

    Felizmente, pelo que vi nos comentários nas fotinhas, este blog já está auto-suficiente e nem precisa mais de blogueira: todo mundo sabe onde fica a geladeira, sabe fazer café e servir às visitas...





    2.8.05


    Bob Jeff vs. Ze Dirceu










    Tchau!










    Torben Grael










    Iuhuuu!










    020805_7.jpg










    Al mare









    1.8.05


    Gatos online

    Para os angloparlantes, ótimo artigo no New York Times sobre um dos maiores mistérios da rede: porque há tantos gatos online, e tão poucos cães?






    A Grande Festa

    Tudo começou com um email da Yasmine, dizendo que tinha encontrado três filhotinhos de gato para os quais precisava arrumar donos. Pedi uma foto dos bichinhos para pôr aqui no blog, ela mandou, mas não gostei muito da resolução. Antes que eu tivesse tempo de mandar um email pedindo fotos melhores, porém, a Bia apareceu em casa com um problema: um amigo estava precisando de um gato. será que eu sabia de algum?

    Pronto: estavam juntas a fome e a vontade de comer! Respondi que, justamente, a Yas tinha três gatinhos disponíveis. Isso foi na quinta; sexta era fechamento, no fim-de-semana a Bia estava de plantão, mas combinamos que, antes de sairmos para o clássico jantar de aniversário, passaríamos na Yas para ver os bichinhos.

    Domingo à tarde, ignorando o complô que se armava, fui ao Palaphyta me encontrar com a Turma do Gato, os meus queridos amigos e amigas que cuidam dos gatinhos abandonados da cidade.

    A uma certa altura, o Lucas, que mora aqui ao lado, apareceu por lá; e, pouco depois, veio a Bia, para irmos jantar. Chamei o Lucas para vir conosco. Pegamos um táxi, e lá fomos para a casa da Yas ver os gatinhos, antes de tocar para a Marius, no Leme -- onde, eu acreditava, iríamos jantar.

    No elevador ainda comentei que não podíamos passar mais de dez minutos brincando com os gatinhos porque, àquela altura, a Laura já devia estar quicando de fome.

    Quando a Yas abriu a porta, lindinha como sempre, adiantei:

    -- Cadê os gatinhos?

    -- Ah, estão todos aqui!

    Fomos para a sala, que estava no escuro. E aí...

    Bom, aí, a Yas acendeu as luzes e -- TCHAN!!!! -- lá estava uma turma enorme rindo e cantando Parabéns! Nem preciso dizer que quase morri de tão encabulada, preciso? Passei a noite tão pateta que nem me lembrei de que estava com a câmera na bolsa.

    Depois me contaram a história toda: na quinta-feira, a Yas e o Lucas resolveram fazer a festa. Perguntaram à Bia como poderiam garantir a minha presença, e a Bia, sabiamente, recomendou uma história qualquer envolvendo gatos.

    Resolvido este ponto delicado, em menos de três dias o Lucas e a Yas descobriram os nomes e os telefones dos meus amigos. Falaram com o Gravatá, com a Luiza, com a Bia; chamaram amigos do blog; e organizaram um verdadeiro banquete, com música ao vivo a cargo dos intrépidos meninos do Villa-Lobinhos.

    Para completar a surpresa, até o Luis Felipe e Margarida, que eu adoro, e que são embaixadores de Portugal em Budapeste, apareceram, como que num passe de mágica.

    Ainda estou meio abestada com os acontecimentos; e nem desconfio de como todos conseguiram guardar tão bem o segredo.

    Tudo o que eu sei é que fiquei muito emocionada, me diverti demais e tive que rever uma crença muito antiga: eu achava impossível alguém fazer uma festa surpresa realmente surpresa.

    Mal posso esperar pelo meu próximo aniversário!

    Update: Fotos AQUI, no blog da Yasmine!






    Shopping










    Pipoca quentinha...










    !!!

    Sabem festa-surpresa, daquelas que a gente vê no cinema? Em que a "vítima" é inocentemente conduzida sob um pretexto qualquer a um lugar onde, subitamente, abre-se uma porta ou acendem-se as luzes e -- tchan! -- lá estão os amigos, cantando parabéns?

    Pois ontem aconteceu comigo. Ganhei uma festa-surpresa surpresa mesmo, da qual não tinha a mais pálida idéia, com todos os ingredientes perfeitos: anfitriões maravilhosos, amigos queridos, presentes lindos, música ao vivo (!), comida gostosa, bolo e montes de brigadeiro.

    Armação da Yasmine e do Lucas, dois conspiradores do bem.

    Depois eu conto como foi; agora, para variar, estou ligeiramente atrasada para um compromisso. Eu só precisava dizer, antes de começar a correria do primeiro dia do meu novo ano, que foi o aniversário mais divertido da minha vida.

    Meninos, vocês são o máximo!






    Memórias da memória

    Semana passada andei lendo a respeito do Lifedrive, da Palm. A leitura, curiosamente, me fez viajar no tempo, e me fez, mais uma vez, me encher de assombro com o que considero ser o verdadeiro milagre da tecnologia -- a espantosa multiplicação, miniaturização e barateamento da memória, isto é, da capacidade de armazenagem dos mais diversos produtos.

    Sem memória abundante, miúda e barata, nada do que nos cerca e encanta no mundo da tecnologia seria possível, da web aos PDAs; jamais teríamos tido o "boom" da fotografia digital, a mania dos celulares com câmera, a coqueluche dos iPods e seus tantos primos tocadores de MP3, a febre dos games em suas diversas modalidades.

    Sem memória, o mundo digital simplesmente não existiria.

    * * *

    O Lifedrive é, essencialmente, um disco rígido com capacidade para 4 Gb. Basta plugá-lo a uma saída USB e ele será reconhecido como um drive externo. A este drive a Palm acrescentou uma tela linda, um bom software de gerenciamento de arquivos, som, Bluetooth e wi-fi. Ainda não vi nenhum em pessoa, mas é óbvio que é uma espécie de bombril hi-tech, com mil e uma utilidades.

    Com 4Gb -- o espaço de um iPod mini -- é possível fazer muita coisa, de descarregar fotos de cartões a montar playlists variadas; a propaganda dá como exemplo do que cabe no aparelhinho 340 músicas, uma hora de vídeo, 1.200 arquivos do Office, dez mil contatos, dez mil compromissos, quase sete mil emails, mas de 50 memos de voz, mil fotos e 20 Mb de arquivos diversos -- tudo junto e ao mesmo tempo.

    Um espanto.

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    Meu primeiro disco rígido, um gigantesco tijolo MFM de uns dois quilos, tinha, justamente, os 20 Mb que figuram, hoje, como "contrapeso" da lista acima. Ele custou, nos idos de 1988, a espantosa quantia de US$ 750 -- equivalente a mais de US$ 1.250 em dinheiro de hoje.

    Parênteses: para fazer cálculos sobre a inflação em dólar, há uma ótima ferramenta na web em inf.notlong.com. Fecha parênteses.

    Pois o Lifedrive, com todos os seus 4Gb e preço de lista de US$ 499, já pode ser encontrado na internet, nos Estados Unidos, por cerca de US$ 400. E custa tudo isso porque, claro, não é feito apenas de memória: um disco rígido de 120 Gb sai, mesmo aqui no Brasil, a cerca de R$ 350.

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    Quando comprei a primeira câmera digital, que produzia fotos à resolução de 320 x 240, cartõezinhos smartmedia vinham em unidades de 4Mb, 8Mb ou -- barbaridade! -- 16Mb. E custavam muito, muito caro.

    Naquela época, o grande suspense da área era o seguinte: quando seria quebrada a barreira do Megapixel. Do um (01) Megapixel! O futuro parecia muito distante e praticamente inviável financeiramente.

    Um dia a Sony lançou uma câmera revolucionária chamada Mavica, que não só fazia imagens de excelente qualidade em 640 x 480 como, ainda por cima, usava disquetes para armazená-las -- resolvendo, com isso, um dos principais problemas de então, o do preço insuportável dos cartõezinhos.

    Corria o ano de 1995. A Mavica era tão boa, mas tão boa, que continua em cartaz -- feito extraordinário para uma câmera digital. Mudou muito, sem dúvida, mas aproveita a marca de confiança das inesquecíveis pioneiras e continua gravando em mídia barata -- atualmente, o CD-RW.

    * * *

    Em 1981, quando a Seagate lançou o primeiro HD de 5?1/4, com 5Mb, a US$ 1.700, o custo de armazenagem do megabyte era de US$ 340. Para dar uma idéia, apenas uma música dessas que a gente grava em MP3 tem, tipicamente, uns 3 Mb ou 4Mb. Agora imaginem quem poderia ter iPods a este custo!

    Em 1988, quando comprei aquele primeiro HD, a queda nos custos de armazenagem já havia sido significativa: um megabyte custava a bagatela de US$ 40.

    Hoje há tal quantidade de dispositivos que este cálculo genérico tornou-se praticamente impossível de fazer. Mas também, quem liga? Não estamos mais falando em dólares, mas sim em centavos, ou mesmo em frações de centavos, de dólares.


    (O Globo, Info etc., 1.8.2005)